Hoje em Silves, no Algarve, mais de 100 activistas anti-OGM (organismos geneticamente modificados) realizaram uma acção de protesto contra a agricultura química e a produção agrícola de milho geneticamente modificado ceifando voluntariamente cerca de um hectare de milho transgénico PR32R43, de um total de 51 hectares que tinha sido semeado com aquele milho tóxico naquela localidade algarvia na herdade agrícola da Lameira.
Os cem activistas portugueses e estrangeiros que realizaram aquela acção acabaram por serem expulsos do terreno pela Guarda Nacional Republicana (GNR) e pelo proprietário, enquanto gritavam "Não aos OGM!" (organismos geneticamente modificados).
Num comunicado distribuído à imprensa aquele conjunto de activistas referiram-se que se tratou de uma «acção de desobediência civil contra o primeiro campo transgénico do Algarve».
Recorde-se que em 2004, o Algarve foi a primeira região do país a declarar-se livre de culturas com Organismos Geneticamente Modificados (OGM), declaração feita pela Junta Metropolitana do Algarve, que congrega 16 municípios. Daí que um dos participantes da acção de hoje tenha declarado que «Estamos a exercer o direito à resistência segundo o artigo 21º da Constituição da República Portuguesa».
Tanto mais que a legislação portuguesa sobre a matéria parece não está a ser cumprida. Com efeito, a lei que regula o cultivo de OGM em Portugal de 17 variedades de milho, estabelece que os agricultores, entre outras obrigações, devem notificar a respectiva Direcção Regional de Agricultura (DRA), informando sobre a espécie que pretendem cultivar, a área e local de cultivo e as medidas de coexistência para evitar contaminações. e essas medidas incluem distâncias mínimas de isolamento que variam entre os 200 e os 300 metros ou, em alternativa, bordaduras com 24 a 28 linhas de milho não transgénico ou sementeiras escalonadas para impedir a polinização de outras culturas adjacentes.
Após terem saído do terreno, cerca das 13:00, os ceifeiros do milho tóxico marcharam em direcção à aldeia de Poço Barreto, numa acção de sensibilização da população contra os transgénicos em que não faltaram a música, o teatro e a banda desenhada. Os activistas empunhavam cartazes em que se podia ler "Transgénicos perigo contaminação" e "Algarve sem transgénicos".
A acção foi promovida pelas associações ambientalistas Verde Eufémia e Almargem, tendo contado com a adesão de alguma população local e agricultores biológicos que discordam dos OGM.
http://www.stopogm.net/
http://www.stopogm.net/