A china regista presentemente um saldo positivo no seu comércio externo que não pára de aumentar. Este ano crescerá 50 % relativamente ao ano passado ( 2004) atingindo o valor de 48.000 milhões de dólares.
Mas há dados que importa divulgar, até para servirem de reflexão para uso caseiro. Na verdade, 50% das exportações chinesas procedem de empresas com capital estrangeiro, ou seja, são empresas resultantes de investimento estrangeiro ou muito simplesmente de empresas deslocalizadas de outros países que procuram a China para se instalarem por causa da inexistência e desrespeito pelos direitos laborais que caracteriza o capitalismo chinês.
Jornadas de trabalho com duração de 15 horas, semana de 7 dias de trabalho, baixo salários, obrigação de horas extra, remunerações em falta ou muito simplesmente não pagas, condições insalubres de trabalho, proibição de conversas, videovigilância, alojamento em dormitórios construídos nas instalações da própria empresa, retenção de documentos pessoais e limitação na circulação dos trabalhadores são realidades vulgares na China actual, especialmente entre os 140 milhões de emigrantes que deixaram as zonas rurais para virem trabalhar nas orlas industriais do litoral. Sem esquecer, evidentemente, a terminante proibição imposta pelo governo e Estado chinês na constituição de sindicatos independentes.
Li Qiang, que está à frente da «China Labour Wath», afirma: «A China está apostada numa política de crescimento económico independentemente dos custos humanos. Tem uma abundante oferta de mão de obra, cujos salários baixos são artificialmente mantidos e, num sistema em que as vidas são tão baratas, não surpreende que os lucros sejam elevados»