27.12.06

Activistas distribuíram abraços grátis pelas ruas do Porto

Imagem retirada de: http://gaia.org.pt/


Activistas da associação ambiental Gaia, da cidade do Porto, realizaram na semana passada uma acção de rua que visava sensibilizar as pessoas para viverem um Natal mais ecológico e menos consumista. Foram realizados vários workshops em plena Rua de Santa Catarina sobre modos e atitudes alternativas ao estilo de vida dominante.
Na mesma acção de rua foram também distribuídos abraços grátis pelas pessoas e simples transeuntes, à imagem do que já se vai passando por várias cidades do mundo com o Movimento «Abraços Grátis» (Free Hugs)


Em Lisboa uma acção do mesmo género já fora realizada no Rossio no passado dia 9 de Dezembro por um grupo de pessoas que se decidiu juntar-se e oferecer uma tarde de abraços a todos os que por lá passaram e desejaram receber um abraço.
Informação em:









Movimento Abraços Grátis (Free Hugs)


Recorde-se que o Movimento Abraços Grátis (Free Hugs)consiste num conceito revolucionário que visa romper com o individualismo reinante nas nossas sociedades contemporâneas e a inibição larvar que impede as pessoas de conviverem entre si.
O Movimento nasceu em 2001 com Jason Hunter depois do falecimento da sua mãe, uma mulher que abraçava toda a gente, sem se importar com a raça, o sexo ou a idade. Simultaneamente, noutro parte do mundo, em Sidney, passava-se algo de semelhante. Um jovem australiano regressa a casa, depois de um período de vida a residir em Londres. O regresso é, no entanto, marcado por uma grande solidão pois os seus pais tinham-se divorciado, a sua avó estava muito doente, e acabava de romper com a sua namorada. Para contrariar essa solidão decide ir então a uma festa onde uma desconhecida subitamente o abraçou. «Senti-me como um rei. Foi o melhor que me podia acontecer», disse ele algum tempo depois ao descrever a situação por ele vivida. Foi assim que decidiu ele próprio sair para a rua e começar a distribuir abraços grátis às pessoas que passavam por uma das ruas mais movimentadas de Sidney, a Pitt Mall Street. Juan Mann - era como esse jovem se apresentava, e que resulta do jogo de palavras em inglês para designar «um homem – continuou a sair todas as quintas feiras à tarde para distribruir abraços, sempre no mesmo local.
Entretanto, Shimon Moore gravou aquele singular acto de um pessoa que abraçava quem assim desejasse, muito embora uma tal atitude tenha sido proibida pela polícia australiana, o que motivou uma petição e uma bem sucedida campanha contra essa estúpida proibição. Passaram-se anos até quando Juan Mann sofreu uma perda irreparável que muito o deprimiu: a morte da sua avó. Foi então que Shimon Moore editou as imagens que gravara, deu-lhe de prenda o filme que fizera a propósito do seu acto, e decidiu enviá-lo para o Youtube. Foi assim que aquela simples atitude se tornou mundialmente conhecida e desencadeou um movimento à escala internacional dos «Abraços grátis» que não pára de crescer um pouco por todo o lado, baseado sempre na intenção de fazer passar a mensagem de uma comunicação pacifista, de reciprocidade e de solidariedade entre as pessoas, pretendendo além disso que a atitude de abraçar resulte sempre de actos espontâneos por parte dos intervenientes, e a constituir-se sempre como um verdadeiro happening informal, sem rituais nem convencionalismos.



As regras a seguir são extraordinariamente simples:
1) Os abraçadores-activistas devem levar um cartaz onde se possa ler «Abraços Grátis»
2) Nunca se deve dar abraços a quem não quer receber. Apenas oferecemos abraços e ninguém é obrigado a abraçar.
3) A atitude de abraçar deve revestir-se de cordialidade e amabilidade entre os intervenientes.
4) Os abraçadores-activistas nunca devem rejeitar um abraço, estando dispostos a abraçar quem queira recebe o seu abraço.

ATENÇÃO: Trata-se de um gesto fortemente adictivo, que pode repetir-se indefinidamente…




Dia Mundial do Abraço – 30 de Dezembro

Entretanto, corre na Internet uma Convocatória para que o próximo dia 30 de Dezembro seja o Dia Mundial do Abraço de modo a que em todo o mundo às 18 horas desse dia toda a gente se abrace, onde quer que se encontrem.


Consultar para mais info:
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Muda de atitude, e mudarás o mundo

Livros para crianças e jovens

É pelas crianças que tudo começa. Daí a importância da literatura infanto-juvenil como factor estruturante das sociedades. E nunca é demais criar hábitos de leitura junto dos mais novos. São eles que amanhã estarão algures a (re)construir o nosso mundo.

Chamava pois a atenção para dois livros para crianças e jovens

O primeiro é «O Homem-golfinho» (editado pela Campo das Letras) da Sofia Vilarigues e trata-se de um livro de aventuras, que fala dos golfinhos do Sado e dos oceanos. A autora é engenheira do ambiente e jornalista ambiental, e já tem vários livros seus editados na área da literatura infanto-juvenil, um deles premiado.
Para mais informações consultar:
aqui e aqui





O outro livro é «Estrela Voadora» ( editado pela edições Sempre em Pé) de Ursula Wolfel, uma das escritoras alemãs mais bem sucedidas de livros para crianças e jovens.

Estrela Voadora é um dos mais belos livros de Ursula Wölfel, grande escritora alemã de literatura para crianças e jovens. Com enorme intuição e uma linguagem que as crianças entendem, descreve a vida de dois rapazinhos, Estrela Voadora e Pássaro-da-Erva, num acampamento de Índios. Conta como eles receberam de presente o seu primeiro cavalo e como foram aceites no círculo dos rapazes mais crescidos, depois de terem mostrado a sua coragem. Os dois amigos decidem ir ter com os homens brancos, junto dos quais ficam a saber porque é que eles desembarcaram na terra dos Índios, porque construíram o caminho de ferro e afugentaram os búfalos, o que faz reinar a fome no acampamento.
A autora consegue evocar poderosamente a situação dos Índios ameaçados de extinção e genocídio e fazer os jovens leitores penetrar naturalmente na dimensão da solidariedade humana, da compreensão entre as raças, da unidade com a natureza e do anseio de dignidade e paz por parte de todos os povos.
As ilustrações de Katrin Engelking exprimem com rara felicidade e colorido a ternura, humor e humanidade que atravessam toda a narrativa.



As crianças índias presentes no livro são testemunhas de um modo de viver ao de leve sobre a terra, sem grandes destruições e estragos, que tem muito a ensinar à nossa actual civilização mergulhada em problemas ambientais de difícil desenlace. Não podemos aqui deixar de evocar o famoso testamento do Chefe Índio Seattle, tão conhecido e utilizado nos meios afectos à educação ambiental.



Para além disso, a aventura de Estrela Voadora e Pássaro-da-Erva oferece a possibilidade de iniciar as crianças, gradualmente e de forma natural, na compreensão das diferenças entre culturas, modos de vida e civilizações, numa possível e original iniciação à antropologia ou à etnologia, bem como ao respeito das diferenças.



Finalmente, abre perspectivas para a compreensão de certos fenómenos da história moderna como a colonização dos novos continentes, o genocídio que em parte a acompanhou e a manchou e o desejo de respeito e paz entre os povos que alguns, quer vencidos quer vencedores, retiraram como conclusão dessa tragédia.
Tudo isto é sugerido sem alarde e com um profundo pudor lírico e um humor discreto mas divertido, que certamente não deixará de apelar fortemente ao sentimento e à imaginação de crianças e jovens. As ilustrações de Katrin Engelking exprimem com rara felicidade e colorido a ternura, humor e humanidade que atravessam toda a narrativa

Mais info aqui

Dependurou-se na ponte a favor dos sem-abrigo

No passado dia 21 de Dezembro um homem simples dependurou-se do tabuleiro da ponte 25 de Abril, em Lisboa, para chamar a atenção para a causa dos sem-abrigo, tendo estado dependurado quase toda a tarde, desde as 13 horas, por um corda, e com um cartaz onde se podia ler «Sem amor, sem abrigo».
A sua atitude provocou o congestionamento da Ponte 25 de Abril e chegou a causar filas de trânsito com cerca de 14 quilómetros nos acessos Sul e Norte ao tabuleiro da ponte.
«Uma equipa de resgate foi ao local dar apoio nas cordas, pois havia o perigo de o homem cair ao rio», explicou um agente da polícia.
Só ao fim de várias horas é que os polícias conseguiram convencer o sem-abrigo voluntário a desistir do protesto.