Os meios de comunicação só falam de «exploração» quando querem referir-se à «sobre-exploração». E se é verdade que todos somos explorados, não é menos justo denunciar em primeiro lugar a crescente sobre-exploração a que estão sujeitos um número cada vez maior de trabalhadores. Mas acontece que os meios de comunicação social esquecem ou ocultam deliberadamente a natureza do trabalho assalariado, e como esta condição salarial significa a exploração de uma classe social por outra classe social para quem os primeiros trabalham.
Pensemos num país de 20 milhões de trabalhadores. Se o dia de trabalho médio é de 1.800 horas em cada ano, tal quererá dizer que aquele conjunto de trabalhadores gastará cada ano 36.000 milhões de horas para produzir o valor do Rendimento Nacional, depois de descontado, bem entendido, os demais custos de produção ligados ao uso dos meios de produção ( custos pela compra e manutenção das máquinas, os custos das matérias-primas e da energia). Ora se esses trabalhadores assalariados consomem uma enorme quantidade de bens e serviços mas que só representa uma parte do que foi produzido, equivalente a 16.000 milhões de horas, isso quer dizer que as restantes 20.000 milhões de horas será o «sobre-trabalho», ou seja, aquela parte do trabalho realizado pelos assalariados para além do que é necessário para produzirem aquilo que consomem.
É esse sobre-trabalho que cria a mais-valia, em proveito dos capitalistas, o principal motivo de atracção dos empregadores para contrataren mão-de-obra assalariada.
O que chamamos, pois, taxa de mais valia, e que é o indicador numérico do grau de exploração do trabalho, consiste então na relação entre esse tal sobre-trabalho não pago e o trabalho pago com o salário ou, por outras palavras, é o quociente entre a receita total e a massa salarial.
Pensemos num país de 20 milhões de trabalhadores. Se o dia de trabalho médio é de 1.800 horas em cada ano, tal quererá dizer que aquele conjunto de trabalhadores gastará cada ano 36.000 milhões de horas para produzir o valor do Rendimento Nacional, depois de descontado, bem entendido, os demais custos de produção ligados ao uso dos meios de produção ( custos pela compra e manutenção das máquinas, os custos das matérias-primas e da energia). Ora se esses trabalhadores assalariados consomem uma enorme quantidade de bens e serviços mas que só representa uma parte do que foi produzido, equivalente a 16.000 milhões de horas, isso quer dizer que as restantes 20.000 milhões de horas será o «sobre-trabalho», ou seja, aquela parte do trabalho realizado pelos assalariados para além do que é necessário para produzirem aquilo que consomem.
É esse sobre-trabalho que cria a mais-valia, em proveito dos capitalistas, o principal motivo de atracção dos empregadores para contrataren mão-de-obra assalariada.
O que chamamos, pois, taxa de mais valia, e que é o indicador numérico do grau de exploração do trabalho, consiste então na relação entre esse tal sobre-trabalho não pago e o trabalho pago com o salário ou, por outras palavras, é o quociente entre a receita total e a massa salarial.
Essa taxa cresce com o desenvolvimento económico gaças ao impulso da produtividade do trabalho. Como esta embaratece o valor de cada mercadoria, isso também se aplica naquela fracção da produção social que representa o conjunto dos salários no rendimento nacional. Ou seja, a exploração não pára de aumentar. Por exemplo, em Espanha era de 70% em 1954 e agora chega aos 100%.
A conclusão é clara: o trabalhador médio, que trabalhe oito horas por dia, cria em apenas 4 horas o valor correspondente ao seu salário. O resto do valor que produz no resto da sua jornada de trabalho diário vai para os bolsos do capitalista e corresponde à mais-valia.
Apesar de não ser muito evidente, uma vez que recebe o seu salário em dinheiro e não em mercadorias, o trabalhador assalariado é vítima de exploração económica e social porque para sobreviver (para receber o seu salário) tem de se sujeitar a trabalhar horas não-pagas para proveito e benefício do seu empregador.
É isso em que consiste a exploração social e económica dos trabalhadores numa economia capitalista.
Texto de Diego Guerrero ( professor de Economía) publicado no jornal Diagonal