A percentagem dos salários no PIB da União Europeia caiu de 70% para 58% nos últimos 30 anos
Os trabalhadores europeus recebem um fatia cada vez menor da riqueza produzida nos países da União Europeia.
Os trabalhadores europeus recebem um fatia cada vez menor da riqueza produzida nos países da União Europeia.
No Relatório agora divulgado sobre o mercado de trabalho na UE conclui-se que os rendimentos do trabalho atingiram em 2006 um mínimo histórico da ordem dos 58% do PIB da União Europeia, o que representa uma queda abrupta se considerarmos que em 1975 a quota parte da riqueza gerada pela actividade económica entregue aos trabalhadores era da ordem dos 70%.
Curiosamente o mesmo relatório informa que a diminuição da quota da riqueza entregue aos trabalhadores nas últimas 3 décadas não é um facto exclusivo da União Europeia, pois a mesma tendência se verifica nas economias desenvolvidas, como a do Japão e dos EUA.
Afirma-se ainda que a desvalorização dos rendimentos do trabalho se deve à globalização, à abertura dos mercados e aos avanços tecnológicos, uma vez que o investimento em capital se mostra mais rentável para as empresas, o que explica também que o ritmo de crescimento dos rendimentos das empresas tenha sido muito maior que o verificado para os rendimentos entregues aos trabalhadores.
A perda de peso dos rendimentos do trabalho em favor dos rendimentos do capital contribui para uma maior desigualdade e coloca em risco a coesão social, lê-se no relatório
Em Portugal o ano de 1975 marca o momento em que a percentagem dos rendimentos dos trabalhadores no conjunto do rendimento nacional foi maior, vindo a partir de então a descer continuadamente até atingir um mínimo histórico nos últimos anos.