21.2.09

Filme «Lefteria liberdade» de Tiago Afonso, seguido de debate sobre os acontecimentos recentes na Grécia, na Casa de Ló (dia 25 de Fev. às 21h30 )


Passagem do filme Lefteria = Liberdade, e discussão sobre os últimos acontecimentos na Grécia na CASA De LÓ ( Travessa de Cedofeita nº 20 A, no Porto), no próximo dia 25 de Fevereiro às 21.30

Um filme sobre a estadia de 5 dias em Atenas na segunda semana do mês de janeiro do ano de 2009

MySpace do realizador Tiago Afonso do filme Lefteria Liberdade - aqui


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lefteria liberdade 02



lefteria liberdade 03




lefteria liberdade 04

A pintura e os objectos de design da artista plástica Daniela Carvalho

Consultar:

http://artesdaniela.blogspot.com/

http://beautydani.blogspot.com/

Unicepe, cooperativa livreira de estudantes do Porto, e um dos locais históricos da resistência anti-fascista

A Unicepe já tem um blogue próprio para dar conta das novidades e das suas iniciativas. Há 45 anos, a livraria Unicepe, Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, foi constituída em 1963, sem fins lucrativos, conseguindo ao longo do tempo, atingir alguns dos seus objectivos. Outros permanecem, outros surgirão. Um dos propósitos da sua génese - manter a Unicepe como um LUGAR DE AFECTOS. Nela podem encontrar-se não só livros, como também discos, revistas; há um espaço para exposições.

Praça Carlos Alberto, 128-A
4050-159 Porto
Telefone: 222 056 660
http://www.unicepe.com/
unicepe@net.novis.pt
http://www.unicepe.blogspot.com/


Acerca da Unicepe - O Lugar
(texto de Natália Reis, retirado do blogue da Unicepe,
aqui)

Sabe-se que o silêncio é uma das mais pungentes armas de comunicação. Que do mais acérrimo secretismo, surgem, por vezes, palavras imbuídas do inefável. Sabe-se que as mais intensas sensações são indizíveis. Mas não será, contudo, de excluir a tentativa de expressar-me acerca de algumas, na presença das quais se tem vergado o meu espírito.

Tenho, ao longo dos meus dias, coleccionado frases que me inchem do que de arrebatador delas transpira, folheado livros que espero que se ergam, muito além do que possam alcançar as minhas mãos. Tenho trocado palavras com pessoas a quem posso, por momentos, decifrar o íntimo, atravessando-lhes a crosta, ouvindo o que releva de tudo o que acompanha o que me é dito. E o que o não é.

Em palavras simples, digo, então, porque me é tão necessário integrar esta família: gosto de subir a escadaria, de ouvir os passos na pedra. De entrar com uma saudação de ambas as partes. De ver o que de novo surge num lugar que não era o seu, na visita precedente. Dos sorrisos que se trocam. Do contacto entre as vozes. Do silêncio que transcende o burburinho. E do cheiro, da presença, daquela luminosidade oculta que ganham os sítios que tomamos para nós como uma casa.

Conhecem a sensação?

Natália Reis




Noites de poesia e música

Todas as quartas Quartas-feiras de cada mês, das 21h30 às 23h, lembraremos um dos nossos sempre tão esquecidos poetas, com acompanhamento musical de um dos associados da Cooperativa, e a participação de todos os interessados

Plano para 2009

Janeiro, dia 28 - Miguel Torga - Carlos Andrade
Fevereiro, dia 25 - Sebastião da Gama - Carlos Cunha
Março, dia 25 - Natália Correia - Tino Flores
Abril, dia 22 - Luís Veiga Leitão - José Ramalho
Maio, dia 27 - Agostinho da Silva - João Teixeira
Junho, dia 24 - Jorge de Sena - Agostinho da Silva
Julho, dia 22 - Sofia de Melo Breyner - Jorge e Nuno Gomes da Silva
Setembro, dia 23 - Antero de Quental - Ana Ribeiro
Outubro, dia 21 - Florbela Espanca - Francisco Carvalho
Novembro, dia 25 - Bocage - Fernando Ribeiro

Opiário+Tabacaria & três sonetos.Notas para a recordação do meu mestre Caeiro, de Álvaro de Campos (poesia encenada, hoje, no Contagiarte às 22h45)


“Logo que conheci Caeiro, verifiquei-me.”
Álvaro de Campos


Alberto Caeiro está aqui como o acontecimento-fronteira da biografia de Campos - pois conheceram-se logo após essa viagem ao Oriente em que foi escrito “Opiário”, e os sonetos antes disto - ou seja, muito antes de Campos ser o homem lúcido capaz de escrever “Tabacaria”.

Campos havia de considerar mestre a Caeiro a tal ponto que sobre ele escreveria as "Notas" para que todos soubessem que homem fulcral este tinha sido.

Esta é uma circunscrição desse homem que aí está – Campos – em torno do seu mestre que não está – Caeiro – e sempre na presença do homem em que tudo se deu – Pessoa.

Este é também o momento em que os poemas de Fernando Pessoa, dramáticos por excelência, se tornam o teatro que são.

Encenação/Interpretação: Nuno Meireles
Desenho de Luz: Rui Oliveira e Nuno Meireles

Operação de Luz/Som: Rui Oliveira

Música: Piotr Ilitch Tchaikovski/Serguei Rakhmaninov

Duração aproximada: 55`

http://poesiaemvozalta.blogspot.com/

Local: Contagiarte

Rua Álvares Cabral, 372 - Porto

Simples tributo à vida de Gisberta através de uma sessão de leitura de poesia ( Domingo, dia 22 de Fev.)

Simples tributo à vida de Gisberta
Sessão de Poesia
Leitura de ” Indulgência Plenária”, de Alberto Pimenta
Por Nuno Meireles

Domingo, dia 22 de Fevereiro, às 18h
Gato Vadio, livraria-bar
Rua do rosário, 281 – Porto




(…)

tira-me daqui
tira-me daqui
tira-me daqui não sei se foste tu que disseste
não mexeste os lábios

nem sei se poderás continuar
as tuas trocas os teus desejos
entre os habitantes dos mundos invisíveis

se assim for
nem o Diabo impedirá
que o teu aroma nostálgico
continue a manifestar
a deusa
em todas as suas faces
humanas
(…)
Alberto Pimenta
Indulgência Plenária, Lisboa, &etc, 2007



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esta cidade está moribunda
não foram sete hienas tresmalhadas
clamor da avenida
ninguém pediu pela mulher que engana a carne
por um dia de canto
ouvem-se risos e os cafés estão cheios
gente soçobrada que não pára de beber o galão
de invectivar a tristeza
ou o azedume em fila de espera
na paragem do autocarro, a mulher das varizes
o homem do escarro,
o moço das Belas Artes
as mãos nos bolsos remoem pedras, paus e beatas
as mesmas pedras
os mesmos paus
as mesmas beatas
e o cheiro a kispo molhado não encobre a frialdade
nem a nortada
o pestilento riso da cidade

Júlio do Carmo Gomes

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Nota: Gisberta Salce foi encontrada sem vida no dia 22 de Fevereiro de 2006 num prédio abandonado da cidade do Porto. Foi maltratada, humilhada, violentada até à morte. Alberto Pimenta escreveu “Indulgência Plenária” tendo presente Gisberta, a sua vida, a sua liberdade, a sua morte. A leitura integral do livro é do conhecimento do autor.

Três anos depois, lembrando Gisberta: identidade de género e cidadania ( hoje, às 15h30, realiza-se um colóquio organizado pelo GRIP)


Três anos depois
Lembrando Gisberta: Identidade de Género e Cidadania
Organização:
Grupo de Reflexão e Intervenção do Porto (GRIP)

Dia 21 de Fevereiro, 15:30h, no Clube Literário do Porto, rua Nova da Alfândega, n.º 22, Porto, sala Piano-bar
Entrada livre

Em Fevereiro de 2006, Gisberta Salce Júnior foi encontrada morta numa obra abandonada no coração do Porto. Era mulher, transsexual, e excluída.

Foi insultada, humilhada, agredida e violentada ao longo de vários dias, e finalmente atirada para um poço onde morreu afogada. Os responsáveis foram um grupo de 14 adolescentes entre os 12 e 16 anos de idade. A maioria deles estava ao cuidado da mesma instituição de acolhimento de menores tutelada pela Igreja Católica.

Exposto o caso, os responsáveis pela morte de Gisberta foram julgados no Tribunal de Família do Porto. A sentença considerou que ela não tinha sido vítima de homicídio, antes o seu cadáver – ainda vivo – ocultado; o motivo não foi determinado, mas o tribunal excluiu a possibilidade de se tratar de transfobia. Afirmou também que o que se tinha passado tinha sido 'uma brincadeira de mau-gosto que correu mal'.

Gisberta nunca foi reconhecida como mulher pelo Estado português, e foi essa mesma falta de reconhecimento que não a deixou ser cidadã. A sua morte bárbara foi o ponto final que pôs a descoberto a exclusão sobre a qual foi forçada a construir toda a sua vida.

Três anos depois, nada mudou: o estado português continua a recusar-se a reconhecer a identidade e cidadania das pessoas transsexuais, e nenhum partido apresentou qualquer proposta de Lei de Identidade de Género.
Cabe a nós, aos cidadãos e à sociedade civil, denunciar a mais extrema forma de violação dos direitos humanos – a supressão da própria identidade e cidadania – e exigir a mudança.

Dia 21 de Fevereiro, às 15:30h, juntem-se a nós – para que não nos esqueçamos, e para que nunca mais façam Gisbertas de qualquer um de nós!

Oradores
dr. Nuno Carneiro - psicólogo, investigador, activista LGBT independente
dr. João Tavares - interno de psiquiatria do Hospital de Júlio de Matos
dr. Ricardo F. Diogo – advogado estagiário
GRIP: Luísa Reis
Moderação: dr.ª Salomé Coelho, doutoranda em Estudos Feministas