4.3.09

Mais uma notável crónica de Manuel António Pina sobre o tempo em que vivemos...

Noticia o JN que está marcado para o dia 20 de Abril, no Tribunal da Maia, o julgamento de um homem que, em 2007, terá arrombado um galinheiro e furtado duas galinhas no valor de 50 euros.

A Justiça tarda, mas chega. O criminoso andou mal e merece justa punição, quer pela mediocridade de fins quer pela ruralidade de meios.

Gente como ele, que pilha galinhas em vez de fundar um banco e pilhar as contas dos depositantes, ou como aquela septuagenária que não pagou uma pasta de dentes num supermercado em vez de pedir uns milhões à Caixa, comprar o supermercado na bolsa e igualmente não o pagar, vendendo-o depois à Caixa através de um "offshore" pelo dobro do preço (ou vendendo-lho mesmo antes de o ter comprado), não tem lugar no Portugal moderno e empreendedor.

Ainda por cima, deixou-se apanhar. Se calhar, até confessou, em vez de invocar lapsos de memória. E aposto que nem se lembrou de se divorciar antes de ser preso, pondo os 50 euros a salvo na partilha de bens.

Não queria estar na pele do seu advogado, não há Código de Processo Penal que valha a um caso destes. É condenação mais que certa.


Texto de Manuel António Pina, em crónica publicada no Jornal de Notícias sob o título «Crime e Castigo»

Teatro-Seminário no espaço Chã das Eiras, a partir de 18 de Março

Todas as quartas das 18.00 ás 21.00, de 18 de Março a 17 de Junho, no Espaço Chã das Eiras - Porto,com o seguinte programa:

1
Trabalho sobre o corpo em desequilíbrio, em deslize, em risco, o corpo que ultrapassa as fronteiras do seu próprio espaço de segurança e assim atinge o outro.O despertar da auto confiança capaz de permitir o abandono e propiciar o imprevisível .O binómio espontaneidade/ forma sob o signo da intencionalidade, expresso por meio da revisitação criativa de processos de training.Dinâmicas e energias de deslocação no espaço de trabalho, a partir dos membros inferiores, sob formas precisas de deslocação, sob a descontextualização progressiva do pisar, sob o constrangimento de ter de criar deslocações pessoalizadas.Libertação progressiva da expressividade do tronco em imobilidade e em movimento, especificação e desenvolvimento dos pontos de partida do impulso.Dinâmicas e energias de direccionamento do impulso , tanto no aspecto da intensidade como no da qualidade.Trabalho de activação respiratória, diferenças entre respiração pela boca e pelo nariz, a respiração como um fio de Ariadne.


2
Trabalho sobre a teatralidade enquanto acção comprometida que implica a totalidade do indivíduo, que corresponde a uma necessidade concreta e real de interacção e expressão.Trabalho sobre as bases mais primárias da contracena, choque, suporte, estimulo, recusa, conflito, risco, confiança no parceiro de jogo.Despertar progressivo da intuição e da imaginação activas partindo tanto da necessidade de incorporar constrangimentos e ápriori corporais, como da provocação imediata para o exponenciar de respostas criativas no presente.Condicionantes vectoriais da acção/movimento, quem, quando, onde, o quê, como, porquê, para o quê, contra o quê.Simbioses e contaminações entre o substrato imaginário e a formalidade da fisicalidade concreta.Estratégias paralelas conducentes á ampliação do espectro pessoal de movimento, trabalho sobre animais, sobre as diferentes fisicalidades que se manifestam ao longo do ciclo de uma vida, compreensão e integração do movimento alheio.Experiências sobre os vários processos do olhar, da visão.


3
Trabalho sobre a abordagem e a criação ou levantamento de um espaço cénico, qualitativamente diverso do espaço e do local quotidiano, embora apoiando-se e desenvolvendo-se a partir deste, numa organicidade que o presente concreto deve alimentar e não impedir.A importância de “escolher” o espaço mantendo com ele uma relação de subjectividade pessoal capaz de metamorfosear a inércia dos materiais e dos volumes em fontes de inspiração para o vivo, entendendo-se o corpo como, ele também, um espaço a escolher.O espaço enquanto fronteira e enquanto vazio por preencher, os espaços por trás do “espaço”, as coordenadas da esfera espacial do indivíduo e as suas ressonâncias subjectivas.O inevitável relacionar da espacialidade com a temporalidade, enquanto ritmo de mudança, enquanto momento expresso num tempo irrepetivel, a recuperar e reviver noutros momentos de irrepetibilidade.A ética como dimensão irredutível do trabalho do performer, não como imposição de uma disciplina abstractamente exterior mas como factor passível de determinar ou impedir a possibilidade de uma teatralidade eficaz.Reflexão sucinta sobre as similitudes entre o espaço da cena, o espaço do sonho, e o espaço mítico.



Hugo Calhim Cristóvão ( 966149405) - Criador e director artístico do grupo performativo de pesquisa "NuIsIs ZoBoP". Criou e dirigiu "ABBADON" com interpretação de Paula Cepeda Rodrigues e “SHE WILL NOT LIVE”, interpretado por Joana von Mayer Trindade, no âmbito da NuIsIs ZoBoP. Destaca as experiências de trabalho com Conceição Nunes, João Paulo Costa, Polina Klimovitskaia, Rogério de Carvalho, Malcolm Morrison, Min Tanaka, Christinne de Villepoix, Laurie Booth, Thomas Richards, Andrezj Mayak, Andrezj Sadowsky, Zygmunt Molik, Elizabete Disdier, Paula Simms, Alain Richardson, Krystian Lupa e Guennadi Bogdanov. Licenciatura em Teatro, Interpretação e Direcção de Actores, na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto ( 1998/1999). Seminário Profissional de Formação de Jovens Encenadores no Teatro Nacional D. Maria II (2003). Professor das disciplinas de Oficina de Expressão Dramática I e Oficina de Expressão Dramática II no ensino secundário (2003/2004). Colaborador da Universidade de Évora tendo leccionado as disciplinas Corpo e Movimento Cénico III (2003/2004), Corpo e Movimento Cénico II e Improvisação II (2004/2005) da licenciatura em Estudos Teatrais. Outras formações e experiências diversas, entre as quais uma imersão de três meses em meditação Zen no Templo Zazen Antai-Ji no Japão ( 2002), e uma estadia de seis meses na Índia onde concluiu “Certificate Course in Yoga” na Benares Hindu University em Varanasi e “Yoga Intensive Teachers Training Course” na Patanjali Yoga Foundation em Rishikesh, ambos em 2008
Hugo Calhim Cristovao : hugocristovao@gmail.com

Bicycle Film Festival - Lisboa 2009 (Lisboa vai ter também um Festival de cinema dedicado às bicicletas)

A celebração da BICICLETA e cultura ciclística
Qual a melhor forma de celebrar a bicicleta? Pela arte, performances, cinema, música, e - claro - pedalando!


Pela 1ª vez, a capital portuguesa acolherá o BFF, em Setembro, integrando o grupo de cidades na vanguarda do movimento ciclístico global.

O prazo para apresentação de filmes para o concurso internacional BFF termina a 17 de Março.
No entanto, o prazo para submissão de filmes e propostas artísticas para o BFF Lisboa foi alargado até Junho. Participa!

O BICYCLE FILM FESTIVAL [BFF] integra-se na emergente cultura do ciclismo urbano. Conjugando os diferentes aspectos da cultura ciclística, promove a bicicleta e a sua capacidade de nos transportar de variadas maneiras.

Desde que surgiu em 2001 em Nova Iorque, o BFF contribuiu significativamente para a dinâmica de crescimento do movimento ciclístico nas grandes cidades do Mundo. O seu propósito é o de estimular positivamente a comunidade e os utilizadores da bicicleta através de diversas actividades.

Uma tendência VERDE e CRESCENTE

São inegáveis os benefícios da bicicleta para os seus utilizadores e para a cidade e comunidade onde se inserem.

Promover o uso da bicicleta é estimular um modo de vida mais saudável e ecologicamente sustentável. Por isso, cada vez mais pessoas circulam de bicicleta nas grandes urbes, e um número crescente de ciclistas identifica-se actualmente com um modo de vida baseado no transporte individual sustentável. A “Bike Scene” ganha um reconhecimento crescente na sociedade, como sucedeu com o surf ou o skate nos anos 80 e 90.


A programação do BFF é transversal a várias disciplinas e públicos-alvo, integrando uma mostra de cinema, exposições artísticas, workshops, música e performances, passeios e actividades de bicicleta.

O BFF tem apresentado trabalhos de artistas e cineastas estabelecidos bem como de outros que obtiveram reconhecimento global com o Festival. Em edições anteriores, foram apresentados trabalhos de autores como MICHEL GONDRY, SWOON, PHIL FROST, MADSAKI e PETER SUTHERLAND, entre outros.

Os eventos são muito populares e eclécticos, incluindo trabalhos seleccionados especialmente para cada edição, ao nível internacional e local.

Cada cidade apresenta sempre uma programação inédita e única, proporcionando uma oportunidade ímpar de juntar criadores e público de áreas muitas vezes bem diferentes.
Uma Audiência ENTUSIASTA e GLOBAL

O público do BFF é composto essencialmente por jovens urbanos, que se identificam com cinema independente, arte, música e desporto. Ao longo dos anos, a iniciativa gerou uma comunidade de adeptos que viaja para participar nas diferentes cidades onde o evento decorre.

As expectativas têm sido consistentemente excedidas, com as audiências a duplicar a cada ano. Em 2008, participaram cerca de 150.000 pessoas em 17 cidades.
O evento tem obtido elevada notoriedade mediática junto de canais televisivos, jornais e revistas, e também beneficia de uma cobertura significativa na internet.


Mais informações em http://bicyclefilmfestival.com/

BICYCLE FILM FESTIVAL - LISBOA 2009