7.9.07

O pretenso desconhecimento de Durão Barroso sobre o financiamento da Somague ao PSD e a sua responsabilidade pela invasão do Iraque.

Um texto de Artur Queiroz onde, a propósito do financiamento ilegal do PSD pela empresa Somague no tempo do governo de Durão Barroso (actual presidente da Comissão Europeia) e que este se apressou em negar qualquer conhecimento pessoal do assunto, se lança esta pergunta:

Será que «Durão Barroso vai um dia destes dizer que nada teve a ver com a invasão do Iraque e que não é responsável pelos milhares de mortos civis e pela existência de mais de quatro milhões de refugiados iraquianos…»?




Texto de Artur Queiroz, retirado de:
www.vozdapovoa.com/diversos/opiniao.html


Durão Nunca Quis a Invasão do Iraque

O financiamento ilegal da Somague à campanha eleitoral do PSD quando Durão Barroso era o líder do partido, mereceu do actual presidente da Comissão Europeia uma desculpa esfarrapada e indigna de quem anda na vida pública. José Luís Arnault veio a correr assumir responsabilidades mas depois sacudiu a água do capote para cima de alguém que está doente e por isso é defendido pela família. Este passa culpas para o parceiro do lado é inaceitável.

Durão Barroso escreveu uma carta ao Parlamento Europeu a declarar a sua inocência e com esse gesto encerrou as explicações que deve aos portugueses e a quem lhe confiou a presidência da comissão da União Europeia. É natural que Durão Barroso esteja incomodado com o escândalo que se abateu sobre o partido que liderou e não queira sequer ouvir falar do assunto. E pelos vistos, está a conseguir os seus objectivos com facilidade.

Também enterrou o seu passado de esquerdista, com a maior das facilidades. Os seus ímpetos revolucionários levaram-no a roubar mobílias da Faculdade de Direito e a levá-las para a sede do seu partido de então, o MRPP, mas este episódio é ignorado ou tratado com bonomia, tipo coisas da juventude estouvada mas generosa. Mas Durão não pode apagar com a mesma facilidade o financiamento ilegal da campanha eleitoral do PSD que o guindou ao cargo de Primeiro-Ministro, trampolim para o cargo que hoje ocupa e cujo mandato almeja renovar.

Por este andar, Durão Barroso vai um dia destes dizer que nada teve a ver com a invasão do Iraque e que não é responsável pelos milhares de mortos civis e pela existência de mais de quatro milhões de refugiados iraquianos que vivem em condições desumanas, deslocados no interior do seu país ou nos países vizinhos. Mas todos sabemos que Durão Barroso não esteve na cimeira das Lajes apenas para compor o ramalhete. Esteve lá porque, conforme declarou publicamente, viu provas da existência de armas de destruição maciça no Iraque. Durão Barroso é um dos principais responsáveis pela tragédia que se abateu sobre os iraquianos.

Também é o principal responsável pelo episódio que envolveu a Somague e o PSD e que se traduz num financiamento ilegal ao partido. Quem começou na política roubando bens públicos, tarde ou nunca endireita. Durão Barroso é um dos muitos políticos portugueses que anda a mais na política. Mas gente como ele faz muito jeito ao socialismo cavaquista.