10.4.05

A Uma Bicicleta Desenhada na Cela (de Luís Veiga Leitão)

Nesta parede que me veste
da cabeça aos pés, inteira,
bem hajas, companheira,
as viagens que me deste.

Aqui,
onde o dia é mal nascido,
jamais me cansou
o rumo que deixou
o lápis proibido...

Bem haja a mão que te criou!

Olhos montados no teu selim
pedalei, atravessei
e viajei
para além de mim.

Noite de Pedra, Líricas Portuguesas, Portugália Editora, p. 222-223