63 produtos químicos foram detectados nas recolhas de sangue de uma amostra de 13 famílias europeias, anunciou a WWF ( Fundo mundial para a Natureza).
Esta foi conclusão a que se chegou num estudo em que se procurava a presença no sangue de 107 produtos numa amostra de 13 famílias distribuídas pelos vários países da União Europeia. O estudo incidiu sobre 3 gerações dessas famílias.
Outra conclusão é a seguinte: a geração dos avôs(avós é a mais contaminada com uma média de 63 produtos químicos no sangue. A razão é que tais pessoas foram anteriormente expostas a produtos, cujo uso é hoje interdito nos países desenvolvidos. Aparecem depois as crianças mais jovens em cujo sangue foram encontrados 59 produtos, e por último surgem as respectivas mães em cuja sangue detectaram 49 substâncias químicas.
Os produtos químicos investigados, muitos dos quais se acumulam no organismo durante toda a vida, são suspeitos de ter efeitos cancerígenos e de afectar o funcionamento do aparelho de reprodução. Mas não há certezas absolutas, uma vez que em 100.000 produtos químicos à venda no mercado, apenas 3.000 foram estudados. Recorde-se, no entanto, que num relatório sobre a relação saúde-ambiente publicado em França no ano passado calcula-se que 7 a 20% dos cancros são imputáveis a factores ambientais.
O estudo realizado pela WWF insere-se na sua campanha contra os produtos tóxicos, lançada em 2003. A WWF empreendeu esta campanha para eliminar os produtos mais perigosos como o DDT, os PCBs ou as dioxinas., neutralizando a tempo os efeitos nocivos para as futuras gerações e a ameaça que o descontrole químico representa para a biodiversidade, especialmente os produtos químicos que produzem efeitos a nível endócrino, da bioacumulação e persistência no meio.
No ano passado a associação tinha publicado os resultados das análises ao sangue efectuadas a 39 deputados europeus e a 14 ministros da saúde. O objectivo é fazer com que seja adoptada uma regulamentação mais exigente e rigorosa sobre a matéria. Note-se que o projecto REACH sobre o registo, avaliação e autorização dos produtos químicos deve ser submetido ao Parlamento Europeu no próximo dia 14 de Novembro.