A notícia abre todos os noticiários. E, de facto, a coisa não é para menos. A edição de 2008 do estapafúrdio Rali Lisboa-Dakar foi anulada. Os motivos invocados para uma tal decisão não podem fazer esquecer as crescentes críticas que ao longo dos anos têm sido feitas a uma competição motorizada que já provocou dezenas de mortes e feridos, muitas delas crianças e jovens dos locais por onde os bólides passam em alta velocidade até chegar a Dakar.
A anulação que representará logicamente o descalabro e até a morte deste projecto escabroso deve ser motivo de regozijo geral pois são assim poupadas vidas humanas, especialmente de crianças.
Ficam no entanto muitas perguntas: como foi possível que uma tal selvajaria se tenha mantido ao longo de 30 anos? E com que cumplicidades? Valeu a pena a morte de tanta gente? Quem ficará com o opróbrio de ter colaborado ( e participado) numa corrida, como esta, manchada de sangue?