7.9.05

Os bibliotecários norte-americanos impugnam o Act Patriot


Os bibliotecários norte-americanos entregaram uma impugnação judicial contra uma cláusula do Act Patriot aprovado pela administração Bush que exige às bibliotecas fornecer ao governo os registos de empréstimos dos utentes das bibliotecas. A impugnação apresentada contra o Procurador Geral dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, e o director do FBI, Robert Mueller, deu entrada num tribunal do Connecticut no passado dia 9 de Agosto e foi subscrita por uma biblioteca não identificada e pela União americana das liberdades civis (ACLU).
Os subscritores sustentam que a ordem do FBI de mostrar os registos das bibliotecas é claramente inconstitucional e que a proibição judicial vigente de falar publicamente sobre a impugnação é claramente inconstitucional por constituir uma restrição à liberdade de expressão. Por força dessa proibição as informações transmitidas pela Democracy Now baseiam-se no site da ACLU

http://www.democracynow.org/article.pl?sid=05/08/26/2134241&mode=thread&tid=25

Puta de fábrica

Puta de fábrica (Putain d'usine), livro de Jean Pierre Levaray

«Todos os dias iguais. Chego ao emprego e algo se precipita sobre mim, uma espécie de vaga de desespero, como um suicídio, como uma pequena morta, a sensação de ardência de uma bala na testa. Um trabalho já bem conhecido, uma sala de controle inundada de luzes – e colegas que, em certos dias, não têm vontade de se encontrarem. Trabalhamos juntos, mas nunca nos habituamos. Acaba-se até por desejar que a fábrica feche. Que seja deslocalizada, ou reestruturada, que aumente a sua produtividade e que baixe os seus custos fixos.
Parar, para quê ? Para não termos mais trabalho, e para que sejamos livres. Livres mas, claro está, com outro tipo de actividades.
Ninguém fala deste mal estar que atinge os operários com mais de 40 anos e que já há muito tempo não estão motivados para um trabalho que os faz sofrer. Mas que é preciso defender porque há a crise, o desemprego. E sempre é uma garantia para continuar a consumir, na falta de condições para viver dignamente.A equipa da tarde está em vias de ser substituída, feliz, por deixar o local. Será, depois, a nossa vez de aí estar durante 8 horas. Sentamo-nos no refeitório à volta das chávenas de café. As colheres giram moles, o estado de espírito de todos é o mesmo, tal como já a fadiga que nos invade frente a esta noite que vai ser longa.»Extracto do livro Puta de fábrica («putain d’usine») de Jean Pierre Levaray, operário numa fábrica de produtos químicos em Rouen e que não esconde o seu esforço para se evadir do mundo que descreve e no qual vive através da escrita.

O livro é uma reedição dos seus escritos de 2002 , revista e aumentada com a crónica «Après la catastrophe», ambos editados pela L’Insomniaque, e ainda o epílogo industrial «Plan Social». A actual edição é das edições Agone.

O Lago Tchad ameaça desaparecer


O lago Tchad evapora-se gradualmente. O crescimento demográfico, as actividades agro-pastoris a e desertificação estão a provocar uma preocupante degradação na fauna e flora. Recorde-se que o lago Tchad se situa no coração de um território árido e quente, na fronteira sul do deserto do Sahara. A sua superfície de água passou de 25.000 Km2 em 1963 para 5.000 Km2 nos anos 2000, ou seja, um recuo de500 km2 por ano, tendo tido uma importantíssima função económica já que fornece agua a mais de 20 milhões de pessoas distribuídas por 4 países: o Tchad, os Camarões, o Níger e a Nigéria. Para ele confluem os rios Logone, Chari e o Komadougou Yobé. Segundo os especialistas a continuar a este ritmo o lago desaparecerá daqui a 20 anos. A agravar a situação está a redução drástica da pluviosidade
Mais info:

http://www.monde-solidaire.org/spip/article.php3?id_article=2315