24.5.06

Cronologia (incompleta) do movimento das mulheres contra as guerras



1914
A Aliança Internacional de Mulheres pelo Sufrágio apresenta uma petição aos governos da França, Alemanha e Grã-Bretanha para que cessem as hostilidades e se acabe com a guerra

1915
Em Haia é criada a Liga Feminina Internacional pela Paz e a Liberdade como repúdio à I Guerra Mundial
En Berna tem lugar a Conferência Pacifista organizada pelas mulheres socialistas em repúdio pela guerra

1924
No Uruguai surge o Comité Feminino Anti-Militarista para se opor a um projecto de lei do Senado que cria o Serviço Militar Obrigatório

1954
No Japão começa uma campanha contra as armas nucleares que reúne 32 milhões de assinaturas nesse país e 670 milhões de outras provenientes de todo o mundo. Jiratsuka Raichoo, vice-presidente da Federação Internacional de Mulheres Democráticas, faz um apelo a todas as mães do mundo para lutar pela paz.

1955
Na Suíça realiza-se o I Congresso Mundial das Mães opositoras à guerra e que é organizado por Eugene Cotton, conhecida física francesa e presidente da Federação Internacional das Mulheres Democráticas. Assistem mil delegadas de 71 países.

1981
Instala-se o primeiro acampamento feminista de cáracter pacifista em Greenthanam, Inglaterra

1982
O dia 24 de Maio e declarado Dia Internacional das Mulheres pela Paz e pelo Desarmamento em memória das lutas das mulheres britânicas que se opuseram à NATO e à instalação das suas bases militares em território europeu.

1987
É criada em Israel a Rede de Mulheres de Negro e que é integrada por judias, árabes, católicas e palestinianas, iniciativa que visa protestar contra a ocupação israelita da Cisjordânia e de Gaza

1991
Surge em Belgrado a Rede de Mulheres de Negro no contexto dos conflitos da ex-Jugoslávia

1993
11 activistas da Rede de Mulheres para a proibição de ensaios nucleares são condenadas em Londres a pagar multas por terem entrado, em Julho desse ano, no recinto do Buckingham Palace a fim de protestar pelos ensaios nucleares britânicos no deserto do Nevada nos USA

1995
As mulheres de 16 organizações do movimento de mulheres do Equador e do Peru pedem a cessação imediata dos confrontos armados entre ambos países por causa de um conflito territorial. Através de um apelo conjunto exigem aos governos de Lima e de Quito que «recorram ao diáologo e à tolerância, de forma a que as armas se convertam em pão».

O movimento «Mães dos Soldados» (russos) protesta contra a guerra na Tchechenia, levando inclusivamente a cabo algumas acções de boicote à guerra ao viajarem para a zona dos confrontos com o objectivo de encontrarem os seus filhos e levá-los para casa. No balanço final conseguiram que 500 tivessem abandonado os combates.

1996
Durante as negociações de paz entre o governo palestiniano e os Estados Unidos, as feministas palestinianas deslocaram-se a Washington e depois de criarem o seu próprio comité forçaram a direcção palestiniana a aceitá-las como delegação oficial e, assim, a tomarem parte do processo.

1997
Um colectivo de organizações de mulheres do Ruanda recebe o Prémio Unesco-Madanjet Sing para a tolerância e a não violência pelo seu trabalho conjunto na promoção dos direitos das mulheres na construção da paz e na luta contra a injustiça social.

A activista norte-americana Jody William recebe, em nome da organização «Campanha Internacional contra as minas antipessoais» (ICBL, em inglês) o Prémio Nobel da Paz pelo facto de ter criado e impulsionado aquela campanha.
«A maioria do mundo libertou-se do colonialismo, da escravidão e da segregação racial. Já é hora de também começarmos a pensar em declarar ilegal a guerra» Lê-se numa petição pela Paz apresentada por 150 organizações de mulheres de todo o mundo, apoiadas por mais de 100.000 assinatura e entregue neste ano à Assembleia Geral das Nações Unidas.

1998
Cerca de 400 delegadas organizações de mulheres reúnem-se em Belfast tendo como um dos objectivos fundamentais pedir a participação activa das mulheres no processo de paz na Irlanda do Norte

1999
A artista e activista pacifista Sarah Chamberlain exibe durante a Conferência Internacional de ONGs realizada em Haia, sob o lema «Apelo pela Paz», o Muro da Paz das Mulheres que foi construído com 300 quadros de plástico transparente, cada um gravado com a palavra paz e diferentes idiomas

Durante a Conferência Mulheres em situações de recontrução pós-guerra, celebrada em Joanesburgo consolida-se a Coligação de Mulheres Africanas contra a Guerra, cujo objectivo é realizar acções de apoio às mulheres vítimas de conflitos armados. Um dos temas tratados desta reunião foi a violência contra as mulheres antes, durante e depois dos conflitos armados.

Ao longo dos últimos anos, em diversas cidades do mundo, os grupos de mulheres pertencentes à rede internacional Mulheres de Negro têm realizado marchas silenciosas como forma de protesto pela morte e desaparecimento de milhares de pessoas durante os conflitos armados ( ex-Jugoslávia, Ruanda, Palestina, Argélia, Kurdistão, Tchechenia, Iraque, etc)

2003
Mary Kelly, uma mãe e activista pacifista irlandesa de 50 anos, desmonta e danifica ( calcula-se que os danos tivessem sido de 500.000 euros) seriamente um avião e guerra norte-americano estacionado numa base militar da Irlanda
continua...