1.7.05

Habitam-me...

«Habitam-me um animal, uma flor e um deus, mergulhados em água e fogo. Ou, por outras palavras, comungo de uma multiplicidade de elementos, que o aspecto social não consegue esgotar, apesar da sua tentação tenaz de os anular. A sociedade exige que eu negue a minha natureza animal, vegetal, mineral e divina. Tal como pretende impedir que eu seja criança só porque já sou adulta, que eu também seja homem, uma vez que sou mulher. Aos meus mil rostos procura apôr uma máscara definitiva. A isso chama ela realização.
Confesso que uma sociedade destas não me interessa.»

Regina Louro, escritora e tradutora