28.2.11

Membros do Black Panthy Party estarão amanhã presentes em Serralves para a projecção de filmes e num seminário sobre a luta e arte dos negros


Amanhã, terça-feira, dia 1 de Março, e no dia seguinte, quarta-feira, dia 2, estarão no Museu de Serralves, três elementos dos Black panther party, movimento de defesa dos direitos cívicos dos negros norte-americanos, fundado nos anos 1960:
- Emory Douglas, ministro da cultura dos black panther e criador da imagem gráfica do partido,
- Robert King, um dos membros dos angola 3, que esteve preso numa cela solitária durante 32 anos - os outros dois companheiros ainda continuam na prisão, também em solitária, há mais de quarenta anos
- Bill x Jennings, fundador, historiador e arquivista dos black panther, irão partilhar as suas experiências a partir de um programa de filmes que serão exibidos em sessões às 18h30 e 21h30, no auditório de serralves.


Quem estiver interessado, pode ainda frequentar, gratuitamente, um seminário com Emory Douglas, amanhã pelas 15h, também em serralves.
As sessões de cinema custam dois euros e meio. a acompanhar os black panther estará o artista rigo 23, radicado em s. francisco há cerca de vinte anos, muralista e destacado activista político.

Estas iniciativas enquadram-se no programa da exposição "às artes. cidadãos!", visível em Serralves até 13 de março.



SEMINÁRIO com Emory Douglas: "UMA ARTE REVOLUCIONÁRIA". 1 MAR 2011 (Ter.), 15h00
Emory Douglas dedicou a sua vida à luta pela justiça social, sendo talvez o mais prolífico agitador gráfico do movimento negro de libertação. A eficácia das suas imagens e a mobilização colectiva que inspiraram, faz com que a sua obra constitua um exemplo de como a arte pode ser catalisadora da mudança social.
Na qualidade de Ministro da Cultura dos Panteras Negras, Emory Douglas traduz o compromisso da organização relativamente ao activismo e à luta pelos direitos humanos, traduzindo-se numa poderosa e reconhecível estética, com um papel significativo na mobilização comunitária. Os ideais e aspirações dos Panteras Negras eram comunicados a um público global através de um jornal, do qual Douglas foi director artístico até ao seu encerramento no início da década de 1980. Com formação em arte pelo City College de São Francisco, Douglas foi autor de centenas de desenhos que deram vida ao espírito radical do partido.

Este seminário terá tradução simultânea.

Local: Auditório de Serralves

Acesso gratuito.


LISTA e PROGRAMA dos FILMES A PROJECTAR (dia 1 e 2 de Março, no Museu de Serralves, Porto)

1 de Março - às 18h30:
"OFF THE PIG (Black Panthers)",
THE NEWSREEL film collective, 20', 1968
"THE MURDER OF FRED HAMPTON", Mike Gray e Howard Alk, 88', 1971


Uma selecção de filmes em torno da história dos Black Panthers, desde documentos dos primeiros anos do Partido fundado por Bobby Seale e Huey P. Newton, assim como os recentes "In the Land of the Free" e "41st & Central".
Emory Douglas e Robert King, membros destacados do Partido, assim como Billy X Jennings, historiador dos Black Panthers, e Rigo 23, artista presente na Exposição "Às Artes, Cidadãos!" estarão presentes para revisitar aquele que foi sem dúvida um dos mais radicais e importantes grupos activistas americanos do século XX.

Programa apresentado em colaboração com a exposição “all power to the people”, Galeria Zé dos Bois

1 de Março , às 21h30
"IN THE LAND OF THE FREE", Vadim Jean, 84’, 2010
"RICHARD AOKI: BPP MEMBER", Ben Wang and Mike Cheng, 20', 2010


2 de Março, às 18h30
"BLACK PANTHERS - HUEY!", Agnès Varda, 31', 1968
"COMRADE SISTER: VOICES OF WOMEN IN THE BLACK PANTHER PARTY", Phyllis Jackson e Christine Minor, 58'

2 de Março, às 21h30
"MAYDAY (Black Panthers)", Roz Payne and Collective Newsreel, 15', 1969
"41st & CENTRAL", Gregory Everett, 120', 2010

www.serralves.pt/actividades/detalhes.php?id=1903
www.serralves.pt/actividades/detalhes.php?id=1890&pai=5





http://www.blackpanther.org/
http://www.blackpanthertours.com/home.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Black_Panther_Party

O Black Panther Party é um Partido negro revolucionário estadunidense, fundado em 1966 em Oakland - Califórnia, por Huey Newton e Bobby Seale, originalmente chamado Partido Pantera Negra para Auto-defesa (no original, "Black Panther Party for Self-Defense", depois, mais conhecido como "Black Panther Party" (Panteras Negras))

A finalidade original do partido era patrulhar os ghetos negros para proteger os residentes dos atos de brutalidade da polícia. Os Panteras tornaram-se um grupo revolucionário marxista que defendia o armamento de todos os negros, a isenção dos negros no pagamento de impostos e de todas as sanções da chamada "América Branca", a libertação de todos os negros da cadeia, e o pagamento de compensação aos negros por séculos de exploração branca. A sua ala mais radical defendia a luta armada. No seu apogeu, nos anos de 1960, o número de membros dos Panteras Negras excedeu 2 mil e a organização teve sedes nas principais cidades norte-americanas

Os conflitos entre os Panteras Negras e a polícia nos anos de 60 e nos anos de 70 conduziram a vários tiroteios na Califórnia, em Nova Iorque e em Chicago, um desses resultando na prisão de Huey Newton pelo assassinato de um policial.

O punho erguido ("Raised Fist") foi usado como símbolo de propaganda do Black Panther Party.







Jornadas Anticapitalistas ( 1 a 8 de Março) começam amanhã em Lisboa


http://jornadasanticapitalistas.wordpress.com/


Vivemos numa sociedade onde a política se tornou profissional e estes profissionais já não mais são que gestores da crise do capitalismo. Vivemos numa sociedade do trabalho, onde para sermos considerados cidadãos de plano direito somos sujeitos a processos de selecção, que nos dão a escolher entre o recibo-verde, falso ou não, ou o desemprego, e no qual as mulheres são sempre as mais penalizadas. Vivemos numa sociedade onde, do nosso corpo à nossa vida, tudo se tornou mercadoria, descartável a qualquer momento.

Vivemos numa sociedade onde o estado social administrador da crise dissolve, dia após dia, as suas últimas garantias sociais. Vivemos numa sociedade onde a nossa liberdade e autonomia apenas é reconhecida enquanto for rentável, estável e calculável. Vivemos numa sociedade onde a administração autoritária da crise se revela na promessa de mais vigilância, afirmando de forma paternalista ser para “nossa” segurança. Vivemos numa sociedade onde a legitimação dessa repressão é feita pelos discursos mediáticos cúmplices ou reféns da lógica do poder.

Não queremos a economia, não queremos o estado, não queremos a política.

Não queremos esta merda.

Não queremos pagar por aquilo que não decidimos: das quantias maiores da dívida pública, as dívidas pequenas à segurança social. Não queremos viver em cidades onde o espaço desenha fronteiras, cria guetos e nos divide segundo a conta bancária. Não queremos que nos impinjam como responsabilização moral individual a salvação do planeta numa versão mais verde do capitalismo, enquanto recursos naturais continuam a ser arrasados.

Por isso, o único sim que podemos dizer reside exactamente na forma de dizer NÃO: em conjunto, horizontalmente, sem intermediários, representantes ou vanguardas.

Pensamos estas jornadas anti-capitalistas enquanto meio de criar uma discussão e uma prática que não se cinja a comités centrais, tácticas parlamentares, políticos profissionais, ortodoxias ideológicas e sectarismos fossilizados. Propomos um espaço de encontro, de reflexão e de acção, no qual possamos começar a pensar em como nos vamos organizar para reclamar as nossas vidas e os nossos espaços.

Uma outra crise é possível.

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Não queremos a vossa economia

Num momento em que o capitalismo se revela como crise e esta serve de pretexto à dissolução das últimas garantias do Estado social, numa altura em que dinheiros públicos pagam a bancarrota de bancos e seguradoras perdidos nas aventuras dos mercados, e onde o capital desbasta recursos naturais em prol do benefício de muito poucos, num tempo em que a democracia procura sobreviver à crescente perda de legitimidade representada pela corrupção no seio do poder político ou pelas elevadas taxas de abstenção nos actos eleitorais, num contexto de generalização do uso de dispositivos de segurança, controlo e mercadorização da palavra e do corpo, nós, como outros em todo o mundo, escolhemos organizar-nos.

Ocupamos um espaço fora da política institucional. Não pretendemos representar ninguém, nem nos orientamos por uma lógica programática. Não nos junta uma direcção, mas uma afinidade que se encontra mais numa rejeição óbvia do capitalismo do que em eventuais proximidades ideológicas. Entregamos em exclusivo a uma assembleia, horizontal, aberta e informal, todos os momentos de decisão. Uma assembleia em que todos podem a todo o tempo tudo decidir.

As Jornadas anticapitalistas são a proposta que apresentamos. O seu programa permanece e permanecerá sempre em aberto e outras acções, que com ela se identifiquem ou solidarizem, poderão e deverão ter lugar. Este documento é, por isso, também um apelo à mobilização de todos os anticapitalistas e antiautoritários.

Propomos um conjunto de diferentes actividades e acções a decorrer no período de 1 a 8 de Março, que conte com acções de rua, debates, visionamento de filmes, jantares e festas, entre outros, e que proponham saídas para este modo de vida ou que critiquem de forma radical e directa o sistema capitalista. Estamos de acordo que não queremos esta ou qualquer outra economia capitalista e, nessa recusa, criamos um terreno comum, onde os contributos acompanham as diferentes sensibilidades num processo colectivo de discussão, decisão e acção.

1ª Assembleia do MayDay 2011 realiza-se amanhã (dia 1 de Março, às 21h.) e está aberto a todos

Pelo 5º ano consecutivo realiza-se o MayDay

Junta-te à 1ª Assembleia do MayDay Lisboa 2011!

Vem pensar e construir este percurso e traz um amigo também,

Vamos dar voz aos Precários e dizer NÃO à exploração!

http://www.maydaylisboa.net/

O MayDay é uma protesto de trabalhadores/as precários/as que se realiza no 1º de Maio.

É uma iniciativa que começou em Milão em 2001 e, desde então, se espalhou por várias cidades europeias e do Mundo.
O MayDay Lisboa arrancou em 2007 e em 2009 foi pela primeira vez organizado no Porto.