31.3.07

Marcha de palhaços a favor da guerra infinita (no dia 1 de Abril no Largo de Camões, 16 h).


A REDE G8 organiza, este domingo, uma manifestação de palhaç@s que irão ironicamente marchar a favor da política de guerra infinita da Administração Bush!

Música, jogos, palavras de ordem, e acções de protesto contra a globalização do capital que nos esmaga a tod@s , vão fazer desta tarde de domingo uma tarde muito diferente!!!
Teremos material de máscaras, pinturas, cabeleiras, etc, mas também poderás trazer de casa!

O Clown Army vai desfilar!

Vem integrar esta divertida armada!


No dia 20 de Março assinalou-se o início da ocupação do Iraque.Aquilo que seria o fim das armas de destruição massiva transformou-se num grande massacre, traduzido numa política de guerra infinita.

Para além das já tradicionais concentrações anti-guerra, a REDE G8 propõe uma outra forma de contestação e crítica a esta grande mentira que os senhores do mundo, com Bush ao comando, nos pregaram, já lá vão 4 anos.


Queremos resistir com criatividade, animação e. . . ironia!



Este domingo, dia 1 de Abril, junta-te ao bando de palhaç@s que marcharão “a favor” da globalização do capital e da política de guerra americana!


Mascara-te em casa, ou connosco!


@s palhaç@s marchantes vão partir do Largo de Camões, ás 16h00, até chegar á Praça do Comércio, onde nos concentramos e “acordamos para a realidade”.



APARECE E VEM MARCHAR! ! !


A marcha irá partir do Largo de Camões, ás 16h00, até chegar à Praça do Comércio.

http://geoito2007.blogspot.com/

É preciso promover o gosto da leitura junto das crianças (não esquecer o dia 2 de Abril)


O Dia Internacional do Livro Infantil comemora-se a 2 de Abril, data do nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. Para assinalar este dia, o IBBY (International Board on Books for Young People) divulga anualmente uma mensagem de incentivo à leitura dirigida às crianças de todo o mundo. Este ano, coube à escritora Margaret Mahy, da Nova Zelândia, a elaboração da mensagem.




Mensagem para o 2 de Abril de 2007, Dia Internacional do Livro Infantil


Nunca me hei-de esquecer de como aprendi a ler. Quando era menina, as palavras escapuliam-se diante dos meus olhos como pequenos escaravelhos negros cheios de pressa. Mas eu era mais inteligente do que elas. Aprendi a reconhecê-las apesar de tentarem escapar-me velozmente. Até que, por fim, consegui abrir os livros e entender o que lá estava escrito. Sozinha, tornei-me capaz de ler contos, histórias engraçadas e poemas.
No entanto tive surpresas. A leitura deu-me poder sobre os contos e de alguma forma também deu aos contos umcerto poder sobre mim. Nunca lhes pude escapar. Isso faz parte do mistério da leitura.
Uma pessoa abre um livro, acolhe e compreende as palavras e, se a história for boa, ela explode dentro de nós.
Aqueles escaravelhos que correm em linha recta de um lado para o outro da página em branco convertem-se primeiro em palavras e, logo a seguir, em imagens e acontecimentos mágicos. Ainda que certas histórias pareçam nada ter que ver com a vida real, ainda que nos conduzam a surpresas de toda a espécie e se distendam em múltiplas possibilidades,para um lado e para o outro, como pastilhas elásticas, no final as histórias que são boas devolvem-nos a nós mesmos.
São feitas de palavras, e todos os seres humanos sonham ter aventuras com as palavras.
Quase todos começamos como ouvintes. Ainda bebés, as nossas mães e os nossos pais brincam connosco, dizem-nos rimas, tocam-nos as mãos («Pico pico maçarico quem te deu tamanho bico…») ou põem-nos a bater palmas(«Palminhas, palminhas…»). Os jogos com palavras são ditos em voz alta e, quando somos crianças, escutamo-los e rimos com eles. Logo a seguir aprendemos a ler os caracteres impressos na página branca e, mesmo quando lemos em
silêncio, há uma certa voz que está presente. A quem pertence esta voz? Pode ser a tua própria voz, a voz do leitor. Masé mais do que isso. É a voz da história que vem do interior do próprio leitor.
É claro que há hoje muitas maneiras de contar uma história. Os filmes e a televisão têm histórias para contar,embora não usem a linguagem da maneira como o fazem os livros. Os escritores que trabalham em guiões de televisãoou de cinema são obrigados a utilizar poucas palavras. «Deixem as imagens contar a história», dizem os especialistas.
Muitas vezes vemos televisão na companhia de outras pessoas, mas quando lemos quase sempre estamos sós.
Vivemos numa época em que o mundo está cheio de livros. Mergulhar nos livros à procura de alguma coisa, lendo-os e relendo-os, faz parte da viagem de cada leitor. A aventura do leitor consiste em descobrir, nessa selva de caracteresimpressos, uma história tão vibrante que o transforme como que por magia. Uma história tão apaixonante e misteriosa
que mude a sua vida. Creio que cada leitor vive para esse momento em que de súbito o mundo de todos os dias se alteraum pouco, abre espaço a uma nova piada, a uma ideia nova, àquela nova possibilidade que é dada a uma determinadaverdade de se exprimir pelo poder das palavras. «Sim, isto é mesmo verdade!», exclama aquela voz dentro de nós.
«Estou a reconhecer-te!» A leitura é verdadeiramente apaixonante, não acham?


Margaret Mahy


MARGARET MAHY nasceu em Whakatane, Nova Zelândia, em 1936. Bibliotecária, decidiu dedicar-se a tempo inteiro à escrita, em1980. Escreveu obras dirigidas a diferentes idades, cultivando géneros que vão do álbum para crianças pequenas ao romance juvenil, passando pela poesia e pelo texto dramático. É uma das mais premiadas escritoras da Nova Zelândia, tendo sido distinguida, em2006, com o Prémio Hans Christian Andersen do International Board on Books for Young People (IBBY), o mais importante galardão mundial atribuído a um autor de literatura para crianças e jovens. Marcada pela riqueza poética da linguagem, a escrita de
Mahy tem logrado exprimir, por vezes de modo metafórico mas sempre com extraordinária autenticidade, a experiência da infância e da adolescência. Encontra-se traduzida em numerosos idiomas, incluindo o português (O Rapaz dos Hipopótamos, Livros Horizonte).
Outros títulos que publicou: Catálogo do Universo, Lembrança, Um Leão no Prado, O Homem cuja Mãe Era Pirata.


A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People),difundida em Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil) – Secção Portuguesa doIBBY.





BIBLIOTECA MUNICIPAL DE ESPINHO

Projecto O MEU BRINQUEDO É UM LIVRO



No âmbito do Dia Internacional do Livro Infantil, a Câmara Municipal de Espinho continua a oferecer um Kit com o "Guia para os Pais", o Livro "O SONHO DA MARIANA" e a "Almofada", como incentivo e apoio à criação de hábitos de leitura na população e, em especial, nas famílias. Nesta fase serão contempladas cerca de 107 crianças nascidas no concelho de Espinho. Serão assim, 107 novos leitores da BIBLIOTECA MUNICIPAL DE ESPINHO.

Para tal vai realizar-se uma cerimónia de entrega do referido Kit na sede das Juntas de Freguesia do Concelho.


Aproveitem para comemorar o DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL oferecendo UM LIVRO A UMA CRIANÇA


Consultar:



A Escola face à barbárie consumista

Texto de Philippe Meirieu, publicado no Le Monde de 22 de Março

«a questão escolar não pode ser pensada independentemente da própria organização da nossa sociedade»

«ousar interrogar se a educação na democracia e o todo-poderoso mercado são coisas compatíveis.»

Em França os debates sobre a educação são frequentemente reduzidos à escola. A história ajuda a compreender o facto: nenhum outro país se construiu na base e sobre o seu sistema escolar mais do que o nosso. E se não restauramos a esperança numa instituição que está hoje em larga medida reduzida a uma estação de triagem, devemos de qualquer forma encarar de frente o descontentamento dos jovens e a depressão que atinge os professores. Mesmo quando o fatalismo triunfa e o desencorajamento entre os professores alastra, precisamente naqueles que encarnam o futuro. Há muito, com efeito, para nos inquietarmos…

Não estamos tranquilos, de maneira alguma. Os sintomas estão aí e não param de se manifestar: inquietações sobre a descida do nível de exigências, interrogações sobre a autoridade, polémicas sobre as responsabilidades recíprocas dos professores e dos pais, estupefacção perante os actos de violência que escapam a qualquer entendimento. Mas a verdade é que a questão escolar não pode ser pensada independentemente da própria organização da nossa sociedade e mais concretamente do estatuto que a sociedade confere à infância.


Defrontamo-nos com um fenómeno completamente inédito: o capricho, ( «caprice»), que não era senão uma etapa do desenvolvimento individual da criança, tornou-se o princípio organizador do nosso desenvolvimento colectivo. Sabíamos que a criança atravessava sempre por uma fase marcada pelo «posso, quero, e mando» e que se julgava poder mandar no mundo. Quer se designasse por narcisismo inicial ou por egocentrismo infantil o certo é que o fenómeno estava lá: a criança, apanhada pelos seus desejos, que ainda não sabe nomear, nem inscrever na relação que mantém com outrem, é tentada a levá-los à prática. O educador terá que o acompanhar, ensiná-lo a não reagir de imediato pela violência ou por uma fuga para diante, de forma a ganhar tempo para o interpelar, antecipando-se para o levar a reflectir e a metabolizar as suas pulsões, enfim, a construir a sua vontade. No fundo, trata-se de uma questão de pedagogia.


Não se sai da infância sozinho: há necessidade de se inscrever nas configurações sociais que dão sentido à espera e que permitem entrever nas inevitáveis frustrações as promessas de satisfações futuras. Questão nunca resolvida: a infância molda-nos na maturidade e a tentação é grande, em qualquer idade da vida, para abolir a alteridade e instalarmo-nos no trono da tirania.


Hoje a máquina social, toda ela, em vez de fornecer pontos de apoio à criança para se afastar da infantilidade, repercute até ao infinito o princípio que ela deveria justamente saber afastar-se: «As tuas pulsões são ordens». É assim que a pulsão de comprar se torna o motor do nosso desenvolvimento económico. A publicidade curto-circuita qualquer reflexão e exalta constantemente a passagem à acção imediata. A televisão move-se mais depressa que os telespectadores para ao agarrar mais ao ecrã e impedi-los de passar a outro canal. Os telemóveis reduzem as relações humanas à gestão da injunção imediata. Parece que tudo tende a murmurar ao ouvido do adolescente: « Agora, de imediato, a qualquer preço».


Não é de espantar que nestas condições a tarefa da educação se tornou mais espinhosa: os pais conhecem bem a quantidade de energia necessária a despender para contrariar as modas, as marcas, os estereótipos impostos pelas «rádios jovens» e que são replicados pelos restantes media. Os professores constatam no quotidiano quanto é difícil construir espaços de trabalho efectivo, que permita a concentração, a formação e a afirmação de si próprio e o empenhamento numa dada tarefa. Eles vêem os seus alunos a chegar às salas de aula com um telecomando ligado ao cérebro, todo um high-tech que dinamita literalmente os rituais escolares que eles tentam construir. A preocupação principal dos professores – e que os angustia – passou a ser o que poderá baixar a tensão para poder favorecer a atenção. E o mal-estar é visível: menos no nível que baixa do que na tensão que sobe.


Face a esta deriva da infantilidade, o pensamento mágico faz figura de salvador: restaurar a autoridade, mudar os métodos de leitura e aprender as quatro operações desde os primeiros anos são apresentados como os meios capazes de salvar a escola e a república! Triunfo da prescrição tecnocrática quando o que era preciso era criar obstinadamente as situações pedagógicas em que a criança e o jovem pudessem descobrir, na acção, que o prazer do instante é mortífero e que não há desejo possível senão na construção da temporalidade.


Perante esta modernidade que produz os meios da barbárie, o pensamento totalitário avança insidiosamente. Alimenta-se do medo e desenvolve-se sempre segundo a mesma lógica: identificar, o mais cedo possível, os desvios individuais, circunscrevê-los, isolá-los, medicalizar as «perturbações», classificar e criar tipologias de forma a separar os indivíduos para os sujeitar a uma lógica de serviço controlado por gabinetes privados. Trata-se assim de fazer triunfar uma normalização soft, plebiscitada pelo individualismo liberal, quando o que era preciso era misturar os destinos, pôr a circular a palavra, permitindo os sujeitos dedicarem-se a projectos improváveis, criar ocasiões e implicá-los na produção do colectivo.


Como a crise da escola não suscita os questionamentos fundamentais acaba-se sempre por se adoptar medidas técnicas limitadas. Trata-se, acima de tudo, da crise da educação que importa tratar colocando as questões que durante muito tempo ficaram escondidas: vamos continuar a considerar a criança como um mandante de compras, torná-los cativos da publicidade? Não será necessário levar mais a sério os media – em especial, o audiovisual – fazendo ver que a sua liberdade de expressão exerce-se numa democracia em simultâneo com o dever de educação? Não será preciso repensar a gestão de tempo da infância, aligeirando, pelo menos, parcialmente, a pressão avaliativa? Não será altura de relançar a educação popular para fazer face ao frenesim consumista em matéria de lazer e cultura? Não será indispensável apoiar a parentalidade, e tornar isso uma prioridade política, deixando de ver os pais em dificuldades como pouco menos que delinquentes ou doentes mentais?


Certamente que a escola terá um lugar nestes dispositivos: interrogando-se sobre a maneira de lutar contra as coagulações dos alunos que têm «aulas…, estruturando grupos de trabalho exigentes em que cada um tenha um lugar e não seja tentado a ocupar todo o espaço…, e articulando uma pedagogia da descoberta, que dá sentido aos saberes, com uma pedagogia do rigo qure permita a sua apropriação, desenvolvendo uma verdadeira educação artística, física e desportiva que ajuda cada qual a passar da gesticulação ao gesto…, vectorizando o tempo escolar por uma «pedagogia de obra-prima» de forma a que cada um possa inscrever-se num projecto e deixe de exigir tudo, de imediato, e a qualquer momento.


Todos os níveis da escola e todas as disciplinas escolares podem e devem implicar-se nesta empresa. Tal como todos os actores sociais. Imaginando e aplicando projectos educativos capazes de ser um contrapeso ao capricho globalizado. Mas ousando interrogar também, se a educação na democracia e o todo-poderoso mercado são coisas compatíveis. E quais as alternativas que podemos inventar para sair do impasse.

Comprar direitos de emitir CO2 para aliviar a sua consciência!!!?

No capitalismo até a boa-consciência ambiental se pode comprar ( e vender) !!!

Nota: Reproduzimos abaixo parcialmente um artigo da jornalista Mónica Bello publicado no jornal Vida Económica. Queremos, no entanto, frisar que o documentário («Uma verdade inconveniente») da personagem citada no texto é a todos os títulos louvável e que deve ser utilizado como ferramenta pedagógica para alertar todas as consciências relativamente ao aquecimento global provocado pela nossa civilização tecno-industrial.



A última moda nos EUA entre o comum dos mortais - e entre alguns não tão comuns como isso - é a compra de créditos “pessoais” de CO2 de modo a compensar as emissões dos automóveis privados, do aquecimento da casa ou das viagens aéreas de negócios ou férias. Al Gore, o campeão ambiental global dos nossos tempos, por exemplo, pode hoje dizer que é “neutral” em termos de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera. A sua casa de Nashville parece que gasta dez vezes mais energia do que a média das moradias da região, mas o antigo vice-presidente de Clinton tem vindo a comprar créditos de CO2 junto de empresas que investem na luta contra o aquecimento global, anulando deste modo, diz ele, os malefícios das emissões de dióxido de carbono da família Gore.


Como quase tudo na América, aderir a esta nova tendência é simples e está acessível aos cidadãos de todo o mundo via internet. Basta clicar
www.terrapass.com, por exemplo, para começar a aliviar a consciência, enquanto continua a guiar um automóvel de grande cilindrada e muitos g/km de CO2 acima das novas quotas impostas pela União Europeia, por exemplo. Um simulador faz as contas às emissões de CO2 do carro, da casa e das viagens e ainda se podem vender os telemóveis antigos esquecidos na gaveta para abater no preço final desta espécie de “passe natural”.

Ideia de um professor ambientalista da Universidade da Pensilvânia, Karl Ulrich, que fundou a instituição em 2004 com 41 estudantes, TerraPass investe depois os fundos angariados em projectos destinados a reduzir as emissões globais de CO2. Entre os vários parceiros desta ideia brilhante está, por exemplo, a Ford Motor, que promove juntos dos clientes a compra de créditos de carbono. Nem sequer é caro. Por exemplo: Manuel Pinho, ministro da Economia, pagaria no máximo qualquer coisa como 60 euros por ano para livrar a consciência de CO2 e transformar-se num condutor “carbono-neutral” ao volante do seu Jaguar S 3.0.

Consultar:

Diagonal: um jornal com um ponto de vista diferente

http://www.diagonalperiodico.net/

A 31 de Março completam-se dois anos do jornal Diagonal, de língua castelhana, e que tem mantido uma periodicidade regular com uma nova edição em cada quinzena. Um objectivo difícil que tem sido ganho, mas que precisa sempre do nosso apoio, tanto mais que se trata de uma publicação que faz uma abordagem diferente da grande imprensa.



Nesse dia estão programadas várias actividades:


12:30h “Límites y perspectivas de la comunicación”Mesa redonda com a participacção de Indymedia Madrid, Diagonal, Gustavo Roig de Nodo 50, Rafa Cuesta de la Unión de Rádios, e Javier Bernabé, Director del Instituto de Periodismo Preventivo y Análisis Internacional, J.M. Martìn Medem, periodista de TVE



17:00h “El Diagonal que queremos”Encontro entre assinantes, colaboradores, grupos de apoyo e o colectivo editorial, para facer um balanço destos dois anos. Partilhar críticas e ilusões para garantir um ponto de vista diferente
Estes dois encontros realizam-se Embajadores 35, espacio social. Metro Lavapiés o Embajadores.




00:00 h. Festa na Sala Caracol con DJ Demagogia, celebramos ofinal do aniversario. Entrada 3 euros. C/ Bernardino Obregón 18. Metro Embajadores

29.3.07

A próxima bicicletada é já amanhã ( 30 de Março)


Próxima Bicicletada – 30 de Março

18h00 - Marquês de Pombal - (LISBOA

18h00 – Praça dos Leões (PORTO

Por favor Divulguem por todos os vossos contactos


A "Massa Crítica" pretende ser um movimento capaz de congregar todos os cidadãos inconformados com a supremacia automóvel, particularmente aqueles que tentam utilizar formas de deslocação ecológicas e saudáveis e se vêm ostracizados por políticas sistemáticas de discriminação, sendo o bem-estar ambiental e social preterido em função dos interesses económicos relacionados com os meios de transporte automóveis privados.


Assim, o objectivo primordial é juntar todos os cidadãos numa marcha de bicicletas, e outros meios de transporte não poluentes, com uma forte componente reivindicativa através de uma utilização das vias e ruas concebidas só a pensar nos automóveis, transmitindo uma mensagem pedagógica e exigir que as políticas de mobilidade sejam susceptíveis de criar condições cada vez mais vantajosas para a utilização dos transportes públicos e dos meios de deslocação ecológicos (bicicletas, patins, andar a pé). Este tipo de políticas existe já, com enorme sucesso e efeitos práticos extremamente positivos, nos países mais evoluídas da Europa.


A"Massa Crítica" insere-se num movimento mundial de reivindicação dos direitos dos cidadãos face ao despotismo do automóvel e às políticas ecologicamente subdesenvolvidas. Pretende, para além disso, ser o início de um movimento mais amplo e estruturado de activismo ecológico e social. A "Massa Crítica" não requer grande capacidade física (dado que é uma iniciativa de grupo e uma forte solidariedade entre todos os seus membros).


É aconselhável a utilização de capacete de ciclista, máscara anti-poluição e levar água. *Tragam cartazes, flyers, apitos, instrumentos (improvisados ou não),flores... *


Marcha global pela Marijuana no Porto ( a 5 de Maio)

Local de concentração e partida da Marcha Global na cidade do Porto: Praça do Marquês, 15 h. do dia 5 de Maio



A Marcha Global pela Marijuana Porto é uma iniciativa apartidária, sem fins lucrativos, fruto da sociedade cívil “activa” portuense que se insere num movimento mundial que pretende pôr fim ao proibicionismo do cânhamo/cannabis que, perante um consumo massificado, não produz resultados na diminuição do tráfico e menos ainda no acesso à informação. O Porto acolhe esta iniciativa pela primeira vez no dia 05 de Maio de 2007, estando programadas uma concentração na Praça do Marquês de Pombal pelas 15.00 para distribuição do Manifesto, seguida por uma parada com soundsystems pela Rua Santa Catarina finalizando na Praça da Batalha com animação.
No local da concentração, Praça do Marquês de Pombal, serão distribuídas máscaras para tod@s que tenham necessidade de manter oanonimato, por motivos profissionais ou familiares.
Ao longo dos mês de Abril será distribuída semanalmente uma fanzine chamada "porto cannabis", pelas ruas do Porto e nos locais habituais.





A cannabis sativa — popularmente conhecida por marijuana ou, na sua variedade concentrada, por haxixe — é a “droga leve” mais massificada mundialmente, estimando-se que o número dos seus consumidores ascende a 4% da população mundial, ou seja, cerca de 160 milhões de pessoas. Na Europa este número ronda os 24 milhões. No entanto, a grande maioria destas pessoas consome cannabis numa situação completamente ilegal, cometendo um crime que pode incorrer em pena de prisão, tanto no hemisfério Sul, onde o consumo está enraizado na cultura de determinados povos, como no hemisfério Norte, onde com a globalização das culturas se difundiu o seu uso recreativo e medicinal, sobretudo para aliviar dores e indisposição causadas por doenças crónicas e terminais como o HIV ou o cancro.
A desinformação reinante oculta as vantagens e desvantagens do consumo de marijuana e, ao subestimar a sua utilização medicinal, camufla a realidade da sua aceitação noutros tempos e sociedades. Originando o comércio de um produto agrícola injusto e mal remunerado para quem semeia e colhe marijuana, ao mesmo tempo que atinge, no momento da sua venda nos países onde foi ilegalizada, percentagens de lucro na ordem dos 500%.
Ao associar-se apenas negativamente o cânhamo/cannabis a um narcótico, despreza-se o seu aproveitamento industrial, (que em Portugal tem raízes seculares enquanto matéria prima) florestal e energético (como fonte de biomassa alternativa na presente situação calamitosa dos incêndios de Verão e promovendo ainda a auto-suficiência energética nacional).No panorama europeu impera o proibicionismo, apenas na Holanda, Suiça e Alemanha o consumo de marijuana é permitida chegando por vezes o Estado a assegurar a sua distribuição mediante prescrição médica.Em Portugal o consumo da cannabis foi descriminalizado em 2001. No entanto, continuamos longe daqueles países pois a perseguição policial aos consumidores mantém-se, e o risco de se ser tomado por traficante é grande uma vez que a quantidade pela qual se pode ser acusado de tráfico é mínima. Sendo ilegais a venda, transporte e o auto-cultivo de marijuana, como esperam as autoridades que o consumidor se abasteça sem estimular a prática do crime de tráfico, aquele que mais detidos envia para o sistema prisional? Como é possível justificar-se um consumo despenalizado da marijuana mas não se permitir a prática legal da venda dessa substância?Dado que a toxicodependência de drogas duras é um problema de saúde pública, urge a separação de mercados e o fim do mercado negro não taxado, criando à imagem da Holanda locais devidamente autorizados para a venda de drogas leves, apenas acessíveis aos maiores de 18 anos, que tal como qualquer outro estabelecimento comercial contribuam com os devidos impostos para o Estado, ao mesmo tempo que se garante o controlo da qualidade do produto vendido.
Marcha Global pela Marijuana Porto, uma iniciativa apartidária sem fins lucrativos fruto da sociedade civil portuense, insere-se num movimento mundial que pretende pôr fim ao proibicionismo do cânhamo/cannabis, o qual perante um consumo massificado, não produziu nem produz resultados na diminuição do tráfico e menos ainda no acesso à informação. Chegou a altura de terminar com a hipocrisia reinante, fazendo-se um amplo debate público sobre a legalização da marijuana de modo a respeitar-se o direito à escolha, com a participação activa dos órgãos políticos e da comunidade científica em geral.A Marcha Global Marijuana Porto manifesta-se pela * Legalidade do consumo recreativo da cannabis* Legalidade para o uso medicinal da cannabis* Legalidade para o autocultivo de uma planta que cresce livre na natureza
O Cânhamo (Cannabis ruderalis) é uma planta da família Cannabaceae, diferindo da Cannabis sativa e da Cannabis indica pelo baixo teor de um princípio activo conhecido como THC (tetrahidrocannabinol). Ou seja o cânhamo já é uma planta de cultivo legal numa das suas espécies, apenas desde 1987, um ano após a directiva europeia que impunha aos dois novos estados membros, Portugal e Espanha, directivas relativas à comercialização de determinadas sementes. O estado português nesse ano, quase sem dar nas vistas acabou com um proibicionismo de cinco décadas que impunha desde 1937, data da ilegalização total de todas as espécies de cannabis ditada pelos EUA. Cumpre-se este ano o vigésimo aniversário da primeira fase da legalização da cannabis (ruderalis, vulgo cânhamo), faltando agora a legalização das restantes duas espécies: cannabis sativa e cannabis índica.





global marijuana march

A Marcha Global pela Marijuana é um encontro anual que se realiza desde 1999. A ideia de uma marcha internacional começou com o encontro pró-legalização da cannábis que ocorreu nesse ano na cidade de Nova Iorque. Ocorre no 1º Sábado de Maio e junta pessoas, consumidores e não consumidores em todo o Mundo pela legalização da cannábis e do auto-cultivo para uso medicinal e recreativo. Nos primeiros 5 anos era apelidada de: Million Marijuana March; World Cannabis Day; Cannabis Liberation Day, mas a partir de 2005 com o crescimento do número de cidades aderentes em mais de 50 países foi adoptado o nome único de Marcha Global pela Marijuana.Um dos grandes organizadores desde 1999 é Dana Beal (http://en.wikipedia.org/wiki/Dana_Beal) , através do seu site Cures-Not-Wars.org ; outro dos principais organizadores é a revista Cannabis Culture Magazine.
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Estamos na era de procriação do jaguar!

Retirado de:
http://www.nu-sol.org/hypomnemata/hypomnemata82.html

Há quem separe anarquismo social de anarquismo como estilo de vida. Há os colectivistas e os individualistas; os revolucionários e os pacifistas. Há os rebeldes, insurgentes. A anarquia não se restringe a um conceito ou a uma contra-conduta. A contundente Emma Goldman alertou que na anarquia a sociedade está a serviço do homem e que esta se funda nas energias liberadas do indivíduo e na associação voluntária dos indivíduos libertados.

Os anarquistas compõem movimentos, sem reivindicar no seu interior um espaço delimitado ou o papel de hegemonia. Não sendo membros de partidos políticos, tão-pouco pretendem capturar os movimentos tornando-os reféns de uma organização. Sabem que os movimentos sociais libertários se refazem constantemente e que as pessoas, por não serem semelhantes, se modificam em velocidades e intensidades diferentes.


O movimento anarquista inventa mundos!

O anarquista corre riscos! Ele não é o alvo exclusivo das policias, forças armadas, direito penal, de inimigos medonhos e adversários que se renovam no interior da sociedade. Ele transgride por existir, por não se deixar capturar, por ser o anúncio do diferente que não será pacificado em nenhuma uniformidade. O anarquista não busca a certeza na autoridade superior, chame-se ela partido político, organização não-governamental, grupo de pressão, ou uma abstrata cooperação de singularidades; o anarquista não aceita a representação e recusa-se a representar! Os anarquistas associam-se livremente para experimentar liberdades, lidar com a supressão do insuportável e ultrapassar as paralisantes polémicas.

A potencialidade das liberdades depende dos costumes livres, da diversidade de realizações anárquicas, libertas de afinidades restritas à mesma ideologia, enfim de uma cultura amistosa desvencilhada dos castigos e voltada para objetos definidos. Depende do meu poder para existir; das minhas relações para permanecer inventando vidas. O fim da propriedade privada, estatal ou mista não depende de negociações, revoluções, mediações democráticas, mas de associações e suas actuações. A anarquia é social até mesmo quando pretende dissolver a sociedade; ela tem diversos estilos de vida.


As singularidades anarquistas não cooperam, mas associam-se federativamente.


Pessoas livres, pessoas associadas, associações de associações existem libertariamente quando evitam os modelos, actuam na sua época, e não abdicam das memórias das lutas, da história que se faz no momento. Não lidam mais com fronteiras. Questionam os iluminados, os proprietários de consciências esclarecedoras, os que declaram amar a humanidade e perpetuar a solidariedade na miséria. Pessoas libertárias, únicas, actuam nos limiares, na supressão de fronteiras, na ausência de universalidades, na amizade entre anarquistas preservando a coexistência na diferença, no combate à miséria material e intelectual. O anarquista liberta-se antes de libertar. Esta tem sido a sua história.

A história dimensionou as inquietações libertárias de Etienne de la Boétie e de Willian Godwin na Anarquia de Proudhon e no anarquismo bakunista. Este se desvencilhou da catequese de Sergei Nietcháiev e abriu-se em formação histórica com Kropotkin, em movimento interminável com Malatesta, no combate estratégico no interior da revolução russa com os makhnovistas. Inventou e revirou a Revolução Espanhola, os combates sindicais pelas Américas e avançou para o oriente. Surpreendeu os historiadores que tinham decretado a sua morte mostrando a sua jovial existência e transformou os esquerdistas socialistas arrependidos em académicos da anarquia social. Começou novamente a lidar com inquietações libertárias derivadas do Maio de 1968, percorrendo o seu eterno retorno e abalando a crença no social.

A anarquia não é um modelo, fórmula, efeito determinista ou produto da sequência linear da história. A anarquia é pessoal, associativa e é social. Não existe fora ou apartada da sociedade. Contudo, isso não quer dizer que ela tenha a tarefa de criar a nova sociedade. Neste caminho, substituir propriedade e Estado por posse e Sociedade, torna-se apenas uma inversão de termos. O anarquista restrito a condutas e contra-condutas acaba apanhado na rede das blindagens, nos pluralismos actuais da sociedade de controle, na globalização e nas alternativas à globalização, e acaba conformado na retórica de apóstolos da teoria da jaula!

Contra jaulas e aprisionamentos em teorias, independências, identidades, condutas, espaços e existências que tal experimentar abolir o castigo em si próprio, seguir pensamentos próprios? Não há estilo de vida que não seja social, mas há muito social sem estilo (fluxo onde se alojam os parasitas, os chupins, os ilustres camaleões).

Estamos na era de procriação do jaguar!

Tertúlia na BOESG sobre Anarquia e Abolicionismo Penal com Edson Passetti

Está marcada para o dia 13 de Abril (ás 21 h.) na BOESG (Rua das Janelas Verdes, em Lisboa) a realização de uma tertúlia sob o tema «Anarquia e Abolicionismo penal» com a participação de Edson Passetti.

Edson Passetti possui graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1974), mestrado em Ciências Sociais/Política (1982), doutorado (1994) e livre-docência (2000) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pesquisa e lecciona na área de Ciência Política, com ênfase em Teoria Política, abordando principalmente os seguintes temas: anarquismo, biopolitica, abolicionismo penal, Estado e amizade. É professor no Depto de Política e no Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP.
Coordena o Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária), realiza vídeos e é um dos editores da revista semestral autogestionária Verve (desde 2002).

http://www.nu-sol.org/

Estudo arrasa integração europeia de Portugal

Portugal continua entre os países da UE onde a distribuição da riqueza é mais desigual. O grupo social mais rico aufere seis vezes e meia mais do que o mais pobre.
Uns vivem muito bem e outros no limiar da pobreza.


Nos últimos seis anos "Portugal enfrentou grandes dificuldades. A situação económica deteriorou-se e as perspectivas continuam a ser negras". Esta é a análise feita por José Magone - director do Departamento de Política e Estudos Internacionais, da Universidade de Hull, Reino Unido -, num estudo publicado na na revista "Nação e Defesa" sobre a integração de Portugal na União Europeia (UE).Neste número dedicado aos 20 anos da entrada de Portugal na CEE, Magone refere que, como um garrafa, a pretensão de um Portugal europeu "está ainda metade vazio".



Pese embora as reformas na educação, os problemas continuam a ensombrar este sector e o mesmo se passa na Justiça e no sistema de saúde", refere. O docente acentua que estes três sectores são cruciais para a legitimidade da acção política, já que a apreciação dos sucessivos governos depende de terem sido capazes de criar mais igualdade social. E a avaliação é negativa.

“Portugal continua entre os países da UE onde a distribuição da riqueza é mais desigual", diz. O grupo social mais rico aufere seis vezes e meia mais do que o mais pobre. Uns vivem muito bem e outros no limiar da pobreza. "O que é acentuado pelos baixos níveis de ensino, de má saúde e exclusão social", explica.


O estudo prossegue de forma crítica. Diz que "um obstáculo à superação da pobreza é a falta de qualificações", sendo Portugal "o país com mais baixos níveis de qualificações, afectando a qualidade da economia, assente no trabalho intensivo e não nas novas tecnologias".


Um dos maiores problemas no ensino é a desistência no secundário. A principal razão é a frágil condição financeira da maioria das famílias. Muitos jovens abandonam a escola porque têm de trabalhar". Uma política governamental de apoio às famílias carenciadas poderia provavelmente ajudar a melhorar" esta realidade, afirma


Também "o sistema de Justiça continua muito ineficiente. Muitos recursos têm sido investidos, no número de juízes e no apoio judiciário, mas a noção dos portugueses sobre a actuação da Justiça é profundamente negativa."


Alguns aspectos a reter

Depois da reforma de 1988, "Portugal foi muito entusiasta" na aplicação dos fundos comunitários em infra-estruturas. No Quadro Comunitário de Apoio (2000-2006) 48,6% dos fundos, o equivalente a 42 biliões de euros, foram canalizados para Portugal 29,1% para o Estado e 22,3% para o sector privado


A elite política esteve muito preocupada em receber fundos, mas não em mudar a cultura empresarial do país. Segundo José Magone, os projectos de desenvolvimento regional também foram insuficientes, além da falta de envolvimento da sociedade civil. Os projectos tendem a a ser concretizados pela Administração Pública e os processos de consulta ainda estão muito no início".


Existe em Portugal um problema de centralização. "Portugal continua a ser, a par da Grécia, um dos países mais centralizadores da UE". Além disso, Magone afirma que os países do Leste europeu foram muito mais rápidos a descentralizar estruturas



"O domínio das duas maiores cidades - Lisboa e Porto -não conduz a uma organização territorial, mais democrática e civicamente activa.Pelo contrário, limita as possibilidades de decisão das regiões". Magone aborda ainda, neste artigo, o "anacronismo", de 75% dos cerca de 750 mil funcionários públicos continuarem colocados em Lisboa e no Porto.

Texto transcrito do Jornal de Notícias de hoje

Passeio de Burro por entre montes e vales do Nordeste Transmontano (30 de Março a 2 de Abril)

A AEPGA vai realizar entre os dias 30 de Março e 2 de Abril a IV Edição do passeio de burro "Por Tierras de l Rei" que terá início em Campo de Víboras, passará por diversas aldeias dos concelhos de Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro. No dia 31 de Março, a noite será animada pelo grupo de música tradicional Roncos do Diabo. Os músicos acompanharão a caminhada desde Campo de Víboras a Vale de Algoso, Algoso e os participantes mais aventureiros podem seguir caminho até à aldeia de Atenor para noite final de animação com gaiteiros.



PROGRAMA:
Por Tierras de l Rei (Campo de Víboas - Valde de Algoso - Algoso - Atenor)
De 30 de Março a 2 de Abril


Dia 30 de Março (sexta-feira)
21h00 - Recepção dos participantes com Arraial Tradicional com Bombos e Gaiteiros em Vale de Algoso.


Dia 31 de Março (sábado)
09h00 – Concentração em Vale de Algoso e transporte dos participantes até Campo de Víboras 09h30 – Mata-bicho em Vale Algoso10h00 – Início do percurso
13h30 – Almoço campestre em Campo de Víboras.
16h00 – Regresso a Vale de Algoso
18h00 – Animação com o grupo de Pauliteiros
19h30 - Jantar em Vale de Algoso
21h00 – Arraial Tradicional com o grupo de Gaiteiros Roncos do Diabo


Dia 01 de Abril (Domingo) 1
1h00 – Mata-bicho em Vale de Algoso
10h00 – Vale de Algoso - Algoso
13h00 – Almoço campestre no Castelo de Algoso
15h00 – Passeio em direcção à Ribeira do Angueira
19h30 – Jantar em Algoso
21h30 – Baile Medieval com gaiteiros tradicionais


Dia 02 de Abril (Segunda-feira)
09h00 - Mata-Bicho em Algoso
10h00 - Partida em direcção a Atenor
13h00 - Almoço Campestre
17h00 - Chegada a Atenor
19h30 - Jantar tradicional
21h30 - Arraial Tradicional

Inscrição: Deve preencher on-line a Ficha de Inscrição.

A inscrição para os 3 dias, inclui: participação em todo o evento, pequenos-almoços, almoços e jantares dos dias 31, 1 e 2 de Abril, navalha típica, caderno informativo sobre o evento e percurso a realizar.
Há a possibilidade de participação, em apenas 1 ou 2 dias do passeio, conforme tabela em anexo.

INSCRIÇÕES:

Mais informações:

Círculo da felicidade

Numa época em que dar as mãos já não é suficiente ... unamos os pés, pode ser que resulte ! ! !

Obrigado ao Hugo pela foto e mensagem.

28.3.07

Anti-fascistas vencem as eleições na Faculdade de Letras de Lisboa

As eleições, ontem realizadas, para a associação de estudantes da Faculdade de Letras de Lisboa, onde ultimamente se tem vindo a notar uma estranha movimentação dos grupelhos ligados à extrema-direita, e que incluiu inclusivamente a apresentação de uma lista conotada com esse sector político, deram uma estrondosa derrota para os sequazes de Salazar e Mussolini. A lista X ( de extrema-direita) recolheu 81 votos ao passo que a lista U, anti-fascista, contou com 818 votos, saindo vitoriosa.

Viva quem muda sem ter medo do escuro
Está, entretanto, marcada para amanhã ( dia 29 de Março) uma sessão-debate sob o título «Viva quem muda sem ter medo do escuro» com a participação de Eduarda Dionísio (antiga aluna da FLUL), José Mário Branco (músico, aluno da FLUL) e a Associação SOS Racismo ( o debate realiza-se às 15h30m, dia 29 de Março, no Bar da Esplanada, Faculdade de Letras de Lisboa)

Entretanto reproduz-se um Manifesto que esteve a circular na referida faculdade e com o título «Por uma escola livre e sem racismo»



MANIFESTO - Por uma escola livre e sem racismo


(A todos os Estudantes, Funcionários e Professores)



A Faculdade de Letras tem um passado de luta pela liberdade, contra a opressão, a discriminação e a ignorância que não pode ser esquecido. Desde a luta contra o fascismo em tempos de ditadura ao activo movimento estudantil por uma escola aberta a todos, a faculdade marcou a sua presença. Ao longo da História, estudantes, professores e funcionários manifestaram-se contra as guerras, as desigualdades, o racismo, a xenofobia, o fechamento e a intolerância, existentes dentro e fora da escola.


A nossa faculdade sempre soube olhar para fora, sempre soube que através do conhecimento se combatem preconceitos mais obscuros e absurdos da nossa sociedade. A Faculdade de Letras é isso mesmo, a experiência do ensino, do conhecimento e da partilha da diversidade cultural, expressão da humanidade. É o espaço onde tem lugar o estudos das várias Línguas, das diversas Culturas, das Artes e das relações que mantêm entre si, da discussão, da crítica e do pensar, da análise da História, das pessoas e dos lugares. Aqui conquista-se o espaço para a diversidade e para um mundo mais justo, livre e consciente.


Não podemos, portanto, assistir passivamente às discriminações racistas e a tentativas de intimidação de que têm sido alvo estudantes dentro da faculdade ou a folclóricas mas preocupantes manifestações neonazis como a que assistimos na passada quinta-feira, dia 15 de Março, dentro do nosso espaço escolar. Não podemos compactuar com ideias fascistas e discriminatórias, fechando os olhos às ameaças de violência e ao mal-estar vivido pelos nossos colegas no dia-a-dia da faculdade. Só a ignorância, o conformismo, a passividade e o vazio cultural deixam espaço à intolerância e favorecem a cultura do medo e os novos obscurantismos.A liberdade de expressão é inconciliável com a discriminação e a apologia da desigualdade. É por isso que este espaço, que é nosso e é de todos, foi, tem de ser e será um espaço de liberdade e respeito, desde os bares aos corredores, passando pelas salas de aula, centros de investigação e bibliotecas, bem como todos os lugares em que decorre a vida associativa, departamental e institucional desta faculdade.


Todos nós, que estudamos e trabalhamos aqui e aqui vivemos e convivemos, mulheres e homens de diferentes idades, nacionalidades e cores, podemos e devemos tornar a Faculdade de Letras um lugar sem racismo e sem discriminação, um espaço realmente aberto a todos, onde todos possam estudar e trabalhar em liberdade


Fonte:
http://livrodeestilo.blogspot.com/index.html


Consultar ainda:


26.3.07

As ilações a retirar do percurso académico do Sr. Sócrates…

Perante as notícias sobre a estranha licenciatura do Primeiro-Ministro português, e que foram bem investigadas numa das últimas edições do jornal Público, já se percebe melhor qual é a política de educação do actual Governo:


1. Como ele fez três cadeiras que não tinham à data professores, conclui-se que os professores são perfeitamente dispensáveis. Ou seja, não há necessidade de professores no ensino. Acabe-se, portanto, com eles.


2. Como estas três cadeiras também não existiam na época na Universidade Independente (onde o Sr. Sócrates tentou finalizar a licenciatura em engenharia), quer isso dizer que não há necessidade de currículos e programas. Acabe-se então com os currículos, programas e demais papelada, qual antevisão profética do tão afamado simplex administrativo



3. Como para atestar o certificado de habilitações do Primeiro-Ministro Socrates, bastou a assinatura do Reitor e da filha do Reitor, significa isso que não há necessidade de estabelecimento algum de ensino. Duas pessoas podem facilmente pôr a funcionar uma escola e até uma Universidade. Acabem-se assim, pois, com as escolas púbicas.


Em suma: o que está agora mesmo a dar são as tais Universidades ditas independentes onde são preparados os futuros membros das elites nacionais, prontos para todo o serviço.
Dentro delas germinam os políticos e líderes empresariais da nossa «choldra». Como o Sr. Sócrates!

Manifestação de solidariedade para com UNGDOMSHUSET ( dia 29, às 14h) em Lisboa


A Comunidade livre de Christiania em Copenhaga está também em perigo de ser desmantelada e destruída!


Depois do despejo e demolição do centro juvenil Ungdomshuset em Copenhaga que se situava no mesmo edifício onde Clara Zetkin, no início do séc. XX, num congresso de mulheres trabalhadoras, proclamou o dia 8 de Maio como dia mundial da mulher, a repressão e a sanha do governo direitista dinamarquês contra os movimentos alternativos não parou e tem vindo a acentuar-se ao ponto de se pensar que querem, desta vez, destruir a histórica comunidade de Christiania, uma comunidade livre que persiste ao longo das últimas décadas apesar de todos os problemas e dificuldades. Pois é essa mesma comunidade que se arrisca a ser o próximo alvo da odienta política social do governo dinamarquês pró-Bush ( a Dinamarca continua a ter as suas tropas no Iraque dentro da coligação militar ocupante sob comando norte-americano).

Para além disso continuam as detenções e perseguições a muitos jovens e activistas que defenderam o histórico Umgdomshuset sem o mínimo respeito pelos seus direitos pessoais. Não contentes com isso as forças repressivas invadem abusivamente as sedes e outros locais associativos numa fúria repressiva que não se via há muito tempo naquele país.

Desencadeou-se entretanto uma onda de solidariedade por toda a Europa a favor dos jovens e activistas que têm sido vítimas da repressão. Manifestações, vigílias, concentrações e ocupações de embaixadas e consulados têm sido realizadas com vista a chamar a atenção para o clima anti-social que se vive actualmente hoje na Dinamarca e que se abateu sobre a cena alternativa de Copenhaga.

Em Lisboa foi convocada para a próxima 5ª feira (dia 29 de Março) pelas 14 h. uma manifestação de solidariedade para com a UNGDOMSHUSET em frente à Embaixada da Dinamarca


PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE ASSOCIAÇÃO
PELA LIBERTAÇÃO DE TODOS OS PRESOS POLÍTICOS
FIM ÀS PERSEGUIÇÕES E DETENÇÕES ARBITRÁRIAS

Consultar:


24.3.07

Os tristes 50 anos do Euratom da União Europeia


Os Amigos da Terra (Friends of the Earth) pedem a abolição do tratado do Euratom

Mais de 650.000 cidadãos querem a morte do Euratom, ou seja, da Europa atómica que amanhã faz 50 anos.

Na verdade quando se celebram os 50 anos da União Europeia, 650.000 cidadãos e cerca de 750 organizações subscrevem uma petição a pedir o fim do Euratom, um dos três tratados que foram assinados em Roma a 25 de Março de 1957.
Com a extinção do Euratom devem ser também encerradas as centrais nucleares a que ele se refere.
Os Amigos da Terra consideram que o Euratom é um tratado que permite o suporte financeiro não democrático e ilegítimo à energia nuclear. Basta pensar, como diz aquela organização ecologista, que nos próximos 5 anos o nuclear receberá, em nome do orçamento para a investigação, três vezes mais dinheiro que as energias renováveis ( 550 milhões para o nuclear e 168 milhões para as renováveis)

Mais informação:

http://www.million-against-nuclear.net/

http://www.motherearth.org/news/news.php

http://www.foeeurope.org/activities/Nuclear/nuclear.htm

Os 50 anos da Europa do Capital

O dia em que perfazem 50 anos da assinatura do tão popularizado Tratado de Roma que deu origem à CEE (25 de Março de 1957), evoluindo depois para a actual UE (União Europeia), não podia deixar de ser comemorado pelos Estados e Governos que têm congeminado a formação deste poderoso bloco económico e comercial, transformado em fortaleza anti-imigração, e paladino da livre circulação ( e dominação) do capital .

A novidade é que estes 50 anos também não vão ser esquecidos pelos críticos desta Europa criada a partir de cima e ao serviço dos interesses das classes possidentes europeias mas também transcontinentais que são responsaveis, e as mais interessadas, pela globalização capitalista que destruindo as estruturas socis vigentes impõem a lógica da rentabilidade do capital secundarizando os interesses sociais.

Com efeito está convocada para Berlim, a capital do país que actualmente preside à União Europeia, uma manifestação de todos aqueles que contestam esta Europa do Capital feita a partir de cima e com um alto défice democrático, o que é reconhecido aliás por todos, inclusive pelos próprios eurocratas.

Simultaneamente às cerimónias oficiais, com a devida pompa e circunstância, está ainda prevista a reaização de uma conferência alternativa sob o lema «Não, sem o povo» e que servirá para denunciar o fosso entre as instituições e os cidadãos nao processo de construção europeia da UE.

Consultar:
http://www.anti-eu.info/home_einleitung.php

Economia britânica ainda usa trabalho escravo


Diversos sectores da economia britânica ainda usam mão-de-obra escrava, denunciou a organização Anti-Slavery International, com sede em Londres, num relatório elaborado para marcar os 200 anos da lei que proibiu o tráfico de escravos no Império Britânico.


Na actual escravatura contemporânea as vítimas, indivíduos do leste e do centro da Europa, do sudeste asiático e da América do Sul, são atraídos com promessas de emprego e acabam submetidos ao trabalho forçado sem rendimento ou com salário muito abaixo do mínimo.


Ao desenhar seu 'mapa da escravidão' na Grã-Bretanha, aquela ONG disse que, embora grande parte do tráfico de pessoas tenha como finalidade a exploração sexual, milhares são exploradas em actividades como a colheita de frutas, em fábricas de processamento de alimentos e no serviço doméstico.


Se há mais de 200 anos, o transporte de escravos gozava de protecção legal, hoje, os traficantes usam rotas regulares de migração e de concessão de vistos de trabalho.
"Eles usam a servidão por dívida, a remoção de documentos e o desconhecimento dos imigrantes de seus próprios direitos para sujeitá-los ao trabalho forçado", diz o relatório da ONG.


De acordo com a OIT, o trabalho escravo é aquele de carácter degradante, realizado sob ameaça ou coerção, e que envolve o cerceamento de liberdade.


Ainda que não se vejam mais correntes, a verdade é que na actual escravidão contemporânea, assim como na colonial, um "empregador" tem total controle sobre o trabalhador, tratando-o como uma "propriedade".

Imigração e Escravidão

A ONG baseou a sua análise qualitativa em entrevistas, relatórios e 27 casos de escravos libertados na Grã-Bretanha. Todos haviam chegado ao país pelo caminho do tráfico.
"Não é coincidência que o crescimento do tráfico aumente com a procura por mais trabalhadores migrantes no mundo", disse a Anti-Slavery.
"A falta de oportunidades para a migração regular, e o facto de muitos imigrantes buscarem no exterior um meio de sobrevivência - mais do que um meio de melhorar suas vidas - ldeixa-lhe poucas opções a não ser confiar em traficantes para conseguir trabalho."


Entre as vítimas estão homens e mulheres do leste europeu que trabalham em fazendas de cogumelos, colheitas de frutas e vegetais, e na cadeia de processamento de alimentos.
Brasileiras, colombianas e paraguaias são exploradas, principalmente, como faxineiras, e paquistanesas, indianas e bengalesas, entre outras do sudeste asiático, são coagidas a trabalhar como empregadas domésticas.
Quadrilhas organizadas controlam búlgaros, romenos e ucranianos obrigados a bater carteiras e furtar supermercados.
Curiosamente, a ONG observou que a maioria dos trabalhadores havia entrado no país legalmente. Uma vez dentro das fronteiras, passou a sofrer coerção, sobretudo através da remoção do passaporte.
Entre 2001 e 2003, metade de cerca de mil trabalhadores domésticos atendidos pela ONG Kalayaan tinham tido passaportes apreendidos pelos empregadores.
Sem ter, muitas vezes, o domínio do inglês, desconhecendo os seus direitos e permanecendo isolados da sociedade, os "escravos" acabam por ficar vulneráveis.


'Sentimento de traição'


Os chefes des gangues do Leste Europeu vão às cidades da República Checa e abordam os sem-abrigo na rua. EOferecem um lugar para morar e um trabalho decente a que vier à Grã-Bretanha.
Ao chegar à Grã-Bretanaha, os imigrantes têm o seu passaporte retido pelos patrões. Trabalham seis ou sete dias por semana, em indústrias como a de processamento de alimentos, e moram normalmente com mais três ou quatro pessoas no mesmo quarto. Eles comem feijão em lata, pão barato, e recebem 5 libras por semana (o salário mínimo britânico é de 5 libras por hora). E são obrigados a trabalhar. Isso tudo tem um nome: escravatura.
Apesar das condições desumanas em que vivem, os imigrantes quando são descobertos pelas autoridades são tratados como casos de imigração ilegal, e não como escravatura, criticou a Anti-Slavery, que defende em vez de correr o risco de deportação, os imigrantes descobertos em situação de trabalho forçado sejam autorizados a permanecer na Grã-Bretanha até receber o pagamento por seus direitos como trabalhadores.


Tipo de escravatura:
Exploração sexual – 43%
Exploração econômica – 32%
Exploração mista – 25%

Actual tráfico de escravos( por região)
Ásia/Pacífico - 1,36 milhão
Industrializados - 270 mil
A. Latina/ Caribe - 250 mil
O. Médio/ N. África - 230 mil
África subsaariana - 130 mil
Total - 2,45 milhões (número arredondado)


Fonte: OIT, 2005


Fonte: BBC

Caminhada pelo rio Bestança no próximo dia 31 de Março


Caminhada da Sagração da Primavera

Está projectada uma caminhada ao longo do rio Bestança para o próximo dia 31 de Março a que foi dado o nome de «Caminhada da Consagração da Primavera» promovida pela associação ambientalista local.
Info:
http://www.bestanca.com/index.html
http://www.bestanca.com/actividades/


Percurso: Cinfães, Chieira, miradouro de Teixeirô, Casal, Souto do Rio (almoço nas margens do Bestança, em Pias), Pias, Açoreira, Tintureiros, Cinfães. Percurso de rara beleza, no troço final do bestança, na zona de confluência com o Douro.

Informações sobre a Caminhada:
Extensão: 8 Km.Grau de dificuldade: Médio.Os participantes devem trazer: refeição para o almoço, roupa e calçado leve (se o tempo o permitir).
Concentração: 09:30 frente ao Café Rabelo na Vila de Cinfães.Partida: 09:45.Chegada: 18:30Incrições: 5€ (crianças até aos 10 anos isentas).Jantar: 10€ (opcional)

Contactos
webmaster@bestanca.com
968 013 140 - Jorge Ventura

Sobre o rio Bestança

O rio Bestança nasce nas Portas de Montemuro, na serra do mesmo nome, e morre em Porto Antigo, na margem esquerda do rio Douro.
São 13,5 Km de curso, numa extensão de verdura e águas sempres cristalinas que o fazem um dos rios mais limpos da Europa.
Espécies como a Lontra, Truta e Ginetes dependem do equilíbrio ecológico do vale sulcado pelo rio.
Por outro lado, e desde tempos imemoriais, os velhos moinhos reclamam as águas livres do rio para moerem o milho e outros cereais, representando um valioso e genuíno património.


Caracterização

Nascente: Na Serra de Montemuro, junto às Portas de Montemuro, a uma altitude de 1229 m;
Foz: Souto do Rio, a uma altitude de 110 m
Extensão: 13,5 KM
Direcção: Nascente/Foz: SSE/NNV
Principais afluentes: margem esquerda: ribeiro de Barrondes, ribeiro de Enxidrô. Margem direita: Ribeiro de Alhões, ribeiros de Soutelo e Chã.

A bacia hidrográfica do rio Bestança está representada na Carta Militar de Portugal, escala 1: 25.000, folhas 136 e 146 dos Serviços Cartográficos do Exército, bem como na Carta Geológica de Portugal, escala 1:50.000, folha 14-A, dos Serviços Geológicos de Portugal.

Povoamento do Vale do Bestança: terço superior: povoamento de montanha mais aglomerado e espaçado entre os núcleos; terço médio e inferior: povoamento disperso apenas mais aglomerado junto das principais vias de comunicação e núcleos populacionais. A localização das casas dispersas não ultrapassa os 600 m de altitude, dominando a partir daí a floresta ou os terrenos onde a rocha aflora.

Exploração agrícola: disposição dos campos em socalco e lameiros declivosos no terço superior (solos de origem granítica - rocha-mãe: granito).

Economia do vale: Moinhos (em laboração ainda em Soutelo, Valverde, Pelisqueira, Pias, Cinco Rodas); Produtos agrícolas (milho, feijão, batata, vinho, castanha, mel).

Flora: Na área de maior altitude predomina a vegetação subarbustiva ou herbácea; Castanheiro (Castanea sativa Miller): em Soutelo e Daixa; Carvalho (Quercus sp), nas faldas de Alhões, Pelisqueira; Pinheiro bravo (Pinus pinaster Aiton), Mourelos e Valverde. No leito do rio desenvolve-se o amieiro (Alnus glutinosa), freixo () e salgueiro (Salix sp). Dispersos pelo vale, também podemos encontrar Crataegus monoginea, Prunus sp.

Fauna: Lontra, ginetes, gatos-bravos, raposa, javali, texugo, salamandra lusitânica, Melro-de-água; alvéola, gaio, ujo, coruja, milhafre. Espécies piscícolas: truta, iró, boga.
Geologia do leito do rio: Granito porfiróide de grão médio.

Património a visitar

Património religioso: Igreja de Ferreiros de Tendais, com especial atenção para os altares barrocos e caixotões do tecto; Igreja de Santa Cristina de Tendais e Igreja matriz de Cinfães; Capela de São Pedro do Campo.

Muitas alminhas e cruzeiros dispersos ao longo dos caminhos. Destacamos o cruzeiro no adro fronteiro à capela de São Sebastião, em Mourelos, Tendais.

Zonas arqueológicas: Castro do Monte das Coroas em Ferreiros e Castêlo de Tendais em Tendais (povoados da Idade do Ferro); Quinta da Chieira (vestígios da ocupação romana) em Cidadelhe.

Aldeias com motivos de interesse:
Alhões (relevam no centro da aldeia os solhais, as alminhas incrustadas nas paredes do casario e a igreja de Alhões em cujo adro os habitantes negociavam com os maiorais a renda a pagar pelos rebanhos da Serra da Estrela na época da transumância) Bustelo, onde se destaca a laje que funciona como eira comunitária e que deu o nome à aldeia; o casario é muito interessante também, assim como os caminhos medievos que levam ao Bestança e aos moinhos da Costa Limpa; Chã, onde existiu a célebre torre de Chã edificada por Geraldo Geraldes o Sem Pavor e donde se avista o cerro do Monte Faião; interessante os castanheiros seculares à saída para norte da aldeia, no caminho para o Bestança, que dois homens mal abarcam;

Boassas, classificada em 1938 como a segunda aldeia mais portuguesa de Portugal. Interessante o casario apinhado da Arribada e a capela oitocentista onde sobressai no seu interior dois altares laterais e os caixotões do tecto que retratam a paixão de Cristo.

A merecer vista também as aldeias de Pias (pelo seu casario em que relevam exemplares de arquitectura tradicional), Vila de Muros (de que destacamos a casticidade da aldeia e o bonito edifício da Escola Primária " Andrade "). Outras aldeias com interesse: Vila Viçosa, Marcelim, Mourelos, Meridãos (com interessante cruzeiro do centenário) e Soutelo (do caminho que parte da aldeia para o Bestança alcança-se uma magnífica vista sobre o vale do Bestança e as leiras estratificadas da Granja que atestam com o rio).

Percurso Pedestre: Início e termo: Largo da Nogueira, aldeia de Vila de Muros. Seguir pela estrada de asfalto e virar à esquerda no caminho a seguir ao cemitério. Passar a ponte de Covelas sobre o Bestança e subir até à aldeia de Covelas. Na primeira cortada virar à direita seguindo em frente pelo caminho da Carreira Chã. Este caminho cruza dois ribeiros e desenvolve-se perto da margem direita do Bestança. Ao chegar às fragas da Arruínha virar à direita e descer pela tapada até uma ponte de cimento que atravessa o rio. Está agora no Prado. Siga pelo caminho lajeado até Valverde e depois pelo asfalto até Vila de Muros onde termina o percurso. Motivos de interesse: Ponte de Covelas, aldeia de Covelas, caminho da carreira Chã, pontes de madeira do Prado, moinhos, ribeiro de Barrondes, rio Bestança, fragas da Arruínha sítio de nidificação do milhafre.

Deve munir-se com desdobrável editado pela C.M.C. e pela ADVB. O percurso está marcado e sinalizado.* Infelizmente, uma parte do percurso (zona da carreira Chã) ardeu. As marcas foram apagadas pelo que voltarão a ser por nós repostas. Além da tristeza que sentimos fica-nos a indignação pelo património florestal destruído. Continuaremos porque o conformismo é o refúgio dos fracos.Devido ao incêndio recomendamos que o percurso se faça depois da Primavera, altura em que a natureza, fruto de uma regeneração exemplar, volta a emprestar o verde às agora terras áridas e negras. O verde da esperança...

Principais sítios de veraneio

Poço do Morangueiro (Cinco Rodas), Pias (a montante e jusante da ponte de Pias), Poçoa das Aveleiras (Açoreira) , Poço Negro e Poço das Mulheres (Covelas).

Referências
Fonte: Monografia de Cinfães, caderno de Geografia: Autora: Maria Isabel de Sousa Vasconcelos.
Bestança - Por caminhos e veredas. Autor: Jorge Ventura.
Retratos de Família. Autor: Nuno Mendes.
Montemuro - Última Rota da Transumância. Autor: Filomeno Silva.
Revista Terras de Serpa Pinto
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Arreligião


A religião parece que está outra vez na moda, para isso bastando presenciar os canais de televisão que ocupam tempo e espaço ao assunto seja por causa de visitas ou declarações papais, seja pels múltiplas referências ao islamismo que hoje invadem o panorama audiovisual.

Acontece que o significado etimológico de religião é re-ligar, isto é, estar unido ou atado a Deus. Se lermos os Padres da Igreja, como Lúcio Cecilio, Santo Agostinho, Isidoro de Sevilha, todos eles coincidem na ideia de que a religião é assim chamada por os seus crentes estarem ligados a Deus.

Mas se assim é, então o que devemos falar na actualidade será mais de arreligião do que outra coisa, já que hoje em dia tanto as grandes religiões como as seitas não pregam essa tal ligação a Deus, uma relação espiritual com o divino, mas pedem-nos antes que nos sujeitemos aos líderes religiosos, e às suas homilias e directrizes. São eles que se arrogam em iluminados e que nos dizem o que devemos e não devemos fazer.

Ou seja, a religião converteu-se em ideologia, num conjunto de normas e ritos a cumprir, numa dotrina formatada pelos dirigentes religiosos e que nos diz o que devemos fazer. São eles que são os intérpretes da «verdade» e a eles devemos obedecer

Que a religião continua a ter uma imensa influência, isso ninguém dúvida. Mas também é inquestionável que a sua rejeição aumenta cada diaque passa. Rejeição que se dirige sobretudo àquelas instituições e figuras que pretendem representar ou ser os representantes da vontade de Deus !!!

Por tudo isso é que podemos dizer que nas nossas sociedades contemporãneas mais do que ateísmo devemos falar sobretudo de anticleicalismo, pois é mesmo disso que se trata, bastando ir às nossas aldeias e vilas para ouvir as múltiplas censuras que o povo vai dizendo, em surdina, dos padres e bispos, isto é, dos funcionários da Igreja

Sobre Braudillard

Transcrevemos o texto de Beja Santos, conhecido estudioso da sociedade de consumo, sobre a influência de Braudillard no seu percurso pessoal mas também no olhar que lançámos hoje sobre o consumismo e os media.
A recente morte de Baudrillard impõe um texto mais analítico que contamos apresentar brevemente já que considerámos tratar-se de uma figura importante no estudo do sistema cultural contemporãneo, independentemente de perfilharmos ou não muitas suas teses. O facto das suas ideias serem estimulantes bastaria já toda a nossa atenção.
Por agora, ficamos com o texto de Beja Santos retirado do Notícias da Amadora.



Saudades de mestre Jean Baudrillard

Foi graças a Jean Baudrillard (1929-2007) e às suas obras dos anos 60 e 70 que o estudo do consumo se tornou tão estimulante na minha vida. Conceitos como o sistema dos objectos, o consumo como modo activo de relação, o objecto signo, a associação entre a cultura de massas, o espectáculo e a sedução tornaram-se-me óbvios, compreensíveis para o olhar a contemporaneidade e o peso simbólico que prevalece no nosso quotidiano preenchido com múltiplas solicitações.

Baudrillard foi um pensador inclassificável, já que investigou em domínios como a Sociologia, a Filosofia, Antropologia, Estética, Comunicação e Fotografia. Deu visibilidade absoluta aos estudos sobre a sociedade de consumo e à interactividade das suas parcelas. Nunca aceitou ter sido o inspirador da trilogia Matrix, recusou o rótulo de pós-moderno, denunciou a banalidade na arte e a rendição dos artistas aos imperativos da realidade tecnológica. Depois do 11 de Setembro, nunca deixou de alertar para este acto fundador do novo século em torno do admirável novo mundo do terrorismo.
Conheci-o e estudei-o deslumbrado em “O Sistema dos Objectos”, obra publicada ainda nos anos 60. O que ele aí escreve é já leitura clássica: “O consumo é o modo activo da relação, o modo de actividade sistemática e uma resposta global sobre a qual se funde o nosso sistema cultural. Consumo é a organização das substâncias, imagens e mensagens com matéria significante. A partir de um signo tece-se uma classificação e hierarquização que promove diferenças socioculturais entre consumidores. À semelhança de um fauna ou de uma flora, a imensa vegetação de objectos é classificável”. E Baudrillard dava exemplos através do imobiliário, distinguindo os objectos da aristocracia ou da burguesia dos rurais, recordando o significado da cor na cultura automóvel, a brancura da cozinha ou da casa de banho (o branco é o domínio dos sectores orgânicos), os fundamentos do objecto antigo, o espírito da colecção, o facto do estatuto do objecto estar dominado pela oposição modelo/série. O que ele escreveu sobre publicidade continua a ser relevante e incontornável: “A publicidade é discurso sobre o objecto e ela própria é o objecto. É consumível como objecto cultural. Assenta-lhe todo o processo de análise ao nível dos objectos: sistema de personalização, de diferenciação forçada e de proliferação inessencial, de degradação da ordem técnica numa ordem de progressão e consumo, de disfunções e de funções secundárias... A persuasão publicitária não é a lógica do enunciado e da prova mas a lógica da fábula: sem se crer no produto, crê-se no que a publicidade quer nos fazer crer. É a lógica do Pai Natal”.
A “Sociedade de Consumo” é de 1970 e ele escreve: “O consumo, na qualidade de novo mito tribal, transformou-se na moral do mundo contemporâneo.” É nesta obra que Baudrillard começa a analisar a realidade e a hiper-realidade. O consumidor move-se por indiferença e curiosidade, incapaz de apreender a multiplicação dos objectos, disposto a tirar partido dos utensílios simplificadores, fazendo shopping (o centro comercial é o local de síntese das actividades dos consumidores, onde se misturam trabalho, lazer e cultura). Ele refere apropriadamente a industrialização do espírito, noção criada por Edgar Morin. A partir de agora a cultura de massas é o espectáculo permanente e também a sociedade se verga ao desperdício já que a sociedade de consumo precisa dos seus objectos para existir e sente sobretudo necessidade de os destruir.O leitor interessado em conhecer o pensamento de Jean Baudrillard tem sobretudo obras em três editoras à sua disposição: Edições 70, Antropos e Campo das Letras. Para quem se quer iniciar e conhecer a amplitude da sua aventura intelectual recomenda-se a síntese “Palavras de Ordem” (Campo das Letras, 2001). É aqui que alguns conceitos fazem avultar a poderosa cultura deste intelectual sincrético. Ele escreve a propósito do objecto: “Nos anos 60, a passagem do primado da produção ao do consumo colocou os objectos em primeiro plano. Porém, o que verdadeiramente me interessou não foi tanto o objecto fabricado em si, mas o que os objectos diziam uns aos outros, o sistema de sinais e a sintaxe que elaboravam”. Quanto a valor: “Ao lado do valor mercantil existem os valores morais ou estéticos que funcionam em termos de oposição regulada entre o bem e o mal, o belo e o feio. O estudo do valor é complexo: quanto mais o valor mercantil é apreensível, mais o valor do signo é fugidio”. E sobre o obsceno: “Na obscenidade, os corpos, os órgãos sexuais, o acto sexual são de imediato dados a ver, ou seja, a devorar-se, porque são absorvidos e reabsorvidos ao mesmo tempo. No nosso mundo de imagem e espectáculo, a palavra promiscuidade existe imediatamente, sem distanciamento e sem encanto”. Ou quanto à sedução: “O universo da sedução é o que se inscreve radicalmente contra o da produção. Não se trata já de fazer surgir as coisas, fabricá-las, produzi-las num mundo do valor, mas de as seduzir, ou seja, desviá-la desse valor, da sua identidade e da sua realidade, para as entregar ao jogo das aparências”.
Baudrillard foi em todos os momentos um pioneiro, ao introduzir a reflexão sobre objectos e a sua ordenação, a economia do signo, a complexidade cultural da sociedade de consumo, a sociedade de simulacros e simulação o próprio conceito de troca simbólica de onde se partiu para a verdade dos factos de que hoje vivemos num mundo onde o simbólico é tão importante no consumo como o funcional. Ficámos sem Baudrillard mas o seu pensamento já está cristalizado no olhar profundo com que olhou para nós e para o nosso tempo onde as coisas não acontecem se não forem vistas pelos media.
Beja Santos

Famílias ciganas de Campanhã resistem à exclusão social


Retirado de:
http://www.mruim.blogspot.com/


A comunidade cigana de campanhã (cidade do Porto) continua a resistir às ameaças da Câmara Municipal, de despejo do terreno onde vivem há mais de duas décadas.


O terreno em causa (privado) parece ter muito mais valor do que as famílias que ali vivem em condições miseráveis.


A câmara deu um prazo até esta sexta-feira (23 Março) para que as pessoas abandonem o local. A alternativa apresentada foi o alojamento em pensões da cidade até que sejam encontradas habitações para todos, mas sem qualquer garantia de que isso venha a acontecer. Aliás, a julgar por casos recentes onde essa "solução" foi aplicada, o futuro destas famílias não promete ser muito risonho... A proposta não deixa grande margem de manobra: Vão para a pensão ou então desenrasquem-se...


Os ciganos de campanhã tornaram-se incómodos depois das obras de requalificação da zona do Freixo, com a construção de uma marina (onde estão ancoradas várias lanchas) e o restauro do Palácio do Freixo. Os terrenos em causa são agora bastante apetecíves e as pessoas que lá vivem há tanto tempo, são tratadas como lixo que se encosta a um canto...


O mais curioso, é que a Câmara do Porto tem um Programa chamado "PortoFeliz". Segundo o site oficial da Câmara Municipal do Porto:"O Projecto Porto Feliz foi instituído em decorrência do plano municipal de combate à exclusão social aprovado pela Câmara Municipal do Porto, em 18 de Junho de 2002.O Projecto alicerça-se num conjunto de protocolos de colaboração entre a Fundação e várias instituições, como o Centro Hospitalar do Conde Ferreira (pertença da Santa Casa da Misericórdia do Porto) hospitais Joaquim Urbano e São João, ARS/Norte e faculdades de Direito e Psicologia da Universidade do Porto.O Projecto envolve três vertentes principais: a intervenção sócio-sanitária, o reforço da segurança e a sensibilização da opinião pública.São objectivos específicos do Projecto Porto Feliz: no plano comunitário, diminuir as zonas de exclusão social, nomeadamente as unidades territoriais dos arrumadores, dos sem-abrigo e os espaços urbanos geradores de exclusão social; no plano individual, restituir uma adequada qualidade de vida aos actores sociais excluídos, nomeadamente aos toxicodependentes, aos delinquentes, aos marginais em geral."


Na prática este programa consiste em fazer às pessoas o mesmo que os funcionários camarários fazem com o lixo... Despeja-se o contentor e está limpo!Várias pessoas têm permanecido no local, demonstrando a sua solidariedade com esta gente simples, de grande dignidade que merece ser respeitada e aguardando a chegada das "máquinas" que ameaçam limpar o local.


Podem enviar mensagens para a Fundação Porto Social da CM Porto aqui:http://www.bonjoia.org/index.php?Pag=contactos


Comunicado do S.O.S. Racismo:
http://www.sosracismo.pt/



Artigo 65.º(Habitação e urbanismo) da Constituição da República Portuguesa:

1. Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.

2. Para assegurar o direito à habitação, incumbe ao Estado:

a) Programar e executar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento geral do território e apoiada em planos de urbanização que garantam a existência de uma rede adequada de transportes e de equipamento social;

b) Promover, em colaboração com as regiões autónomas e com as autarquias locais, a construção de habitações económicas e sociais;

c) Estimular a construção privada, com subordinação ao interesse geral, e o acesso à habitação própria ou arrendada;

d) Incentivar e apoiar as iniciativas das comunidades locais e das populações, tendentes a resolver os respectivos problemas habitacionais e a fomentar a criação de cooperativas de habitação e a autoconstrução.

3. O Estado adoptará uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar e de acesso à habitação própria.

4. O Estado, as regiões autónomas e as autarquias locais definem as regras de ocupação, uso e transformação dos solos urbanos, designadamente através de instrumentos de planeamento, no quadro das leis respeitantes ao ordenamento do território e ao urbanismo, e procedem às expropriações dos solos que se revelem necessárias à satisfação de fins de utilidade pública urbanística.

5. É garantida a participação dos interessados na elaboração dos instrumentos de planeamento urbanístico e de quaisquer outros instrumentos de planeamento físico do território.


Preocupação junto das famílias ciganas de Campanhã ( texto retirado do jornal Primeiro de Janeiro)

Estavam sentados em círculo à porta do acampamento. O Sol reflectia nos seus rostos muito morenos e aquecia-lhes a pele sem pedir autorização, substituindo a pequena fogueira ao centro, da qual só restavam cinzas mortas. Uma faixa pendurada esclarecia sentimentos.

As perguntas tornaram-se, desde logo, escusadas. «Pensões não são solução. Direito à habitação», podia ler-se.


A possibilidade de serem transferidos provisoriamente para tendas num terreno privado com outras condições de salubridade e de higiene e próximo do actual acampamento na Travessa do Bacelo, freguesia de Campanhã agrada à comunidade cigana, mas as desconfianças de que a Câmara do Porto vá aceitar estabelecer um acordo por escrito com a Segurança Social – garantindo o realojamento de todas as famílias ao fim de 60 dias – são mais que muitas.


Os ciganos do Bacelo dizem-se “entregues a Deus”. Contudo, não vá o diabo tecê-las, continuam a apelar à autarquia para que encontre uma solução antes de efectuar o despejo e consequente demolição das suas construções abarracadas. “Parece que o sr. Rui Rio não está com muitas intenções de dar casas e não nos parece que vá assinar o acordo com a Segurança Social”, constata José Machado. Já que assim é, prossegue, “que nos deixe ficar aqui mais 60 dias”. Este morador salienta que todas as famílias sobrevivem com o Rendimento Mínimo de Inserção e não têm possibilidades financeiras para alugar uma habitação: “Mas com os rendimentos que temos queremos pagar algum dinheiro pelas casas que nos arranjarem”, afiança.


José Machado não tem qualquer pejo em reiterar que ir “para pensões está fora de hipótese” porque “a gente quer cozinhar, lavar roupa e ainda vai estar em condições piores do que aqui”. Manuel Carvalho, outro morador, partilha da mesma opinião e diz mais: “Se vierem cá demolir isto não deixamos”. “Eu já disse que se me tirarem à força sem ter para onde ir vou acampar nos terrenos da escola dos meus filhos”, declara José Machado. As frases surgem em catadupa quase sem tempos de respiração. Desabafos para quem quiser ouvir são lançados para o ar em fiel constância.


Sem comer e dormir


As famílias de etnia cigana afirmam ainda estar desconfiadas de que estão a tentar colocar os moradores uns contra os outros. Manuel Carvalho teme que seja “uma ratoeira, mas nós não caímos nisso. Estamos unidos e vamos sair daqui todos juntos para o mesmo sítio”. “Isto era tão fácil de resolver e só estão a complicar. Porque é que não analisam já a situação das famílias e nos atribuem casas. Para quê esperar 60 dias. Mas só se engana quem se deixa enganar”, garante José Machado. Uma mulher da comunidade passa junto aos homens e solta o seu sentir: “Uma pessoa nem consegue comer nem dormir com esta história toda”. Um outro morador, até aí bastante calado e refastelado na sua cadeira de esplanada, aproveita a deixa: “Estamos em cima de uma ponte e não sabemos se vamos cair lá abaixo ou se vão segurar-nos cá em cima”. A analogia sintetiza tudo e seca as palavras de todos os outros moradores.


Prazos administrativos decorrem


Entretanto, e enquanto os ciganos se debatem com dúvidas e procuram explicações e soluções, o tratamento do problema prossegue em termos legais e administrativos. O advogado representante das famílias adiantou ontem que o recurso a propósito do indeferimento da Providência Cautelar que pede a suspensão da ordem de despejo está a ser preparado, estimando que, o mais tardar, na próxima segunda-feira possa dar entrada no Tribunal Central Administrativo. Jorge Ribeiro da Silva frisou ainda que anteontem foi entregue na Câmara do Porto a resposta dos moradores à ordem de despejo, processo designado de audiência preliminar, aguardando-se agora que a autarquia apresente o projecto de decisão do qual as famílias serão notificadas. Posteriormente ainda decorrerá um prazo de 10 dias para que os moradores, através do seu representante legal, façam o contraditório. Jorge Ribeiro da Silva defendeu que, segundo a sua interpretação da lei, a edilidade “não poderá proceder ao despejo e demolição dos barracos enquanto todos os procedimentos administrativos não forem totalmente esgotados”.A ordem de despejo foi dada no passado dia 8 de Março aos 46 moradores, entre eles 20 menores.


ReuniãoDiagnóstico


Ontem à tarde os moradores do Bacelo voltaram a reunir na Junta de Campanhã com técnicos da Segurança Social e da junta, tendo sido possível fazer um levantamento dos agregados familiares que será útil caso se confirme a hipótese de os instalar provisoriamente em tendas num terreno privado. Ao mesmo tempo, a Segurança Social recolheu elementos mais exaustivos, designadamente sobre os rendimentos para poder enviar os processos à Câmara do Porto e esta analisar se as pessoas têm ou não direito a habitações municipais. O presidente da junta, Fernando Amaral, disse que a Segurança Social ainda não tinha recebido resposta à proposta de acordo enviada à autarquia. O autarca salientou que a partir de agora a junta “também já não pode fazer mais nada, porque não é da sua responsabilidade”.


Fonte: jornal Primeiro de Janeiro