A Ética da Terra é uma das várias perspectivas da ética ambiental que opera uma inversão entre o sujeito ético tradicional e o horizonte ético onde têm lugar as nossas acções. A compreensão do ser humano passa a ser perspectivada em função da Natureza enquanto totalidade de que ele faz parte. A Ética da Terra é uma ética ambiental não antropocêntrica que, contrariamente ao antropocentrismo ambientalista não fundamenta a responsabilidade ambiental nos interesses humanos.
Na ética ambiental antropocêntrica, o ambiente é considerado como uma vasta arena de recursos, cruciais para a sobrevivência da humanidade e respeitá-lo é, antes de mais, respeitar o Homem.
Do ponto de vista da Ética da Terra, a ética ambientalista antropocêntrica traduz uma visão utilitarista e prudencial da relação do Homem com a Natureza.
Diferentemente, a Ética da Terra é uma perspectiva não antropocêntrica que confere á Natureza a dimensão ética que lhe garante consideração moral e respeito.
Deste modo o imperativo segundo esta perspectiva passa a ser: só é bom aquilo que contribuir para preservar o equilíbrio integridade e a beleza da comunidade biótica.
A Ética da Terra alarga a esfera de consideração moral aos animais, ás plantas, aos solos, às águas, ao ar, e aumenta a nossa responsabilidade, na medida em que nos torna responsáveis, não apenas pela preservação dos recursos, mas também a sobrevivência (actual e futura) dos seres humanos.
Assim, a preservação de todas as formas de vida, dos recursos, equilíbrio e belezas naturais, deve ser garantida, independentemente da sua importância e utilidade para a vida humana, já que são um bem em si mesmo.