21.9.07

Por uma agricultura do povo

«Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não»
(versos cantados por Adriano Correia de Oliveira)
Foto e texto retirado de:
http://ingenea.pegada.net/ (blogue pessoal de Gualter Baptista, o activista português mais conhecido do movimento de contestação à agricultura industrial transgénica)



Cá pela minha terra, onde a agricultura ainda se faz com modos de tradição, é tempo de colher o milho que o sol dourou, auxiliado pelos reflexos de um rio que de químicos continua a saber pouco.

Milho amarelo. Para os animais e também para a broa, de milho ou triga-milho. Comida a seco, molhada em azeite do feijão com couves, mergulhada na sopa de abóbora.

Esta é a agricultura do povo, onde o trabalho sai da mão de camponeses e camponesas.

Esta é a agricultura do povo, onde a maquinaria e o petróleo não substituem, apenas auxiliam, mulheres e homens.

Esta é a agricultura do povo, onde se combate a desertificação e o abandono rural, porque trabalho e alimento não fazem desertos.
Esta é a agricultura do povo, que a Revolução Verde ameaçou, trazendo os monocultivos, os pesticidas e os herbicidas.

Esta é a agricultura do povo, que as multinacionais engordadas pela Revolução Verde querem destruir, apropriando e manipulando a semente que sempre foi colhida para voltar a semear.

Esta é a agricultura do povo, que o transgénico contamina, degenera e condena!

Esta é a agricultura do povo, em perigo de extinção!

Esta agricultura, que ainda é do povo!