28.11.07

A parte dos rendimentos dos trabalhadores no PIB da União Europeia tem caído continuamente nos últimos 30 anos

A percentagem dos salários no PIB da União Europeia caiu de 70% para 58% nos últimos 30 anos

Os trabalhadores europeus recebem um fatia cada vez menor da riqueza produzida nos países da União Europeia.
No Relatório agora divulgado sobre o mercado de trabalho na UE conclui-se que os rendimentos do trabalho atingiram em 2006 um mínimo histórico da ordem dos 58% do PIB da União Europeia, o que representa uma queda abrupta se considerarmos que em 1975 a quota parte da riqueza gerada pela actividade económica entregue aos trabalhadores era da ordem dos 70%.

Curiosamente o mesmo relatório informa que a diminuição da quota da riqueza entregue aos trabalhadores nas últimas 3 décadas não é um facto exclusivo da União Europeia, pois a mesma tendência se verifica nas economias desenvolvidas, como a do Japão e dos EUA.

Afirma-se ainda que a desvalorização dos rendimentos do trabalho se deve à globalização, à abertura dos mercados e aos avanços tecnológicos, uma vez que o investimento em capital se mostra mais rentável para as empresas, o que explica também que o ritmo de crescimento dos rendimentos das empresas tenha sido muito maior que o verificado para os rendimentos entregues aos trabalhadores.

A perda de peso dos rendimentos do trabalho em favor dos rendimentos do capital contribui para uma maior desigualdade e coloca em risco a coesão social, lê-se no relatório

Em Portugal o ano de 1975 marca o momento em que a percentagem dos rendimentos dos trabalhadores no conjunto do rendimento nacional foi maior, vindo a partir de então a descer continuadamente até atingir um mínimo histórico nos últimos anos.