A figura histórica de Jesus é um bom exemplo de como a história é apropriada pelo poder secular ( político) e religioso ( Igreja) de forma a esvaziá-la de todo e qualquer conteúdo subversivo.
Na verdade, a figura histórica de um homem chamado Jesus que, apesar de ser judeu, traiu os seus ( os Judeus) e apelava à resistência pacífica contra os invasores romanos e denunciava fortemente o conluio e a corrupção das elites judaicas e romanas lançou aquela sociedade em polvorosa.
A sua acção directa em expulsar os vendilhões que negociavam dentro do próprio templo constituiu um acto de terrorismo e de insubordinação face ao poder religioso dos Sumo-sacerdotes que não podia ser ignorado nem podia ser deixado impune pelo aparelho da justiça religiosa.
O crime de blasfémia – um dos crimes mais graves para a época - de que o acusaram constituiu o corolário lógico da reacção do poder político e religioso.
Ao crime de blasfémia correspondia a pena capital e a tortura máxima da crucificação.
Pudesse este exemplo iluminar as mentes cristãs belicistas assim como as mentes dos militares-cruzados da Coligação anglo-americana e de todos os Rambos que pululam hoje por esse mundo fora.
Infelizmente, a esperança é pouca.
A força da droga da TV - e das contínuas lavagens ao cérebro - é ainda muito forte e torna os telespectadores pouco mais que papagaios do poder militar-económico-político.
Deles não será com certeza o Reino dos Céus.