Cada ano que passa o rali habitualmente conhecido por Paris-Dakar e que este ano foi rebaptizado por Lisboa-Dakar, é motivo de extensas e sucessivas reportagens em tudo o que é órgão de comunicação social, com a TV à frente, como não podia deixar de ser. Vêem-se os bólides e as potentes máquinas a atravessar paisagens de sonho, mas quase nunca se fala nem se vêem as populações locais, e muito menos as crianças que todos os anos morrem por baixo daquelas viaturas de todo o terreno…e que têm transformado aquelas terras num cemitério de carcaças de viaturas como constituem uma ameaça constante para a integridade física das populações indígenas.
Este ano, mais uma vez, registaram-se mais 3 perdas humanas, a de um concorrente ( o motard australiano Andy Caldecott ) e de dois habitantes locais, uma delas a de uma criança de 10 anos ( Boubacar Diallo) .
Curiosamente os organizadores e a imprensa só falam da morte dos concorrentes, mas quase nunca das mortes de civis locais, sobretudo, das crianças!!! E a verdade é que são os próprios pilotos das máquinas assassinas que confessam não levantarem o pé do acelerador quando atravessam aldeias ou zonas povoadas.
Oficialmente ( segundo os organizadores) o rali já conta com 25 mortes desde que foi criado. Acontece que nessa estatística não se incluem os habitantes locais que já faleceram em consequência desta intolerável intromissão da indústria motorizada em terras africanas. Caso isso acontecesse os números seriam já bem mais redondos…
A realização do rali não só tem causado a morte de pessoas, como representa bem a arrogância europeia e a civilização do desperdício.
Face a este massacre há que exigir a supressão desta infeliz e triste operação publicitário-mediática das poderosas empresas automobilísticas.
Petição a pedir a supressão do rali Paris-Dakar ( ou Lisboa-Dakar, qualquer que seja o seu nome):
http://www.gopetition.com/online/7725.html
Petição a pedir a supressão do rali Paris-Dakar ( ou Lisboa-Dakar, qualquer que seja o seu nome):
http://www.gopetition.com/online/7725.html