17.3.11

Mais vale ser activo hoje do que radiocativo amanhã (concentração anti-nuclear hoje, às 18h., na Av da Liberdade, Lisboa)


Chernobil, Fukushima:

NÃO À ENERGIA NUCLEAR EM TODO O MUNDO!

A tragédia do Japão despertou a solidariedade de todo o mundo pela perda de milhares de vidas humanas e de vastas regiões e cidades daquele país devido ao terramoto de grau 9 e ao posterior tsunami que arrasou com partes significativas do território japonês. As redes, organizações e pessoas abaixo assinadas querem exprimir em primeiro lugar as suas mais profundas condolências ao povo japonês e dar a conhecer a sua dor partilhada e solidariedade pela emergência humanitária provocada por este desastre.

Ao mesmo tempo é altamente preocupante o impacto que o desastre natural causou na central nuclear de Fukushima, provocando explosões, o que levou a uma situação de grave risco por causa da libertação de material radioactivo, situação que pode piorar se os elementos do núcleo desta instalação se fusionam por sobreaquecimento. Também estão em perigo outras duas instalações nucleares em situação de risco em Onagawa e Tokai. O governo japonês viu-se obrigado a apagar pelo menos 11 centrais nucleares com o objectivo de prevenir mais desastres, o que deixou mais de 6 milhões de pessoas sem abastecimento de electricidade. 200.000 pessoas já foram evacuadas para prevenir uma possível exposição aos efeitos nocivos de um acidente nuclear e já se estão a tomar medidas de saúde pública com a população exposta.

Esta trágica situação alerta-nos UMA VEZ MAIS sobre o enorme perigo que significam as instalações nucleares para a sobrevivência e segurança do planeta e recordam-nos a resistência de activistas japoneses que há 40 anos se negaram à construção destas instalações. Hoje o mundo está a mudar, não só pelos riscos de desastres naturais mas também pelos riscos a que estamos sujeitos pelos impactos da mudança climática que produziu grandes inundações, deslizamentos e alterações severas na habitabilidade do planeta, como as derrocadas no Rio de Janeiro que há pouco tempo ameaçaram centrais nucleares instaladas na zona que tiveram de ser paradas até que a situação se estabilize. Esta vulnerabilidade global deve ser considerada adicionalmente, mas sobretudo devemos ser conscientes de que a tecnologia e o dinheiro não salvarão vidas uma vez que as tragédias se produzem.

A crise climática e a necessidade de energia deram lugar a que sobretudo as grandes corporações e os países desenvolvidos falem da energia nuclear como energia alternativa limpa e sustentável. Os próprios projectos do Banco Mundial sobre energia consideram-na como uma importante possibilidade assim como as grandes hidroeléctricas. Cada vez se torna mais claro que estas são falsas soluções que só aumentam o perigo e a vulnerabilidade da humanidade face às mudanças globais.

Está-se a propor a energia nuclear como uma fonte de energia alternativa e "limpa" nas negociações de mudança climática, mas está demonstrado que pode ficar fora de controlo tanto técnico como humano e afectar milhões de pessoas e em particular as próximas gerações pelo seu potencial efeito nocivo sobre a vida. Os Fóruns Multilaterais como o Processo Rio+20, o processo da Convenção do Clima, os fóruns relacionados com energia alternativa e outros devem considerar muito seriamente o uso da energia nuclear pela sua perigosidade.

Pedimos também aos governos que escutem as vozes da sociedade civil de todo o mundo que manifestou a sua oposição às falsas soluções, que escutem os seus povos.

Exigimos que os governos se concentrem em garantir a sobrevivência, o direito à habitabilidade, o direito à saúde e à soberania alimentar de milhões de pessoas no mundo, em vez de debilitar as condições no planeta cumprindo mandatos do capital.

Exigimos e reclamamos em todo o mundo que se proceda ao desmantelamento das centrais nucleares, que se procurem verdadeiras soluções para os povos e que no caminho se apliquem todas as precauções para evitar danos que tenhamos que lamentar. Chernobil, Fukushima são alertas que devem obrigar os governos a deixar de insistir em continuar a promover estes projectos. A energia nuclear para abastecimento de energia e ainda mais com fins bélicos deve parar.

Os negócios não nos interessam, o que nos interessa é a vida e a segurança da população, e não aumentar a sua vulnerabilidade.

CHERNOBIL E FUKUSHIMA SÃO SUFICIENTES!

NÃO À ENERGIA NUCLEAR!



REDES - AMIGOS DE LA TIERRA - Uruguay

FUNDACION SOLON - Bolivia

ECOLOGISTAS EN ACCION - España

BLUE PLANET PROJECT - Canadá

TWN (La RED DEL TERCER MUNDO) -

FoEM FRIENDS OF THE EARTH - Malaysia

CONSUMERS ASSOCIATION OF PENANG, Malasia

PLATAFORMA BOLIVIANA DE ACCION SOBRE EL CAMBIO CLIMATICO

COLECTIVO VIENTOSUR - Chile

HIJOS DEL MONTE, FRENTE NACIONAL CAMPESINO - Argentina

FOCO - Foro Ciudadano de Participación por la Justicia y los Derechos Humanos - Argentina

FEDAEPS - Ecuador

MOCICC (Movimiento Ciudadano Frente al Cambio Climático) - Perú

COMDA (Coalición de Organizaciones Mexicanas por el Derecho al Agua)

FOCUS ON THE GLOBAL SOUTH

ALIANZA SOCIAL CONTINENTAL

SUSTAINABLE ENERGY AND ECONOMY NETWORK (SEEN) - USA

IPS (Institute for Policy Studies) - USA

FUNDACION ECOSUR -Patagonia Chile

FUNDACION TERRAM - Chile

ASAMBLEA CIUDADANA POR LA VIDA de Chilecito, La Rioja -Argentina

Coordinadora por la defensa del agua y la vida. Provincia de El Loa

Asociación Colectivo Poder y Desarrollo Local - Guatemala

Asociación Vidas Verdes - Perú

GREENPEACE - México

GREENPEACE - Argentina

JUBILEO SUR

ACCION ECOLOGICA

OILWATCH - SUDAMERICA

OTROS MUNDOS A.C. - Amig@s de la Tierra México

Irene León, Socióloga - Ecuador

Alicia Tarrio - Argentina

(aberto a adesões)