16.6.10

Festa da Pintura do Mural da História do Bairro da Relvinha (19 de Junho, a partir das 12h. no Bairro da Relvinha, Coimbra)

Há muitos anos atrás, deu-se início ao processo de autoconstrução do Bairro da Relvinha, em que houve uma intensa participação dos moradores do Bairro, que contaram com a colaboração de vários grupos que se solidarizaram com a sua luta, um grupo de estudantes de Medicina, grupos culturais, grupos de jovens voluntários estrangeiros, empresas e pessoas a título individual, que deram um contributo imenso.

É esta história que a Cooperativa Semearrelvinhas pretende recordar e recriar com a Festa da Pintura do Mural da História do Bairro da Relvinha a realizar no próximo sábado, dia 19 de Junho de 2010.

Durante o dia vai-se pintar um mural com a história do bairro da Relvinha e à noite o Rebimbómalho, Coro da Achada e a Tocata do GEFAC juntam-se aos vários grupos que se solidarizaram com o bairro na luta por condições condignas de habitabilidade nesta iniciativa que visa lembrar a história deste bairro.

Pelas 21,00 horas será dado início ao espectáculo :-Rebimbómalho;

Pleas 21,30 horas actuação do Coro da Achada;

Pelas 22,00 horas actuação do Grupo GEFAC.

História breve do bairro da Relvinha:
 Em 1954, 28 famílias foram desalojadas na zona da Estação Velha. Entre 1954 e 1974 estas famílias foram realojadas num bairro de barracas de madeira construído de raíz que procurava resolver de forma provisória a situação relativa à habitação destes moradores. As barracas de madeira, pouco tempo depois de serem estreadas, começaram a ter problemas de insalubridade. A pobreza e a fome marcavam a vida destes moradores. No final da década de 60 os moradores levam a cabo algumas acções radicais e criam uma comissão de moradores onde começam a discutir os problemas que os moradores enfrentavam, chegando a reivindicar junto da Câmara Municipal melhores condições de habitabilidade. Após 25 de Abril de 1974, com a adesão ao projecto SAAL, iniciou-se a construção de casas novas em auto-construção e substituiram-se as barracas de madeira, marcando o início de um novo tempo. Um tempo que é lembrado pelos moradores como um tempo denso em que está presente a “espoir”, conceito desenvolvido por Luísa Tiago Oliveira (2004) ao considerar que a “espoir” descrita por Malraux acerca da guerra civil espanhola se tratava de uma esperança idêntica à que se viveu e sentiu em Portugal nos dois ou três anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Neste processo de auto-construção houve uma intensa participação dos moradores do bairro da Relvinha. Os moradores, na execução da Operação SAAL da Relvinha, contaram com a colaboração de vários grupos que se solidarizaram com a luta destes moradores pelo direito a uma habitação condigna. Entre os mesmos, contam-se um grupo de estudantes de medicina, grupos culturais, grupos de jovens voluntários estrangeiros, empresas, pessoas a título individual que deram um contributo imenso para a consecução dos objectivos dos moradores.