A economia tornou-se, hoje em dia, quase que uma religião reverencial
(quero eu dizer, de uma forma mais peremptória: a economia é hoje o mesmo que a teologia foi para a Idade Média)
Talvez não por acaso que os sectores da imprensa diária mais em expansão em Portugal, e que não conhecem crise alguma, sejam os dos jornais desportivos e os da imprensa económica especializada!!!
Quando um economista – sobretudo, os que têm maior visibilidade mediática - começa a falar, parece que sobre ele desce, de imediato, um manto de silêncio reverencial!!!
Mas a verdade é que a economia, maxime a teoria económica que sustenta o actual modelo económico dominante, releva mais da ideologia do que de um desinteressado e objectivo conhecimento científico.
Para o comprovar coloquemos esta questão-chave:
O meio ambiente é uma parte da economia ou é, antes, a economia uma parte do meio ambiente?
Os economistas clássicos do paradigma dominante vêem o ambiente como um simples subconjunto da economia.
Ao invés, os ecologistas ( e um número crescente de economistas heterodoxos ou dissidentes) consideram a economia como um subconjunto de um todo mais abrangente que é a natureza, e retiram daí as devidas consequências.
A confirmar a segunda hipótese todo o edifício conceitual da teoria económica clássica e neo-clássica, pretensamente «científica», e que enche jornais, manuais e tudo o que é telejornal, desabará por aí abaixo…