29.3.08

A menina que imitou a ministra

Uma menina de 15 anos agrediu a professora na sala de aulas em defesa do seu amado telemóvel. Os colegas, provavelmente da mesma idade, fizeram do combate entre a aluna e a mestra um número de circo.

À falta de um Coliseu monumental e de um imperador romano todo-poderoso, as crianças do velho Liceu Carolina Michaellis imitaram o comportamento dos pais em casa e sobretudo o comportamento de José Sócrates e da ministra Lurdes Rodrigues.

Uma criança de 15 anos não merece castigo e muito menos condenação, sobretudo quando se limita a agredir quem é todos os dias agredido pelo Governo, pelos deputados ditos socialistas, pelos pais, pelos avençados da Comunicação Social.

É esta a cultura que temos, é este o exemplo que damos aos nossos filhos. Depois temos a ditadura da mediocridade reinante, o endeusamento dos telemóveis, a dependência dos centros comerciais e dos hipermercados, a cultura das corridinhas do chefe, o faz-de-conta, a aldrabice, a violência gratuita, a falta de carácter.

Neste quadro de tragédia social, uma miúda de 15 anos que agride a professora na sala de aulas é apenas mais uma vítima do socialismo cavaquista. Daqui a uns tempos continuará a ser vítima mas do cavaquismo socialista. Um país que tem apenas perspectivas de batráquio, só pode dar nisto.

Mão amiga enviou-me o recorte de umas garatujas aviadas por Emídio Rangel onde chama aos professores hooligans e desmiolados. Para Rangel, a manifestação dos professores foi uma carneirada, protagonizada por meia dúzia de comunistas.

Numa atitude de grande rigor, Rangel até troca o nome ao secretário-geral da FENPROF. Sabendo-se como se sabe que o jornalismo é um exercício permanente de rigor e objectividade, já se vê o nível do autor da prosa barbarizada.

Passo à frente do cheirete a frete que o arrazoado exala e vou directo ao assunto. Rangel diz maravilhas dos professores que o ensinaram, quando frequentava o ensino secundário. O antigo cometa da SIC é pouco mais novo que eu, por isso os professores do tempo dele devem ser os mesmos do meu tempo.

No Liceu de Luanda, entre uma chusma de professores salazaristas com propensão para bufos da PIDE e para o nazismo, havia três ou quatro professores decentes que ensinavam os seus alunos sem obediência cega à ladainha do fascismo tipo Portugal do Minho a Timor.

Tenho de felicitar Emídio Rangel pela coragem de destapar a careca e revelar publicamente quem é e o que quer, enquanto Sócrates e a ministra não despacham o seu assunto.

Também lhe agradeço ter mostrado aos leitores quanto vale uma estrela mediática, fabricada com o barulho das luzes da televisão do senhor Pinto Balsemão. A partir de agora, os leitores mais distraídos sabem quanto valem os Rangel, os Sousa Tavares e outros batráquios que na melhor das hipóteses um dia evoluem de girinos a sapos mas daí não passarão, ainda que tentem ser bois como o sapinho da fábula.

Os avençados do socialismo cavaquista na Comunicação Social, José Sócrates, a ministra Lurdes Rodrigues e quase todos os deputados do Partido Socialista são os autores morais da agressão sofrida por uma professora em plena sala de aula.

A menina que lutou com unhas e dentes pelo seu telemóvel dentro da sala de aula é uma vítima da corja mandante. Tenho pena dela e dos pais. Isto se eles não forem da mesma extracção da canalha cavaquista escondida sob o manto diáfano do Partido Socialista ou daquela mãe que inspirada em Sócrates e Lurdes Rodrigues agrediu uma professora da filha.

Acaba de levar cinco anos de prisão mas os autores morais do crime ficaram a rir-se. Este Governo está a destruir o ensino secundário em Portugal. E os avençados aplaudem com as mãos por cima da mesa e recebem os trinta dinheiros por baixo!


Texto do jornalista Artur Queiroz


Texto retirado daqui