3.2.08

Manifestação regicida em Lisboa ( 1 de Fevereiro de 2008)


Para comemorar essa grande data da história da luta pela liberdade em Portugal, que foi o regicídio levado a cabo em 1908 por Alfredo da Costa e Manuel Buíça, e para honrar a memória daqueles que praticaram tamanho acto de libertação pagando pelo mesmo com as próprias vidas, realizou-se uma manifestação em Lisboa na tarde de 1 de Fevereiro.

Pelas 17.30, enquanto se realizava uma concentração monárquica no Terreiro do Paço, cerca de 30 pessoas irromperam pela dita praça , empunhando bandeiras negras e três faixas onde se podia ler


“O rei morreu. Viva o Costa”
“O rei morreu. Viva o Buíça”
“Xeque Mate”.


Foram gritadas palavras de ordem como


“Buíça está vivo nos nossos corações. Nem Rei. Nem Deus. Nem Pátria. Nem Patrões”
“Passaram cem anos desde o regicídio. Para os próximos governantes recomendamos o suicídio”
“Nem República, nem Monarquia. Morte ao Estado e viva a Anarquia”.


Após alguns minutos de permanência no Terreiro do Paço, como estávamos a estragar a festa de glorificação dos opressores do povo e de apagamento da memória das lutas sociais em Portugal, um grupo de polícias abordou a manifestação, dizendo que não podíamos estar ali “a provocar” e logo tratando de tentar apreender as faixas. Firmes no propósito que ali nos levava, não deixámos que nos tirassem as faixas e gritámos ainda com mais ânimo. Retirámos então em bloco do Terreiro do Paço e percorremos a Rua Augusta até ao Rosssio.

Terminámos o percurso no Rossio, em frente ao Café Gelo, local de encontro e conspiração dos revolucionários de há cem anos, em frente do qual afixámos duas faixas, após o que a manifestação dispersou.

Via http://redelibertaria.blogspot.com/

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Foi entretanto divulgado um folheto assinado por um grupo intitulado «Os Amig@s de Buíça e Costa» em homenagem a Alfredo da Costa e Manuel Buíça, que deram a vida pela causa da Liberdade e que pode ser lido aqui

«Sou pelas greves como sou por todos os métodos de resistência utilizados pelos fracos, pelos oprimidos, em defesa dos seus legítimos interesses (...). O meu ódio maior, a minha mais viva repulsa, dirigem-se aos patrões burgueses que nos exploram e que sem altivez servimos.» Alfredo Costa, segundo Aquilino Ribeiro (Um Escritor Confessa-se, Lisboa, 1974, p. 361)