13.6.07

Para quando um exame de aferição da Língua Portuguesa à DREN ?

Transcrição da crónica de Manuel António Pina sob o título «Pensamento Único» publicada hoje no Jornal de Notícias


O Ministério da Educação tornou-se na vanguarda do regime de pensamento único entre nós. A ministra ainda não chegou ao ponto de dogmatizar a sua infalibilidade, mas não hesita em mostrar que não gosta de ser contrariada com opiniões diversas das suas. Diálogo, no ME, só assentindo com a cabeça.

Daí que a Associação dos Professores de Matemática se tenha, como diz o assessor de Imprensa de Maria de Lurdes Rodrigues, naturalmente "auto-excluído" da Comissão de Acompanhamento do Plano da Matemática quando sobre ele manifestou opinião diferente da da ministra. Porque uma questão tão simples como a do insucesso escolar na Matemática tem apenas uma solução, a da ministra.

O que acontece na DREN é só uma metástase do mesmo tumor autocrático. As notícias sobre o modo como a directora regional gere o seu quintalório são, por isso, uma "campanha sem precedentes". Não é a gestão de Margarida Moreira que não tem precedentes, são as notícias sobre ela. Mas o comunicado da DREN sobre a matéria é notável não só pela sua particular concepção da liberdade de imprensa mas também pelo não menos particular Português em vigor na DREN. Não são só erros grosseiros de concordância, é a própria expressão.
Para quando um exame de aferição de Língua Portuguesa na DREN?

Abstenção nas eleições é alta entre os eleitores bem informados de Lisboa

Fonte: jornal Público

Lisboa é uma cidade onde a abstenção nas eleições autárquicas se tornou uma tradição, mas cuja população tem um nível de instrução superior três vezes maior do que o resto do país. "É um eleitorado sofisticado, com formação e informação, o que explica em parte o elevado nível de abstenção", defende o sociólogo Villaverde Cabral.

Os últimos dados do recenseamento eleitoral (2006) mostram que há 525 mil pessoas inscritas para votar na capital, onde no próximo dia 15 de Julho será escolhido o próximo presidente da câmara. Mas quem são estes eleitores?
"A ideia de que Lisboa é uma cidade envelhecida não corresponde à verdade. A população da capital não será mais envelhecida do que a do resto do país. Os dados de um inquérito que realizei em 2004 mostram que 80 por cento dos eleitores da cidade de Lisboa terão menos de 60 anos, explica o também historiador. "Mas tem menos jovens e crianças do que os bairros da periferia."

Numa radiografia social feita aos habitantes da capital, há 35 por cento da população que pertence à classe média, média alta. "Neste grupo incluem-se licenciados, quadros médios e técnicos", explica. "Outros 30 por cento inserem-se no que classificamos como classe média baixa e muito poucos, apenas 15 por cento, serão trabalhadores manuais, uma percentagem claramente inferior à do resto do país", adianta.

Mas há dados que surpreendem: na capital, 44 por cento dos eleitores têm um nível de ensino superior. "Este dado é muito significativo, porque é o triplo do verificado no conjunto do país e o dobro daquele que se verifica na periferia", especifica.
Apesar do grau de instrução, o eleitorado lisboeta não tem tradição de afluência às urnas, pelo menos quando se trata de autárquicas. A abstenção nas quatro últimas eleições foi sempre superior a 45 por cento, tendo atingido os 51,7 por cento em 1997 e os 47,5 por cento em 2005, explica o politólogo Pedro Magalhães. "Tradicionalmente, a votação nas legislativas é superior, mas os níveis de abstenção têm vindo a aumentar, aproximando-se da média registada nas autárquicas", diz o investigador.

A instrução do eleitorado é uma das explicações desta abstenção, defende Villaverde Cabral . "A população lisboeta é mais sofisticada e informada do que a média do país. Discute mais política, é mais crítica e tem uma maior identificação com o sistema democrático. Esta informação, ao contrário de provocar uma grande adesão aos partidos, gera antes um comportamento mais crítico, que se traduzirá também em abstenção", adianta.
Outra parte do fenómeno prende-se com a população idosa da cidade, que não sairá de casa para votar, mas que é um grupo da população que tem sido privilegiado ao longo da pré-campanha pelos candidatos ao lugar deixado vago por Carmona Rodrigues.

A expectativa sobre o comportamento da população numas eleições intercalares em plena época de férias não gera optimismos na corrida às urnas, onde o número recorde de candidatos, 12, não gerará um aumento da mobilização. "O facto de as eleições se realizarem em Julho, o que nunca aconteceu recentemente, terá certamente consequências negativas na afluência às urnas", assume Pedro Magalhães. O politólogo também não acredita que a proliferação de candidatos dê à população mais um motivo para exercer o voto. "Não há nenhum dado que indique que o aumento do número de candidatos se traduza num aumento da participação eleitoral", afirma. "Nas últimas autárquicas, os 24 concelhos com candidatos independentes que nas eleições anteriores não tinham registado estas candidaturas não tiveram um aumento da participação eleitoral."

Mais optimista, Villaverde Cabral admite que poderá haver surpresas: "O elevado número de candidatos poderá originar uma taxa de participação superior àquela que ocorreria num outro 15 de Julho." "As autárquicas são eleições mais voláteis, onde o eleitorado reage consoante o que está em jogo. A crise na Câmara de Lisboa é grande e isso envolve, mobiliza", concluiu.
Villaverde Cabral diz que os lisboetas são em Portugal os que mais discutem política e são também os mais críticos

Lista das ilegalidades e irregularidades do concurso para professor titular



«Transcreve-se abaixo excerto de comunicado da fenprof, que indica as principais irregularidades do concurso para professor titular. As discriminações e aberrações são inúmeras, resultando daí atropelos e frustração profunda em muitos professores, assim como um sentimento difuso de arbítrio.

«A alteração de regras no final do concurso, por exemplo, fez com que muitos docentes fossem impossibilitados de concorrer e agora já não possam fazê-lo, mesmo que, hoje, o ME faça uma interpretação da lei igual à que a FENPROF sempre fez (como é o caso das faltas por doença, para efeitos de assiduidade, até 30 dias).

- Penalização pelas faltas por conta do período de férias;

- Impossibilidade de docentes que se encontram no 7.º Escalão e que deveriam já estar no 8.º, de concorrer (seja porque progrediam dentro de 60 dias, seja porque deviam ter o tempo bonificado por mestrado ou doutoramento e que continuam a aguardar o despacho de deferimento);

- Impossibilidade dos docentes do 9.º escalão, que deviam estar no 10º, porque progrediam dentro de 60 dias, de concorrer;

- Docentes que faltam, num ano, mais do que um período lectivo por motivo de licença de maternidade e que não pontuam no ponto 3.3.

- Penalização pelas faltas para assistência a familiares maiores de 10 anos (até 15 dias); v Penalização dos docentes requisitados no ensino superior (apesar de se encontrarem em actividade lectiva);

- Impossibilidade de concorrer por parte dos professores de técnicas especiais;

- Desempenho de cargos - Na página da Direcção Geral de Recursos Humanos de Educação é dito que nas "situações de exercício de cargos, no mesmo ano, em períodos inferiores a dois períodos lectivos", pontua-se "no que for mais favorável", o que eventualmente poderá contrariar o disposto no Decreto-Lei 200/2007.

- Penalização pelas faltas por motivo de doença, até 30 dias;

- Penalização dos docentes que exercem actividade de dirigentes sindicais, autarcas, deputados, etc.;

- Penalização de docentes que faltam, num ano, mais do que um período lectivo, por motivo de doença prolongada;

- Penalização de docentes que concorrem a titulares na escola em que estão destacados e que, ocupando vaga, poderão originar horários-zero para professores que já se encontram no quadro dessa escola.

- Penalização de docentes destacados em funções técnico-pedagógicas em instituições sob tutela de outros ministérios;

- Penalização de docentes do grupo de Educação Especial dos Agrupamentos Horizontais, para os quais não houve abertura de vagas;

- Penalização de docentes Coordenadores do Desporto Escolar, por não ser considerado na lista de funções susceptíveis de pontuação.

Ciclo de Cinema sobre o Iraque

iniciativa da secção portuguesa do TRIBUNAL para o IRAQUE
COM VÁRIAS COLABORAÇÕES INDIVIDUAIS E O APOIO DA ASSOCIAÇÃO ABRIL

Local: ASSOCIAÇÃO ABRIL (situada nas instalações da Casa do Brasil)
RUA S. PEDRO DE ALCÂNTARA, 63-1º, DTº.

6ª FEIRA, 15 DE JUNHO, DAS 18,45 ÀS 21 HORAS
"FALUJA, O MASSACRE OCULTO"
Realizado pela cadeia de televisão italiana RAINews. Mostrando provas do massacre e do uso pelos norte-americanos de armas proíbidas, o documentário suscitou, quando foi emitido, desmentidos indignados das autoridades norte-americanas e britânicas, mas diante dos argumentos avançados e de mais entretanto surgidos, uma e outra não tiveram outro remédio senão remeter-se ao silêncio.
EM Português - 22' - ESTE FILME CONTÉM CENAS VIOLENTAS

"TESTEMUNHOS DE FALUJA"
Legendado EM Castelhano - 28'


6ª FEIRA, 22 DE JUNHO, DAS 18,45 ÀS 21 HORAS
"QUATRO HORAS EM CHATILA"
Realizado por Carlos Lapeña, que parte de um texto de Jean Genet para narrar o massacre nos campos de refugiados palestinianos de Sabra e Chatila.
EM Castelhano - 23'

"IRAQUE, HISTÓRIA DE MULHERES"
Documentário de Zeena Amhed e Amal Fadhed (2006)
Testemunho de mulheres de al-Quaime, uma das zonas mais castigadas pela ocupação estadunidense, e das mulheres de Baçora, onde enfrentam as imposições das mílicias colaboracionistas.
EM Castelhano - 48'


6ª. FEIRA - 29 DE JUNHO, DAS 18,45 ÀS 21 HORAS
"JOSÉ COUSOL, CRIME DE GUERRA"
Realizado por Alberto Arévalo Ferrera, da Tele 5. Documentário em homenagem a José Cousol, repórter de imagem da TV espanhola, assassinado em 8 de Abril de 2004, em Bagdad, por forças militares dos EUA.
EM Castelhano - 55'

"MUERTOS DE SEGUNDA"
Realizado por Gran Wyoming. Depoimentos da mãe e irmãos de José Couso, exigindo investigação e justiça.
EM Castelhano - 4'


6ª FEIRA - 6 DE JULHO, DAS 18,45 ÀS 21 HORAS
"OBJECTIVO IRAQUE"
Realizado em 2006 por Rashid Radwan, este documentário traz-nos o testemunho de homens e mulheres que passaram pela cadeia de Abu Ghraib, de um grupo de adolescentes iraquianos, estudantes da escola de Al Amal, em Bagdad ou de clientes de banhos públicos da capital iraquiana. Através dele tomamos conhecimento do outro lado da chamada guerra ao terrorismo e também de homens e mulheres membros de grupos armados que contam as suas experiências, revelam porque pagaram em armas e porque recusam o estatuto de terroristas.
Legendado EM Castelhano, 54'

EM CADA SESSÃO - Terá lugar uma conversa sobre os filmes exibidos