27.4.08

Campanha contra a técnica de tortura usada pela CIA da simulação de afogamento

A Amnistia Internacional lançou agora uma campanha contra a «simulação de afogamento», técnica de tortura cujo uso pela CIA já foi confirmado pelos seus mais altos dirigentes, e que recentemente foi objecto de uma lei pela Cãmara de Representantes dos Estados Unidos que pretendia proibi-la. No entanto, Bush vetou a lei pelo que o seu uso e aplicação prossegue




O afogamento simulado e uma forma de tortura na qual a pessoa é deitada de costas e imobilizada, com a cabeça inclinada para trás (a chamada "posição de Trendelenburg"), e água é lançada sobre a face e para dentro das vias respiratórias. Por meio do sufocamento forçado e da inspiração de água, o torturado passa pelo processo de afogamento e é levado a acreditar que a sua morte é iminente. Diferentemente da prática de apenas submergir em água o rosto do torturado pela frente, o afogamento simulado provoca, quase que de imediato, o reflexo faríngeo.Embora nem sempre provoque danos físicos duradouros, o afogamento simulado inclui o risco de dor intensa, danos aos pulmões, dano cerebral causado pela falta de oxigênio, ferimentos (inclusive fraturas ósseas) causados quando o torturado se debate contra as amarras e até mesmo a morte.Os efeitos psicológicos podem perdurar por anos após o procedimento.
A técnica do afogamento simulado já era registrada em interrogatórios da Inquisição para obter informações, extrair confissões, punir e intimidar. É considerada tortura por uma variada gama de autoridades, inclusive juristas,políticos, veteranos de guerra, agentes de serviços de informações, juízes militares e organizações de direitos humanos. Em 2007, causaram escândalo nos Estados Unidos as notícias veículadas pela imprensa segundo as quais o Departamento de Justiça havia autorizado a prática, conhecida em inglês como waterboarding, e que a CIA havia submetido a afogamento simulado prisioneiros extrajudiciais