15.3.10

FATUM (poesia lusófona de mulheres dos países de língua portuguesa) - sessão em Montpellier pela companhia de teatro Amadis ( dia 18)


FATUM ( poèsie de femmes des pays de langue portugaise)
Fatum significa destino em latim, e foi o termo que deu origem a FADO
Quinta-feira, 18 de Março de 2010 às 21:00

Local : Salle Saint Ravy, place Saint Ravy - Montpellier


FATUM (Poesia lusófona de poetisas de países de língua portuguesa) em Montpellier

No Quadro do Printemps des Poètes que se realiza em França, a Companhia de teatro da Casa Amadis organiza uma sessão-perfomance dedicada às poetisas dos países lusófonos: música, performance, dança e declamação

Pela COMPANHIA AMADIS

Encenação de Ferdinand Fortes

Com: Marie Audrey Simoneau, Sara Jaleco, Alain Feral





www.facebook.com/?ref=home#!/casa.amadis

Casa Amadis, Espace Jacques I d'Aragon
117 rue des Etats Généraux
34000 Montpellier - France
tram : Rives du Lez

téléphones: 04 67 64 02 75 / 04 67 63 59 58
Tm : 06 28 29 89 77

Casa Amadis - Association lusophone
Bibliothèque Amadis
Compagnie Amadis Théâtre
Fest'AFilm - Festival de courts-métrages
Cours de Portugais
Diffusion des artistes et cultures lusophones
Radio :
www.divergence-fm.org

Mostra de filmes (dias 15 e 16 de Março) na sala-estúdio Latino no teatro Sá da Bandeira ( Porto)





Mostra de filmes na Variação da Cultura

2 SESSÕES ( dia 15 e 16 de Março às 21h45)

Local: Sala-Estúdio Latino no Teatro Sá-da Bandeira
Rua Sá da Bandeira , Porto


2ª Feira 15 de Março, 21h45 - O cinema aprende-se fazendo #1

6 filmes de fim de curso de estudantes da Escola Superior Artística do Porto:


Boneco de Fio - Rudi Navarro
Calcanhar Daqueles - André Verde
Não Tenho mas Arranjo - Catarina Pimentel
Punctum - Bárbara Villadelprat

3ª Feira 16 de Março, 21h45 - O mundo imagem a imagem

curtas-metragens de animação:


A Noite Cheirava Mal - Paulo D'alva
Carro Preto, Carro Branco - Paulo D'alva
Os Salteadores - Abi Feijó
A Meio da Noite - Fernando Saraiva
No Black - Ana Enes
The Stalker - Ana Enes
A Noite - Regina Pessoa
Obtuso - André English, Vasco Sá e David Doutel
?ORQUÊ - José Pinto e João Sousa
Power Off - Luís Pereira
Viela das Tripas/ Beco do Pedregulho/ Travessa das Almas - Janus
Jale Toilet Tale - João Rodrigues
Bibú - Vasco Sá


http://variacaodacultura.blogspot.com/



tel: 91 9917835

Celebração do equinócio da Primavera (20 de Março) no santuário rupestre da Pedra da Cabeleira, na aldeia de Chás, no Maciço dos Tambores, em Foz Côa





A AMALGAMA Companhia de Dança celebra o EQUINÓCIO DA PRIMAVERA em Templo Pré-Histórico, Lugar do Tambores, Chãs de Vila Nova de Foz Côa, com um espectáculo em honra à Mãe-Terra.


O Equinócio da Primavera - momento em que a Terra é iluminada pelo Sol de igual forma no hemisfério sul como no hemisfério norte - , vai ser celebrado, no dia 20 de Março, entre as 07.00 e as 07.30 da manhã, frente ao portal de um antigo santuário rupestre, em Chãs, conhecido por Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. pela Amalgama Companhia de dança, com momentos alusivos à estação mais florida do ano.


O cerimonial evocativo ocorre entre as 07:00 e as 07.30, no lugar dos Tambores, junto da localidade de Chãs, próximo a um antigo castro, onde existe um imponente megálito pré-histórico, com mais de quatro metros de altura, situado sobre a área de um vasto afloramento granítico - Relativamente próximo do núcleo das gravuras paleolíticas dos Piscos



O enorme penedo está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, proporcionando uma imagem invulgar


MATER, a mais recente criação da Amalgama, vai ser um dos motivos principais da celebração do Equinócio do Outono, Sábado, dia 20, frente ao portal de santuário rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, no maciço dos Tambores, arredores da Freguesia de Chãs.

O espectáculo insere-se no projecto CORPOS NA PEDRA, já foi apresentado em vários monumentos nacionais e tem como temática a Mãe, símbolo da fertilidade, da alquimia de toda a transformação, do nascimento e da renovação.



ESTÃO CONVIDADOS…

O convite é dirigido não só à população da aldeia e às gentes do concelho e redondezas, convidando-as a evocar as festas dos ciclos da natureza dos seus antepassados, fazendo com que as mesmas continuem a fazer parte do seu património cultural, como também a todos aqueles que se interessam pelo estudo e pesquisa do passado longínquo da História do Homem e das particularidades desta região, cheia de um passado riquíssimo, contribuindo com o seu testemunho e partilhando num acontecimento de rara beleza e significado. Se as condições atmosféricas o permitirem, a organização está confiante de que os participantes, poderão ali viver momentos de raro esplendor, alegria e misticismo, tal como, nos tempos idos, os seus antepassados, quando ali se reuniam para agradecerem às suas divindades ( em especial à Deusa-Mãe) os frutos que a terra lhes oferecia.


Mais informações: +351 919 443 462

http://amalgamando.blogspot.com/

http://ostemplosdosol.blogspot.com/

Passeio de burro por montes e vales do Nordeste Transmontano (26 a 28 de Março)


AEPGA vai realizar entre os dias 26 e 28 de Março, a VII Edição do Passeio de Burro "Por Tierras De L Rei" que terá início na vila de Sendim e passará por diversas aldeias transmontanas dos concelhos de Miranda do Douro e Vimioso.

A VII Edição do Passeio de Burro "Por Tierras De L Rei" contará com inúmeras intervenções culturais, a fraterna convivência quer seja ao longo das caminhadas ou nos momentos de repouso, e o reviver dos arraiais populares ao som de instrumentos musicais tradicionais.

Pretende-se com mais uma edição do “Por Tierras de l Rei” potenciar os valores culturais e naturais desta região, potenciando também a música tradicional através da actuação do grupo “KARROSEL”. Os “KARROSSEL”proporcionarão o arraial popular e num espírito de festa, propõem uma viagem pelo mundo da música tradicional, onde o público é convidado a participar, num rodopio de danças!

Convidámo-lo a vir comemorar connosco o início da Primavera na companhia do Burro de Miranda e contemplar as paisagens verdejantes do Planalto Mirandês, as suas aldeias e gentes tão peculiares. Delicie-se com a gastronomia local, enamore-se pela música tradicional e deixe-se levar pelas estórias antigas que lhe vão contar.

PROGRAMA

Sexta-feira, 26 de Março de 2010
Aldeia de Atenor (Miranda do Douro)

20h00 - Recepção dos participantes na Associação Cultural e Desportiva de Atenor (entre as 22h30 até 24h00)
21h30 – Arraial Tradicional

Sábado, 27 de Março de 2010
Vila de Sendim à aldeia de Atenor (Miranda do Douro)

09h00 - Concentração dos participantes no largo da Igreja de Sendim
10h00 - Início do Passeio de Burro entre a vila de Sendim e a aldeia de Atenor

13h00 – Almoço Campestre
14h30 – Sesta Burriqueira
"À volta da burroteca" - Burros, Livros e Música por Jorge Ribeiro

16h00 – Continuação do Passeio de Burro até à aldeia de Atenor
18h00 – Chegada à aldeia de Atenor

20h00 – Jantar-Convívio

21h30 – Concerto com “KARROSSEL” (http://www.myspace.com/karrossel)

“Do gosto pela DANÇA e pela MÚSICA, nascem na cidade do Porto os KARROSSEL em 2009. Fruto de recolha e pesquisa, ensinam danças tradicionais, essencialmente portuguesas, mas também do resto da Europa. Num espírito de festa, os KARROSSEL propõem uma viagem pelo mundo da música tradicional, onde o público é convidado a participar, num rodopio de danças!

Desde o Vira do Minho, o Fado Batido, até à Troika da Rússia, passando pela Bretanha, Roménia, Lituânia, e tantas outras culturas, regressando sempre a Portugal num diálogo constante com o público...os KARROSSEL põem todos a andar à roda!”

Domingo, 28 de Março 2010
Aldeias de Valcerto (Mogadouro) e Algoso (Vimioso)

10h00 - Concentração dos participantes em Valcerto
10h30 - Início do Passeio de Burro entre as aldeias de Valcerto e Algoso


13h00 - Almoço Campestre
15h00 - "Fantoches na Burroteca" por Jorge Ribeiro


16h30 - Conquista do Castelo de Algoso
17h30 – "CONTESTA COM TESTA" , concerto de Jorge Ribeiro (Local: Largo da Igreja, aldeia de Algoso)

Preços e inscrições:

Os poetas da Meia-Noite




No proximo dia 20 de Março, a Casa da Comédia , por sugestão de Catarina N. de Almeida, vai comemorar o dia Mundial da Poesia com um evento onde vão estar presentes os poetas Miguel-Manso; Filipa Leal; Vasco Gato;Catarina Nunes de Almeida; Ana Salomé e Hugo Milhanas Machado.

Segue em epigrafe alguns exemplos da obra de cada um deles..

Lá os esperamos!
A entrada é livre..
Reservas pelos numeros: 919175069 / 967767512.

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Último Cigarro

o vinho é branco a tarde cai o dia avança no vento
na boca acorda o último cigarro o poema segue o risco
a claríssima insuficiência

é este o incêndio da tarde o fim do almoço
a violência dos pássaros as crianças dormem a sesta
reclusas na sombra azul dos quartos

mãos sem sentido
arroz na folha de videira muro caiado de branco
e roseiras

gastronomias inexplicáveis contêm a vida e os pátios
aquela noite grega que não soubemos redigir
vespas bebendo da boca das torneiras

escrevo o poema que não lerás nunca
sobre a toalha de plástico da mesa suja
de azeite

a mão esquecida na vírgula acesa do cigarro
a minha solidão vincada a cotovelos no padrão da toalha
as crianças dormindo na

nitidez esquecida da telefonia

(Miguel-Manso, in "Contra a Manhã Burra", reeditado por Mariposa Azual)

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Os Que Não Viam
Na cidade, os que não viam
perguntavam: "Estás aí?"
mesmo quando não falavam
ao telefone.

E tudo era pausa
sem a nítida respiração
das coisas.
Tudo era ainda
à espera da voz, do som
natural ou improvável.
Tudo era antes de ser.

Havia também os que viam.
Mas esses, tragicamente,
perguntavam menos.

(Filipa Leal, in "A Cidade Líquida e Outras Texturas", Deriva Editores)

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SONATA

O violoncelo encosta a cabeça ao teu ombro
e é um lamento ainda vegetal que lhe sai do sangue
quando o arco rasga o ar, o silêncio, a mão.

Fechas e abres os olhos, há gente a escutar,
as paredes curvam-se e estalam, tudo é frágil,
e a partitura é sempre um pouco além do olhar.
Os dedos levitam sua dureza sobre as cordas,
estremeces amarrada à vertigem da tua
própria queda - nisto se ergue a música.

Também tu não possuis trastos, tacteias
interiormente em busca das notas particulares
e do movimento inspirado.

Há uma demorada e subtil alquimia nesta sala.

E o violoncelo é o imóvel instrumento
da tua trágica, suave aparição.

(Vasco Gato, in "IMO", Edições Quasi)

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A estrada entregava-se lenta aos pés
e as vozes recolhiam-se sempre mais até serem
um fio de prado um horto de lutos cristalizados:
da marcha líquida dos soldados
bebem as aves e as aveleiras.
Os homens desaguaram dentro dos homens
bailarinas alinhadas para o primeiro acto de amor.
Só o amor cheira a sangue só as cigarras
o perfume das espadas na ossatura dos campos
completam a primavera na vala comum.

(Catarina Nunes de Almeida, in "A Metamorfose das Plantas dos Pés", Deriva Editores)

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Ode ao amor entre pintores
Para o Egon.

é tão ruidoso aquele bater do vento nas mãos
é tão límpido também aquele cheiro nauseante da aguarrás
poderia dizer-te vem e vamos pegar fogo a esta casa
e mudamo-nos para aquele canto
pôr nas palavras o pastoso sabor da cor
e passar pelo corpo os pincéis e a língua de gato
embebedarmo-nos com terebentina tomarmos mescalina
e outras coisas felizes compradas na feira
nas radiantes tardes naquele estúdio pequeno em frente ao mar
é tão ruidosa a existência de alguma coisa que começa
as telas encaixotadas a caminho de Bombaim
vão todas a arder mas não faz mal
é tão límpida cada mancha nos teus dedos
poderia envolver-me nos braços em teu redor
perguntar-te queres café compor-te o cabelo
adormecer no seguimento do cigarro
enquanto pintavas a noite nas paredes

é tudo tão ruidoso tão repentino
que não houve tempo de escolher as cortinas
com outros cuidados desculpa
também elas se põem todas a arder mas não faz mal
poderia pedir-te que me dissesses um poema longo
perguntar-te queres café compor-te o cabelo
enquanto escrevias os meus braços nas paredes
com marteladas fundas mas delicadas

nas paredes daquele pequeno estúdio em frente ao mar
há um ruído muito nosso
que passa em todas as estações de rádio e ninguém ouve
em todas as gasolineiras e ninguém ouve
em todas as tribunas e ninguém ouve
ele cabe ali naquele caos naquele vislumbre
e também ele se põe todo a arder mas não faz mal

o teu corpo é uma luva onde entro quando entras
uma luva à prova da bala que arde violentamente
à nossa procura
na pequena galeria dos cristais de sangue
a poesia acontece disparar abrir fogo
e o universo, naquele pequeno estúdio em frente ao mar,
não precisa de um desenho para nascer
quando dizes estou aqui a sorrir
e pegas na minha mão para o passeio habitual
depois de vestirmos os casacos de lã.

(Ana Salomé, in "Odes", Canto Escuro)
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PRE!
O estádio ergue-se na maravilhosa
respiração da tua força
corres veloz
no pulmão do meu poema

na ponta dos dedos
o vínculo do teu ensinamento
no olímpico de Munique o animal eco
do teu desejo
no tartan

a tua morte permissão de todas as mortes
a tua derrota um hino o mais belo

e o teu sabor
e tudo reescrito
uma imagem que por aqui
se apoderava
e trazia sentido.

(Hugo Milhanas Machado, in "Clave do Mundo", Sombra do Amor)