5.3.07

Contra as Bases Militares Estrangeiras

Pela Abolição do Militarismo

Conferência Internacional contra as Bases Militares Estrangeiras, organizada pela Rede Mundial «No-Bases» (International Network for the Abolition of Foreign Military Bases) entre 5 a 9 de Março em Quito, no Equador


Activistas, académicos e políticos de todas as regiões do mundo empenhados a favor da paz estão neste momento reunidos em Quito e Manta, no Equador, entre os dias 5 a 9 de Março a propósito da realização da Conferência Internacional pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras espalhadas pelos quatros cantos do mundo.

95% das bases militares instaladas em território de outros países pertencem aos Estados Unidos da América, e os restantes 5% à França, ao Reino Unido, Índia e outros países. Apesar do ponto principal da reunião incida sobre a presença militar do exército norte-americano em muitos países do mundo, o objectivo da reunião é mais vasto e pretende analisar o «papel das bases militares estrangeiras e outras formas de presença militar estrangeira dentro da estratégia de dominação mundial e os seus impactos sobre a população e o meio ambiente.»


Outro objectivo da Conferência é formalizar e fortalecer a rede mundial «Não às Bases» que é integrada por 300 organizações civis de todo o mundo e que nasceu no seio do Fórum Social Mundial.«Esta é a primeira vez que a Rede articulada a nível electrónico se reúne fisicamente para potenciar a luta contra as bases a nível local e a nível global. Num mundo globalizado é necessário debater como uma Rede global põe fortalecer uma rede local e vice-versa e como se pode dar a articulação das lutas e resistências», afirma Anabel Estrella, coordenadora da Conferência.

A tarefa desta Rede de activistas é gigantesca se se tomar conta que os protestos pacíficos visam desafias a política belicista dos Estados Unidos, esse gorila das mil libras, como lhe chama o conhecido intelectual Noam Chomsky. Nesse desafio estam implicados milhões de pessoas de todo o lado que têm levado à organização e à realização de multitudinárias marchas e mobilizações contra a Guerra nos últimos 5 anos, desde que começou a Guerra do Iraque. Algumas dessas figuras estarão presentes na Conferência como é o caso da norte-americana Cindy Sheeham, do filipino Walden Bello, da mexicana Ana Esther Ceceña, de Lidesey Collen, da australiana Hannah Middletom, da professora portoiquenha Deborah Santana, do grego Athansios Pafílis.



A ideia é aquilatar da dimensão das bases militares estrangeiras no mundo. Dados já adiantados mostram-nos que em 2005 existiam 735 bases militares dos Estados Unidos distribuídas pelos cinco continentes. Essas bases representam um valor aproximado de 127.000 milhões de dólares. O total de pessoal militar residente nessas Bases totalizará 1.840.062, que é apoiado por 473.306 funcionário civis do Departamento de Defesa e 230.328 funcionário locais. Além disso, o Pentágono é o maior latifundiário do mundo uma vez que as suas Bases ocupam 12 milhões 726 mil e 669 hectares


Note-se que essas 735 Bases não incluem os chamados Postos avançados de Operações ou os Centros de Segurança Cooperativa, resultantes de acordos de acesso e cooperação assinados com os governos servis dos Estados Unidos e cujo número se eleva a mais de 1.000 locais em todo o planeta. A presença militar não consiste apenas em soldados armados, mas disfarça-se frequentemente sob a capa de missões de ajuda humanitária, missões médicas, missões de construção de escolas, etc.


Na América Latina a base Howard no Panamá foi desmantelada e substituída por outras quatro bases: Compalapa em El Salvador, Reina Beatriz em Aruba, Hato Rey em Curazao y Manta no Ecuador. EM porto Rico existe a de Vieques, nas Honduras há a base de Soto Cano/palmerolas. A estas há a acrescentar a base de Guantánamo que os Estados Unidos ocupam na ilha de Cuba e que se tornou muito conhecida por nela estarem detidos alguns dos chamados inimigos dos Estados Unidos e sobre eles se praticar múltiplas formas de tortura e experiências. A isto deve-se acrescentar 17 radares distribuídos por diversos países latino-americanos como Peru e Colômbia.


A Conferência terminará com uma grande Marcha que sairá de Quito em direcção a Manta onde simbolicamente se realizará um acto público contra a bases norte-americana instalada na cidade, cujo porto foi inteiramente militarizado em prejuízo dos pescadores, para além da sua tradicional tranquilidade ter sido completamente destruída com a chegada dos militares norte-americanos em 2000.

Nota: Os dados foram recolhidos em «737 U.S. Military Bases = Global Empire», escrito por Chalmers Johnson


Para consultar o programa da Conferência e as dezenas de oradores que irão intervir:
http://www.no-bases.net/

Ver ainda:
http://alainet.org/active/15986
http://www.ecuador.indymedia.org/es/index.shtml




As Populações não querem Bases militares estrangeiras nas suas terras

OUTRO MUNDO É POSSÌVEL…se disseres BASTA às Bases Militares Estrangeiras!



Another World is possible if we say “Enough” to the foreign bases implemented around the world due to the negative political, environmental, social and cultural impacts.




The members of the International Organizing Committee (IOC) of the International Conference for the Abolition of Foreign Military Bases, Herbert Docena from Focus on the Global South from Philippines, Andrés Thomas from Democracy Now in USA; Corazón Fabros Valdez from Philippines, member of the International Organizing de Filipinas, integrante del IOC; Lina Cahuasquí, from the Ecuador No Bases Coalition, held a press conference to inform on the main objectives of the No Bases Conference. More than 400 participants from 50 countries will be participating in the Conference that will take place in Quito and Manta from March 5-9.



There are more than 1.000 foreign military bases around the world. The US, Russia, China, the UK and Italy have foreign military bases. Most of them belong to the US. According to official figures, there are 737 US bases in different countries. This does not include the secret military bases, such as the 4 installed in Iraq. In Germany there are 81 US bases and 37 in Japan.



Military bases are used in Iraq for destruction and death. Philippines had military bases in the US for more than 100 year to attack Vietnam and other countries. In this country, one of the most important effects was on human rights and democracy. US supported dictator Marcos with huge amounts of money in exchange of keeping the foreign military bases. Without the support, such a long dictatorship would not have been possible. Only after 1992, after occupation, we see the contamination.



We oppose to the invasion in Iraq and Afghanistan. We rejected the plans to install new bases in these countries and to attack Iran. In Iraq, the negative effect in terms of military and death have been possible, by the installed foreign military bases in that country. Vieques, in Puerto Rico, was contaminated with heavy, chemical metals and with nuclear (Uranian reduced) remainders that effected the water, the human beings and the atmosphere.



In Ecuador, what was offered by the US didn't take place or had negative results. The action has been limited to improve the runway while infantile prostitution, the birth of non-recognized children, and the number of unwished pregnancies have increased. The United States has exceeded their functions when intercepting and sink boats with migrantes. From the base of Manta the boats with drugs are intercepted and they fight the guerrilla.



The national bases opened to joint activities do not escape to being catalogued as foreign bases. In Asia, concretely in Japan and the Philippines, the United States has taken part fixing the accesses to the bases. In exchange for this, the United States can use those accesses and store ordnance. This has been possible by a bilateral agreement to use specific places, nevertheless, the United States uses any place of the Philippines for the joint military maneuverses.



Several bases are presented like places of cooperation and interchange, but these sites maintain communications equipment and are used to spy, as it happens in New Zealand.



In spite of the described panorama, the present world-wide frame of fight against the foreign military bases inspires and gives energy to us. In Italy more than 100 thousand people marched out to express that they will not longer accept the violation of the sovereignty of Italy. We celebrated that the Puerto Rican town has chosen a non-violence active way for the closing of Vieques, after 60 years of American military presence, and is demanding the decontamination and the return of earth.



Ecuador said no to a proposal of the United States to install another military base in the island of Baltra in Galápagos, Panama obtained the exit of the Navy military of the United States. We also celebrated the cease of joint military maneuverses in Uruguay, Argentina and Brazil.



The international Community is here to support the Ecuadorian town in its fight against the base of Manta, as well as to request the support of this town in the fight against the bases of the world. The position of the Ecuadorian Government inspires us to close the base of Manta. But also we are worried about the pressure that exerts the United States on the Ecuadorian Government in order to maintain it. We know that the paper of the Government of Ecuador is the key. We invited president Rafael Correa to our Conference so that the delegates can take the message to their countries that yes it is possible forsmall countries of the South like Ecuador, to defend the peace and the sovereignty, and to say "no" to the United States.



The people who will participate in this Conference that will be held from the 5 to the 9 of March, come, practically, of all the continents. From Greece, the world-wide Secretary of the World-wide Council for peace will come; Brazil will be presented by Socorro Robles. We will count on the presence of Sindy Sheehan, mother of one of the soldiers who died in Iraq.



The Conference reunites,not only activists, but also parlamentarians of Europe, Brazil and Venezuela. The Conference wants to analyze the impacts that the presence of foreign bases causes and to emphasize the local fights anywhere in the world. For that reason on the first day of the Conference, the activists of the social movements will share their fights, achievements and also certain failures. On the second day, we will plan the strategies to continue with our actions. Here in Quito the conference will finish with a great cultural festival, in which a campaign of solidarity for the definitive closing of the base of Manta will be sent. In the city of Manta we will spread what happens in the military base, and fight against its presence. In this city the Conference will be closed with another cultural festival.



Quito 2 of March of 2007

Communication Team

The International Conference for the Abolition of Foreign Military Bases

Contact: Edgar Andrade

Solidarity Forever - Sempre solidários

Solidarity Forever é uma canção que foi escrita pelo músico e activista sindical Ralph Chaplin em 1915 no âmbito da actvidade sindical do IWW (International Workers of World), usando a música de Julia Ward em Battle hymn of the Republic.

Mais tarde é retomada por Pete Seeger como tributo a todos os trabalhadores que se sacrificaram na luta por um mundo melhor.



When the Union's inspiration through the workers' blood shall run,
There can be no power greater anywhere beneath the sun.
Yet what force on earth is weaker than the feeble strength of one?
But the Union makes us strong.


Solidarity forever!
Solidarity forever!
Solidarity forever!
For the Union makes us strong.

Is there aught we hold in common with the greedy parasite
Who would lash us into serfdom and would crush us with his might?
Is there anything left to us but to organize and fight?
For the Union makes us strong.

[chorus]


It is we who plowed the prairies; built the cities where they trade;
Dug the mines and built the workshops; endless miles of railroad laid.
Now we stand outcast and starving, 'midst the wonders we have made;
But the Union makes us strong.

[chorus]

All the world that's owned by idle drones is ours and ours alone.
We have laid the wide foundations; built it skyward stone by stone.
It is ours, not to slave in, but to master and to own,
While the Union makes us strong.

[chorus]

They have taken untold millions that they never toiled to earn,
But without our brain and muscle not a single wheel can turn.
We can break their haughty power; gain our freedom when we learn

That the Union makes us strong.


[chorus]


In our hands is placed a power greater than their hoarded gold;
Greater than the might of armies, magnified a thousand-fold.
We can bring to birth a new world from the ashes of the old.
For the Union makes us strong.

[chorus]



L'Affiche Rouge ( Aragon)

Letra de Aragon
Musica e voz de Léo Ferré


Vous n’avez réclamé ni gloire ni les larmes
Ni l’orgue ni la prière aux agonisants
Onze ans déjà que cela passe vite onze ans
Vous vous étiez servis simplement de vos armes
La mort n’éblouit pas les yeux des Partisans

Vous aviez vos portraits sur les murs de nos villes
Noirs de barbe et de nuit hirsutes menaçants
L’affiche qui semblait une tache de sang
Parce qu’à prononcer vos noms sont difficiles
Y cherchait un effet de peur sur les passants

Nul ne semblait vous voir Français de préférence
Les gens allaient sans yeux pour vous le jour durant
Mais à l’heure du couvre-feu des doigts errants
Avaient écrit sous vos photos MORTS POUR LA FRANCE
Et les mornes matins en étaient différents

Tout avait la couleur uniforme du givre
A la fin février pour vos derniers moments
Et c’est alors que l’un de vous dit calmement
Bonheur à tous Bonheur à ceux qui vont survivre
Je meurs sans haine en moi pour le peuple allemand

Adieu la peine et le plaisir Adieu les roses
Adieu la vie adieu la lumière et le vent
Marie-toi sois heureuse et pense à moi souvent
Toi qui vas demeurer dans la beauté des choses
Quand tout sera fini plus tard en Erivan

Un grand soleil d’hiver éclaire la colline
Que la nature est belle et que le cœur me fend
La justice viendra sur nos pas triomphants
Ma Mélinée ô mon amour mon orpheline
Et je te dis de vivre et d’avoir un enfant

Ils étaient vingt et trois quand les fusils fleurirent
Vingt et trois qui donnaient le cœur avant le temps
Vingt et trois étrangers et nos frères pourtant
Vingt et trois amoureux de vivre à en mourir
Vingt et trois qui criaient la France en s’abattant







Leo Ferre- L'affiche rouge

A merda do prof. Martelo

Mão amiga enviou-me esta história que partilho agora aqui. Leiam e riam-se.


O famoso comentador da TV, Marcelo Rebelo de Sousa, seguia a bordo de um avião, de Lisboa para o Porto. Ao seu lado, reparou num garoto de uns 10 anos, de óculos com ar sério e compenetrado. Assim que o avião descolou, o garoto abriu um livro, mas Marcelo Rebelo de Sousa puxou conversa.

- Ouvi dizer que o voo parece mais curto se conversarmos com o passageiro do lado. Gostarias de conversar comigo?
O garoto fechou calmamente o livro e respondeu:
- Talvez seja interessante. Qual o tema que o Sr. gostaria de discutir?
- Ah, que tal política? Achas que devemos reeleger Pedro Santana Lopes ou dar uma chance a José Sócrates?
O garoto suspirou e replicou: - Pode ser um bom tema, mas antes preciso de lhe fazer uma pergunta.
- Então manda! - Encorajou MarceloRebelo de Sousa.
- Os cavalos, as vacas e os cabritos comem a mesma coisa, certo? Pasto, ervas, rações. Concorda?
- Sim. - Disse MarceloRebelo de Sousa.
- No entanto, os cabritos excrementam bolinhas, as vacas largam placas de bosta e os cavalos grandes bolas... Qual é arazão para isto?
Marcelo Rebelo de Sousa pensou por alguns instantes, mas confessou que não sabia a resposta...E o garoto concluiu:
- Então como é que o senhor se sente qualificado para discutir quem deve governar Portugal, se não entende de merda nenhuma?

Pedro pedreiro ( Chico Buarque)



Pedro pedreiro penseiro
esperando o trem
Manhã parece, carece
de esperar também para o bem
de quem tem bem
de quem não tem vintém

Pedro pedreiro fica assim pensando
Assim pensando o tempo passa
e a gente vai ficando prá trás
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
esperando o trem,
esperando aumento
desde o ano passado
para o mês que vem

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro espera o carnaval

E a sorte grande do bilhete pela federal todo mês
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando a festa, esperando a sorte
E a mulher de Pedro está esperando um filho prá esperar também

Pedro pedreiro penseiro esperando o trem
Manhã parece, carece de esperar também
Para o bem de quem tem bem de quem não tem vintém
Pedro pedreiro fica assim pensando

Pedro pedreiro está esperando a morte
Ou esperando o dia de voltar pro Norte
Pedro não sabe mas talvez no fundo espere alguma coisa mais linda que o mundo
Maior do que o mar, mas prá que sonhar se dá o desespero de esperar demais
Pedro pedreiro quer voltar atrás, quer ser pedreiro pobre e nada mais, sem ficar
Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho prá esperar também
Esperando a festa, esperando a sorte, esperando a morte, esperando o Norte
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Que a esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando
Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem
Que já vem...
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem
Que já vem



FUNERAL DO LAVRADOR
(João Cabral de Melo Neto, voz de Chico Buarque)

Pau de arara ( Vinicius de Morais)

Pau de Arara
( letra de Vinicius de Morais, e voz de Zélia Barbosa)


Eu um dia cansado que tava
da fome que eu tinha
eu não tinha nada
que fome que eu tinha ,
que seca danada no meu Ceará
eu peguei e juntei
um restinho de coisas que eu tinha :
duas calças velhas e uma violinha
e num pau de arara
toquei para cá.
E de noite eu ficava na praia de Copacabana
zazando na praia de Copacabana
dançando o chachado pras moças olhá

Virgem Santa
que a fome era tanta
que nem voz eu tinha
Meu Deus quanta moça
que fome que eu tinha

Mais fome que tinha no meu Ceará
puxa vida que num tinha uma vida
pior do que a minhaque vida danada , que fome que eu tinha
zazando na praia pra lá e pra cá
quando eu via toda aquela gente
no come que come
eu juro que eu tinha saudades da fome
da fome que eu tinha no meu Cearà
e ai eu pegava e cantava
e dançava o xaxado
e só conseguia porque no xaxado
a gente só pode mesmo se arrastá.

Virgem Santa
que a fome era tanta
qu'inté parecia que mesmo xaxado
meu corpo subia
igual se tivesse querido voar.

Vou-me embora pró meu Ceará
porque lá tenho um nome
aqui não sou nada
sou só Zé com fome
sou só Pau de Arara
nem sei mais canto
vou picar minha mula
vou antes que tudo rebente
porque estou achando que o tempo está quente
pior do que antes não pode ficar.

Mais de 120 mil trabalhadores nas ruas de Lisboa em protesto contra o Governo Sócrates

Face ao silenciamento quase absoluto a que a grande manifestação da CGTP realizada no passado dia 2 de Março foi votada pelos media torna-se imperioso dar notícia desse acontecimento que revela o descontentamento e o grau de contestação que se vai espalhando pelo país fora face à política liberal do governo Sócrates e que atinge os mais pobres e carenciados.
Na verdade não é só a política de saúde e a política educativa que geram revolta e insatisfação junto da população mas toda a orientação governativa que, sob o pretexto da contracção orçamental, vai tomando as mais variadas medidas lesivas do bem estar dos trabalhadores portugueses.



http://www.cgtp.pt/index.php


Manifestação da CGTP foi provavelmente "a maior de todos os tempos"


A concentração nacional convocada pela CGTP, sob o lema “Juntos pela mudança de políticas”, entupiu as principais artérias de Lisboa. Aderiram ao protesto mais de 120 mil pessoas de todo o país, no que foi o maior número de manifestantes em dois anos do Governo liderado por José Sócrates. As críticas mais fortes visaram as políticas seguidas pelo Executivo socialista nas áreas da saúde e da educação.


A manifestação concentrou, durante quatro horas, trabalhadores dos sectores público e privado, que encheram as ruas e pararam o trânsito, do Saldanha aos Restauradores, e da Av. da Liberdade até junto à Assembleia da República, por onde passaram 120 mil pessoas, segundo afirmou ao PÚBLICO a PSP no local.Contudo, a organização do protesto referiu a presença de entre 130 mil a 150 mil manifestantes, o que supera a concentração realizada também pela Intersindical no passado dia 12 de Outubro – juntou na capital entre 80 mil e cem mil pessoas.


A dar voz a todos os protestos esteve o secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, que, em frente à Assembleia da República, quando ainda muitos manifestantes estavam na Avenida da Liberdade, proferiu o discurso de encerramento da concentração nacional, que terminou já depois das 18h30, com a aprovação de novas manifestações a concretizar durante a presidência portuguesa da União Europeia.


Descontentamento pelas condições de vida e de trabalho


Carvalho da Silva considerou, no final, que a manifestação foi provavelmente "a maior de todos os tempos" e um grande protesto contra as políticas seguidas pelo Governo, acrescentando que, mais uma vez, os trabalhadores portugueses se mobilizaram para mostrar o descontentamento pelas actuais condições de vida e de trabalho.O desemprego, a precariedade laboral, o aumento do custo de vida e a formação profissional foram as principais questões abordadas pelo sindicalista no seu longo discurso.


.Às 14h30, a hora marcada para o início da concentração, já se encontravam milhares de trabalhadores do sector privado no Saldanha – os da Administração Pública reuniram-se à mesma hora nos Restauradores, juntando-se depois a meio da Avenida da Liberdade –, mas a longa marcha de alguns quilómetros começou apenas uma hora depois.


“Com razão protestamos e lutamos por políticas socialmente justas”, podia ler-se num cartaz transportado por manifestantes de Leiria, enquanto, ali ao lado, Domingos Rodrigues, de Setúbal, “dirigente sindical a tempo inteiro”, tentava começar a coordenar-se com os outros homens da organização do protesto.


“Tenho estado sempre ao lado da luta dos trabalhadores. Há ainda centenas de autocarros a entrar em Lisboa”, disse Domingos Rodrigues, quando eram 14h40, mostrando-se satisfeito com a multidão à sua volta e com o número de pessoas esperado.


“O custo de vida aumenta, o povo não aguenta”


Entre a música de José Afonso que ecoava das inúmeras colunas de som, os incessantes bombos e as palavras de ordem entoadas sempre contra o Governo – “O custo de vida aumenta, o povo não aguenta” ou “Direitos conquistados não podem ser roubados” –, o reformado José Guerreiro, 71 anos, quis que o seu protesto também fosse ouvido: “Este Sócrates não aguenta muito tempo, é só a determinação que o aguenta”.


“A saúde faz imensa falta à população. Estão a atacá-la de uma maneira estúpida”, vincou José Guerreiro, que fez questão de sublinhar – “escreva aí” – que foi preso político antes do 25 de Abril de 1974 durante oito anos, em Peniche e Lisboa.


Já para António Vinhas, um professor de Coimbra, de 54 anos, as questões relativas à educação são as mais preocupantes, nomeadamente o “encerramento arbitrário de escolas”. O docente considerou ainda que “o Ministério da Educação está cheio de burocratas que não sabem nada de ensino”.