31.3.08

Assembleia fundacional da Associação Portuguesa para a Prevenção da Tortura




Assembleia para constituição da Associação Portuguesa para a Prevenção da Tortura (http://iscte.pt/~apad/APPT )

Envia nome e morada para
AQUI



4 Abril 2008

20:30h

No ISCTE, sala C609


(Edifício II-6º-piso)

Associe-se à fundação da Associação Portuguesa de Prevenção da Tortura (APPT) e viabilize a possibilidade de Portugal acompanhar o movimento global contra a tortura


Campanha para fundadores da APPT

Patrocine esta iniciativa tornando-se sócio fundador desde já!

Envie uma mensagem de adesão
com a seguinte informação:
nome
morada
contactos (TM/telefone/fax/email)
disponibilidades (apoio ou voluntariado)


http://iscte.pt/~apad/APPT/


Seminário no ISCTE (9 de Abril) com John Holloway, autor do conhecido livro «Mudar o mundo sem tomar o poder»



Seminário com JOHN HOLLOWAY
Tema: Zapatismo, Poder e Estado

ISCTE Auditório B203 9 DE ABRIL 2008 18:00

O levantamento zapatista mudou a ideia de transformação social radical, constituindo-se como um desafio prático e teórico que exige reflexão e debate.
O que pode significar querer mudar o mundo sem tomar o poder?
O que é uma política de dignidade?
O que significa afirmar “caminhamos perguntando”?
Que sentido pode adquirir o zapatismo na cidade?
É sobre estas questões que se debruçará o seminário.


Sobre John Holloway :

John Holloway nasceu em Dublin. Professor da Universidade de Edimburgo desde 1972, é desde os anos 70 um dos mais destacados dinamizadores da corrente conhecida como Open Marxism. Actualmente é professor na Benemérita Universidad Autónoma de la ciudad de Puebla, no México. Publicou livros e ensaios em vários países, de Post Fordism and Social Form - a Marxist debate on the Post-Fordism State até Zapatista! Reinventing revolution in México. Em 2002 publicou Changing the World without Taking Power – The Meaning of Revolution Today, livro também publicado no Brasil com o título Mudar o Mundo sem Tomar o Poder – O Significado da Revolução Hoje. Este livro, ao colocar em cima da mesa questões tais como a crise do sujeito revolucionário “clássico”, a crítica da noção de revolução enquanto estrutura de poder e dominação, a centralidade do trabalho abstracto na ideia estatocêntrica de revolução ou, ainda, a ideia de autonomia como forma política anti-totalizadora do sujeito transformador, colocou o pensamento de John Holloway no centro de um intenso e polémico debate político e teórico, travado desde a França até à Argentina.

Organização

Centro de Estudos de Antropologia Social / ISCTE
Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa / ISCTE
Le monde diplomatique – edição portuguesa

INSCRIÇÕES ATÉ DIA 7 DE ABRIL

Por e-mail para:
ceas@iscte.pt



[Entrada gratuita. Lugares limitados]

[Confere certificado]

[John Holloway intervirá em espanhol]

[Será previamente fornecido aos inscritos um texto de John Holloway]








Sobre o livro «Mudar o Mundo sem tomar o Poder»

"Que sonho! Que belo sonho! Vamos imaginar: um mundo sem políticos, sem capitalistas, sem Estado, sem capital, um mundo sem poder. Um sonho inocente e pouco realista, é verdade.Este livro é parte da luta pelo absurdo que não é absurdo, pelo impossível que é tão urgente! "


Quando a esperança vencer o medo, definitiva e inequivocamente, o “grito de rebeldia” – nos campos e nas cidades, nas florestas e nas minas, nos assentamentos e nas fábricas, nas favelas e nas universidades – se fará tão forte que o mundo dos poderes imperiais e dos poderes patriarcais, das burocracias e dos capitalistas, não poderá mais se sustentar.


Mais do que uma esperança derivada da possibilidade eventual de algum “bom governo” deverá nascer a confiança no poder-fazer sem o controle do Estado, do capital ou da miríade de pequenos poderes.
É esse o desafio proposto por este livro: uma convocação para sair de toda esfera do poder, para pensar e fazer juntos, sem verdades e idéias prefixadas, em busca da esperança e do impossível.



Nascido em Dublin, na Irlanda, John Holloway tornou-se doutor em Ciências Políticas pela Universidade de Edimburgo, Escócia – onde lecionou de 1972 a 1998 –, tendo-se diplomado ainda em Altos Estudos pelo College d’Europe. A sua preocupação sempre esteve centrada no estabelecimento dos vínculos existentes entre o Estado e a opressão do capital, culminando na percepção de que todo Estado constitui uma forma de poder que não pode negar a si mesmo, incluindo-se nessa categoria os Estados revolucionários.


Transferido em 1993 para a Universidade de Puebla, Holloway entra em contato com a experiência zapatista e vislumbra um raio de possibilidade de ver rompida a gaiola global do poder imperial do capital.


Neste livro, cujo próprio título estimula a polêmica, o autor faz a crítica do chamado “marxismo científico” (talvez o mesmo que Kurz denominou de marxismo do movimento operário). Nesta sua obra revisionista, no melhor sentido do termo, Holloway chega a lembrar autores como Sorel que, diante da “crise do marxismo” do fim do século XIX, entabulou uma crítica da ortodoxia, a qual enfatizava a cisão radical com a ordem do capital e do poder.



Holloway aceita e radicaliza a formulação do fetichismo das relações humanas sob o domínio do Estado do capital proposto por Marx, mas busca amplo respaldo em Adorno e em sua “dialética negativa”. Com isso procura mostrar que toda e qualquer instituição representa uma forma alienada de relação social e uma forma de poder.


A única saída possível do mundo extremamente fetichizado e submetido a várias formas de poder, no qual nos encontramos, é ir para além do Estado e de todo poder, incluído, é certo, aquele contido nos micropoderes e nas relações de produção capitalistas.


A crise do capital possibilita e estimula uma realidade material para o antipoder. Mas atenção: ele não surge do processo de crise da ordem do capital, mas da luta pela constituição de uma nova sociabilidade contra o Estado e contra o poder. O sujeito é formado por quem se rebela, por quem grita contra a ordem, por quem se coloca do lado de fora e contra o Estado e o poder. O livro não traz conclusões, pois trata-se de uma convocação para o poder-fazer livre e autonomamente.


O livro foi publicado pela primeira vez em 2002, na Inglaterra

Jornadas pela Memória das Lutas pela Liberdade (11 e 12 de Abril em Matosinhos)


JORNADAS pela MEMÓRIA das LUTAS pela LIBERDADE

Salvaguardar a memória da resistência à opressão do Estado Novo e valorizar a história das lutas pela liberdade e pela democracia são finalidades do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!, cujo núcleo do Porto, no âmbito das comemorações do 25 de Abril, organiza, em conjunto com a Câmara Municipal de Matosinhos, as Jornadas pela Memória das Lutas pela Liberdade.

Sexta-feira, 11 de Abril de 2008

21.30 h - Abertura da sessão (Câmara Municipal de Matosinhos e Movimento Não Apaguem a Memória!)

21.45 h - Comunicações :

Drª Ana Sofia Ferreira – A oposição portuense e a campanha de Humberto Delgado

Dr.Bruno Monteiro - A Incorporação da Vocação Militante. Apontamentos sobre as lógicas da adesão e a geração de disposições políticas nas organizações operárias

23.00 h – Debate

Sábado, 12 de Abril de 2008

15.30 h - Abertura da sessão (Câmara Municipal de Matosinhos e Movimento Não Apaguem a Memória!)

15.45 h - Comunicações:

Prof.ª Doutora Irene Pimentel – A PIDE/DGS
Prof.ª Doutora Inácia Rezola – Os Militares e a Revolução de Abril
Prof. Doutor Manuel Loff – Lembrar e não lembrar a ditadura salazarista no período democrático

17.30 h – Debate

30.3.08

O custo diário da Guerra do Iraque e os serviços que poderiam ser prestados com as despesas da guerra de um só dia!!!

Quando se cumprem agora cinco anos desde que os Estados Unidos decidiram invadir e ocupar militarmente o Iraque, em conjunto com os governos seus apaniguados, e depois de todos saberem que os motivos invocados não passavam de mentiras e de uma monstruosa manipualção para induzir os cidadãos e os governos dos outros países a apoiarem a miserável guerra empreendida pelo presidente Bush, deixamos aqui abaixo os aterradores números do custo diário da Guerra do Iraque e os serviços que poderiam ser prestados com a mesma quantia gasta diariamente na Guerra.


Os cálculos e as imagens e todo este trabalho meritório foi feito pela Americain Friends Service Comittee ( a pensar obviamente nos preços praticados na economia e na sociedade dos Estados Unidos da América) como forma de demonstrar a insanidade política, financeira e mental da Guerra do Iraque.







Cada dia são gastos 720 milhoes de dólares na Guerra do Iraque.


Em que é que se poderia gastar com essa quantia diária?


As despesas diárias com a Guerra do Iraque permitiriam cobrir as despesas de 84 escolas básicas



O custo diário da Guerra do Iraque permitiria pagar a 12.470 professores das escolas básicas norte-americanas!







O custo diário da guerra do Iraque permitiria pagar as refeições escolares a 1.153.846 crianças.




O custo diário da Guerra do Iraque poderia pagar as propinas a 34.904 estudantes universitários



O custo diário d Guerra do Iraque permitiria pagar os cuidados de saúde a163.525 pessoas





O custo diário da Guerra do Iraque permitiria pagar os cuidados de saúde a 423.529 crianças




O custo diário com a Guerra do Iraque permitiria construir 6.482 casas familiares






O custo diário da Guerra do Iraque permitira pagar as despesas de electricidade em 1.274.336 habitações



Mais informação em inglês:

Health Insurance for an adult costs $4,403 per year. $720 Million could cover 163,525 people.

The average cost of a new elementary school is $8,497,627. $720 Million could pay for 84 brand new schools.

It costs $624 to give a child free school lunches for a year. $720 Million could buy lunch for 1,153,846 kids.

An affordable housing unit costs around $111,061. $720 Million could buy 6,482 homes.

A year of Head Start costs $7550. $720 Million could open 95,364 new slots.

The average cost of renewable electricity for a home is $565/year. $720 Million could pay for 1,274,336 homes to have it.

An average school teacher’s salary is $57,000. $720 Million could put 12, 478 new teachers in the classroom.

The average cost of a four-year state university is $20,628. $720 Million could put 34,904 students through college.

Health insurance for a child costs $1,700 per year. $720 Million could cover 423,529 kids.

Based upon the work of Nobel Prize winning economist Joseph Stiglitz and his colleague Linda Bilmes, the per day cost of the Iraq War for the first 4 years has been $720 million.

Per unit costs are based upon research done by the National Priorities Project.

Fonte e para mais informações:

A apatia do povo português ( numa crónica de Aquilino Ribeiro)

Stop Apatia
Acabem com a apatia.
Organizem-se e cooperem uns com os outros na igualdade social e fraternidade entre todos.





Na tebaida houve um eremita que merece ser espanejado do pó das crónicas e ser posto às barbas dos portugueses.

Um dia, cansado de passar camandulas, subiu a um fragão que se alteava no meio do deserto, e aí passou anos e anos, de pé, hirto, como um arauto inglês, alma e olhos perdidos num espasmo imbecil.

Da sua imobilidade de estátua apeava-se somente para chachurrear na corrente e deglutir a pitança que o corvo lhe trazia na pontualidade de um criado de restaurante.

As transmutações da natureza, as nuvens das aves migratórias perpassavam sobre a sua cabeça como na indiferença de uma haste de quadrante. Ao longe ouvia-se a guizalhada das caravanas, a gritaria dos chacais lascivos, e o servo de Deus só com ouvidos de escutar as harmonias celestiais das alturas.

Enxames famintos de varejas lambiam-no, chupavam-no, faziam dele um esterqueira de assucar avariado e aquela paciência monomana nem mãos tinha para as enxotar.

Viveu assim até que o corpo se lhe dissecou de todo com a petrificação do espírito.

Exumando esta originalidade dos fósseis fradescos, pareceu-me ver nele um substrato do nosso povo.

A mesma apatia, a mesma paciência doentia.

De sobre o rochedo das suas gloriolas vê passar ao longe as tlintadas do progresso e miragens de vida intensa.

As revoluções passam de lado, redentoras, luminosas, e ele esmagado sob a camada paleolítica das suas leis afonsinas e das suas quatro dinastias.

Lá fora joga-se o pim-pam-pum com a cabeça dos reis, aqui ravacholiza-se entre a bisca de família.

E de cócoras, como o eremita, os Hintzes, Lucianos, os Francos, vão roendo este povo, com toda a pachorra, com todo o descaro de uma lepra indebelável.

A todos se resigna, como um velho burro filósofo.

O actual tiranete crava-se-lhe na cachaço como uma carraça sanguisedenta de récuas de almocreve: acordará?

Contra a obsessão de satrapizar do tiranete, está o prémio da sobrinha do milionário, assim lançado: «Dava duzentos contos de reis a quem mo tirasse da política»

Quem se habilita?

( crónica de Aquilino Ribeiro publicada no jornal de Viseu, As Beiras de 4/5/1907)


Léxico:

Camanudulas = rosário de coisas grossas
Chachurrear= chapinhar
Monomania = obsessão assente numa ideia
Pitança = comida
Satrapizar = tiranizar
Tebaida = ermo; lugar solitário

Recordação do militante operário e anarquista Arnaldo Simões Januário nos 70 anos depois da sua morte no Tarrafal





Arnaldo Simões Januário nasce em Coimbra a 6 de Junho de 1897. Barbeiro de profissão, militante operário e anarquista, morre no Campo da Morte do Tarrafal a 27 de Março de 1938 "vitimado por uma biliose anúrica sem qualquer assistência médica nem medicamentos, depois de vigorosos anos de combatividade e de sofrimento nos cárceres da ditadura e na deportação por diversas vezes" [in Perfil de Arnaldo Januário, revista Vértice, nº365-366, Junho-Julho, 1974]. A sua vida "é uma admirável lição de coragem e generosidade" [in CGT, Órgão Regional, 1947, ibid.].


Arnaldo Januário, de rara inteligência e acção, foi um propagandista e um organizador dos sindicatos e da luta operária, em Coimbra. Militante libertário da "União Anarquista Portuguesa", colaborou no jornal A Batalha, A Comuna, O Anarquismo, O Libertário e na revista Aurora [cf. Luís, Arnaldo Simões Januário]. É preso, pela primeira vez em 1927, na sequência da repressão que se abateu sobre o movimento operário depois do 28 de Maio de 1926. A partir dessa data e até 1931, diversas vezes foi privado da liberdade, passando pelas "cadeias do Governo Civil de Coimbra, Aljube, Trafaria, além de deportações em Angola, Açores e Cabo Verde, até ser internado no Campo de Concentração de Ué-Kussi ou Okussi em 22 de Outubro de 1931" [Vértice, ibid]. Em 1933 é posto em liberdade e regressa á sua cidade, Coimbra.


Não se deixando abater, física e ideologicamente, prossegue a sua campanha em prol do movimento operário e contra a ditadura. Não espanta, portanto, que apareça como um dos organizadores do movimento grevista e insurreccional de 18 de Janeiro de 1934, que na Marinha Grande e em Coimbra teve particular dureza repressiva. É referido [Id., ibid] que perante o "argumento do porrete" do PIDE Fernando Gouveia e seus esbirros, e em que a "maioria [dos grevistas] perdia os sentidos", tal a brutalidade e as torturas que lhes eram feitas, Arnaldo Januário, "num gesto nobre e altivo, declarou perante os seus carrascos que tomava inteira responsabilidade pela organização do Movimento Grevista que tinha por fim derrubar a ditadura". Tal facto determinou que apanhasse "tanta pancada que caiu sem sentidos em frente dos seus companheiros de cárcere, sendo ali, covardemente pisoteado pelos esbirros” [Id., ibid, aliás in Edgar Rodrigues, O Retrato da Ditadura Portuguesa]. É encarcerado no Aljube, depois vai para a Trafaria onde é julgado e condenado a 20 anos de prisão. Em Junho de 1934 é "enviado para o Forte de S. João Baptista, na Ilha Terceira". Aí, acusado de agitador juntamente com o também militante libertário Mário Castelhano, sofreu as piores ignomínias, em especial o ser enclausurado na célebre Paterna ("buraco aberto na rocha com 20 metros de profundidade e área de 5 metros quadrados, o tecto pingando agua dia e noite") durante 15 dias e 15 noites, sob o mando do esbirro Capitão Paz.


A 12 de Junho de 1937 é enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal, (fundado pelo Capitão Manuel Martins dos Reis e pelo médico Esmeraldo Pais Pratas) onde "definhavam e morriam um a um homens que anos atrás representavam a elite operária do país, sob o olhar indiferente do director João Silva e de Seixas [agente da PIDE]".


Arnaldo Simões Januário, "lutador incansável que a tudo resistira, destruído física que não ideologicamente, sucumbe, enfim, a 27 de Março de 1938, rodeado dos cuidados possíveis dos seus companheiros mas sem os carinhos da família onde avultavam cinco filhos menores” [Id., Ibid].


J.M.M.


Homenagem às Vozes de Abril.


No próximo dia 4 de Abril, a Associação 25 de Abril organiza um espectáculo no Coliseu dos Recreios em Lisboa, intitulado Homenagem às Vozes de Abril.

A gala "Vozes de Abril" é um programa / espectáculo destinado a prestar homenagem a todos aqueles que através do seu contributo artístico ajudaram a criar condições para que a liberdade fosse conquistada para o nosso país.


Entre os cantores, grupos, poetas e artistas que já confirmaram a sua participação na iniciativa figuram Brigada Victor Jara, Carlos Alberto Moniz, Carlos Carranca, Carlos Mendes, Couple Coffee, Ermelinda Duarte, Erva de Cheiro, Estudantina de Lisboa, Fernando Tordo, Francisco Fanhais, Haja Saúde, Helena Vieira (soprano) com Coro Infanto-Juvenil, Jacinta, João Afonso, José Barata Moura, José Jorge Letria, José Mário Branco, Lua Extravagante (Vitorino, Janita Salomé, Carlos Salomé, Filipa Pais), Lúcia Moniz, Luís Goes, Luiza Basto e João Fernando, Luís Cília, Manuel Freire, Tino Flores, Maria do Amparo, Paulo Carvalho, Pedro Barroso, Raul Solnado, Samuel, Tino Flores, Waldemar Bastos.

Participação Especial: Patxi Andion

Bandas: Exército, Força Aérea e Marinha Banda (residente): dirigida por Carlos Alberto Moniz.

Poesia dita por: Joaquim Pessoa, José Fanha, Manuel Alegre, Maria Barroso, Vitor de Sousa.

Participação Teatral: Grupo de Teatro A Barraca (Autor e Encenador Hélder Costa) Corpo de baile : Coreografado por Marco de Camillis.

Homenageados: Zeca Afonso, Adriano C. Oliveira, Carlos Paredes, Ary dos Santos, Mário Viegas, António Gedeão, Sofia de Mello Breyner,Manuel da Fonseca, Lopes Graça, Jorge de Sena, Luzia Mª. Martins, José Gomes Ferreira, Eugénio de Andrade ,Alexandre O’Neill ,Manuela Porto ,Tóssan, Michel Giacometti, Carlos do Carmo, Fausto, Luís Cília, Sérgio Godinho.

Em palco também vão estar outras Vozes de Abril - (Locutores): Adelino Gomes, Luís Filipe Costa, Joaquim Furtado, João Paulo Guerra; (Capitães de Abril): Vasco Lourenço (Presid. da A25A desde a fundação), Costa Neves, Otelo Saraiva de Carvalho, Martins Guerreiro, Vítor Crespo.

Preço Bilhetes: 1ª Plateia 20€; 2ª Plateia15€; Balcão Central:13€; Balcão Lateral(S/Marcação / Vis. Reduzida) 5€; Camarotes de 1ª Frente (6 pessoas) 72€; Camarotes de 1ª Lado (5 pessoas) 50€; Camarotes de 2ª Frente (6 pessoas) 54€; Camarotes de 2ª Lado (5 pessoas) 35€

http://www.25abril.org/

Trisha Brown Dance Company hoje em Serralves (22h)


A dança de Trisha Brown apresenta-se hoje da Fundação de Serralves. É um dos grupos mais influentes da dança mundial e que, nos anos 60, revolucionou a dança e a forma de criar movimento, fungindo aos convencionalismos e às regras anteriormente fixadas.



Trisha Brown, uma das coreógrafas centrais do movimento da dança pós-moderna americana, apresentou as suas performances, pela primeira vez, ao público, na Judson Memorial Church (Washington Square, Nova Iorque), um lugar de encontro de uma comunidade artística irreverente que integrou bailarinos, artistas visuais, músicos, poetas e cineastas.

A reunião deste colectivo de artistas nasce na classe de composição, apoiada por Cunningham e orientada por Robert Dunn, um músico que estudou com John Cage, e constitui-se pela necessidade de um espaço livre de experimentação colectiva e de confluência de múltiplas áreas disciplinares.

Na dança e coreografia foram relevantes as participações dos bailarinos e coreógrafos Lucinda Childs, Steve Paxton, Yvonne Rainer, Simone Forti, Deborah Hay a que se associaram outros criadores como Meredith Monk, La MonteYoung, Robert Morris, Alex Hay e Robert Rauschenberg. Alguns destes criadores tinham convivido anteriormente com Trisha Brown nos workshops de Verão de Anna Halprin, na Califórnia, e nos estudos realizados no Merce Cunningham Studio, em Nova Iorque.

A 6 de Julho de 1962, é apresentada a primeira iniciativa “Concert on Dance 1#”, e inaugurado o domínio da dança pós-moderna americana pelo grupo de performers da Judson Dance Theater. A libertação das convenções associadas à significação e à dimensão psicológica do movimento da dança, a tomada de consciência do uso do corpo do intérprete, a introdução de movimentos e acções da vida quotidiana, a intervenção no espaço público e a urgência na aproximação da arte à vida, são fundamentos centrais definidos por esta geração.

Trisha Brown junta-se igualmente a outros grupos de artistas participando em eventos Fluxus e nos Happenings criados por Robert Witman.
No início da década de 70, faz parte do colectivo de improvisação Grand Union, unindo-se a Yvonne Rainer.

Simultaneamente, a coreógrafa cria a sua própria companhia e as suas primeiras peças para espaços alternativos e pouco usuais - lofts, telhados, parques de estacionamento, praças e galerias de arte - explorando a presença do corpo em contextos surpreendentes, retirando-lhe aparentemente o peso e a territorialidade, e deslocando a percepção habitual do espectador.

A sua dança manifesta-se pela atenção dada à estrutura através de tarefas sequenciais e de gestos repetidos, propostos aos bailarinos como jogos com “instruções”, destinados à exploração do movimento e ao entendimento da organização espacial (“um gesto depois do outro” - como Donald Judd referiu).

As peças Sticks (1973), Spanish Dance (1973), Figure Eight da primeira parte do programa, correspondem a este período.

Nos finais da década de 70 e início dos anos 80, Trisha Brown abandona os espaços alternativos para reinvestir no espaço formal do palco (“Trisha veio para casa (Teatro) quando se apercebeu que não a tinha e que lhe fazia falta” - Robert Rauschenberg).

Neste âmbito, experimenta a inclusão de movimentos mais instintivos e multidireccionais e o desenvolvimento de um vocabulário espontâneo, centrado na destreza da fisicalidade dos intérpretes. Brown recorre regularmente aos ecos e ideais criativos dos anos 60 e 70, de modo a contrariar as imagens convencionalmente associadas ao espaço teatral e centra-se nas colaborações artísticas integrando nos seus espectáculos música, instalação, texto, figurinos e iluminação.

A colaboração criativa e a longa amizade entre Trisha Brown e Robert Rauschenberg tem início neste período - Glacial Decoy (1979), Set and Reset (1983), Astral Convertible (1989), Foray Forêt (1990), If you couldn’t see me” (1994).

Robert Rauschenberg é responsável pelos figurinos da peça Foray Forêt e autor do figurino e do espaço visual e sonoro da peça If you couldn’t see me.

Em Foray Forêt, uma fanfarra local toca afastada do palco ligando o teatro ao espaço público exterior. Forêt refere-se a França, país de estreia mundial da peça e à floresta de infância de Trisha Brown em Washington State. A peça, criada em secções modulares é significativa do retorno de Trisha a um vocabulário de formas simples e de activação do gesto. A percepção do público é central “O que vemos?” Uma dança silenciosa, suspensa, distante.

No solo If you couldn’t see me, Trisha Brown contraria a convenção frontal da representação propondo uma dança de costas para a audiência que, ocasionalmente, percepciona o perfil do corpo da bailarina abaixo do pescoço. Desafiar a instabilidade da postura e da expressão dos movimentos, obrigatoriamente laterais, e partilhar uma relação inversa com o público, são ideias corporizadas nesta experiência, propostas com a cumplicidade de Robert Rauschenberg.

As peças escolhidas para encerrar este programa são expressivas da visão experimentada e da partilha, artística e pessoal, dos universos de Robert Rauschenberg e Trisha Brown




A apresentação em Seralves ( Porto) pertence ao ciclo CICLO PARALELO À EXPOSIÇÃO “ROBERT RAUSCHENBERG: Em viagem 70–76”.


• PROGRAMA


• I - “EARLY WORKS”
STICKS (1973)
Coreografia: Trisha Brown


FIGURE EIGHT (1974)
Coreografia: Trisha Brown


SPANISH DANCE (1973)
Coreografia: Trisha Brown
Música: Bob Dylan interpreta “Early Morning Rain” de Gordon Lightfoot

II
IF YOU COULDN’T SEE ME (1994)
Coreografia: Trisha Brown
Figurinos: Robert Rauschenberg


FORAY FORêT (1990)
Coreografia:Trisha Brown
Música: John Philip de Sousa interpretado pela Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa (F.R.I.C.S.)
Luzes: Spencer Brown
Figurinos: Robert Rauschenberg










Robert Rauschenberg


(termina hoje a sua exposição patente em Serralves)



Robert Rauschenber nasceu em 1925, em Port Arthur, no Texas, e estudou no Kansas City Art Institute, na Academie Julian em Paris, e com Josef Albers no Black Mountain College na Carolina do Norte, antes de se fixar em Nova York, onde estudou no Art Students League e onde desenvolveu relações mais profundas com Cy Twombly, Jasper Johns , John Cage, e Merce Cunningham.



É considerado um dos artístas de vanguarda da década de 50, pois foi nessa época que, depois das séries de superfícies com jornal amassado do início da década, o artista deu início à chamada combine painting, utilizando-se de garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados para a criação de uma pintura composta por não somente de massa pigmentária mas incluindo também estes objetos. Estes trabalhos foram precursores da Pop Art.



Rauschenberg une a pintura à comunicação, privando esta (em sua opinião) de sua aura - conceito desenvolvido nas obras de Walter Benjamin - e dizia não confiar em idéias, preferindo os materiais, pois estes o colocariam em confronto com o desconhecido. O artísta, mais jovem, fez parte do movimento Dadá em Nova York, empregando "processos de collage fotográfica e serigráfica, produzindo impressões diretas de objetos imagísticos sobre placas sensibilizadas" (Thomas, 1994, p. 102).



Acreditava ele que a pintura se relacionava com a vida e com a arte, assim buscando agir entre estes dois pólos. Nessa perspectiva o artista, em Bed (Cama), pinta o que acredita-se ser sua própria coberta, tornando a obra tão pessoal e íntima quanto um auto-retrato, confrontando assim o aspecto pessoal de uma cama arrumada com o meio artístico, ao pendurá-la em uma parede, na vertical. Assim, ainda que a cama perca sua função, ela ainda pode ser relacionada às atividades íntimas nela exercidas.



Nesse ponto, os limites entre a pintura e a escultura são tensionados até sua ruptura, bem como os limites entre o cotidiano e a arte. Os elementos inclusos em seu trabalho fazem referências à cultura popular, enfatizando a teoria de Rauschenberg sobre objetos diários e a arte.
Na década de 60 Rauschenberg usou o silk-screen para imprimir imagens fotográficas em grandes extensões da tela, unificando a composição através de grossas pinceladas de tinta, e ganhou reconhecimento internacional na Bienal de Veneza de 1964. Hoje vive em Nova York, onde ainda trabalha como artista plástico.




Fonte: wikipedia

29.3.08

Actividades para hoje à noite na Casa-Viva (no Porto)


Na Casa-Viva no Porto o fanzine Pica Miolos vai aparecer hoje, por volta da meia-noite, e vem falar sobre livros livres e também naquela do sei que irás à FNAC no próximo fim-de-semana.


Será, entretanto, confrontado com as imagens solidárias dos 21 dias do Bolhão e, depois, metido ao barulho um ensaio público do cancioneiro libertário.


Apareçam







Amanhã(30 de Março) é o dia para subir às árvores





Neste domingo (amanhã, 30 de Março) procura uma árvore à tua medida e, com cuidado pelos dois, sobe-a e aprecia-a por inteiro.

Estejas no campo ou na cidade sobe mais alto!


De lá "vê-se tudo às mil maravilhas".


Vem partilhar
uma tarde connosco
e reflectir um pouco a nossa integração
entre o cimento e os espaços verdes.



Não vale reflectir no chão!

http://gaia.org.pt

Mais info:





4ª edição da Circunvalação à noite (3 e 4 de Abril no Teatro da Vilarinha)

Há um ano o Pé de Vento lançou o primeiro Circunvalação à Noite, com um ciclo dedicado à Folk Fusão. A este seguiram-se um de música Electrónica/Alternativa/Ambiental e outro de Spoken Words. Agora vem aí a 4ª edição dedicada à mesma temática da primeira edição: a nova música tradicional

http://www.teatropedevento.blogspot.com/

A menina que imitou a ministra

Uma menina de 15 anos agrediu a professora na sala de aulas em defesa do seu amado telemóvel. Os colegas, provavelmente da mesma idade, fizeram do combate entre a aluna e a mestra um número de circo.

À falta de um Coliseu monumental e de um imperador romano todo-poderoso, as crianças do velho Liceu Carolina Michaellis imitaram o comportamento dos pais em casa e sobretudo o comportamento de José Sócrates e da ministra Lurdes Rodrigues.

Uma criança de 15 anos não merece castigo e muito menos condenação, sobretudo quando se limita a agredir quem é todos os dias agredido pelo Governo, pelos deputados ditos socialistas, pelos pais, pelos avençados da Comunicação Social.

É esta a cultura que temos, é este o exemplo que damos aos nossos filhos. Depois temos a ditadura da mediocridade reinante, o endeusamento dos telemóveis, a dependência dos centros comerciais e dos hipermercados, a cultura das corridinhas do chefe, o faz-de-conta, a aldrabice, a violência gratuita, a falta de carácter.

Neste quadro de tragédia social, uma miúda de 15 anos que agride a professora na sala de aulas é apenas mais uma vítima do socialismo cavaquista. Daqui a uns tempos continuará a ser vítima mas do cavaquismo socialista. Um país que tem apenas perspectivas de batráquio, só pode dar nisto.

Mão amiga enviou-me o recorte de umas garatujas aviadas por Emídio Rangel onde chama aos professores hooligans e desmiolados. Para Rangel, a manifestação dos professores foi uma carneirada, protagonizada por meia dúzia de comunistas.

Numa atitude de grande rigor, Rangel até troca o nome ao secretário-geral da FENPROF. Sabendo-se como se sabe que o jornalismo é um exercício permanente de rigor e objectividade, já se vê o nível do autor da prosa barbarizada.

Passo à frente do cheirete a frete que o arrazoado exala e vou directo ao assunto. Rangel diz maravilhas dos professores que o ensinaram, quando frequentava o ensino secundário. O antigo cometa da SIC é pouco mais novo que eu, por isso os professores do tempo dele devem ser os mesmos do meu tempo.

No Liceu de Luanda, entre uma chusma de professores salazaristas com propensão para bufos da PIDE e para o nazismo, havia três ou quatro professores decentes que ensinavam os seus alunos sem obediência cega à ladainha do fascismo tipo Portugal do Minho a Timor.

Tenho de felicitar Emídio Rangel pela coragem de destapar a careca e revelar publicamente quem é e o que quer, enquanto Sócrates e a ministra não despacham o seu assunto.

Também lhe agradeço ter mostrado aos leitores quanto vale uma estrela mediática, fabricada com o barulho das luzes da televisão do senhor Pinto Balsemão. A partir de agora, os leitores mais distraídos sabem quanto valem os Rangel, os Sousa Tavares e outros batráquios que na melhor das hipóteses um dia evoluem de girinos a sapos mas daí não passarão, ainda que tentem ser bois como o sapinho da fábula.

Os avençados do socialismo cavaquista na Comunicação Social, José Sócrates, a ministra Lurdes Rodrigues e quase todos os deputados do Partido Socialista são os autores morais da agressão sofrida por uma professora em plena sala de aula.

A menina que lutou com unhas e dentes pelo seu telemóvel dentro da sala de aula é uma vítima da corja mandante. Tenho pena dela e dos pais. Isto se eles não forem da mesma extracção da canalha cavaquista escondida sob o manto diáfano do Partido Socialista ou daquela mãe que inspirada em Sócrates e Lurdes Rodrigues agrediu uma professora da filha.

Acaba de levar cinco anos de prisão mas os autores morais do crime ficaram a rir-se. Este Governo está a destruir o ensino secundário em Portugal. E os avençados aplaudem com as mãos por cima da mesa e recebem os trinta dinheiros por baixo!


Texto do jornalista Artur Queiroz


Texto retirado daqui

12.ª Mesa-Redonda de Primavera “Conhecimento e Prazer-Prazer do Conhecimento” (10 e 11 de Abril na Fac. de Letras do Porto)


Nos próximos dias 10 e 11 de Abril de 2008 terá lugar a 12.ª Mesa-Redonda de Primavera subordinada ao tema “Conhecimento e Prazer-Prazer do Conhecimento”.

A organização do evento é do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e a coordenação científica é do Prof. Doutor Vítor Oliveira Jorge.



Tema e Objectivos:
A nossa tradicional maneira de pensar destacou demasiado a cultura da vida, o saber do senso comum. Numa sociedade de cultura de massas, impõe-se que “o saber universitário” constitua cada vez mais um recurso público, não só porque isso é a própria justificação da sua constante produção e transmissão, mas também porque as sociedades complexas de hoje não podem prescindir de conhecimentos que tornem a vida mais digna de ser vivida.
As humanidades e as ciências sociais, em particular, acumularam um vasto património necessário ao equilíbrio e ao governo da comunidade, de que hoje pretendem usufruir todas as pessoas, tanto no seu trabalho como no seu lazer, embora com diferentes modos de recepção e fruição.
Ninguém gosta de se sentir ignorante, e todos sabem que a “escola da vida” não chega: para se sobreviver e sobretudo para se ser feliz e sentir realizado(a) são precisas competências novas. E o problema da formação, repetem todos, é o problema basilar do nosso país.
O objectivo principal desta mesa-redonda é responder à questão geral e absolutamente básica, sob diferentes pontos de vista: como podemos tornar a “cultura” “apetecível”, realizando melhor a fusão entre prazer e saber? Como é determinado campo de saber, que é mais uma perspectiva que um domínio fechado, pode contribuir para o nosso bem-estar e felicidade?
Os sub-temas abaixo indicados são apenas por ora indicativos, para se proceder a convites. Apelam muito à experiência de cada investigador, no sentido deste explicar, afinal, qual o prazer que lhe dá o saber que tem. Após os títulos, indica-se entre parêntesis rectos os domínios disciplinares em que podem integrar-se.



Programa


Dia 10 de ABRIL (quinta-feira)


09h00 Recepção dos participantes
09h15 Sessão de abertura, com a presença de autoridades académicas
09h30 Comunicação 1- O prazer da filosofia por PAULO TUNHAS
10h00 Comunicação 2 – O prazer da dança por EUGÉNIA VILELA
10h30 Comunicação 3 - O prazer das artes plásticas por CRISTINA MATEUS
11h00 Debate e Intervalo
11h30 Comunicação 4 – O prazer das artes visuais 1 por MIGUEL LEAL
12h00 Comunicação 5 – O prazer das artes visuais 2
por FERNANDO JOSÉ PEREIRA
12h30 Debate
13h00 Intervalo para almoço
15h00 Comunicação 6 – O prazer da música por JORGE CASTRO RIBEIRO
15h30 Comunicação 7 – O prazer da poesia por MANUEL ANTÓNIO PINA
16h00 Comunicação 8 – O prazer de ir ao teatro, estudando texto dramático por CRISTINA MARINHO
16h30 Debate e Intervalo
17h00 Comunicação 9 – O prazer da memória por LEANDRO SURYA 17h30 Comunicação 10 – O prazer da paisagem por MARIA ASSUNÇÃO ARAÚJO
18h00 Comunicação 11 – O prazer do espaço por MÉRCIA CARRÉRA
18h30 Debate final do 1º dia (máximo 1 hora)


Dia 11 de ABRIL, (Sexta-feira)


09h30 Comunicação 12 – O prazer de escavar - VÍTOR OLIVEIRA JORGE
10h00 Comunicação 13 – O prazer dos museus – ALICE SEMEDO
10h30 Comunicação 14 – Como conciliar prazeres opostos? O prazer de guardar informação e o prazer de comunicar por ARMANDO MALHEIRO
11h00 Debate e Intervalo
11h30 Comunicação 15 - O prazer de conhecer o Outro – a busca do prazer partilhado por PAULO CASTRO SEIXAS
12h00 Comunicação 16 – O prazer de conhecer o Outro por CONCEIÇÃO NOGUEIRA
12h30 Debate
13h00 Intervalo para almoço
15h00 Comunicação 17 – O prazer de viajar por EMÍLIA ARAÚJO
15h30 Comunicação 18 – O prazer de viver na cidade por JOÃO MIGUEL TEIXEIRA LOPES
16h00 Comunicação 19 – O prazer de consumir por ISABEL CRUZ
16h30 Debate e Intervalo
17h00 Comunicação 20 - 
Memória na pele: Uma pele para as lembranças. Reflexões em torno da tatuagem de um paciente adolescente
MARTINE ESTRADE
17h30 Comunicação 21 – O prazer de narrar por ALEXANDRA SILVA
18h00 Comunicação 22- O prazer de se sentir único por CONSTANÇA PAUL
18h30 Comunicação 23 – O prazer do desejo por FÁTIMA CABRAL
19h00 Debate final do 2º dia e da Mesa-redonda (máximo 1 hora)



Local de realização/Horário:
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Anfiteatro Nobre


Inscrições:
50€ / participantes
25€ / estudantes do ensino superior
20€ / estudantes da Universidade do Porto
10€ / estudantes da FLUP


Mais Informações:
Gabinete de Eventos e Relações com o Exterior
Dra. Fátima Lisboa
Via Panorâmica, s/n
4150-54 Porto
Telefone: 226 077 123
Fax: 226 077 173
gere@letras.up.pt

Seminário sobre Ciganos, território e habitat (8 e 9 de Abril)

Vai decorrer nos dias 8 e 9 de Abril, na Fundação Cidade de Lisboa, o Seminário “Ciganos, Territórios e Habitat” - organizado pelo Centro de Estudos Territoriais do ISCTE, Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, IP; projecto Coimbra - Cidade de Todos; Gebalis, Gestão dos Bairros Municipais de Lisboa, EM e Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana - composto por um conjunto de palestras e 3 workshops em simultâneo, e cujo programa detalhado se encontra abaixo para consulta.





Clicar por cima da imagem para ler em detalhe


28.3.08

Lançamento do #4 da Revista Big Ode no Gato Vadio (café-livraria no Porto) às 22h30 do dia 29 (Sábado)

clicar em cime da imagem para ler em detalhe


Lançamento do # 4 da revista Big Ode.


Vídeo. Poesia. Música.


Sábado, dia 29 de Março, às 22h30 no Gato Vadio (café-livraria situada na Rua do Rosário, no Porto)


entrada livre

http://gatovadiolivraria.blogspot.com/

Vida, escrita e compromissos de Simone de Beauvoir - ciclo de debates na Fábrica Braço de Prata (28 e 29 de Março)


CICLO DE DEBATES
SIMONE DE BEAUVOIR
«VIDA, ESCRITA, COMPROMISSOS»

28 e 29 de Março
21h
Sala EPC


Simone de Beauvoir, a mulher que fez escândalo e escola, impulsionando uma verdadeira mudança antropológica e influenciando o trabalho de gerações de críticos e escritores e a vida de muitos homens e mulheres, nasceu há 100 anos! No âmbito de um conjunto de iniciativas, a realizar ao longo deste ano, a Fábrica Braço de Prata, em parceria com o Instituto Franco-Português e o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, preparou um ciclo de debates inteiramente dedicados a esta filósofa e romancista francesa. Pretendemos recordar a mulher que dedicou a vida inteira ao projecto da escrita, onde o objecto da criação literária e da reflexão filosófica se confundiu com o próprio acto de existir. Pretendemos ainda evocar a advogada do feminismo; o ser sentimental que se protegia por detrás de uma frieza aparente; a intelectual que se lançou em vários combates de diversas frentes, tendo tido uma contribuição decisiva para a história do século XX. Em suma, propomos pensar a mulher, a filósofa e a romancista francesa que agarrou a vida com coragem e cuja liberdade foi sempre um elemento fundamental.

Programa:

Sexta-feira, 28 de Março

«Apresentação genérica da Obra de Simone de Beauvoir» por Luísa Ribeiro Ferreira

«Simone de Beauvoir e o Existencialismo» por Nuno Nabais

«Simone de Beauvoir: entre o inevitável e o fortuito» por Maria João Cabrita

«A Força das Coisas e a problemática da velhice com S. de B.» por Maria Belo

Sábado, 29 de Março

«Simone de Beauvoir, uma mulher para além do seu tempo» por Manuela Tavares

«Um olhar feminista sobre Simone de Beauvoir» por Teresa Almeida

«O Segundo Sexo como desconstrução ‘do Eterno Feminino’» por Helena Neves

«As memórias de Simone de Beauvoir» por Isabel Barreno

Não se esqueçam: hoje é dia de bicicletada por todo o lado! (no Porto, na praça dos leões às 18h.)

Conduza bem; Renuncie ao seu carro!


Gentes belas, hoje é dia de bicicletada: a bicicletada da Primavera!


Sugestões:

- visibilidade - como primavera rima com flores e cores..... vamos coloridos e floridos para esta bicicletada.... também seria interessante apostar em bandeiras visíveis e claras quanto ao nosso objectivo de okupar as ruas!

- trazer mais um amigo – seria interesante que para esta bicicletada se duplicasse os participantes.... Por isso convidem @ voss@ amig@

Tragam um@ amig@ para um passeio da primavera....


- som – podes trazer também a buzina ... concertina... harmónica ... cazu... para a festarola chegar aos passeios e às gentes das ruas.

Chamada dos trabalhadores/as precários/as para a parada do MayDay Lisboa 2008

Precários nos querem
Rebeldes nos terão


MayDay


O fim e os meios da Anarquia ( acerca do livro de Jean Grave que foi traduzido pelo grande Aquilino Ribeiro)

Retrato de Aquilino Ribeiro em 1925





Jean Grave

Recensão crítica do livro « A Anarquia – Fim e meios» (L’Anarchie – son but, ses moyens») de Jean Grave , segundo a tradução para português realizada por Raul Pires e Aquilino Ribeiro, que foi editada em 1907 pela Livraria Central de Gomes de Carvalho, Lisboa.

Esta recensão crítica saiu no nº 19, Março de 1910 da Sementeira, publicação dirigida por Hilário Marques.



A anarquia, diz o autor ( está a referir-se a Jean Grave – Nota deste blogue), não se dirige só aos que morrem de miséria. Abraça todas as aspirações e não despreza necessidade alguma. A lista das suas reclamações compreende todas as da humanidade. A anarquia não é mais do que a continuação do eterno protesto dos explorados e dos oprimidos contra os exploradores e os opressores. Demonstra a inanidade de toda a tentativa de melhoria que não ataque os efeitos, deixando subsistir as causas; pretende transformar as bases da ordem económica; visa estabelecer, não a impondo, todavia, uma sociedade igualitária, pela transformação o mais completa possível do estado social, pela abolição de todas as instituições políticas e económicas da hora actual, pela entrega à disposição de cada um, do solo e dos instrumentos de trabalho.

A emancipação humana, diz ainda o autor, não pode ser obra de nenhuma legislação, de nenhuma outorga de liberdade porparte dos que dirigem; só pode ser obra do facto realizado, da vontade individual, afirmando-se por actos. Os indivíduos devem ter a estima de si mesmos, a convicção da sua própria força, devem fazer respeitar a sua dignidade. Para que o estado social anárquico possa estabelecer-se é preciso que cada indivíduo, tomado isoladamente, saiba governar-se por si, saiba fazer respeitar a sua autonomia, sabendo respeitar a dos outros e igualmente livrar a a sua vontade das influências ambientes: - este deve ser o fim positivo das nossas aspirações, da nossa propaganda; dele devemos procurar aproximarmo-nos o mais possível.

Pelo que respeita aos meios. Afirma o autor que aos indivíduos bastará quererem ser livres, para encontrarem os meios de o ser. Onde quer que haja oprimidos, pobres, assalariados, espíritos sequiosos de independência – conservando como ponto de referência, o ideal nitidamente definido, traga cada um a sua parte de desejos e de aspirações à obra de transformação. A guerra é de todos os dias, de todos os instantes: o combate começa a ser travado por algum mais impaciente, e , imitado por outros, continua até que a intensidade da luta faz mover as multidões. À táctica, portanto, só preside a iniciativa individual: comando superior, unidade determinada por chefes não existe, - o que não quer dizer que não possa ou não deva haver coordenação pelo acordo das diversas iniciativas.

E, saindo deste campo mais ou menos abstracto, depois de defender a abstenção geral como o começo da acção, e de analisar a violência em geral, a propaganda pelo facto e o roubo, ocupa-se detidamente daquilo que o autor chama as cinco correntes principais que na anarquia tendem a realizar alguma coisa. Essas correntes ou modos de actividade são:

1º) a recusa do serviço militar;
2º) a fundação de colónias, agrupamentos, onde núcleos de anarquistas vivam o mais conformemente possível com a sua maneira de pensar;
3º) as questões operárias, o sindicalismo, as cooperativas;
4ª) a educação das crianças;
5º) a propaganda nos campos.

Modos de actividades, diz. É que existem outros – ao tempo e aos acontecimentos cabe indicar ainda outros. Uma comparação define magnificamente o papel dos anarquistas. A propaganda, a evolução e revolução, como ele as entende, parecem-se com a obra desses micro-organismos, imperceptíveis a olho nú, cujo labor individual não é apreciável pelos nossos sentido, mas que continuando o seu trabalho de agregação e desagregação, multiplicando-se ao infinito, chegam pelo seu pululamento a transformar o meio em que evoluem, pondo toda a matéria em fermentação e transformando-a sem nenhuma outra força para além da sua própria actividade.

José Luiz


Informação suplementar:
Note-se que Jean Grave, tal como a maioria dos dirigentes anarquistas franceses, era opositor à prática do terrorismo bombista como forma de luta contra o Estado. Jean Grave era director da influente revista Les Temps Nouveaux e assumia um certo destaque no movimentos anarquista internacional. Da sua obra sobressaem «A Sociedade Futura», «A Anarquia – fins e meios» ( traduzido por Aquilino Ribeiro), e «A sociedade moribunda e a Anarquia», todos traduzidos para português em 1902, 1907 e 1909, respectivamente.

27.3.08

Rastos (mostra de artes a 27,28 e 29 de Março) e aproveitem para se solidarizarem com o Palco Oriental


Conhecendo o espaço multicultural e diversificado do Palco Oriental, ao Beato, fica-se com um travo de surpresa por se ter revelado um espaço tão interessante fora dos bairros mainstream de LX e que está sob a iminência de ser despejado por ordem do tribunal!!!


Agora o Palco Oriental realiza a sua Mostra de Artes - Rastos, dedicada à Performance de Teatro e Dança, ao Vídeo e Fotografia. Será nos dias 27 a 30 de Março e será imperdível, pelo local, pelas pessoas e tão simplesmente pela arte - essa tão indefinida coisa que nos alimenta!


Programação


Dia 27 Março


21.00 – Abertura
21.15 – Dança
“ Inssendialma” por Leok Pinto (Porto).
21.50 – Vídeo
Mostra de vídeos
00.00 – Concerto
Zootek
00.35 – Concerto /Performance
Electro Re-volt
01.20 - Dj Acquaman


Dia 28 Março

21.00 – Abertura
21.15 – Teatro
“ A mulher que se vestia de homem” por Vanessa Vinha
21.30 – Teatro
“ Hard Fake” por Alface e Rita Mendes
21.50 – Selecção
23.00 – Performance
“ Volte-Face≠2” de Volte- Face≠2
00.10 - Concerto Musical
Like The Man Said
01.00 - Dj Set


Dia 29 Março

15.30 – Teatro para a Infância
“ A Torre da Má hora” pelo Palco Oriental

21.00 – Abertura
21.30 – Dança
“ Maeve” por Beatrix
22.00 – Teatro
“ Cenas de Copi”, direcção de Paulo Lage
22.45 – Teatro
“ Binólogo”, com Célia Ramos
23.15 – Concerto Musical
Noz
00.0 – Dj Set


Dia 30 Março

15.30 – Teatro para a Infância
“ Pocahontas” pelo Lolipop Teatro

21.00 – Abertura
21.30 – Teatro
“ Viagens de Camões” pelo Teatro Pouco Siso
22.15 – Teatro
“ Hanjo”, direcção de Paulo Lage
23.00 - Dança
“ Lost” de Ricardo Ambrósio
23.45 – Dj Set
01.00 - Desfecho

Local:
Palco Oriental
Calçada Duque de Lafões nº 78
Beato
1950 Lisboa


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Informação:
Tribunal liquida Palco Oriental

A Associação Cultural Palco Oriental, entidade artística sem fins lucrativos, foi liquidada pelo Supremo Tribunal de Justiça, que decidiu atribuir o edifício à Igreja de S. Bartolomeu do Beato. A Igreja recebe de bandeja um edifício onde nunca esteve nem aplicou um cêntimo e no qual a ACPO custeou obras de dezenas de milhares de euros.

O edifício fora doado à Igreja em 1999 pela Associação de Serviço Social, uma organização fantasma que abandonou as instalações após o 25 de Abril de 1974 e da qual não se conhece qualquer actividade.

Desde há mais de 20 anos que a ACPO acolheu centenas de artistas, das mais variadas formas de expressão: do teatro, da música, da dança, das artes plásticas, do áudio visual, e da simples partilha de experiências de vida.



Petição online pelo Palco Oriental


Rejeite a tétrica imagem do nosso funeral, faça qualquer coisa... comece por assinar a nossa petição online :



A Associação Cultural Palco Oriental, entidade artística sem fins lucrativos não pode, nem deve, depender de um esforço particular mas sim de um esforço colectivo, daí a necessidade de TODOS lutarmos pelo preservação da mesma. O acórdão do STJ, decidiu atribuir o edifício onde está sedeada a Associação Cultural Palco Oriental à Igreja de S. Bartolomeu do Beato.

Desde 16 de Abril de 2001, que o processo movido contra a Associação Cultural Palco Oriental se encontrava nos tribunais.

O Tribunal de 1ª Instância deu razão à Associação Cultural Palco Oriental ao atribuir o edifício, a Relação sentenciou que a "coisa" não estava ganha, e o Supremo, de forma justiceira acabou com um projecto cultural e artístico que resistia desde há mais de duas décadas.

A Igreja recebe de bandeja um edifício onde nunca esteve nem aplicou um cêntimo.

A Associação Cultural Palco Oriental custeou obras, de largas dezenas de milhares de euros.

O edifício é doado à Igreja em 1999. O seu doador foi a Associação de Serviço Social, que abandonou as instalações, logo após o 25 de Abril de 1974.

A esta Associação de Serviço Social, não se lhe conhece qualquer actividade realizada após a revolução, nem nunca nos contactou a reivindicar a devolução do imóvel.

Dezenas de pessoas são assim privadas de dar continuidade aos seus projectos artísticos e à livre expressão das suas vontades e ideais.

Dezenas de pessoas que militantemente se dedicaram e investiram humana e materialmente durante tantos anos neste espaço para dotar culturalmente as populações da Zona Oriental de Lisboa, são assim despejadas.

Desde sempre que este foi um espaço de acolhimento para centenas de artistas, das mais variadas formas de expressão: do teatro, da música, da dança, das artes plásticas, do áudio visual, e da simples partilha de experiências de vida.

A Formação dos Recursos Humanos é essencial para o desenvolvimento da Associação e dos Agentes Culturais que com ela colaboram, a aposta nesta área reflecte o interesse em possuir técnicos mais qualificados e melhor preparados para responder às exigências que as novas técnicas de expressão artística e da tranversalidade entre elas nos trazem.

De acordo com o estudo “A Economia da Cultura na Europa” (KEA, 2006) na União Europeia, o sector da Cultura contribui mais para a economia dos Vinte e Cinco do que outros sectores considerados muito relevantes para a economia da União. Em Portugal, o sector da Cultura é o terceiro principal contribuinte para o PIB.

O relatório da conferência UNESCO “The International Creative Sector” de 2003, afirma que “as novas técnicas de pesquisa dos estudos de urbanismo, têm ajudado as comunidades a reconhecer as suas estruturas e actividades culturais como uma importante mais valia”.

À semelhança do que está a acontecer em muitos países europeus, as cidadãs e os cidadãos abaixo-assinados vêm, nos termos constitucionais e legais, propôr à Assembleia da República que tome com urgência medidas legislativas e políticas para:

1. Que as instalações continuem ao serviço cultural e artístico da Zona Oriental de Lisboa;
2. Que o património seja transferido para a Associação Cultural Palco Oriental



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Memória histórica:


A Associação Cultural Palco Oriental foi fundada em Janeiro de 1989 por grupos de teatro que já exerciam actividade desde 1979, no imóvel em que estamos sediados.
Os grupos de teatro que estiveram na origem de ste nascimento foram o Teatro “Os Patolas”, “Máscara” - Teatro de Grupo, e o “Triato do Biato”.
Em Maio de 1992, agregando também elementos vindos da Escola Superior de Teatro, estreámos a nossa primeira produção, “Macbeth”.
A Associação Palco Oriental tem procurado, desde a sua fundação, ser uma referência viva na animação cultural da parte velha da Zona Oriental de Lisboa, quer pela promoção de diversas actividades, quer pela manutenção do seu grupo de teatro, quer pela valorização de uma vivência cultural e comunitária que se enraíza nas tradições mais vincadas daquela que, talvez, tenha sido a zona mais industrializada da velha Lisboa.
Este carinho pelo teatro traduziu-se no dar a possibilidade a outros grupos de teatro profissional, ou pró-profissionais, ou amadores ou universitários que surgiram e têm marcado presença entre a nova geração de criadores teatrais de Lisboa.
O Palco Oriental - Grupo de Teatro procurou desde o primeiro momento afirmar-se como difusor de uma prática teatral atraente para os públicos e para uma nova geração de actores e criadores, de formação e proveniências diversas, que reconhecem no Palco Oriental um projecto onde a experimentalidade e o risco são uma evidência.

website:
http://palco_oriental.tripod.com/

Ocupantes fora do Iraque: 5 anos de ocupação - 5 anos de Resistência (Concentração no Largo Camões, 29 de Março às 16h.)




Concertos com músicos árabes e portugueses em
Coimbra (8 de Abril), Braga (10 de Abril),
Lisboa (12 de Abril),
Torres Novas ( 13 de Abril)




5 anos de ocupação, 5 anos de resistência



Factos e números sobre a ocupação do Iraque

Genocídio: mais de um milhão de iraquianos foram mortos desde o início da ocupação, dez vezes mais que os números oficiais. A principal causa de morte violenta é a actuação das forças de ocupação. Entre 1991 e 2003, tinham morrido já 2,7 milhões de iraquianos em consequência do embargo económico imposto pela ONU.

Refugiados: O Iraque é hoje o primeiro país do mundo em número de refugiados – 2, 5 milhões no interior e 2,2 milhões nos países vizinhos. Os mortos mais os refugiados atingem perto de um quarto da população iraquiana.

Pobreza extrema: 43% dos iraquianos vive com menos de 70 cêntimos por dia. 60 a 70% da população activa não tem trabalho.

Dependência: 6 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária para sobreviver, o dobro de 2004.

Menos ajudas: apenas 60% dos iraquianos tem acesso a rações de alimentos governamentais. A cobertura era universal antes da invasão. Por pressão do Banco Mundial, a partir de Junho de 2008 este sistema de abastecimento será suprimido, assim como os subsídios aos carburantes.

Malnutrição infantil: metade dos menores de 5 anos sofre de malnutrição. O baixo peso dos recém-nascidos triplicou, atingindo 11% dos nascimentos.

Contaminação nuclear: em 1991 e em 2003 os EUA lançaram sobre o Iraque mais de 2500 toneladas de urânio empobrecido, em bombas e munições. Solos e reservas de água ficaram contaminados. Os efeitos vão perdurar por 4,5 mil milhões de anos.

Cancros e malformações: em consequência da radioactividade, aumentaram em flecha as malformações congénitas, as leucemias, as doenças da tiróide e o número de cancros. No sul do Iraque os cancros aumentaram 11 vezes entre 1988 e 2002. As malformações congénitas atingem 67% dos filhos de soldados norte-americanos que estiveram no Iraque.

Destruição de infraestruturas: 70% da população deixou de ter água potável e 80% não tem esgotos. O abastecimento de electricidade está reduzido a duas horas por dia. A cólera, que tinha sido erradicada, espalhou-se por metade das 18 províncias iraquianas.

Destruição do sistema de saúde: 2 mil médicos foram assassinados. Metade dos 34 mil médicos existentes em 2003 abandonou o país. Dos 180 grandes hospitais, 90% carece de recursos essenciais. Os hospitais foram transformados pelos esquadrões da morte em centros clandestinos de detenção, tortura e assassinato.

Destruição do sistema de ensino: mais de 800 mil alunos deixaram de ir à escola primária (22%) e só metade dos que completam a instrução primária iniciam o secundário. Outras 220 mil crianças refugiadas com as famílias em países vizinhos estão sem escola. Mais de 300 professores e professoras de todas as universidades do país foram assassinados. As milícias religiosas governamentais impuseram a segregação de sexos e o vestuário islâmico.

Destruição dos serviços públicos: já em 2006, 40% do pessoal qualificado iraquiano tinha abandonado o país, levando ao desmoronamento dos serviços.

Roubo de recursos: a produção de petróleo está deliberadamente sem controlo. Calcula-se que a exportação actual de petróleo iraquiano, dominada por empresas norte-americanas, atinja 2,1 milhões de barris por dia, menos meio milhão que antes da invasão. O Iraque tem de importar combustíveis para transportes e uso doméstico.

A fraude da “reconstrução”: em Agosto de 2007, o governo iraquiano tinha aplicado apenas 4,4% do orçamento de Estado para esse ano.

Prisões em massa: 24 mil iraquianos estão presos à guarda das forças dos EUA. Mais 400 mil estão detidos em prisões governamentais.

Guerra sem lei: além das tropas norte-americanas e de outros países ocupantes, actuam no Iraque 180 mil mercenários, não abrangidos por nenhuma lei internacional.

Resistência: permanecem no Iraque 158 mil soldados dos EUA. Segundo dados oficiais norte-americanos, mais de 4 mil foram mortos e 30 mil foram feridos – 82% dos quais em combate.

Programa de libertação nacional: nos últimos dois anos, vários agrupamentos da resistência, incluindo 40 organizações militares, uniram-se numa frente de liberação nacional. Adoptaram um programa democrático que prevê a retirada das forças ocupantes, a reconstrução das estruturas do Estado, a criação de um governo de unidade nacional e a aprovação, em referendo, de uma nova constituição.

Retirado de:
http://tribunaliraque.info/pagina/inicio.html


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CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL
20 de Março de 2008
Subscrita por várias organizações cívicas e sindicais



Senhor Primeiro-ministro:

Em 17 de Março de 2003, um dia depois da cimeira dos Açores, o presidente George W. Bush anunciou o iminente ataque militar ao Iraque com a seguinte declaração:

«À Nação do Iraque,
Informação recolhida por este e outros governos não deixa dúvidas de que o regime iraquiano continua a possuir e esconder as mais mortíferas armas (...). O regime tem um historial de rude agressão no Médio Oriente. Tem (...) ajudado, treinado e protegido terroristas, incluindo operacionais da Al Qaeda. O perigo é claro: usando armas químicas, biológicas ou, um dia, nucleares conseguidas com a ajuda do Iraque, os terroristas poderiam concretizar as suas ambições assumidas de matar milhares ou centenas de milhar de inocentes no nosso e noutros países (...). À medida que a nossa coligação lhes retirar o poder, iremos distribuir a comida e os medicamentos de que precisam. Iremos desmontar o aparato de terror e ajudar-vos-emos a construir um novo Iraque que seja próspero e livre. No Iraque livre não haverá mais guerras de agressão contra os vossos vizinhos, não mais fábricas de venenos, não mais execuções de dissidentes, não mais câmaras de tortura e câmaras de violação. O tirano em breve partirá. O dia da vossa libertação está perto.»

Falar de liberdade e democracia no Iraque é um insulto à inteligência.
Em cinco anos de ocupação, o Iraque conta mais de um milhão de mortos e cinco milhões de exilados e deslocados. Muitos mais morrerão enquanto persistir a ocupação, e em sua consequência, vítimas da fome e da doença, da contaminação radioactiva, das catástrofes ambientais e humanitárias e do terrorismo de Estado e do promovido por indivíduos ou grupos.
Durão Barroso, que como primeiro-ministro teve especiais responsabilidades na campanha a favor da guerra, procurou limpar a face declarando que se enganara. Paulo Portas, então ministro da Defesa, que “tinha visto provas” da existência das armas de destruição maciça, refugia-se no silêncio. Jorge Sampaio, que enquanto Presidente da República aceitou o envolvimento português, nada diz diante da catástrofe.
Portugal tem sido cúmplice activo na guerra que levou à destruição de um país, ao sofrimento e morte de um povo – e ao agravamento da situação do Médio Oriente.
Na verdade, à destruição do Iraque somam-se a destruição do Afeganistão, o genocídio do povo palestiniano, o ataque ao Líbano, as ameaças ao Irão, o escândalo dos “voos da CIA” e das prisões secretas criadas pelos EUA à margem de qualquer lei. Todos estes factos fazem parte de um mesmo plano de domínio do Médio Oriente. E a justificação com que se cobre – a chamada “guerra ao terrorismo” – tem sido desmontada pelos factos e repudiada em todo o mundo por muitos milhões de pessoas.
Estas situações configuram violações do direito internacional, crimes contra a Humanidade e crimes de guerra a que Portugal não deve nem pode estar associado.

Senhor Primeiro-ministro,

Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana (art. 1º da Constituição da República) e o Estado subordina-se à Constituição (art. 3º). Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do Homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da cooperação com todos os povos do Mundo para a emancipação e progresso da humanidade (art. 7º, nº 1). Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão (art. 7, nº2).
Não haverá povos livres e soberanos enquanto não se respeitar a liberdade e a soberania de todos os povos. Nem se será digno de respeito enquanto não se respeitar o direito internacional e os direitos do Homem. Não haverá progresso e emancipação enquanto houver povos escravizados e colonizados.
Não é com terrorismo de Estado nem com guerras que se combate a fome e a pobreza, que se luta pelo progresso e pelo desenvolvimento.

Senhor Primeiro-ministro,
Portugal continua a ser parceiro de crimes cometidos pelos interesses imperialistas dos EUA. Não colhe o argumento de que o governo português foi enganado, nem é justificação o respeito por compromissos assumidos quando está em causa a violação do direito internacional.

É necessário mudar de rumo e, no cumprimento do espírito e da letra da nossa Constituição, é imperioso que o governo se demarque daqueles actos e desenvolva todos os esforços diplomáticos e políticos para acabar com os crimes citados e para respeitar os países e povos agredidos.

Pela passagem do 5.º ano de ocupação e do início do massacre dos iraquianos por tropas imperiais (regulares e mercenárias), as organizações signatárias exigem do Governo Português o cumprimento da Constituição da República, o exercício de uma política internacional de respeito pelos direitos humanos e pela soberania dos Estados.

Lisboa, 20 de Março de 2008