16.12.06

Os heróis do nosso tempo!

Rachel Corrie
Estudante universitária,pacifista norte-americana, 23 anos
Assassinada em Março de 2003 por um bulldozer israelita em Gaza quando a máquina se preparava para demolir mais uma casa palestiniana


Todos os que dedicaram a sua vida aos outros
nunca serão esquecidos!



O criminoso Estado de Israel mata, destrói e fere impunemente...

Selecção de livros pela Livraria Letra Livre

«Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas»
Mário Quintana (poeta brasileiro)


Acabamos de receber uma newsletter da Livraria Letra Livre com uma selecção de livros que vale a pena ler e oferecer:


Potlatch. Boletim da Internacional Letrista. Fenda. 18,00


Terrorismo de Estado na Rússia: A Guerra da Tchetchênia. Achiamé.10,00?

Marx Versus Stirner. Daniel Joubert. Insomniaque. 9

O Espírito da Comédia. Antonio Escohotado. Antígona. 15,00

A Abrangência do Zunzun. PREC. 7,50

Dicionário das Mulheres Rebeldes (Edição ampliada). Ana Barradas. Ela por Ela. 26,50

A Moral Anarquista. P. Kropotkin. Sílabo. 7,50

Utopias Piratas. Peter L. Wilson. Conrad. 15,00

A Formação da Mentalidade Submissa. Vicente Romano. 18,00

História Geral dos Piratas. Capitão Johnson. Cavalo de Ferro. 22,50

Manual Filosófico do Individualista. Han Ryner. Achiamé. 6,00

La Mémoire et Le Feu. Portugal: L´Envers du Décor de L´Euroland. Insomniaque. 10,00

(10% de desconto em todos os títulos)

Para outros livros disponíveis consultar:

www.letralivre.com

Livraria Letra Livre
Calçada do Combro, 1391200-113
Lisboa

O ódio à democracia, novo livro de Jacques Rancière


Quando actualmente a democracia é exportada pela força das armas por aqueles que ainda há pouco tempo condenavam os horrores totalitários enquanto os revolucionários recusavam essas aparências em nome de uma democracia real que haveria de chegar, Jacques Rancière propõe ao leitor reencontrar a força subversiva sempre nova, e sempre ameaçada, da ideia democrática através de um notável trabalho de reflexão e questionamento de grande rigor e agradável leitura.
Partindo de Platão e das origens gregas da política o autor chega ao dias de hoje para demonstrar que o que suscita o novo andemocratismo é, afinal, o escândalo que sempre representou o «governo do povo», ou seja o escândalo da própria política e da igualdade dos homens.
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Da introdução (escrita por Diogo Pires Aurélio):

«Rancière ... afirma que a política só existe verda­dei­­­­ramente quando o reino da liberdade se afir­ma fren­te ao reino da necessidade e a democracia irrom­pe como desafio ao que é natural ou social­men­te dado. Concorde-se ou não, essa ideia tem, pe­lo me­nos, a virtude de se expor aqui como um assom­broso exercício de inteligência e, ao mesmo tempo, como uma moldura onde cabe o essencial daquilo que, so­bre esta matéria, habitualmente se dispersa na socio­logia ou refracta na filosofia política.»

Sobre a obra e o autor

Quarenta anos passaram desde que Rancière assinou, com Louis Althusser et Etienne Balibar, Lire le Capital. Tinha, então, vinte e cinco anos. O terramoto de Maio de 68 destituiu perante ele um texto que se tornara inoperante e, com mais humildade, o fez procurar nos arquivos a via seguida pelos próprios proletários. Daí resultaram La Nuit des prolétaires (Fayard 1981) [A Noite dos Proletários] e Le Maître ignorant (Fayard, 1987) [O Mestre Ignorante] * e a descoberta de que a política já não é a luta pelo poder mas uma «partilha do sensível», um afrontamento das maneiras de ver e de organizar o real, um cenário onde se tornam visíveis coisas que de outro modo não se veriam: a sorte desigual que é proporcionada a uns e a outros a coberto da desigualdade. Retornando à origem grega da política para reencontrar as razões do escândalo que a democracia continua à provocar, Rancière publica a seguir Courts voyages au pays du peuple (Le Seuil, 1990) [Pequena viagem ao País do Povo], La Mésentente (Galilée, 1995) [O Desentendimento] e Le Partage du sensible (La Fabrique, 2000) [A Partilha do Sensível] * e um certo número de livros de estética. A política tem a ver com a beleza, e o saber com a poética, na sua atitude comum em «produzir obra» redesenhando o mondo. Daí a dissensão, a raiva mesmo, de Jacques Rancière contra o consenso e a negação da política e da democracia. Não haveria mais nada a esperar da história? Não mais que antes, poisa a história não faz nem promete nada: são as novas radicalidades que inventam as políticas dos novos tempos …

Sobre o autor

Nascido em 1940, Jacques Rancière é professor emérito do departamento de filosofia da universidade de Paris VIII. A sua escrita tem-se manifestado principalmente nas áreas da história, da filosofia, da estética e da política. Autor, entre outras obras, de: La Nuit des prolétaires (1981), La Mésentente. Politique et philosophie (1995), Aux bords du politique (1998) e Le Partage du sensible. Esthétique et politique (2000). O Ódio à Democracia é o seu primeiro livro traduzido em Portugal.

www.mareantes.com


Tomem Lá os Números!

Por Artur Queiroz

Sócrates é proto-fascista e o seu projecto para Portugal é ainda mais risível que o de Salazar. Só agora começa a ficar claro que o Bloco Central é uma união nacional com apoio nos banqueiros e especuladores financeiros.

O salário médio em Portugal é de 645 euros (pouco mais de 129 contos). Em Espanha o salário médio é de 1208 euros (cerca de 242 contos). Em Portugal, o limiar da pobreza, segundo as contas da União Europeia, está nos 387 euros (77 500 escudos). No Luxemburgo, quem ganha 1928 euros (mais de 386 contos) está no limiar da pobreza. Em Espanha, esse limiar está nos 725 euros, muito mais que um salário médio em Portugal. Um pobrezinho em Espanha é um remediado em Portugal.
Ministros, deputados e gestores públicos portugueses ganham ao nível do Reino Unido, Alemanha e Luxemburgo. Além dos salários têm mordomias principescas que podem em certos casos colocá-los no topo da União Europeia. Algumas medidas de cosmética tomadas por este Governo reduziram a dimensão do escândalo. Havia políticos e gestores públicos que ganhavam a dois, três e mais carrinhos. E havia quem acumulasse reformas milionárias ou juntasse a essas reformas salários de topo. Isto para não falar da regra contratual, ainda em vigor, que dá direito a muitos anos de reforma, mesmo que os felizes contemplados apenas tenham cumprido uns meses de trabalho efectivo.
A taxa efectiva de desemprego em Portugal ultrapassa os 10% e todos os meses são destruídos mais de mil postos de trabalho. Só uma percentagem ínfima de trabalhadores tem acesso ao Fundo de Desemprego. Os desempregados reais são mais de 500 000. A esse número temos de acrescentar outros tantos portugueses que trabalham sem direitos, sem contratos e sem o salário mínimo. O desemprego afecta mais as mulheres. A Região Norte é a mais afectada. Lisboa e Alentejo estão nas posições seguintes. Eis os números do paraíso Sócrates.
Antigos ministros das Finanças são hoje líderes de opinião e aparecem nos órgãos de Informação e dar palpites sobre a situação económica e financeira que eles criaram e propondo soluções que não puseram em prática quando eram governantes. Alguns ex-ministros e ex-dirigentes partidários do Bloco Central são comentadores encartados nas televisões, nas rádios e na Imprensa. São responsáveis pelo desastre mas falam de cátedra como se tivessem alguma moral para opinar ou alguma ciência para ensinar. Figuras como Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira, Medina Carreira, Miguel Beleza, Daniel Bessa ou Jorge Coelho estão permanentemente a dar receitas políticas e económicas como se nada tivessem a ver com o desastre. Os seus antigos assessores são a tropa de choque nos meios de Informação.
O presidente da República, quando era líder do PSD e Primeiro-Ministro, fez engordar a Função Pública até ao absurdo. Bastava ter um cartão do partido “laranja” para aceder a um cargo de funcionário público. Os governos do Partido Socialista fizeram o mesmo. A competição entre PS e PSD era ver quem metia mais comissários políticos na Administração Central e Local. Hoje os autores do crime dizem que há funcionários a mais. Como não é crível que se descartem dos correligionários, vamos ter uma Função Pública igual à do tempo de Salazar. Qualquer dia impõem aos novos candidatos a assinatura de uma declaração de fidelidade ao Bloco Central com activo repúdio do comunismo e de tudo quanto não seja da cor. José Sócrates é proto-fascista e o seu projecto para Portugal é ainda mais risível que o de Salazar. Só agora começa a ficar claro que o Bloco Central é uma união nacional com apoio nos banqueiros e especuladores financeiros. E para já não se vislumbra quem faça frente a estas hordas insaciáveis de dinheiro e mordomias. Mas não há mal que sempre dure.