31.5.08

Conversa sobre Poliamor e as relações não-monogâmicas ( 5 de Junho, na Crew Hassen, Lisboa)

Nota prévia: Não confundir Poliamor com Poligamia.
A poligamia, também conhecida como casament pural, consiste na relação de um homem com várias mulheres, e é uma extensão da monogamia. Por isso faz parte da tradição judaica-cristã.
Em contraste com isso, temos o movimento do poliamor, que emerge nos anos sessenta com os escritos de Robert Rimmer ( autor do livro Proposition 31 ) e Robert Hainlein ( autor da obra de ficção científica «Um estranho numa terra estranha») , e que nos remete para um relacionamento comunal, cooperativo e voluntário, de igualdade, baseado no amor livre (Free Love), abrangendo ainda o chamado casamento aberto.



CONVERSA SOBRE POLIAMOR
(5 de Junho às 20h30, na Crew Hassan, cooperativa cultural, Lisboa)
http://www.crewhassan.org/.

Não interessa se tens uma relação amorosa, nenhuma ou muitas.

Este encontro vai ser apenas uma troca de ideias sobre:

o poliamor,

a não monogamia responsável,

as relações não monogâmicas,

as relações múltiplas

a crítica à monogamia,

a cultura galdéria,

e muito mais ...


Organizam:
Poly-Portugal (http://www.poliamor.pt.to/)
e Panteras Rosa (
http://www.panterasrosa.blogspot.com/)



Consultar:




Poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo facto de ter essa possibilidade sempre em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente.

O Poliamor pressupõe uma total honestidade no seio da relação. Não se trata de enganar nem magoar ninguém. Tem como princípio que todas as pessoas envolvidas estão a par da situação e se sentem confortáveis com ela.

Difere de outras formas de não-monogamia pelo facto de aceitar a afectividade em relação a mais do que uma pessoa. Tal como o próprio nome indica, poliamor significa muitos amores, ou seja, a possibilidade de amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Chamar-lhe amor, paixão, desejo, atracção, ou carinho, é apenas uma questão de terminologia. A ideia principal é admitir essa variedade de sentimentos que se desenvolvem em relação a várias pessoas, e que vão para além da mera relação sexual.

O Poliamor aceita como facto evidente que todas as pessoas têm sentimentos em relação a outras que as rodeiam. E que isto não põe necessariamente em causa sentimentos ou relações anteriores. Aliás, o ciúme não tem lugar neste tipo de relação. Primeiro porque nenhuma relação está posta em causa pela mera existência de outra, mas sim pela sua própria capacidade de se manter ou não. Segundo, porque a principal causa do ciúme, a insegurança, é praticamente eliminada, já que a abertura é total. Não havendo consequências restritivas para um comportamento, deixa de haver razão para esconder seja o que for. Cada pessoa tem o domínio total da situação, e a liberdade para fazer escolhas a qualquer momento.



Links:

http://www.wikipedia.org/wiki/Polyamory
Excelente definição de Polyamory, abordando vários aspectos: terminologia, símbolos do poliamor, formas, questões legais, valores, paternidade, conceitos relacionados,...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Poliamor
Artigo sobre Poliamor na Wikipedia em língua portuguesa. Entrada mais pequena, mas com alguns conteúdos diferentes.

http://www.xeromag.com/fvpoly.html
Polyamory? What? Why? How? Página muito completa, com conteúdos muito interessantes, FAQs muito pertinentes, mitos acerca do Poliamor, conselhos, etc. A não perder. Vale a pena ler com atenção.

http://www.polyamorysociety.org
Um dos mais importantes e completos sites sobre o tema. Criado em 1992 por Jennifer Wesp, reúne uma vasta comunidade nos EUA e em todo o mundo.

http://www.polyamory.org
Outro site de referência no mundo do Poliamor. Muitos textos, opiniões, histórias, testemunhos, etc. Muito completo, embora com um design pouco apelativo.

http://laundrylst.blogspot.com
Blog sobre poliamor e muito mais: “Every blog is a laundry list: a collection of self obsessed writings with little interest to the rest of the world. Escreve-se aqui principalmente sobre poliamor/ polyamory, mas também sobre liberdade, glbt, diy, criatividade quotidiana e utopias definitivamente possiveis”

http://groups.yahoo.com/poly_portugal
Polyamory Portugal. Grupo de discussão em português.
“Esta é a página para discussão de polyamory e, em geral, sobre 'não monogamia responsável' em Portugal! Sejam bem vindos!”.

http://www.polyandproud.com
Site lançado na Primavera de 2003, com um ar muito jovial e lúdico. Mantido por Karawynn Long and Jak Koke, um casal de Seattle, com um vasto "currículo" na matéria.

http://www.lovemore.com
Site da revista Loving More, dedicada a relações não monogâmicas. É a expressão da organização americana com o mesmo nome, que promove conferências e várias actividades por todo o país. Um artigo interessante sobre um desses eventos está disponível aqui.

http://www.polychromatic.com
Listagem de livros relacionados de alguma forma com o tema do Poliamor, com resumo e comentários para cada um. Site muito interessante e bem estruturado, com um aspecto muito agradável. A não perder também a definição de Poliamor, em What the heck is Polyamory?

http://www.tamera.org
Site da comunidade Tamêra, situada no Alentejo, Portugal. Tendo em vista a paz global, desenvolve várias actividades interessantes. Entre muitas coisas importantes, defende "um amor sem ciúmes, sexualidade sem medo, alegria antecipada sem o medo secreto da impotência, uma fidelidade que não se desmorona por causa de 'escapadelas', duração no amor e novos caminhos à parceria".

http://www.polymatchmaker.com
Encontros e desencontros num site vocacionado especialmente para o poliamor, mas onde se pode encontrar vários tipos de relação. "Love is never wrong". Pena que o número de membros portugueses se conte pelos dedos de uma mão.

http://www.soulrebels.com/beth/poly.html
Página pessoal, Beth's Polyamory Page, com respostas a FAQs, listagens de livros e filmes sobre o tema.

http://ropi.net/aul
Site com bastante informação, mas com uma apresentação um pouco difícil de decifrar. No entanto, vale a pena o esforço de ler algumas coisas, porque o conteúdo é bom.

http://www.unmarried.org
Site da organização Alternatives to Marriage Project, que defende os direitos das pessoas que por opção ou por impossibilidade, não são casadas. Isto abrange casais que vivem juntos antes de casar, ou que não pensam sequer vir a fazê-lo, homossexuais, bem como outros modelos alternativos de relação, em que estão envolvidas mais do que duas pessoas

" The only safeguard against authority and rigidity setting-in is a playful attitude."
Raoul Vaneigem.



Livros sobre Poliamor:

Polyamory: The New Love Without Limits: Secrets of Sustainable Intimate Relationships, by Deborah M. Anapol

The Ethical Slut; A Guide to Infinite Sexual Possibilities, by Dossie Easton & Catherine A. Liszt
The Myth of Monogamy, by David P. Barash & Judith Eve Lipton

Polyamory: Roadmaps for the Clueless & Hopeful, by Anthony D. Ravenscroft

Three in Love : Menages a Trois from Ancient to Modern Times, by Michael Foster, Letha Hadady, & Barbara M. Foster

The New Intimacy: Open-Ended Marriage and Alternative Lifestyles, by Ronald M. Mazur

The Premar Experiments, by Robert Rimmer

Stranger in a Strange Land, by Robert Heinlein



2008 WORLD POLYAMORY CONFERENCE
SEPTEMBER 12-14, 2008
HARBIN HOT SPRINGS, CALIFORNIA

http://www.worldpolyamoryassociation.org/

Boicote total e ilimitado aos postos de combustível ! Não à especulação e aos lucros astronómicos das petrolíferas! Muda o teu estilo de vida !




Vamos todos juntos boicotar os postos da GALP, BP, REPSOL e outras empresas que continuam a impôr preços especulativos…. e a maximizar os seus lucros…

A Galp, que é uma empresa privada ( foi privatizada pelo PSD e PS), o que significa que o seu móbil de actuação é a maximização dos seus lucros, teve 777 milhões de euros de lucro líquidos, só no primeiro trimestre de 2008, e pelo caminho que os preços levam os seus lucros vão crescer exponencialmente ao longo deste ano...

É preciso obrigar os distribuidores como a Galp, a Repsol ou a BP a diminuir as suas margens de lucro.


Mudemos o nosso estilo de vida com meios de transporte alternativos (bicicleta, comboio, transportes colectivos)

Um dia de boicote representará uma quebra nas vendas da petrolífera portuguesa de 13 milhões de euros, tendo em conta que as vendas médias por posto são de cerca de 3,1 milhões de metros cúbicos,

Por dia, são cerca de 5 mil empresas e 250 a 300 mil pessoas que abastecem nas estações de serviço daquela petrolífera.

Vamos todos afixar um cartaz, panfleto, onde se promova o bocoite dos postos da GALP, BP, REPSOL, na porta do prédio, paragem de autocarro, bicicleta, varanda,....


Importamos 14 milhões de euros por dia em petróleo e refinados

Segundo a DGEE, Portugal importou em termos líquidos em 2007 cerca de 5 mil milhões de euros em petróleo e refinados (livres de impostos), ou seja 14 milhões de euros por dia. E isto foi no ano passado, quando o famoso Brent custou em média 52,7€. Neste preciso momento está a 84€, o que dá para imaginar quanto vai subir este custo em 2008.

São 14 milhões que todos os dias saem do país porque nas últimas décadas apostámos
exclusivamente no automóvel.

14 milhões porque construímos 2000 km de auto-estradas e outros tantos de IPs e ICs,
enquanto destruíamos a ferrovia e descurávamos os transportes públicos.

14 milhões porque as nossas cidades estão pensadas para quem anda de automóvel, e desprezam os outros modos bem mais poupadores de energia.

14 milhões porque queimar combustível dentro do carro dá status na nossa sociedade... e quanto mais eles queimam, mais status dão.

Links:

http://www.boicote.pt.vu/

http://boicotemarcas.blogspot.com/

http://www.maisgasolina.com/

http://blog.maisgasolina.com/


Vamos todos afixar um cartaz, panfleto, onde se promova o bocoite dos postos da GALP, BP, REPSOL, na porta do prédio, paragem de autocarro, bicicleta, varanda,....





A GALP foi privatizada pelos governos do PSD e do PS. Em Dez. 2003 foram liberalizados os preços dos combustíveis em Portugal pelo governo PSD/CDS.

A razões apresentadas pelos então governo é que isso iria determinar o aumento da concorrência, com a consequente descida dos preços. No entanto, o que sucedeu foi precisamente o contrário. Entre 2.1.2004 e 22.5.2008, o preço da gasolina 95 aumentou 57,3%; o do gasóleo rodoviário 102,7%; e o do gasóleo de aquecimento mais de 138,1%.




Aproveitando a especulação, a GALP cobrou preços excessivos e obteve 69 milhões de euros de lucros extraordinários em 3 meses, o triplo de 2007


A GALP acabou de apresentar publicamente as contas referentes ao 1º Trimestre de 2008. E por elas ficamos a saber que esta petrolífera obteve, só no 1º Trimestre de 2008, 175 milhões de euros de lucros líquidos, ou seja, mais 22,4% do que em idêntico período de 2007. E isto quando são exigidos tantos sacrifícios aos portugueses.

Mas ainda mais grave, é que 69 milhões de euros desses lucros – que é o triplo do valor registado em 2007 (+228,6%), que foi de 21 milhões de euros –, resultaram da especulação do preço do petróleo no mercado internacional, de que a GALP e as outras petrolíferas se aproveitam para cobrarem aos portugueses preços de venda nos combustíveis excessivos e escandalosos.

E isso resulta de um estranho sistema de cálculo dos preços de venda dos combustíveis aos portugueses, que não se baseia nos custos efectivos suportados pela empresa, mas que tira partido directo da especulação do petróleo no mercado internacional, que é urgente alterar pois, caso contrário, como a especulação vai continuar, os portugueses serão obrigados a alimentar os lucros das petrolíferas resultantes dessa especulação.

Esse sistema de cálculo dos preços de venda dos combustíveis, diferente do adoptado pela generalidade das empresas, é utilizado pelas petrolíferas, perante a passividade, para não dizer mesmo a conivência, do governo e da Autoridade da Concorrência.

Para calcular os preços de venda dos combustíveis, as petrolíferas recolhem os valores dos preços dos produtos refinados (gasolina, gasóleo, etc.) no mercado de Roterdão em cada semana, depois calculam a média em relação a cada produto, e é o valor assim obtido para cada um dos produtos que é o preço, sem impostos, a que vendem os combustíveis em Portugal. É evidente que esse preço de Roterdão, que não é determinado pelos custos suportados pelas petrolíferas portuguesas, incorpora a especulação que se verifica todos os dias no mercado internacional do petróleo, determinada pela entrada maciça dos fundos de investimento nesse mercado, com o objectivo de, controlando a oferta, como estão a fazer, imporem preços especulativos e, consequentemente, embolsarem gigantes lucros (o que está a suceder).

Portanto, as petrolíferas em Portugal aproveitam-se da especulação no mercado internacional do petróleo para cobrar pelos combustíveis preços aos portugueses muito superiores aos custos que têm de suportar, utilizando um esquema privilegiado de cálculo dos preços.

É urgente que o governo e a Autoridade da Concorrência ponham cobro a este lucro especulativo das petrolíferas – que resulta do aproveitamento que elas estão a fazer da especulação que se verifica nos mercados internacionais – alterando o sistema de cálculo dos preços de venda dos combustíveis, excluindo a especulação.

Os preços de Roterdão devem funcionar apenas como limite máximo, para obrigar as petrolíferas a serem eficientes em relação aos preços podem cobrar pela venda dos combustíveis em Portugal. No entanto, o cálculo dos preços deverá respeitar o que a generalidade das empresas são obrigadas fazer, ou seja, cobrir os seus custos efectivos e adicionar uma margem decente de lucro.

Em Maio de 2008, os preços dos combustíveis em Portugal, quer se inclua ou não impostos (e ainda não se considera os últimos aumentos), eram superiores aos cobrados na maioria dos países da União Europeia.

Assim, o preço sem impostos do gasóleo em Portugal era superior em 2% ao preço médio do gasóleo na União Europeia, e o da gasolina, também sem impostos, era em Portugal superior ao preço médio da União Europeia em +2,4%. Considerando preços com impostos, o preço do gasóleo em Portugal era inferior ao preço médio da U.E. em –0,1%, mas o da gasolina era já superior ao preço médio da União Europeia em +5,2%. Se a análise for feita por países, conclui-se que na Áustria, na Irlanda, na França, na Suécia, na Alemanha, na Dinamarca, na Finlândia e na Inglaterra, o preço do gasóleo sem impostos era inferior ao preço cobrado pelas petrolíferas em Portugal. Na Áustria, na Irlanda, na França, na Suécia, na Alemanha, na Dinamarca, na Finlândia e na Inglaterra, o preço da gasolina sem impostos era também inferior ao cobrado pelas petrolíferas em Portugal. É um autêntico escândalo, pois, com remunerações por ex., as petrolíferas em Portugal têm custos inferiores aos suportados pelas empresas desses países (menos de metade).

A GALP foi privatizada pelos governos do PSD e do PS. Em Dez. 2003 foram liberalizados os preços dos combustíveis em Portugal pelo governo PSD/CDS.

A razões apresentadas pelos então governo é que isso iria determinar o aumento da concorrência, com a consequente descida dos preços. No entanto, o que sucedeu foi precisamente o contrário. Entre 2.1.2004 e 22.5.2008, o preço da gasolina 95 aumentou 57,3%; o do gasóleo rodoviário 102,7%; e o do gasóleo de aquecimento mais de 138,1%.

Durante o mesmo período, os rendimentos da esmagadora maioria dos portugueses aumentaram menos de 15%. Isto tem-se verificado perante a passividade, para não dizer mesmo a conivência do governo e da Autoridade da Concorrência. Ambos preparam-se agora para branquear o comportamento das petrolíferas, pois é de esperar que pretendam fazer passar como “natural” a actuação destas empresas, dizendo que elas adoptam «o sistema de conformação de preços adoptado a nível internacional», como já veio dizer o presidente da GALP, que exige a baixa dos impostos, para assim poder manter os seus elevados lucros.


Eugénio Rosa
Texto completo em:

Como Charles Boycott ajudou involuntariamente a criar o verbo boicotar e o método de acção directa do boicote




Charles Cunningham Boycott (12 de Março de 1832 — 19 de Junho de 1897) foi um militar britânico e um Agente de Terras de um nobre inglês, grande proprietário de terras na Irlanda, mais concretamente em Lough Mask no condado de Mayo, contra o qual foi lançada a primeira campanha de boicote registada na história. Uma campanha de ostracização pelos trabalhadores agrícolas locais que o levou à ruína e ao seu regresso à Inglaterra por motivo de ter recusado a melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores rurais. Dessa campanha nasceu o verbo inglês Boycott, que significa colocar em ostracismo, e que originou por sua vez a palavra portuguesa boicote.

Charles Boycott nasceu em Norfolk, em 1832.A partir de 1850 serve o Exército Britânico no 39º regimento de Infantaria, Depois de se demitir do Exército, parte em 1872 para a Irlanda a fim de lá trabalhar como Agente de Terras ao serviço de Lorde Erne (John Crichton, 3o Earl Erne), grande latifundiário local. Boycott tinha também as suas próprias terras. A dada altura, os camponeses locais pedem-lhe uma redução das suas rendas. Boycott recusa e inicia processos de despejo.

É perante esta atitude que, em 1880, os trabalhadores locais, liderados por Michael Davitt, decidem abandonar as colheitas na propriedade de Lorde Erne. O movimento fazia parte da campanha da Liga Irlandesa da Terra, dirigida por Charles Stewart Parnell, para proteger os rendeiros da exploração a que são submetidos, assegurando uma renda justa, a garantia de emprego e o direito de venda livre, segundo os lemas conhecidos pelos três efes: "Three Fs" (fair rent, fixity of tenure and free sale)

Quando Charles Boycott tentou contrariar essa campanha dos rendeiros agrícolas, a Liga da Terra lançou um movimento para o isolar da comunidade local. Decidiram então que:
• Os vizinhos não lhe falariam.
• As lojas não lhe serviriam.
• Na igreja, não lhe falariam nem não se sentariam perto dele.

A campanha contra Boycott tornou-se famosa na imprensa britânica: os jornais ingleses enviaram correspondentes ao oeste de Irlanda, chamando a atenção para o que consideravam como vitimização de um empregado de um Lorde no reino pelos camponeses irlandeses.

Foi então que cinquenta "Orangemen", membros da organização protestante irlandesa "Orange Order", do Condado de Cavan viajaram à propriedade do Lorde Erne com o fim de salvar a colheita. Um regimento de 1.000 homens da organização policial "Royal Irish Constabulary" foi igualmente enviado para proteger as plantações. O certo é que todo este episódio custou ao governo britânico cerca de 10.000 Libras, para proteger as 350 Libras que valeriam a colheita de batatas, segundo a estimativa feita por Boycott.

Face a todo esta pressão, Boycott decide deixar a Irlanda no dia 1 de Dezembro de 1880, tendo o seu nome sido imortalizado com a criação do verbo "boicotar", que significa "colocar em ostracismo".

Boicotar transformou-se num método da desobediência civil e da política de não-violência.
Foi praticado, entre outros: por Mahatma Gandhi; e pelos activistas das campanhas pelos direitos civis nos Estados Unidos e na Irlanda do Norte realizadas na década de 1960

Em 1947 a história do capitão Boycott foi tema do filme "Captain Boycott".

Referências bibliográficas:
• Marlow, Joyce "Captain Boycott and the Irish", London, 1973
• Moody, Theodore W. "Davitt and Irish revolution", Oxford, 1981
• Tebrake, J. K. "Irish peasant women in revolt. The Land League years", in: "Irish Historical Studies 28" (1992), S. 63-80


Adaptação livre para português de um texto retirado da Wikipedia

Hoje realiza-se em Roma a Massa Crítica Interplanetária


Hoje, dia 31 de Maio, realiza-se em Roma uma manifestação pública a que se designou por Massa Crítica Interplanetária (Critical Mass ou Ciemmona, literamente “Grande Massa Crítica”). Trata-se já da sua 5ª edição ( a anterior realizou-se no ano passado) e o seu objectivo é reunir num ambiente festivo e colorido milhares de ciclistas provenientes dos quatro cantos do mundo

A Ciemmona ( (Massa Crítica Interplanetária) nasceu do desejo dos elementos participantes da Massa Crítica de Roma em partilharem esse momento de alegria e de consciência colectiva com os paticipantes de outras Massas Críticas, quer sejam italianas ou não. A primeira edição decorreu em 2004 tendo reunido mais de 4.000 ciclistas determinados a reivindicar o espaço público e a rua, demonstrando pelos factos que os carros se tornaram uma solução obsoleta.






28.5.08

Relatório Anual 2008 da Amnistia Internacional: a situação de Direitos Humanos no mundo = 60 anos de fracassos

Para ler o Relatório Anual da Amnistia Internacional de 2008:




A Amnistia Internacional desafiou hoje os líderes mundiais a pedirem desculpa por seis décadas de fracassos em matéria de direitos humanos e a voltarem a assumir o compromisso de fazer melhorias concretas.

"As zonas mais críticas para os direitos humanos exigem uma acção imediata como é o caso do Darfur, do Zimbabué, de Gaza, do Iraque e do Myanmar", afirmou Irene Khan, secretária-geral da organização, no lançamento do relatório de 2008 da Amnistia Internacional: o estado dos direitos humanos no mundo.

"Injustiça, desigualdade e impunidade são as marcas do mundo de hoje. Os governos devem agir agora para diminuir a distância que separa as suas promessas do seu desempenho”.

O relatório de 2008 da Amnistia Internacional mostra que, 60 anos depois da Declaração Universal dos Direitos Humanos ter sido adoptada pelas Nações Unidas, as pessoas ainda são torturadas ou maltratadas em pelo menos 81 países, enfrentam julgamentos injustos em, pelo menos, 54 países e são proibidas de se expressar livremente em, pelo menos, 77 países.

"O ano de 2007 caracterizou-se pela impotência dos governos ocidentais e pela ambivalência ou relutância das potências emergentes para enfrentar algumas das piores crises de direitos humanos do mundo, desde os conflitos enraizados até às crescentes desigualdades que estão a deixar milhões de pessoas para trás", afirmou Irene Khan.

A Amnistia Internacional alerta para a maior ameaça ao futuro dos direitos humanos que é a ausência de uma visão partilhada e de uma liderança colectiva.

"O ano de 2008 apresenta oportunidades sem precedentes para que os novos líderes que estão a assumir o poder e para que os países que estão a emergir no cenário mundial tomem um rumo novo e rejeitem as políticas e as práticas míopes que ultimamente têm feito do mundo um lugar mais perigoso e mais dividido", declarou a secretária-geral.

A Amnistia Internacional desafia os governos a criarem um novo paradigma de liderança colectiva baseada nos princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

"Os mais poderosos devem liderar com exemplos", afirmou Irene Khan.

- A China deve cumprir as promessas que fez em torno dos Jogos Olímpicos, permitindo a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa e acabando com a "reeducação pelo trabalho".

- Os Estados Unidos devem fechar o campo de detenção de Guantánamo e os centros de detenção secretos. Devem julgar os seus detidos segundo as normas e padrões internacionais para julgamentos justos ou, então, libertá-los; devem ainda rejeitar, de modo inequívoco, o uso da tortura e dos maus-tratos.

- A Rússia deve mostrar maior tolerância com as divergências políticas e não deve ser tolerante com a impunidade para os abusos de direitos humanos cometidos na Chechénia.

- A União Europeia deve investigar a cumplicidade de seus Estados-membros com as transferências extrajudiciais (rendições) de pessoas suspeitas de terrorismo e deve estabelecer para seus próprios membros os mesmos critérios de direitos humanos que estabelece para outros países.

A secretária-geral faz um alerta: "Os líderes mundiais estão em estado de negação, mas a sua inércia tem elevados custos. Como bem demonstram o Iraque e o Afeganistão, os problemas de direitos humanos não são tragédias isoladas, mas são como vírus, que podem infectar e espalhar-se rapidamente, tornando-se um risco para todos nós”.

"Os governos devem mostrar hoje o mesmo grau de visão, de coragem e de compromisso que levou as Nações Unidas a adoptar a Declaração Universal dos Direitos Humanos há sessenta anos atrás”.

"Há um movimento crescente por parte das pessoas exigindo justiça, liberdade e igualdade”.

Entre as imagens que mais marcaram 2007, estão os monges no Myanmar, os advogados no Paquistão e as mulheres activistas no Irão.

"As populações inquietas e indignadas não permanecerão silenciosas, e se os líderes mundiais as ignorarem, não será bom para eles.", declarou Irene Khan.

http://www.amnistia-internacional.pt/

http://www.amnesty.org/

Roberto Freire (1927 - 23 de Maio de 2008) criador da Somaterapia


No dia 23 de maio de 2008, morreu Roberto Freire, escritor brasileiro, médico, criador da Somaterapia e activista libetário.
Roberto Freire foi um médico e psiquiatra, que esteve envolvido na luta contra a ditadura militar, conhecido por ser o criador de uma nova e heterodoxa técnica terapêutica denominada Soma, uma terapia que cruzava ideias de W. Reich com uma perspectiva libertária e anti-autoritária.

Entre suas obras literárias mais importantes figuram: Cléo e Daniel, um livro que marcou uma geração no Brasil e que foi levada ao cinema e ainda: Sem entrada e sem mais nada, Coiote e os ensaios Utopia e Paixão, Sem Tesão Não Há Solução e Ame e dê Vexame.
Cléo e Daniel é uma história que foi levada ao cinema, com Myriam Muniz, Sônia Braga e John Herbert, entre outros).
Em 2003 lançou a autobiografia "Eu é um outro".





A Soma foi criada pelo escritor Roberto Freire no início dos anos 70 como uma terapia corporal e em grupo, baseada nas pesquisas do austríaco Wilhelm Reich. Buscando o desbloqueio da criatividade, os exercícios da Soma abordam a relação corpo e emoções presentes na obra de Reich, os conceitos de organização vital da Gestalterapia, os estudos sobre a comunicação humana da Antipsiquiatria e a arte-luta da Capoeira Angola. Os grupos de Soma duram um ano e meio, com encontros periódicos (quatro vivências por mês). Esta convivência possibilita a construção de uma dinâmica de grupo, onde o referencial ético é o Anarquismo. Esta é a maior originalidade da Soma: terapia como pedagogia política, onde o prazer e a liberdade são a saúde que combate a neurose capitalista da sociedade globalizada.
A Soma, enquanto terapia com uma ética anarquista, procura entender o comportamento político humano em sociedade a partir do cotidiano das pessoas. São as micro-relações que produzem o germe do autoritarismo social, num jogo de poder e sacrifício onde valores capitalistas como a propriedade privada, a competição, o lucro e a exploração já não devem ser tratadas apenas como questões de mercado e ideologia. É inegável a influência destes valores sobre áreas vitais das relações sociais, como no amor, por exemplo, onde sentimentos (ciúmes, posse, insegurança) e situações (competição, traição, mentiras) parecem reproduzir no micro-social todos os ranços e saldos do autoritarismo de Governos e Estados. Para a Soma, portanto, a política começa no cotidiano.

Apenas o racional e o lógico tornam-se insuficientes para compreender a imensa teia de controles impostos socialmente e seu impacto sobre a individualidade. É justamente este o grande paradoxo: como escapar das relações hierárquicas e autoritárias com os sentimentos e todas suas extensões emocionais contaminadas por algo que foge do campo das idéias, do pensamento. Este "algo mais", para além da razão, já foi objeto de estudos de filósofos e psicólogos e podemos chamar aqui de inconsciente, as motivações e estímulos, muitas vezes contraditórios, que extrapolam a racionalidade objetiva. O fato de se acreditar numa visão de mundo, numa ideologia, não basta para ter um comportamento libertário no amor, na família, nas relações afetivas. Infelizmente, parece mais fácil tentar ser livre fora de casa, longe da privacidade e exilado do corpo.

Foram estes questionamentos que levaram a criação da Soma, no início dos anos 70. Roberto Freire, militante clandestino lutando contra a ditadura militar, não encontrava na Psicanálise, metodologia que se formou e depois abandonou por divergências ideológicas, e na Psicologia tradicional, ferramentas necessárias para ajudar os conflitos emocionais e psicológicos de seus companheiros de luta que o procuravam buscando auxilio. Foi então buscar as pesquisas de um cientista renegado pelo meio acadêmico, o dissidente mais radical da Psicanálise: Wilhelm Reich. A partir daí, criou uma técnica terapêutica corporal e em grupo.

A Soma nasceu de uma pesquisa sobre o desbloqueio da criatividade, realizada no Centro de Estudos Macunaíma. Através de exercícios teatrais, jogos lúdicos e de sensibilização, Roberto Freire foi criando uma série de vivências que possibilitavam uma rica descoberta sobre o comportamento, suas infinitas e singulares diferenças. Perceber como o corpo reage diante de situações comuns no cotidiano das relações humanas, como a agressividade, a comunicação, a sensualidade, e sua associação com os sentimentos e emoções, permite um resgate daquilo que nos diferencia enquanto individualidade, para criar um jeito novo, a originalidade contra a massificação.

Assim, a Soma se construiu como um processo terapêutico com conteúdo ideológico explícito, o Anarquismo. A terapia tem tempo determinado (cerca de um ano e meio), para evitar a dependência terapeuta/cliente, e é realizada em sessões de três horas cada (são quatro por mês) em vivências com exercícios corporais ou dinâmicas de grupo. Depois de cada vivência, o grupo realiza a leitura da sessão, procurando verbalizar as sensações e percepções produzidas pelo exercício/dinâmica. A leitura pode ser tanto sobre si mesmo como sobre algum companheiro de grupo e é nesta etapa que o participante da Soma começa a produzir sua autonomia terapêutica, desenvolvendo um olhar e uma compreensão maior, a partir do corpo, sobre as atitudes e comportamentos políticos no cotidiano.
http://www.somaterapia.com.br/

Universidade Itinerante do Mar (ainda estão abertas inscrições até 30 de Maio)


A Universidade Itinerante do Mar é um programa que visa a promoção da identidade marítima dos estudantes portugueses e espanhóis de várias origens, através do contacto com o mar e com o conhecimento sobre as suas potencialidades, actividades e cultura.

Esta iniciativa teve a sua primeira edição em 2006 e tem também como objectivo levar os estudantes a descobrir o valor do trabalho em equipa e a partilha de dificuldades e de projectos, enquanto participam em todas as tarefas da navegação e visitam diferentes portos.

Este ano o programa destina-se a estudantes universitários e pré-universitários de diferentes cursos e licenciaturas provenientes principalmente das Universidades do Porto, Aveiro e de Oviedo e do Ensino Secundário. Oferece três cursos entre os dias 30 de Junho e 26 de Julho de 2008 que no seu conjunto abrangem 126 estudantes portugueses e espanhóis.

O programa será composto por diferentes momentos de formação em terra e a bordo do Navio de Treino de Mar (NTM) CREOULA e será organizado em torno de três cursos com 42 estudantes cada, sendo o tema específico de formação a “Energia, Ambiente & Mar” com ênfase na implicação das questões da energia no desenvolvimento sustentado e o mar como fonte de energia e rota de transporte.

O primeiro curso terá início na Universidade de Oviedo (Espanha) e seguirá, após embarque em Avilés, rumo a Gijón (Espanha) e a Rouen (França). O segundo curso terá início em Rouen (França) e seguirá rumo a Ferrol (Espanha). O terceiro curso inicia-se em Ferrol (Espanha) e seguirá rumo a Aveiro (Portugal) e Lisboa (Portugal).

Informação sobre o programa, condições de candidatura e pagamento:

www.cimar.org/UnivItinerante_2008.htm



Curso I - 30 de Junho a 11 de Julho de 2008
Curso II - 11 a 20 de Julho 2008
Curso III - 20 a 26 de Julho de 2008




Brochura


Normas gerais de embarque


Questionário Médico


Ficha de Inscrição

Novo blogue de caricaturas de crítica social. Altamente recomendável.



Retirado do blogue, de que se recomenda a leitura regular:

http://quedizopivo.blogspot.com/

Massa Critica na próxima Sexta-feira ( dia 30) em Aveiro, Coimbra, Lisboa e Porto




Farto dos aumentos dos combustíveis? Anda de bicicleta!

A Massa Crítica (Bicicletada) é um passeio no meio da cidade feito em transportes não poluentes. Realiza-se sempre na última sexta-feira de cada mês às 18h00, partindo de um local pré-determinado.

As MC também são conhecidas nos países lusófonos como bicicletadas porque a maioria dos participantes desloca-se em bicicleta. O termo Massa Crítica é mais apropriado porque encoraja-se a participação de pessoas que se deslocam de outras formas não-poluentes: patins, skate, trotinete, etc.

Para lá das motivações pessoais de cada participante, a MC é uma coincidência organizada de cidadãos unidos pelo interesse em celebrar formas de transporte não poluentes e mais sustentáveis a longo prazo do que o automóvel ou outros veículos dependentes de energias não renováveis.

Hora: 18h00

* Aveiro - Início de encontro na Praça Melo Freitas (perto do Rossio)

* Coimbra - Concentração no Largo da Portagem, junto à estátua do Mata Frades.

* Lisboa - Concentração na Marquês Pombal, no início do Parque Eduardo VII.

* Porto - Concentração na Praça dos Leões.


http://www.massacriticapt.net/




Massa Crítica em Portugal

A primeira MC em Portugal aconteceu em Lisboa em 2003 (por volta de Maio?) e contou com 14 pessoas, e o seu início e desenvolvimento foi promovido pelo GAIA, uma Organização Não-Governamental de Ambiente.

Para que servem as bicicletadas?

Divulgar e promover o uso da bicicleta e outros veículos não motorizados como meios de transporte viáveis;
Criar condições favoráveis ao uso da bicicleta como meio de transporte – tornando as cidades mais hospitaleiras;
Tornar mais ecológica e saudável a mobilidade urbana.

Quem organiza a bicicletada?

Em Portugal é promovida pela Massa Crítica (MC), uma “coincidência não organizada”. É um conjunto não hierárquico de cidadãos que cooperam para realizar estes passeios. A MC é apartidária, não representa ou segue qualquer orientação ideológica nem tem fins lucrativos.

Onde se realizam?

As Bicicletadas realizam-se em Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro e Portimão e em mais cerca de 350 cidades de todo o mundo. Em Lisboa têm início no Marquês de Pombal, no Porto começa na Praça dos Leões, em Coimbra no Largo da Portagem, em Aveiro na Praça da Ponte e em Portimão na Fortaleza

Quando se realizam?

As Bicicletadas realizam-se sempre na última sexta-feira de cada mês, às 18h em Lisboa, no Porto, em Coimbra e em Aveiro, faça chuva ou faça sol.

Quem pode participar?

Qualquer pessoa animada pelas mesmas intenções que a MC pode participar. Basta aparecer no local e hora habituais com a sua bicicleta ou veículo similar. Se quiser trazer um/a amigo/a tanto melhor.

O trajecto de uma bicicletada é difícil?

Não. É sempre um percurso urbano traçado para poder ser cumprido por qualquer condição física. A velocidade é sempre baixa, determinada pelo mais lento dos participantes. Habitualmente o passeio dura 1,5 ou 2 horas.

Feira Aquiliniana na Aldeia da Lapa, no concelho de Sernancelhe

“que o escritor realize o mundo de beleza que traz em si, e já é alguma coisa.Quanto ao mais, que seja o que lhe apetecer, desde que não arme em fariseu, e não esteja nunca contra os simples, de braço dado com os trafulhas, nem contra os fracos de braço dado com os poderosos."
Aquilino Ribeiro



Vai decorrer, na Aldeia Classificada da Lapa, em Sernancelhe, nos dias 31 de Maio e 1 de Junho, a V Feira Aquiliniana onde estarão em destaque artesanato e produtos regionais.

www.cm-sernancelhe.pt/vfeira_aquiliniana.htm









Aquilino Ribeiro nasceu em Sernancelhe, mas foi registado noutro local, por motivo do pai exercer aí funções eclesiais

O nascimento de Aquilino foi registado em 7 de Novembro de 1885 na Igreja de Alhais, concelho de Vila Nova de Paiva - ao tempo, concelho de Fráguas - , data em que o baptismo foi oficializado pelo cura Luís Machado de Morais.

Contudo, na realidade, nasceu na freguesia do Carregal, concelho de Sernancelhe, diocese de Lamego, à uma hora da tarde do dia treze do mês de Setembro do mesmo ano, filho natural e primeiro de Mariana do Rosário, solteira, criada de servir… É o que consta do registo.

Nasceram também no Carregal os seus dois irmãos: o Melchior - o Quinzinho do livro Cinco Reis de Gente - em 10 de Setembro de 1888 e a Maria do Rosário em 2 de Outubro de 1889.
A menina terá falecido cedo, mas o Melchior acabou seus dias em Soutosa em 30 de Junho de 1967. Conheci-o muito bem. Era proprietário e exercia também o ofício de serralheiro.

Dos registos consta serem filhos naturais, porque assim tinha de constar. O pai tinha especiais responsabilidade na freguesia (era padre), mais concretamente na paróquia e, por isso, as cerimónias oficiais do baptismo e registo de nascimento do Aquilino e da Maria fizeram-se fora da freguesia onde nasceram: as do primeiro em Alhais, as da sua irmã em Gradiz, freguesia muito próxima do Carregal. O pároco dos Arcozelos, José da Fonseca Ambrósio, deslocou-se expressamente ao Carregal para baptizar o Melchior, com autorização do abade local.


Mariana do Rosário (Gomes, do apelido de seu pai Filipe) tinha nascido em Soutosa, freguesia de Peva em 4/7/1851 e, mais tarde, foi trabalhar no Carregal, como governanta da casa de Joaquim Francisco Ribeiro, este ali em serviço como responsável da paróquia, mas também natural de Soutosa. De relações entre os dois nasceram esses três filhos, que o pai perfilhou e reconheceu por escritura de 6 de Setembro de 1890, lavrada por Adelino Amado dos Santos Leite, notário de Sernancelhe.


Joaquim Francisco Ribeiro prestou serviço no Carregal desde Janeiro de 1879 até Março de 1895. Antecedeu-o o P.e encomendado João de Sobral e substituiu-o o P.e José Gomes Oliveira.
Não consta que ele tivesse residido, enquanto ali serviu, noutra casa que não aquela onde a Câmara Municipal procedeu a beneficiações.A casa a relembrar será, portanto, esta residência, onde viviam os pais à data do seu nascimento.

Àquela casa se refere o escritor, com muito carinho e saudade, no "Cinco Reis de Gente", com muito de autobiográfico - " o actual romancito exprime o retorno que efectuei sobre esse passado, já bem longínquo mas ainda inebriador" - diz no prefácio. Lá estão o "grande e desmantelado (agora bem composto) pátio fidalgo" e os dois vetustos ciprestes de que "recebia uma lição de altitude e firmeza".

27.5.08

A nossa selecção de livros para a Feira do Livro deste ano


O Espírito Nómada
Kenneth White
Editora Deriva




Se Não Puder Dançar, Esta Não E A Minha Revolução
(sobre a vida de Emma Goldman)
Autora: Clara Queiroz
Editora: ASSIRIO & ALVIM





O jogo do mundo - Rayuela
Julio Cortázar
edições Cavalo de ferro





O MARQUES DA BACALHOA
Antonio De Albuquerque
edições FRENESI





A História do Anarquismo,
por Jean Préposiet
Edições 70





Pensar como uma Montanha
de Aldo Leopold
Edições sempre em pé



A MOEDA VIVA
Pierre Klossowski
edções Antígona




Regras para o Parque Humano,
Uma Resposta à "Carta sobre o Humanismo" (o Discurso de Elmau)
Peter Sloterdijk
Angelus Novus Editora





Uma Via para a Insubordinação
Michaux, Henri
&etc





O «Há» da Relação Sexual
Jean-Luc Nancy
Quasi





Uma História da Escravatura
de
James Walvin
Tinta da china






QUE ÉTICA E ECONOMIA MUNDIAIS
LATOUCHE, Serge
Instituto Piaget





Don Carlos, Infante de Espanha(teatro)
Friedrich Schiller
Livros cotovia





AS TASCAS DO PORTO
de
Raul Simões Pinto
ed. Afrontamento

26.5.08

A Casa da Horta vai promover uma Semana do Bolhão entre 28 e 31 de Maio


Casa da Horta, Associação Cultural
Rua de São Francisco, 12A
4050-548 Porto
(Perto da Igreja de São Francisco e Mercado Ferreira Borges. Paragem de Metro mais próxima é a de São Bento.)
Email:
casadahorta@pegada.net
Tel: 965545519
Horário:
Terça a Sábado das 12h as 24
Domingo das 16h as 24h



Semana do Bolhão na Casa da Horta - programa

28 Maio, quarta-feira

-> 18h - conversa-debate com PIC (Plataforma de Intervenção Cívica), que teve inicio aquando da luta pela preservação do mercado do Bolhão.
-> 21h30 - documentários sobre os protestos por um Bolhão sem centros comerciais, vários autores.

29 Maio, quinta-feira

-> entre as 17h30 e as 19h30 - Vem pintar um saco de pano para apoiar o Bolhão (3€ o saco), iniciativa do GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental).
-> 21h30 - mostra fotografias das vários iniciativas do Movimento em torno do Bolhão, vários autores.

30 Maio, sexta-feira

-> 21h30 - documentários sobre os protestos por um Bolhão sem centros comerciais, vários autores.

31 Maio, sábado

-> entre as 16h e as 19h - Vem pintar um saco de pano para apoiar o Bolhão (3€ o saco), iniciativa do GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental). Na praça de S. Francisco (ao lado da Casa da Horta).

-> 20h - jantar popular* com iguarias do Bolhão + bailarico (22h)
* Mesas corridas com petiscos portugueses vegetarianos (pica-pau, bolinhos salgados, bifanas...), arroz, vinho, aletria e arroz-doce. Tudo: 10€ (parte do lucro reverterá para ajudar nas custas judiciais com o processo de defesa do Bolhão).



Até ao final do mês:
Exposição de fotografias sobre os sábados de protesto contra a transformação do Bolhão num centro comercial.


-> Postais, pins, dvd's, sacos pelo Bolhão, na Casa da Horta, para ajudar a pagar as custas jurídicas do movimento em defesa do Bolhão.


Ver e ouvir os Morcegos do Jardim da Cordoaria no Porto ( dia 31 de Maio, entre as 20h45 e as 22h)


A actividade decorrerá no próximo dia 31 de Maio, entre as 20.45 e as 22 horas numa iniciativa da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto


Ponto de encontro: Átrio da Reitoria da UP - Praça Gomes Teixeira (Leões), PORTO

Mais informações:
mhn@fc.up.pt
Telefone: 220408000


www.fc.up.pt/fcup/news/?page=0&op=view&id=1686



Dez razões para gostar de morcegos

1. São grandes controladores das populações de insectos. Algumas espécies ingerem duzentos ou mais insectos em apenas alguns minutos de vôo.
2. São responsáveis pela formação de florestas. Ao ingerir um fruto, o morcego deixa cair as sementes em locais distantes do original, onde podem nascer novas árvores. Mais de quinhentas pequenas sementes podem ser transportadas por um único morcego a cada noite.
3. Auxiliam na reprodução de mais de quinhentas espécies de plantas, visitando as flores como fazem, de dia, os beija-flores e as abelhas, transportando o pólen de flor em flor.
4. Há morcegos que se alimentam de pequenos animais, incluindo roedores, que tantos prejuízos causam à agricultura.
5. São largamente empregados em pesquisas científicas, incluindo a acção de medicamentos que, no futuro, poderão ter aplicação em humanos.
6. As fezes dos morcegos constituem excelente adubo natural. Foram intensamente exploradas até ao desenvolvimento de adubos industriais.
7. Têm sido estudados para aperfeiçoamento do sonar.
8. A saliva do vampiro tem forte acção anticoagulante. A sua pesquisa poderá ter aplicações no tratamento de várias doenças vasculares.
9. São importantes elos na cadeia alimentar.
10. O seu desaparecimento poderá resultar em desequilíbrio ambiental, causando maiores danos do que os causados pela sua proximidade com o Homem.



Os Morcegos dependem de árvores. É verdadeiro dizer que onde see ncontram árvores pode-se observar alguma espécie de morcego. A distribuição mundial das quase 1.000 espécies de morcegos demonstra que só não são encontradas nos pólos.
Várias espécies de vegetais dependem dos morcegos para a sua sobrevivência, seja para carregar o pólen de uma flor a outra, como também espalhar as sementes, incrementando as chances de germinar um novo exemplar.
Durante a evolução a dependência de alguns vegetais e algumas espécies de morcegos mostrou-se cada vez mais interligada. Exemplo disto é a existência de algumas flores que só abrem a noite para impedir que outros polinizadores, como abelhas e aves as visitem

http://pt.wikipedia.org/wiki/Morcego



http://www.morcegolivre.vet.br/morcegos1.html


Filmes à Letra - Ciclo de cinema LGBT no Porto promovido pelo GRIP


Em Maio de 2005, o GRIP realizou a sua primeira iniciativa pública, com um ciclo de cinema. Passados três anos, vamos assinalar este aniversário com o Filmes à Letra - um ciclo dedicado a todas as letras do 'LGBT'. Quatro fins-de-semana, oito filmes, e conversa q.b. vão ser a nossa maneira de comemorar a riqueza e diversidade destas comunidades, que, diferentes entre si, se vão reunir no mesmo espaço.



Depois de cada filme de sábado, para uma conversa aberta e informal, convidamos vários oradores - sobre a transsexualidade, vai falar Nuno Carneiro (psicólogo, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto), com a presença de elementos do GRIT - Grupo de Reflexão e Intervenção sobre Transsexualidade (Ivo, Filipe, Luísa), à bissexualidade cabe Isabel Menezes (psicóloga, FPCEUP), ao lesbianismo Maria João Silva (Associação para o Planeamento da Família), e à homossexualidade no masculino Gabriela Moita (psicóloga, FPCEUP).



A entrada é livre – vem, e traz amig@s!



Local:
Loja-livraria Maria Vai Com as Outras (Rua do Almada, 443, Porto)


Programa:

30 de Maio: Boys Don't Cry

31 de Maio: Ma Vie en Rose - conversa com Nuno Carneiro e elementos do GRIT

6 de Junho: Gia

7 de Junho: Kinsey - conversa com Isabel Menezes

20 de Junho: Imagine Me and You

21 de Junho: Producing Adults - conversa com Maria João Silva

4 de Julho: The Bubble

5 de Julho: Wedding Wars - conversa com Gabriela Moita




O Filmes à Letra apoia o Congresso Feminista 2008 – a decorrer entre 26 a 28 de Julho, na Fundação Calouste Gulbenkian e na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.



Parceria: UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta)


Sinopses

Filme de 30 de Maio, 22h30, sexta-feira

Boys Don't Cry (transsexualidade, biografia / romance / drama)
O jovem Brandon muda-se para Falls City, onde encontra emprego, faz novos amigos, e conhece Lana, a namorada. Mas ninguém a não ser Brandon sabe que ele não nasceu da maneira que o imaginavam. Baseado numa história real.

Óscar para a Melhor Actriz Principal e Melhor Actriz Secundária, Globo de Ouro para a Melhor Actriz e Melhor Actriz Secundária

1999, EUA, M/16

Realizadora: Kimberley Pierce

Elenco: Hilary Swank, Chloe Sevigny, Peter Sarsgaard, Brendan Sexton

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Filme de 31 de Maio, 22h30, sábado

Ma Vie en Rose (transsexualidade, comédia / drama)
Ludo é tratada pelos pais, irmãos e professores como rapaz. Mas, num mundo de adultos confusos, só ela consegue ver com clareza suficiente para saber que nunca foi outra coisa que não uma menina.

Globo de Cristal para o Melhor Filme, Globo de Ouro para o Melhor Filme Estrangeiro

1997, França, Bélgica, Reino Unido, M/6

Realizador: Alain Berliner

Elenco: Georges du Fresne, Michèle Laroque, Jean-Phillipe Écoffey

Conversa com Nuno Carneiro (psicólogo, Faculdade de Psicologia do Porto), e elementos do GRIT – Grupo de Reflexão e Intervenção sobre Transsexualidade (Ivo, Filipe, Luísa)

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Filme de 6 de Junho, 22h30, sexta-feira

Gia (bissexualidade, biografia / drama)Um filme baseado na história de Gia Carangi, a primeira supermodelo. A beleza de Gia, recém-chegada a Nova Iorque, captura o olhar de uma agente, e ela ascende rapidamente no mundo da moda. Mas, ao mesmo tempo que se envolve com Linda, descobre que não consegue deixar de se sentir sozinha.

Globo de Ouro para Melhor Actriz Principal e Melhor Actriz Secundária

1998, EUA, M/16, 126 minutos

Realizador: Michael Cristofer

Elenco: Angelina Jolie, Elizabeth Mitchell, Eric Cole, Kylie Travis

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Filme de 7 de Junho, 22h30, sábado

Kinsey (bissexualidade, biografia / drama)Baseado na vida e trabalho de Alfred Kinsey, cuja pesquisa mudou para sempre a maneira como era vista a sexualidade.

Globo de Ouro para o Melhor Filme, Melhor Actor Principal, Melhor Actriz Secundária, nomeação para o Óscar de Melhor Actriz Secundária

2004, Estados Unidos / Alemanha, M/16, 118 minutos

Realizador: Bill Condon

Elenco: Liam Neeson, Laura Linney, Peter Sarsgaard, Chris O'Donnell

Conversa com Isabel Menezes (psicóloga, Faculdade de Psicologia do Porto)

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Filme de 20 de Junho, 22h30, sexta-feira

Imagine Me and You (lesbianismo, comédia romântica)
Rachel e Hector namoram há anos, e decidem finalmente casar-se. Pouco antes do casamento, ela conhece Lucy. A amizade vai crescendo, e Rachel não consegue deixar de pensar na nova amiga mesmo depois do casamento.

Nomeado para Prémio da GLAAD de Melhor Filme

2005, EUA / Inglaterra / Alemanha, M/12, 98 minutos

Realizador: Ol Parker

Elenco: Piper Perabo, Lena Headey, Matthew Goode, Celia Imrie e Anthony Head

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21 de Junho, 22h30, sábado

Producing Adults (lesbianismo, drama)Venla quer engravidar, mas o namorado, Antero, tem medo que um filho comprometa a carreira. Ela acaba por pedir ajuda a uma colega na clínica de fertilidade, Sati, e entre as duas desenvolve-se uma relação que vai para além do profissional.

Prémios FIPRESCI e Rosebud para o Melhor Filme

2004, Finlândia / Suécia, M/12, 102 minutos

Realizador: Aleksi Salmenpera

Elenco: Kari-Pekka, Tolvonen, Minna Haapkyla, Minttu Mustakallio

Conversa com Maria João Silva ( Associação para o Planeamento da Família)

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4 de Julho, 22h30, sexta-feira

The Bubble (homossexualidade masculina, romance / drama)

Noam, um soldado israelita, conhece Ashraf, um jovem palestiniano, num ponto de controle. Dias mais tarde, voltam a encontrar-se na casa que Noam partilha com Yali e Lulu. No meio do conflito, o amor nasce espontaneamente entre os dois.

Prémio CICAE do Festival Internacional de Berlin e Melhor Argumento no Festival Internacional de Durban

2006, Israel, M/16, 114 minutos

Realizador: Eytan Fox

Elenco: Ohad Knoller, Alon Friedman, Daniela Virtzer, Yousef Sweid


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5 de Julho, 22h30, sábado

Wedding Wars (homossexualidade masculina, comédia)

Ben pede ao irmão, Shel, designer de cerimónias, para organizar o seu casamento com Maggie. Shel descobre que afinal é Ben quem é responsável pelo discurso contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo que o governador Welling, pai de Maggie, vai usar na sua campanha eleitoral. Shel fica indignado, e organiza uma greve!

2006, EUA / Canadá, M/12, 87 minutos

Realizador: Jim Fall

Elenco: John Stamos, Eric Dane, Bonnie Somerville, Sean Maher

Conversa com Gabriela Moita (psicóloga, Faculdade de Psicologia do Porto)

Trailer






O GRIP - Grupo de Reflexão e Intervenção do Porto é um grupo de interesse integrado na Associação ILGA-Portugal, que se pretende constituir como uma resposta de âmbito local para as questões gays, lésbicas, bissexuais e transgénero a partir da cidade do Porto.
Integram este grupo um conjunto heterogéneo de elementos, que têm em comum o interesse pela temática e a vontade de intervir no combate à homofobia (preconceito contra a homossexualidade) ou a discriminação de género, nas suas diversas manifestações.
Temos vários projectos em agenda: encontros, debates, ciclos de cinema, acções de educação sexual nas escolas, parcerias com outras entidades, intervenção política, entre outras iniciativas, cujas informações vão sendo disponibilizadas nesta página.
De momento não existe uma sede de trabalho, apenas reuniões periódicas e uma mailing-list. Contamos com a experiência e legitimidade institucional da ILGA-Portugal e com muita vontade de contribuir para a mudança.
A sexualidade faz parte do nosso crescimento e da formação da nossa identidade. Apesar das mudanças, as sociedades actuais continuam a discriminar muitos cidadãos cuja vivência neste âmbito não se enquadra na sua visão restrita sobre os papéis masculino e feminino. A ausência de referências positivas sobre a homossexualidade, bissexualidade ou transgenderismo é um dos sinais dessa exclusão, e ela acontece em escolas, no local de trabalho, e até no contexto da cultura e do lazer. Partindo desta realidade, revela-se fundamental levar a cabo um trabalho pedagógico de sensibilização junto de diferentes públicos, fornecendo contextos de integração, reflexão, visibilidade e concertação que permitam o exercício de um tipo de cidadania mais aberto à diversidade.
Este é um esforço colectivo. Se quiseres colaborar ou receber mais informações, contacta-nos!

Apesar de não terem idade para votar nas eleições, há menores alistados como soldados nos exércitos dos Estados Unidos da América e do Reino Unido!







No Reino Unido e nos Estados Unidos da América só com a idade de 18 anos se adquire o direito de votar nas eleições gerais. Não obstante, nesses mesmíssimos países é permitido que os menores de 18 anos possam alistar-se nos respectivos exércitos ( no Reino Unido a partir dos 16 anos, e nos EUA, desde os 17 anos) !!!

Estas informações e denúncias constam do relatório de 2008 da Amnistia Internacional sobre as crianças-soldados, onde se estima que no Reino Unido possam existir mais de 1000 soldados com 16 anos.

A situação é tanto mais escandalosa quanto se sabe que tanto o Reino Unido como os Estados Unidos assinaram em conjunto com outros 120 países o Protocolo Facultativo da Convenção sobre os Direitos da Criança onde se refere justamente a situação das crianças-soldados. Assinaram, mas não cumprem…

http://www.childsoldiersglobalreport.org/

Conferências do Divã (sessões nos dia 27 de Maio e 3 de Junho na livraria Pó dos Livros)


27 de Maio, às 18h

Mobilidades e consumo

Um dos grandes protagonistas dos discursos contemporâneos sobre a globalização tem sido, voluntária ou involuntariamente, o migrante. Através do processo migratório (transnacional, diaspórico), são constituídos debates sobre identidade, fronteira, cultura, cidadania, herança, etc.

No entanto para falar desse objecto complexo e ambivalente que é a «globalização», mais do que a migração em si, também importa perceber tudo o que a rodeia (e, no fundo, a ultrapassa): as redes e mobilidades associadas à circulação humana, a percepção do tempo e espaço (e suas alterações), a circulação de objectos e as dinâmicas de consumo a eles associadas, as narrativas e imagens por eles produzidas.Qual o papel da mobilidade e circulação (de pessoas, bens, objectos, informação) nas percepções globais dominantes? Quais as interacções entre essas percepções, e o seu resultado na vida quotidiana? Que dinâmicas de consumo e contestação se produzem no seu seio?

moderador:

Ruy Llera Blanes, antropólogo, investigador do ICS/UL

intervenientes:

Miguel Vale de Almeida, antropólogo, professor do ISCTE e investigador do CEAS

Pedro Costa, economista, professor do ISCTE e investigador do Dinâmia

Luís Vasconcelos, antropólogo, doutorando no ICS/UL

José Mapril, antropólogo, doutorando no ICS/UL com uma tese sobre imigração do Bangladesh em Lisboa, investigador do CRIA


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3 de Junho, às 18h

Desigualdades e desenvolvimento: que globalização?


No mundo contemporâneo o binómio entre desigualdades e desenvolvimento é, por ventura, o mais perene e o mais complexo de abordar a partir da definição de uma única perspectiva analítica. Nesta conferência propomos convocar diferentes modos de ver o problema tendo como ponto de partida três capítulos do livro A globalização do divã: “Globalizando a precariedade: Brasília e o caso brasileiro” de Christiane Coêlho, “O caos normal do Estado social num mundo em globalização” de Hugo Mendes, e “Globalização e utopia de mercado: o ‘vício ricardiano’ à prova da história” de Nuno Teles e João Rodrigues.

moderador:

Renato Miguel do Carmo, sociólogo, coordenador do livro A globalização no divã

intervenientes:

Pedro Lains, historiador económico, investigador no ICS-UL, autor do blogue «Pedro Lains – economia e história económica»

António Dornelas, sociólogo, docente e investigador no ISCTE, autor do blogue «O canhoto»

José Reis, docente na FE-UC e investigador no CES-UC

Christiane Coêlho, socióloga, co-autora do livro A globalização no divã

Hugo Mendes, sociólogo, co-autor do livro A globalização no divã

João Rodrigues, economista, co-autor do livro A globalização no divã, co-autor do blogue «Ladrões de Bicicletas»

Nuno Teles, economista, co-autor do livro A globalização no divã, co-autor do blogue «Ladrões de Bicicletas»


http://pt.mondediplo.com/spip.php?article189

http://livrariapodoslivros.blogspot.com/

24.5.08

«Educação: economia solidária e ética planetária» vai ser o tema do próximo Fórum Mundial da Educação

Vai decorrer na cidade de Santa Maria , no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, o próximo Fórum Mundial de Educação. Subordinado ao tema de «Educação: Economia Solidária e Ética Planetária», esta edição do FME pretende relacionar o papel da Educação nas acções de transformação social com a participação activa dos cidadãos em prol da justiça e da paz.

Consultar:
www.forummundialeducacao.org/rubrique54.html



O Fórum Mundial de Educação (FME) surgiu em 2001, em Porto Alegre, RS, como um dos movimentos do Fórum Social Mundial, devido a necessidade de se dialogar sobre educação. Caracteriza-se como um espaço estruturado horizontalmente, permitindo o encontro, o diálogo, autonomamente organizado. O FME tem como objetivo elaborar um conjunto de directrizes que possam fazer parte de reflexões no mundo inteiro, buscando acordar políticas, planos, programas e projectos educacionais, em todos os níveis de ensino, que assumam a perspectiva de afirmar a educação enquanto uma política pública, portanto dever do estado e ao acesso de todos os povos.

A edição de 2008 do Fórum Mundial da Educação vai desenrolar-se segundo 3 eixos:


Eixo I - Educação e Economia Solidária

A economia solidária é uma forma alternativa e diferenciada de produção e consumo de bens e serviços, tendo como base a valorização do trabalho humano, na perspectiva de emancipação e rompimento de relações económicas e sociais estabelecidas.

É marcada pela autogestão, cooperação, solidariedade, sustentabilidade económica e ambiental, promovendo benefícios directos para os trabalhadores e qualidade de vida para as comunidades.

O desafio é ultrapassar os limites de iniciativas locais para uma economia possível, necessária e solidária, com vistas à inclusão e à emancipação de todos.

A educação tem sido apontada como agente capaz de apontar soluções para os problemas que compõem a complexa situação social da actualidade. Como construir novos rumos solidários e colaborativos, apontando possibilidades concretas de reconstrução social? Quais as tácticas e as estratégias para sustentar propostas de produção colectiva, comercialização directa, justa distribuição do rendimento, solidariedade, agroecologia, agricultura familiar, valorizando o ser humano e o trabalho?

Quais as ações a serem adoptadas pela educação no necessário processo de transformação social, com sujeitos contextualizados, conscientes de sua cidadania?

Onde está o “educador profeta”, de Paulo Freire, “o ser radical, histórico, molhado de seu tempo”, conectado ao ambiente e às diferentes forças da comunidade?

II - Educação, Inclusão e Cultura Emancipatória

A educação inclusiva supõe a convivência multicultural de todos os sujeitos que vivenciam o processo educativo e que entendem a acção política de transformação social. Tal transformação enfrenta desafios impostos por fragmentações sociais, políticas, económicas, educacionais, entre muitas outras.

A questão da inclusão, da colaboração e cooperação, focando o resgate de aspectos multiculturais da população contrapõe-se a todo tipo de classificação.

Torna-se necessário um projecto político pedagógico que priorize a democratização do acesso a todos e defenda a sua permanência no processo educacional de qualidade, gerador de oportunidades.

Como garantir o compromisso coletivo aos princípios da sustentabilidade, da participação integradora, da equdade social e cultural, do desenvolvimento económico e de uma verdadeira perspectiva de futuro?
Como promover a dignidade do sujeito e tornar possível a oportunidade de relacionar-se com o seu próximo, respeitando a natureza, comprometendo-se com a história e com a sua transcendência? Como superar os desafios para que a educação inclusiva se torne emancipatória?

Eixo III - Educação e Ética Planetária

A Educação é um campo de práticas e reflexões que, inevitavelmente, transborda os limites da escolarização em sentido estrito. Abarca processos formativos diversos, onde podem ser incluídas acções inovadoras com vista à qualificação profissional, ao desenvolvimento comunitário, à formação política e a um sem número de questões culturais, pautadas em outros espaços que não o escolar.

Neste contexto, ela deverá estar voltada à pluralidade e à diversidade, servindo de instrumento de conscientização e de mobilização contra as práticas excludentes.

A ética planetária necessita de educadores que considerem os educandos como potenciais produtores de conhecimento, e, portanto, autores de si e da sociedade onde se inserem. São mediadores entre a realidade e o ser que se educa.

Esta mudança radical evidencia a desconstrução de verdades naturalizadas, orientando-se por uma ética baseada na defesa da vida e das relações solidárias e pacíficas entre os seres humanos e o ecossistema global, constituindo-se como comunidade educativa.

A educação torna-se: promotora de ações sociais transformadoras; formadora de sujeitos críticos, imersos em uma sociedade inter e transdisciplinar, múltipla e personalizada; e, construtora da liberdade.

Sob a óptica da ética planetária, o homem torna-se aquilo que ele se faz a si, como transcendência da natureza, em contínuo processo de actualização histórico-cultural.
A globalização busca universais éticos, respeitando particularidades culturais, reconfigurando as individualidades ao reconhecer as semelhanças nas diferenças, ao estar presente na própria textura do quotidiano, pela redefinição das noções espaço-temporais.

Cabe à Educação fazer a conexão e a sedimentação da ética planetária, como espaço privilegiado, onde enfatiza particularidades culturais do contexto local, inserindo-as no global, permitindo a construção da universalidade. Esta tem como principal característica a capacidade de envolvimento de questões comuns para diferentes comunidades, o respeito à diversidade e ao ambiente e, em especial, aos processos inclusivos.

Portanto, a Ética Planetária caracteriza-se como a Ética do Conhecimento, fundamentada na justiça social, sendo transcultural, transracial e supra-económica.

Os educadores estarão conscientes da sua postura nesta importante migração paradigmática?