17.4.08

Unir os professores para continuar a luta


Este blogue não apoia o acordo com a Tutela


A luta continua apesar do «entendimento» assinado entre a plataforma sindical de professores e o ministério da (des)educação.

Hoje foi assinado o «entendimento» entre a plataforma sindical de professores e o Ministério da (des)educação. Um «entendimento» ambíguo que obriga a uma maior consciencialização social e política de todos e ao reforço da unidade e da luta dos professores.

Não é altura para parar nem para desanimar. Mas sim para continuar a lutar unidos contra o abastardamento e a funcionalização da função de professores e em defesa da profissão docente, assim como por um ensino público, universal, gratuito e de qualidade.

Não podemos baixar os braços, nem desperdiçar energias com erros de análise e cedências negociais

Como se dizia em Maio de 68 isto não é mais que o início e a experiência de uma luta prolongada

É preciso pois relançar a luta para desmascarar a política só-cretina e dar ânimo a todos os professores de que uma outra escola é possível…


Consultar:

http://sinistraministra.blogspot.com/

http://delutoeemluta.blogspot.com/

http://escolapublica2.blogspot.com/

http://apede.pt/joomlasite/

http://defendeaprofissao.wordpress.com/

http://emdefesadaescolapublica.blogspot.com/

http://www.movimentoescolapublica.blogspot.com/

http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/

http://movimentoprofessoresrevoltados.blogspot.com/

http://www.professoresramiromarques.blogspot.com/

17 de Abril é o dia mundial das lutas camponesas




No dia 17 de Abril de 1996 dezanove camponeses do Movimento dos trabalhadores rurais sem-terra do Brasil foram assassinados às ordens dos grandes latifundiários. Para que este bárbaro morticínio não caia no esquecimento nem as lutas dos camponeses sejam esquecidas, e possam ainda ser conhecidas e apoiadas por todo o mundo, os membros da organização internacional Via Campesina declararam o 17 de Abril como Dia mundial das lutas camponesas.

Por todo o lado os camponeses – que formam mais de metade da população do nosso planeta – são atingidos pelo rolo compressor da globalização capitalista. Para além disso, em muitas regiões do mundo, as lutas dos camponeses são reprimidas, causando anualmente centenas de vítimas. Noutros casos registam-se suicídios de agricultores deseperados pelo empobrecimento galopante provocado pela rapacidade das multinacionais da indústria agro-alimentar, as empresas de biotecnologia e os poderosos interesses dos grandes proprietários.

A Via Campesina é uma organização internacional que coordena as lutas de mais de 70 organizações camponesas e de trabalhadores agrícolas, mulheres rurais, e comunidades indígenas dos cinco continentes; apesar de ter sido criada em 1993 na Bélgica, foi no seu encontro do México em 1996 que, no entanto, a organização viu ser definido o seu programa de acção.

Do texto que serve de Apelo da Via Campesina para a mobilização do dia 17 de Abril sob o título « As empresas transnacionais dos agronegócios estão a causar uma crise alimentaria de proporções incalculáveis» pode-se ler:

O impacto da crise alimentaria começou a revelar-se com toda a sua crueza durante este ano. Nos últimos anos a fome estava escondida» nas zonas rurais e marginais. Mas agora o número de afectados aumentou extraordinariamente e já há pessoas que não aguenam mais. Já surgiram tumultos e voltaram a sugir filas de famintos em muitos lugares do mundo.

África e Ásia são as regiões mais atingidas pela fome e miséria nas zonas rurais e pelos efeitos das mudanças climáticas. O desenvolvimento e o crescimento só beneficiam uma minoria da população e estão a provocar danos ambientais. Na Índia, por exemplo, o boom económica só está a beneficiar uma pequena parte da população. Ao mesmo tempo que isso acontece, a agricultura camponesa caminha a passos largos para a ruína e milheres de camponeses acabam por se suicidar em desespero.

As grandes empresas transnacionais do agronegócio querem aumentar o seu controlo sobre a alimentação mundial e a economia agrícola por via da liberalização do comércio, apostadas como estão em acabar com a agricultura com o modelo de agricultura familiar e converterem a agricultura camponesa em agricultura industrial. Quando tiverem realizado este seu objectivo e acabarem por controlar a produção agrícola mundial essas empresas transnacionais poderão passar a explorar os consumidores aumentando sempr que queiram os preços dos bens alimentares.

Para ver as mais de 60 acções previstas para hoje a fim de comemorar o Dia Mundial das lutas camponesas (60 actions for the International Day of Peasant's Struggle): aqui




A Via Campesina







Mulheres da Via Campesina ocupam fazenda da multinacional Stora Enso no interior do Rio Grande do Sul e são violentamente reprimidas pela PM durante a Jornadas de Lutas do 8 de março.













A propósito do massacre de camponeses de Eldorado de Carajás (Brasil) em 17 de Abril de 1996

Em 17 de abril de 1996 aconteceu o Massacre de Eldorado de Carajás, que ganhou repercussão internacional e deixou a marca na história do país, ao lado do Massacre do Carandiru (1992) e da Chacina da Candelária (1993), como uma das acções policiais mais violentas do Brasil.

Passados 12 anos do massacre no Pará, permanecem soltos os 155 policiais que mataram 19 trabalhadores rurais, deixaram centenas de feridos e 69 mutilados. Entre os 144 incriminados, apenas dois foram condenados depois de três conturbados julgamentos: o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, que aguardam em liberdade a análise do recurso da sentença, que está sob avaliação da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Hoje, os trabalhadores Sem Terra cobram da actual governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), o cumprimento de diversas promessas como atendimento médico multidisciplinar aos sobreviventes feridos durante o massacre, que ficaram com balas alojadas pelo corpo. Até hoje esse atendimento não começou.

“A gente lamenta essa mentalidade de grande parte dos juristas, que acha que a pessoa deve recorrer eternamente, pela chamada presunção de inocência. Esse processo acaba gerando impunidade total e absoluta” afirma o promotor de Justiça do caso, Marco Aurélio Nascimento.

O advogado do MST, Carlos Guedes, que acompanhou o caso desde abril de 1996 até o último julgamento, em maio de 2002 acredita que a Justiça ainda não resolveu o caso. Guedes também alerta que existem dois tipos de responsabilidades em relação ao massacre que a Justiça tem de levar em consideração: as responsabilidades criminal e política.

“Se todos os que foram denunciados, desde o coronel Pantoja até o último soldado, tivessem sido condenados, isso por si só seria insuficiente. Outras pessoas tiveram participação decisiva no massacre, como o governador (Almir Gabriel), o comandante geral da Polícia Militar e o secretário de Segurança Pública (Paulo Sette Câmara). Estes sequer foram envolvidos no caso”, contesta o advogado.

Na opinião dos sobreviventes do massacre e dos advogados do MST, a justiça ainda não veio. As pessoas mutiladas, assim como as 13 viúvas que tiveram seus maridos executados naquele dia, ainda não receberam indenizações.

Tanto para o coordenador nacional do MST no Pará, Charles Trocate, quanto para os mutilados do massacre, o Estado foi o culpado pelo incidente. “A cultura da violência gera a cultura da impunidade. Carajás evidenciou um problema em proporções maiores, mas o Estado não foi capaz de criar instrumentos que corrigissem isso. Primeiro se negou julgar e condenar o governador, o secretário de Justiça e o comandante geral da PM. Segundo, nestes 10 anos, não foi produzida nenhuma condenação porque é o Estado que está no banco dos réus”, afirmou Trocate.

Caminho do processo na Justiça

Abaixo, leia a cronologia do processo dos envolvidos no Massacre de Eldorado de Carajás.

Junho de 1996 - Início do maior processo em número de réus da história criminal brasileira, envolvendo 155 policiais militares. Em 10 anos, o processo ultrapassou as 10 mil páginas.

16 de agosto de 1999 - Primeira sessão do Tribunal do Júri para julgamento dos réus em Belém, presidida pelo juiz Ronaldo Valle. Foram absolvidos três oficiais julgados - coronel Mário Colares Pantoja, major José Maria Pereira de Oliveira e capitão Raimundo José Almendra Lameira. Foram três dias de sessão com cerceamento dos poderes da acusação, impedimento da utilização em plenário de documentos juntados no prazo legal, permissão de manifestações públicas de jurados criticando a tese da acusação e defendendo pontos de vista apresentados pela defesa.

Abril de 2000 - O Tribunal de Justiça do Estado do Pará determinou a anulação do julgamento, decisão mantida em um segundo julgamento, em outubro de 2000. Antevendo a anulação do julgamento, o juiz Ronaldo Valle solicitou o afastamento do caso. Dos 18 juízes criminais da Comarca de Belém, 17 informaram ao Presidente do Tribunal de Justiça que não aceitariam presidir o julgamento, alegando, na maioria dos casos, simpatia pelos policiais militares e aversão ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e aos trabalhadores rurais.

Abril de 2001 - Nomeada uma nova juíza para o caso, Eva do Amaral Coelho, que designou o dia 18 de junho de 2001 como data para o novo julgamento dos três oficiais. Alguns dias antes do início da sessão, a juíza determinou a retirada do processo da principal prova da acusação, um minucioso parecer técnico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com imagens digitais que comprovavam que os responsáveis pelos primeiros disparos foram os policiais militares. O MST reagiu e a juíza reviu sua posição, suspendendo o julgamento sem marcar nova data.

14 de maio a 10 de junho de 2002 - O julgamento foi retomado. Após cinco sessões, entre os 144 acusados julgados, 142 foram absolvidos (soldados e 1 oficial) e dois condenados (coronel Pantoja e major Oliveira), com o benefício de recorrer da decisão em liberdade. Em decorrência dos benefícios estendidos aos dois únicos condenados, as testemunhas de acusação não compareceram mais ao julgamento, em função de ameaças de morte e por não acreditar na seriedade do julgamento. Durante vinte dias, jornais do Estado do Pará publicaram detalhes sobre intimidações e ameaças de morte que estariam recebendo as principais testemunhas da acusação, principalmente Raimundo Araújo dos Anjos e Valderes Tavares. Nada foi feito em relação à proteção e salvaguarda de tais testemunhas. O MST não aceitou participar de um julgamento onde não estivessem sequer garantidas a segurança e a tranqüilidade das pessoas fundamentais para a acusação.

Novembro de 2004 - A 2ª Câmara do Tribunal de Justiça do Pará julga numa só sessão todos os recursos da defesa e da acusação e mantém a decisão dos dois julgamentos realizados pelo Tribunal do Júri, absolvendo os 142 policiais militares e condenando o coronel Pantoja (228 anos de prisão) e o major Oliveira (154 anos de prisão).

22 de setembro de 2005 – O coronel Pantoja é posto em liberdade por decisão do Supremo Tribunal Federal.

13 de outubro de 2005 – O major Oliveira é posto em liberdade por decisão do Supremo Tribunal Federal.

2006 - Depois de dois anos, aguarda-se o julgamento do recurso especial apresentado ao Superior Tribunal de Justiça e posteriormente do recurso extraordinário apresentado ao Supremo Tribunal Federal.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Eldorado_dos_Caraj%C3%A1s



A destruição em Lisboa das hortas urbanas de Benfica e a criação da horta popular da Graça-Mouraria


http://horta-popular-graca-mouraria.blogspot.com/


Desde final de Março que várias pessoas têm andado atarefadas na área das portas de Benfica, fazendo algo pouco comum a habitantes da cidade: salvar uma série de árvores de fruto, flores, vegetais. É que a cidadecontinua a crescer. Cresce em perímetro, ao mesmo tempo que se densifica e perde espaços verdes participados, ao mesmo tempo - estranho fenómeno -que tem cada vez menos habitantes. O concelho de Lisboa perdeu mais de300.000 habitantes desde 1980, ou seja, entre 30% a 40% da sua população.

A obras da CRIL e dos respectivos acessos prossegue, fazendo avançar "Buldozers" por cima de hortas que algumas pessoas mantinham nas Portas de Benfica, para que os alimentos criados ajudassem a economia familiar.
Estas hortas, independentemente do maior ou menor talento de cada hortelão,são espaços na cidade que permitem a manutenção mínima de um ambiente salutar. São espaços que, entre outras coisas, ajudam à infiltração das águas da chuva diminuindo os riscos de cheias, regulam a ilha de calor urbano, criam habitats para várias espécies animais e vegetais, melhoram a qualidade de vida de quem nelas trabalha ao ser local de lazer, exercício,contacto com a natureza, terapia,...

Estando a ser destruído este espaço, que com um pequeno investimento poderia ser ainda mais uma local de convívio e reforço das relações de vizinhança, começa a surgir um outro. Que espaço é esse? Simplesmente,uma auto-estrada, algo que não necessita de grandes apresentações.
Muitas faixas de rodagem, asfalto quente e estéril, automóveis a grandes e ruidosas velocidades. Uma barreira intransponível entre vizinhos. Um estímulo ao uso do automóvel privado, uma dificuldade para quem deseja circular a pé ou de bicicleta.

Durante os próximos dias vão continuar os trabalhos das máquinas. As hortas que ainda subsistem, mais próximas das portas de Benfica, vão também ser terraplanadas. Belos talhões com batatas, milho, pimentos, ervilhas, favas, serão arrasados a meio do seu desenvolvimento. Pessegueiros, figueiras, laranjeiras, bananeiras. Colmeias de um lado, e o alecrim onde as abelhas recolhem pólen do outro, também.

Qualquer pessoa que, desejando um desenvolvimento mais harmonioso da cidade,queira tentar salvar o máximo de vegetais e árvores destas hortas, pode entrar em contacto com Marcos Pais através do email marcos.abyz@gmail.com para informação sobre os dias em que vamos estar nas hortas.

Vamos tentar trazer o maior número possível de plantas para a horta popular da Mouraria, local aberto que tod@s estão convidad@s a visitar para contactar um pouco com o campo, mesmo no coração da cidade, encima da Calçada do Monte.

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Para a descrição sobre o que se tem passado com as hortas de Benfica e a sua destruição, leia-se o seguinte texto que retiramos do blogue http://supergreenme.blogspot.com


O jardim da D. Ondina – uma história de hortas com vida e vidas em hortas

No início dos anos 70 a proprietária da Quinta das Pedralvas, em Benfica, doou as suas terras à Câmara Municipal de Lisboa sob condição de serem utilizadas para habitação e fins sociais. Num pedaço de terra da boa que tapa a encosta entre o castelinho das Portas de Benfica e a estrada dos Salgados ergueram-se hortas em lotes arrendados pela Câmara.



Até à segunda-feira passada entre 50 a 70 pessoas cultivavam aí legumes e árvores de fruta para o seu sustento suplementar ou total, para além de plantas mais decorativas para o sustento da alma... Ladeado de árvores, algumas de grande porte, freixos, oliveiras, amoreiras, choupos, alguns pinheiros mansos e até um ulmeiro, o terreno representava um dos últimos resquícios de ruralidade em Lisboa, numa zona que outrora era dominada por quintas e onde agora os prédios infelizes dos anos 70 enclausuram a população humana, animal e vegetal.

Segunda-feira passada chegaram as retroescavadoras e fizeram evaporar a esperança secreta dos hortelões de que esta obra “de utilidade pública” chamada CRIL, com a mesma idade de algumas árvores de médio porte na zona, não seria mais do que um fantasma e voltaria a atrasar por mais uns tantos anos. Apesar dos avisos, o choque foi grande.

Eu andei no terreno uma semana, mobilizada por uma “colega” do ambiente, e falei com pessoas confusas, incrédulas, revoltadas e algumas com claros sintomas de choque. Duas irmãs dos seus 60 anos pediram-me para conseguir adiar as máquinas até às favas estarem prontas para a colheita, pois só faltava um mês e deixaram-me assinalar a bela figueira no meio da sua horta com fita polícia (Foi a primeira árvore a ir abaixo, pois o recado não tinha sido passado ao encarregado de obra). Outra senhora, mais resignada, entregava-me enormes sacos de couve portuguesa para distribuir a quem precisasse. “ Mas vai usar mesmo, não vai? Pois deve, visto que a senhora é do ambiente..”


O Sr. Porfírio, já com um quarto do terreno arrasado, olhava preocupado para a sua mulher, a D.Helena, uma mulher miniatura com uma cara redondinha saudável que revelava a sua ascendência beirã. A D. Helena continuava a trabalhar no seu quinhão como se houvesse amanhã. “Eu aguento-me”, dizia o Sr. Porfírio, “Mas a minha mulher não tem outra ocupação. Trabalhar a terra é o que ela sabe. Vou plantá-la a frente da televisão agora?”


Alguns donos das hortas zangavam-se connosco por estarmos a tirar plantas e marcar árvores para um transplante que negociámos com o empreiteiro. Consideravam que estávamos a roubar, por mais que insistissemos que o terreno ia mesmo ser destruído. “A CRIL ainda está embargada”, diziam sabidos, “Isto é tudo ilegal.” Até as máquinas chegarem a meio das hortas tornando a destruição demasiado óbvia, as pessoas continuavam a ir aos seus bocados de terra, colhendo legumes, regando, conversando entre elas como sempre fizeram. Os moradores do bairro adjacente continuavam a atravessar o terreno, com crianças pela mão, cumprimentando os hortelões e as hortelonas. O fim social idealizado pela antiga proprietária esteve à vista até ao derrube do jardim da D.Ondina, às 13 horas de quarta-feira..

Aaah, a D. Ondina merece menção especial. Até marcámos o seu lote com fita polícia toda a volta para garantir que houvesse tempo para tirar os seus tesouros. No meio do stress de tentar parar as obras para que os ninhos fossem poupados e de bombardear a Câmara com pedidos de viabilizar o transplante de árvores, o jardim da D.Ondina conseguiu um lugar central na acção. Hoje com setenta e qualquer coisa anos, optou em tempos por criar o seu próprio jardim secreto em vez de uma horta lavradinha com filas de couves e batatas. Tal como o paraíso, não parecia ter entrada nem saída. Espreitando através das sebes e as yucas que rodeavam o lote e por cima da vedação tosca avistávamos uma autêntica estufa de flores, plantas aromáticas e uma variedade de cactos. A D. Ondina, com os olhos intensos lavados em lágrimas, explicava-nos os benefícios de cada uma das suas plantas. “Os cactos absorvem a radiação, é bom para quem trabalha no computador e para toda a electricidade em casa. Assim nós não ficamos ‘radiados’.” “Esta cardeira até soube que a procuram noutros países, que já é rara, é para fazer um queijo especial.” “Com isto faz um chá e limpa os rins.” A vizinha, D. Deolinda, ia dizendo que sim e repetia orgulhosa os conhecimentos da sua amiga curandeira de olhos azuis e lenço preto na cabeça para quem quisesse ouvir. A D.Ondina foi resistindo às ofertas de apoio para transplantar o seu jardim. Todos os dias levava calmamente umas cestas cheias para um novo terreno que escolheu, pouco além do perímetro marcado pelo empreiteiro. Mas o fim não teve o mesmo ritmo da vida das hortas. Em poucas horas os voluntários tiveram que desenterrar o que conseguiam e com a ajuda dos trabalhadores da obra, entretanto já bastante sensibilizados e cheios de conselhos, levaram as plantas e sebes para os novos anfitriões, a eco-escola Verdes Anos e a Horta popular da Graça. À sombra de um choupo à espera do abate, dezenas de plantinhas em vasos ainda aguardam que a D.Ondina os leve.

Foi uma semana dura. Dura para os voluntários que lutaram pelos ninhos com crias e pelas árvores e plantas que nunca foram consideradas para a recuperação paisagística obrigatória, pois este terreno rural foi considerado baldio e não entrou na declaração de impacto ambiental. Dura para os pássaros que escolheram passar a Primavera num espaço condenado. Dura para as árvores que não vamos conseguir salvar. Mas sobretudo, acima de tudo, dura para os hortelões e hortelonas de Benfica, a quem ninguém ofereceu uma alternativa para o seu passatempo, sustento e paz de alma. Lisboa virou mais um pouco as costas à natureza livre e perdeu mais um pedaçinho de história e mais um pedaçinho de humanidade em prol de betão, ruído e ar irrespirável.

Textos retirados daqui

2ª audiência portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque realiza-se no dia 18 de Abril


Segunda Audiência
Lisboa, 18 de Abril, 21:30h,
na Casa do Alentejo
Entrada livre

Cinco anos de ocupação e de resistência em avaliação
. as responsabilidades dos EUA e do Reino Unido
. a cumplicidade das autoidades portuguesas
. as violações do direito, os crimes cometidos, a restrição das garantias individuais, os pretextos da luta "antiterrorista", as prisões secretas e os voos da CIA, a resistência iraquiana

Acusação formulada pelo magistrado Dr Eduardo Maia Costa

Grupo de Jurados constituído por personalidades representativas da sociedade portuguesa

Testemunhos
. Eman Khamas, Iraque
. Carlos Varea, Espanha
. Manuel Raposo, Tribunal-Iraque

Contamos com a sua presença e o seu apoio

A Comissão Organizadora do Tribunal-Iraque
Amílcar Sequeira, António Alves, Berta Macias, Cristina Meneses, Eduardo Maia Costa, Guadalupe Margarido, Helena Nascimento, João Mário Mascarenhas, José Mário Branco, Júlio Moreira, Manuel Monteiro, Manuel Raposo, Mário Tomé, Paulo Esperança



http://tribunaliraque.info/pagina/inicio.html

Actividades no bar-livraria Gato Vadio neste fim de semana: apresentação de Caravana, livro de Rui Manuel Amaral, e no Domingo há sessão porno-poética

Sábado, 19 de Abril às 16h30

Apresentação de "Caravana", de Rui Manuel Amaral.
Com a presença do autor e de Rui Lage.



Domingo, 20 de Abril, 18h.

Sessão Porno-poética
Poemas de Marcial e Bocage
Ditos e seleccionados por Nuno Meireles

O rescaldo da última sessão de poesia foram removidas do local cinzas* lascivas de soutiens queimados numa pira improvisada no nosso logradouro por ladies mais acaloradas e confiscados bilhetinhos jocosos e introduzidos nos interstícios mais obscuros da nossa inocente livraria.
Os Vadios e as Vadias que deram corpo ao manifesto na última sessão de poesia fazem parte de uma lista rubra, cifrada pelos nossos agentes poéticos à paisana e à trancada. Tranquilizem-se pois os incautos espectadores de poemas da próxima sessão poético-explícita dedicada a Marcial: estamos todos de olho à espreita!
Há quem diga que temos por trás – salvo seja…– o lobbie da sex-shop da travessa de Cedofeita. Assim como assim, preferimos algemas fetiche à fé no scotish! É que enquanto uns emborcam faisões e pavoas, nós, vis taberneiros da poesia vil, saciamos outras sedes. E de um jorro múltiplo e em simultâneo traremos à luz da noite mais escura poesia e poetas esquecidos, antes que o comércio lhes ponha a mão chamando-os de “malditos” e pondo-lhes uma trela para passearem na rua o exotismo tripeiro soft-core ou o caniche castrado.
Louvado seja o nosso púb(l)ico.

*As cinzas vão permanecer em câmara ardente no retábulo das orgias.

Os Vadios, 15 de Abril de 2008. Porto.


Gato Vadio,

Três bares do Porto recebem o jazz acústico e alternativo da banda francesa L'Herbe Folle

L ’herbe folle
Acústico / Alternativa / Jazz

website: aqui


16 Abr às 22:00
Pinguim Café
rua de belomonte, 67,
http://pinguimcafe.blogspot.com/


17 Abr às 23:45
Contagiarte
http://www.contagiarte.pt/

18 Abr às 0:00
Maus Habitus
http://www.maushabitos.com/


Na Taberna Subura em Braga recorda-se hoje José Afonso

Todas as Quintas-feiras da terceira semana cada mês, há uma sessão sobre José Afonso ( com música, poesia e tertúlias) na Taberna Subura, em Braga

Hoje, 17 Abril, quinta-feira às 22h.


TABERNA SUBURA
TRAV. RUA FREI CAETANO BRANDÃO, Nº101-A. SÉ – BRAGA
Boa música portuguesa e bons petiscos.
Aberta todos os dias, a partir das 20h e até cerca das 2h.
Música ao vivo e uma guitarra disponível para quem quiser usar. Apareçam!


Contactos
Telefone: 964254144e-mail:
tabernasubura@gmail.com

http://www.tabernasubura.blogspot.com/


SVBVRA, o bairro da boémia em Roma


Para os mais curiosos sobre a origem do nome deste bar, aqui vão algumas informações sobre o SVBVRA

Subura era o nome de um bairro romano (que ainda existe hoje), situado num vale perto do Fórum Romano e da Colina Viminal (Collis Viminalis) e onde viviam sobretudo emigrantes, pobres e prostitutas.

Este era o bairro das lojas, dos mercados e das oficinas dos artífices - uma área com vida, movimento e barulho. Não se pode dizer que fosse uma zona bonita, mas certamente era cheia de vida, energia e mesmo de inspiração.
Para um estranho que decidisse aventurar-se, o Subura podia ser um local perigoso, onde facilmente se era assaltado, razão pela qual principalmente os ricos se mantinham bem afastados deste bairro. Mas isto não quer dizer que o Subura fosse perigoso para todos. Aliás, havia mesmo alguns distintos patrícios que aí viviam - é o caso de Júlio César, que viveu no Subura até se tornar Pontifex Maximus de Roma.

O Subura tinha também um grande mercado, onde os pobres e os escravos encarregues da lida das casas faziam as suas compras. Aqui, havia desde barbeiros e mercadores, a lojas que vendiam vegetais, lã e outros artigos essenciais para a vida diária em Roma. Assim, apesar da atmosfera ser um pouco agreste, havendo mesmo alguns gangs que controlavam algumas ruas, o Subura era decidicamente um bairro cheio de vida e que oferecia muitas emoções.