25.4.07

Repressão policial contra manifestantes anti-fascistas em Lisboa


O Corpo de Intervenção da PSP carregou sobre manifestantes e fez várias detenções, hoje, no Chiado, em Lisboa, no final do desfile do dia 25 de Abril

O protesto estava a decorrer de forma pacífica, quando a polícia carregou sobre os manifestantes de forma desproporcionada e abusiva, sem qualquer pré-aviso

A rua do Chiado foi cortada na sequência destes incidentes registados entre a polícia e pessoas que se manifestavam contra o fascismo e o capitalismo. Consta que também terá havido incidentes em frente à antiga sede da Pide.

Neste momento (desde as 23 horas), um grupo de cidadãos encontra-se concentrado em frente á Esquadra da 1º Divisão da PSP na Rua Gomes Freire nº92 procurando obter a libertação dos 12 detidos

Pede-se a vossa solidariedade


Contaco :Telefone 21351600

A morada da Esquadra onde os jovens estão detidos na 1ª DIVISÃO - TAIPAS ( localizada na Rua Gomes Freire, nº. 92 1169-140 LISBOA )

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Polícia protege cartaz com mensagem xenófoba !!!

Já durante a tarde, na altura em que os manifestantes da grande manifestação do 25 de Abril estavam a concentrar-se no Marquês de Pombal para o início do desfile, um grupo de jovens foi identificado pela PSP depois de se ter concentrado junto ao cartaz do Partido Nacional Renovador com uma caixa de tomates e cartazes contra ideias xenófobas e racistas.


Conta a agência Lusa que seis polícias estão concentrados à volta do cartaz do PNR, contra o qual estão a ser lançados ovos, desconhecendo-se de onde surgem.


Elementos da polícia agarraram alguns dos jovens e identificaram-nos, o que provocou grande indignação junto dos participantes no desfile do 25 de Abril, que começaram a gritar «25 de Abril sempre» e «fascismo nunca mais».




Criticaram também a polícia pela atitude de protecção de um cartaz que promove ideias racistas e por terem identificado os jovens que o contestavam



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DESCRIÇÃO PORMENORIZADA DOS ACONTECIMENTOS NO CHIADO


Retirado daqui



• Por volta das 19.30 H do dia 25 de Abril de 2007, em plena Rua do Carmo, junto ao c.c. do Chiado, decorria uma manifestação autorizada pela polícia, tendo em conta que a acompanhava, tal como é costume em qualquer manifestação.



• Após alguns indivíduos terem pintado numa parede algumas palavras, cerca de 6 elementos das forças policiais, apenas identificáveis pelos cacetetes que empunharam depois, agarraram os prevaricadores.



• Tendo os detidos manifestado alguma resistência, o caso, até aí banal, mudou completamente de figura.



• Os manifestantes, voltaram-se para trás, subiram a rua do Carmo e tentaram resgatar os seus companheiros de manifestação. Os elementos policiais, que não ostentavam qualquer identificação, repito, chamaram obviamente reforços.



• Em apenas um minuto, a Rua do Carmo estava cercada por cima e por baixo, por forças policiais anti-motim.



• É claro que devido ao dia em questão e à zona em causa, estavam muitos turistas, crianças, idosos, meros transeuntes e clientes do comércio que envolve toda a zona do chiado, na Rua do Carmo, no preciso momento em que o motim começou.



• A natureza contestatária dos manifestantes (devo referir também que se tratava de uma manifestação contra o neo-fascismo e contra a xenofobia), bem conhecida anteriormente pela polícia, podia ter sugerido aos responsáveis policiais, adoptar uma posição mais cautelosa.



• Mostraram no entanto, muita coragem e sentido do dever, pois, não se detiveram perante a primeira provocação fora da lei.



• Eu, tendo saído do c.c. do Chiado naquele momento, resolvi deixar passar a manifestação e segui calmamente na traseira da demonstração, pretendendo sair dali na rua do elevador de Santa Justa, em direcção a casa.



• Em dois segundos estava no meio da confusão. Dirigi-me, descendo o Carmo, para o local onde estava a maior parte da polícia de choque.



• Reconhecendo, pela posição e atitude, aquele que me pareceu ser o responsável máximo pela força policial, tentei perguntar-lhe se devia e podia passar para trás da barreira policial.



• Apenas ouvi um outro elemento policial, dizendo ao seu superior - Sr. Intendente (não me recordo se era mesmo intendente ou comissário...), saia daí (qual general, estava na frente do barreira policial) - e claro, não obtive resposta, ou melhor percebi logo que ali é que eu não ficava e passei por eles bem encostadinho à parede, sempre olhando-lhes nos olhos (que os meus mostravam claramente por quem eu estava; pela minha Saúde e Liberdade).



• Olhei então para trás e foi ver os manifestantes, que pena tive deles, a uns bons 15 metros da polícia, espremendo-se uns contra os outros, sem possibilidade de fuga, como rebanho cercado por lobos esfomeados.



• Deu-se a carga, fugiram por onde conseguiram os jovens manifestantes, levando tanta pancada quanta lhes conseguiram dar os polícias, e tudo isto sem ter ouvido uma só palavra pela parte do Sr. comissário. Foi só após uns bons minutos que se ouviu da parte de um dos policiais, um igual a todos os outros corajosos policias, uma palavra na direcção dos transeuntes que como eu estavam no meio daquela trapalhada. -Saiam já daqui! Para baixo! Fora!- e foi um pandemónio.



• Uma bela imagem de Democracia oferecida aos inúmeros turistas que ainda vêm a Portugal para celebrá-la.



• Já agora, devo também relatar que não vi ninguém a oferecer cravos. Nem a Polícia, nem os manifestantes, nem os turistas, nem os comerciantes. já não se dão cravos no dia em que se comemora a Revolução dos cravos.



• Dá-se pancada.



• Dão-se péssimos exemplos de tolerância.



• Mas continua a ser legal o cartaz do PNR em pleno Marquês de Pombal. Tem, mesmo, direito a protecção policial. Verifiquei hoje que 6 elementos da PSP o guardam bem guardado.



• Quando a Faculdade de Letras foi vandalizada com símbolos fascistas onde é que andava a PSP?



• A guardar o dito cartaz?