11.9.08

Quem cala…consente?

Pouco importam as nossas opiniões, as nossas ideias políticas e religiosas, pois a verdade é que o sistema social e económico em que vivemos assenta numa espécie de contrato social que nos ultrapassa, e que supostamente, os seus destinatários ( todos nós) aceitam.

Mas será mesmo assim?
Será que estamos conscientes das regras do sistema em que vivemos, e que nos são impostas, supostamente com o nosso «consentimento» silencioso?


- Tenho eu consciência que a concorrência e a competição estão na base do nosso sistema social e económico, e que advem daí a maior parte dos desesperos e das frustrações para a imensa maioria dos perdedores?

- Tenho eu consciência que sou eu que estou a remunerar os bancos para que eles possam investir os meus salários neles depositados segundo as suas próprias conveniências, e que, por isso, não recebo dividendo algum pelos seus enormes lucros?

- Tenho eu consciência que os bancos me exigem uma pesada taxa de juro ao concederem-me empréstimos, dinheiro esse que, no entanto, pertence aos outros clientes que tinham feito os seus depósitos nesse banco?


- Tenho eu consciência que se açambarca, ou então que se destrói, toneladas de alimentos para que os preços não baixem, em vez de os oferecer às pessoas carenciadas, ajudando a combater a fome de milhares de indivíduos?

- Tenho eu consciência que é probida a eutanásia, mas que ao mesmo tempo é admissível a morte lenta das pessoas através da inalação ou ingestão de substâncias tóxicas autorizadas pelos Estados?

-Tenho eu consciência que actualmete no nosso planeta faz-se a guerra para fazer reinar a paz?

-Tenho eu consciência que em nome da paz, os Estados gastam biliões em despesas de armamento, constituindo, em muitos deles, as despesas do orçamento militar a maior fatia da despesa pública?

- Tenho eu consciência que há conflitos que são artificialemente criados a fim de escoar mais facilmente os stocks de armas e de armamento para assim manter em funcionamento as empresas do complexo militar-industrial?

- Tenho eu consciência da hegemonia do petróleo e do nuclear nas nossas economias contemporâneas, apesar de serem energias extremamente poluidoras?

- Tenho eu consciência de que se divide artificialmente a opinião pública por meio da ilusão de que a luta entre os partidos de direita, do centro e de esquerda é indispensável para o funcionamento do sistema social e económico em que vivemos?

-Tenho eu consciência que o poder de moldar e formatar a opinião pública, outrora nas mãos das religiões, encontra-se agora entregue aos homens de negócios, não eleitos democraticamente, e predispostos a controlar o poder do Estado em seu benefício?

- Tenho eu consciência que a ideia de felicidade se resume às mensagens que são por toda a parte e constantemente debitadas pela publicidade nos nossos cérebros?

-Tenho eu consciência que nas nossas sociedades actuais, em que vivemos, o valor de uma pessoa se mede pelo tamanho da sua conta bancária, bem assim a sua utilidade estar em função da produtividade que revelar, em vez das suas qualidades pessoais?


- Tenho eu consciência que se paga prodigiosamente aos jogadores de futebol, aos actores, e comparativamente muito menos a outros profissionais que, no entanto, exercem a sua actividade em profissões sociais fundamentais, como sejam, os professores, os educadores sociais,etc?

- Tenho eu consciência que se marginaliza e se lança para a sombra inúmeras pessoas de idade cuja experiência poderia ser, todavia, bem útil para todos?

- Tenho eu consciência que me são apresentadas diariamente notícias negativas e aterradoras de forma a poder apreciar melhor até que ponto a minha situação é vantajosa, e de quanto eu tenho a ganhar só pelo facto de viver numa sociedade ocidental?

- Tenho eu consciência que os banqueiros, os industriais, os militares e os políticos se reúnem amiúde para tomar decisões que têm importantes implicações para o planeta e para todos nós?

- Tenho eu consciência de consumir produtos tratados com hormonas sem que me seja facultada informação a esse respeito?

- Tenho eu consciência que os cultivos de produtos transgénicos se expandem pelo mundo fora, permitindo que os grandes grupos económicos registem como sua propriedade as caracterísitcas dos seres vivos, apoderando-se quer da actividades produtivas quer mesmo das condições em que vivemos?

-Tenho eu consciência que as empresas multinacionais se abstêm de aplicar os progressos técnicos e sociais próprios dos países ocidentais nos países periféricos, ditos subdesenvolvidos?

- Tenho eu consciência que numerosas empresas farmacêuticas e indústrias do sector agro-alimentar vendem para os países ditos subdesenvolvidos bens e produtos impróprios, ou seja, em condições e com substâncias proibidas nos países capitalistas desenvolvidos?

- Tenho eu consciência que a Natureza tenha demorado milhões de anos para criar um ser humano, e que hoje os indivíduos se entreguem a passatempos destruidores do planeta?

- Tenho eu consciência de destruição de numerosas florestas e da rápida extinção de espécies de peixes nos oceanos?

- Tenho eu consciência do aumento da poluição industrial, da dispersão de peixes contendo elementos químicos e radioactivos na natureza?

- Tenho eu consciência da utilização de toda a espécie de aditivos químicos na alimentação?

- Tenho eu consciência que na maior parte das vezes não levanto nenhuma questão, que fecho os olhos para tudo isso, e que não penso sequer em nenhuma solução concreta para qualquer um destes problemas?

- Tenho eu consciência da peneira e das ilusões que colocam à minha frente para me impediram de ver a simples realidade do mundo?

- Tenho eu finalmente consciência que o mundo se constrói à minha imagem e semelhança, e que ao tratar de mim, eu estou, por via das minhas opções, a agir automaticamente sobre o mundo e a sociedade?


Se, de facto, eu tiver consciência de tudo isso, e não fizer nada para mudar o actual estado de coisas, então é sinal que não sou mais que um pateta inconsciente numa sociedade em clara derrapagem…

Cláudia López, estudante de dança e anarquista chilena, foi assassinada pelas costas há 10 anos pela polícia «democrática» chilena



Cláudia López Benaiges foi uma jovem militante anarquista chilena, estudante do curso de dança da Universidad de Humanismo Cristiano, que há 10 anos atrás, durante um protesto pelo 25º aniversário do golpe fascista de Pinochet, foi assassinada com uma bala pelas costas, disparada pelos Carabineros (Policia) na povoação de La Pincoya em Santiago ( Chile).

Cláudia López tornou-se, entretanto, num símbolo para todo o movimento estudantil chileno, para os jovens das organizações sociais, e ainda para o emergente movimento anarquista chileno. A sua morte demonstra que o actual regime chileno continua a ser dominado na sombra pelas sinistras figuras militares que foram responsáveis pelo golpe de estado de 1973 e todo o cortejo de horrores, perseguições e mortes da história recente do Chile.

Hoje, 10 anos passados do seu assassinato, não há responsáveis nem culpados, o que só mostra que no Chile ainda subsiste a insidiosa impunidade dos repressores de sempre.
Existe um centro social com o nome de Cláudia López na cidade de Penco.


www.geocities.com/claudialopezbenaiges/

A tua dança rebelde perdurará nos nossos corações

Video de um espectáculo de dança de Claudia López





Sobre as lutas sociais no Chile:

Passam hoje 35 anos do golpe militar fascista que derrubou no Chile a democracia e o presidente Salvador Allende

No dia 11 de Setembro de 1973, sob as ordens de Augusto Pinochet, e com a prestimosa ajuda da CIA, os militares chilenos derrubaram o governo democrático do socialista Salvador Allende. O presidente foi morto em circunstâncias não esclarecidas e Pinochet instaurou uma feroz ditadura fascista, com apoio do governo norte-americano e de toda a extrema-direita internacional.

O golpe de Pinochet foi elogiado politicamente pelo governo norte-americano de Richard Nixon, que deu também apoio logístico e cobertura política.

O governo socialista do presidente Allende foi combatido,desde o início, por Washington. Com efeito, poucos dias depois da posse de Salvador Allende, os Estados Unidos lançaram as suas reservas de cobre no mercado mundial, fazendo com que caísse rápida e drasticamente o preço do principal artigo chileno de exportação no mercado mundial. Dessa maneira, tornou-se praticamente impossível o financiamento das reformas sociais anunciadas por Allende. Ele – pediatra, de profissão - só pode assim concretizar uma única reforma a que se tinha pessoalmente comprometido: fazer com que todas as crianças chilenas recebessem gratuitamente meio litro de leite, todos os dias, até completarem oito anos de idade.
Quando passa mais um aniversário do golpe fascista de Pinochet é preciso não só recordar os assassinatos, as perseguições, os desaparecimentos e as torturas de há 35 anos atrás, mas também todas as vítimas da repressão ao longo dos 18 anos de falsa democracia no Chile. Por isso, mais do que acender velas pelos caídos pela repressão da ditadura e da pseudo-democracia, o importante é erguer barricadas contra os poderosos e os exploradores dos povos que ainda dominam o Chile.


http://www.memoriaviva.com/
( Arquivo digital sobre as violações dos direitos humanos durante a ditadura fascista de Pinochet no Chile)




O outro 11 de Setembro: o golpe militar fascista contra o Chile democrático de Salvador Allende

The Other 9/11


Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6




Tributo a Salvador Allende





Viva Chile! Viva el Pueblo! Vivan los Trabajadores!



Regime militar fascista de Pinochet

Tributo a Victor Jara (no ESMAE, a 4 de Outubro, às 21h30)



Tributo a Victor Jara

NOS 35 ANOS DO SEU ASSASSINATO À ORDEM DO GOLPE DE ESTADO DE AUGUSTO PINOCHET A “ASSOCIAÇÃO JOSÉ AFONSO” (NÚCLEO DO NORTE) PRESTA TRIBUTO A VICTOR JARA.


El derecho de vivir en paz