27.2.09

Começa hoje o congresso do partido «socialista» que tem protegido os banqueiros, aumentado as desigualdades sociais e degradado as condições de vida

Para rir até às lágrimas durante o fim de semana, ler as seguintes peças humorísticas ( sempre que possível, com o jornal do dia ao lado para aferirmos com as notícias do país real que trabalha, sofre e luta, as anedotas e as graçolas dos auto-denominados «socialistas»):


Para saber a negra história do Partido «Socialista» Português ao serviço da consolidação do capitalismo, e da dominação do capital sobre o trabalho, ler entre muitas outras fontes o seguinte livro (pode-se descarregá-lo, se bem que demore algum tempo):

"Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido", de Rui Mateus, – fundador e ex-responsável pelas relações internacionais do PS, até 1986.

Escrito em 1996, este livro é um retrato da personalidade de Mário Soares, antes e depois do 25 de Abril. Com laivos de ajuste de contas entre o autor e demais protagonistas socialistas, são abordados, entre outros assuntos, as dinâmicas de apoio internacional ao Partido Socialista e, em particular, a Soares, vindos de países como os EUA, Suécia, Itália, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Líbia, Noruega, Áustria ou Espanha.

Soares é descrito como alguém que «tinha uma poderosa rede de influências sobre o aparelho de Estado através da colocação de amigos fiéis em postos-chaves, escolhidos não tanto pela competência mas porque podem permitir a Soares controlar aquilo que ele, efectivamente, nunca descentralizará – o poder» (pp.151-152); «para ele, o Partido Socialista não era um instrumento de transformação do País baseado num ideal generoso, mas sim uma máquina de promoção pessoal» (p.229); e como detendo «duas faces: a do Mário Soares afável, solidário e generoso e a outra, a do arrogante, egocêntrico e autoritário» (p.237).
A teia montada em torno de Soares, com um cunhado como tesoureiro do partido, e as lutas internas fratricidas entre novos/velhos militantes (Zenha, Sampaio, Guterres, Cravinho, Arons de Carvalho, etc), que constantemente ameaçavam a primazia e o protagonismo a Soares, são descritos com minúcia em /Contos Proibidos/.
Grande parte dos líderes da rede socialista internacional – uma poderosa rede de “entreajuda” europeia que, em boa verdade, só começou a render ao PS depois dos EUA, sobretudo com Carlucci, terem dado o passo decisivo de auxílio a Portugal – foi mais tarde levada à barra dos tribunais e muitos deles condenados, como Bettino Craxi de Itália, envolvidos em escândalos, como Willy Brandt, da Alemanha, ou assassinados como o sueco Olaf Palme.
Seria interessante todos lermos este livro. Relê-lo já será difícil, a não ser que alguém possua esta raridade.O livro foi rapidamente retirado de mercado após a curta celeuma que causou (há quem diga que “alguém” comprou toda a edição) e de Rui Mateus pouco ou nada se sabe.












25.2.09

Sobre o anarquismo em Portugal - artigo de Júlio Henriques na edição portuguesa do Le Monde Diplomatique

Ao contrário da Espanha (ou da Grécia), o pensamento e as práticas anarquistas não parecem ter deixado em Portugal um lastro profundo. Expressões disso mesmo podemos encontrá-las no facto de a sociedade portuguesa continuar a ser na Europa aquela onde existem as maiores discrepâncias sociais ou no facto, até, de a figura do cidadão não se encontrar instituída nas formas de tratamento, mantendo-se hoje, na democracia formal, as que se institucionalizaram durante a ditadura salazarista, no velho «país dos dótores» que José Cardoso Pires satirizou com verve nos anos 60.

Parece de facto estranho que um movimento político e social que se mostrou tão pujante entre finais do século XIX e os finais da década de 1920, e que constituiu sem dúvida a mais importante corrente revolucionária do movimento operário em Portugal, tenha por assim dizer desaparecido após os anos 30, não se tendo transmitido de forma muito expressiva o seu património filosófico e a sua memória política e social às gerações que actuaram durante os longos anos da ditadura. (Sendo aliás a extraordinária capacidade de duração do Estado Novo um outro elemento porventura revelador da não transmissibilidade do anarquismo nas condições portuguesas.)

Em Portugal, o movimento anarquista foi suplantado no terreno da oposição, a partir dos anos 30, pelo Partido Comunista, criado em 1921 como uma cisão que aliás teve origem nas fileiras do operariado libertário. Essa suplantação ficou a dever-se a várias circunstâncias, a mais importante das quais terá sido o enorme entusiasmo que a Revolução Russa de 1917 despertou também em Portugal e a concomitante «superioridade política» com que esse acontecimento surgiu aos olhos de uma parte dos militantes em luta, tendo em conta que a Revolução Russa apareceu como uma revolução proletária vitoriosa e que em Portugal só ao fim de alguns anos se começaram a ter informações sobre a sua realidade política, ou seja, sobre a concentração do poder nas mãos do partido bolchevique (contrariando o lema libertário «todo o poder aos sovietes») ou sobre a implacável perseguição que esse poder passou a mover à autonomia operária em geral e aos anarquistas em particular.

Nas condições de clandestinidade impostas a qualquer actividade de oposição pelo Estado Novo, a organização que veio a encontrar-se em relativamente melhores condições de subsistir e progredir foi o PCP, devido à sua própria estruturação hierarquizada e de tipo conspirativo e ao facto de poder contar com o apoio de uma importante retaguarda, a URSS. Os anarquistas, além de terem sido grandemente dizimados nos afrontamentos finais do período da I República e do advento do fascismo, não dispunham de uma retaguarda de apoio; e, por outro lado, as suas formas organizativas, de carácter horizontal, não se adequavam às condições da clandestinidade.

Em todo o caso, as organizações anarquistas não puderam manter-se em actividade de modo a transmitirem o seu legado, de forma operacional, às gerações seguintes. E ao mesmo tempo o PCP foi adquirindo um grande ascendente ideológico, com base na sedução exercida pela URSS e nas lutas empreendidas na clandestinidade, o que o levou a tornar-se hegemónico na oposição ao regime fascista, resultando dessa hegemonia, do ponto de vista teórico e da influência ideológica por ele exercida, o quase apagamento da história do anarquismo em Portugal e das perspectivas de uma revolução de características anti-autoritárias assente na autogestão, ou seja, num poder exercido directamente pelos trabalhadores através da expropriação dos capitalistas.

Alguns anarquistas continuaram sem dúvida a tentar levar a cabo diversas acções contra o regime fascista, quer em Portugal quer no estrangeiro, onde muitos deles se exilaram. Dos que actuaram no estrangeiro, é de sublinhar o caso de Edgar Rodrigues, sem dúvida ainda hoje o mais activo historiador do anarquismo português, que no Brasil publicou vários livros de denúncia da ditadura salazarista, um dos quais, A Fome em Portugal (este em parceria com Roberto das Neves), teve bastante repercussão nos anos 60.

Depois do 25 de Abril de 1974, os anarquistas portugueses ressurgiram no terreno público, muitos deles regressados do exílio, abriram sedes, participaram nas lutas sociais e políticas suscitadas pelo golpe de Estado popular, publicaram artigos e livros notáveis. O anarco-sindicalista Emídio Santana, conhecido co-autor do atentado contra Salazar em 1937, foi um dos mais activos. Mas muitos dos militantes libertários eram pessoas já bastante idosas; o contacto com eles foi uma experiência fundamental, quer para o conhecimento directo, em primeira mão, de uma parte essencial da história do movimento operário e anarquista, quer como partilha de uma humanidade rara, de pessoas com uma profunda consciência de classe e que mantinham viva a noção de que a transformação revolucionária deve ter por base a auto-emancipação. Outros, muito mais jovens, ex-refugiados ou exilados como desertores e refractários ao exército colonial, tinham descoberto o anarquismo, em melhores condições de informação, no estrangeiro (inclusive o anarquismo português), sobretudo a partir da grande revolta de Maio de 68.

Mas a verdade é que, apesar da relativa proliferação de grupos e publicações anarquistas após o 25 de Abril, nunca se reconstituiu nenhuma federação libertária com capacidade para intervir a longo prazo na sociedade e com resultados substanciais. Pelo menos até um período recente, o diálogo desses vários grupos afins, susceptível de exprimir um confronto estimulante, revelou-se em geral fraco ou mesmo inexistente, apresentando-se amiúde o anátema mútuo como a única relação possível; repetindo com isso, no fundo, o clima de suspeição sistemática e de concorrência que os grupos de extrema-esquerda levaram à exaustão paranóica e à caricatura nos anos 70.

Tais circunstâncias acabam sempre por ter repercussões doentias, levando os indivíduos e os grupos a assumir características de seitas que se digladiam e a criar formulações e uma linguagem que só podem afastá-los uns dos outros e das próprias realidades circundantes.

Nos últimos anos, no entanto, parece começar a emergir um outro clima, fruto também, possivelmente, das próprias condições que o capitalismo vem forjando no sentido de um aprofundamento do desastre que ele constitui.

Por JÚLIO HENRIQUES

A cavalo por uma Europa sem transgénicos: ao fim de 4.000 Km «Vita Activa» chega a Portugal




Ao fim de 4000 km "Vita Activa" chega a Portugal

A CAVALO POR UMA EUROPA SEM TRANSGÉNICOS

Nasceu há sete meses na Alemanha mas durante uns dias é portuguesa. A iniciativa "Vita Activa", protagonizada pelo jovem casal Maria e Markus Schlegel, circula pela Europa numa carruagem antiga puxada por dois cavalos com o intuito de sensibilizar para a agricultura sustentável e contra os alimentos transgénicos. Até agora já atravessaram a Suíça, França e Espanha.

Em Portugal estes arrojados viajantes vão percorrer, ao longo das próximas duas semanas, um itinerário que passa por Campo Maior, Elvas, S. Vicente, Arronches, Portalegre, Nisa, Vila Velha de Ródão, Castelo Branco e Monfortinho. Em cada local vão contactar com escolas, mercados e outros locais, numa interacção pessoal em muito facilitada pela curiosidade que desperta uma embaixada tão original.

A Plataforma Transgénicos Fora apoia esta iniciativa e convida todos os interessados a participar numa marcha alargada que decorrerá no fim de semana de 28 Fevereiro e 1 de Março entre Arronches e Portalegre, a poucos kilómetros da dos ensaios com milho transgénico que decorrem desde o ano passado.

Solidariedade com Educadoras/es de Infância: copiem a mensagem e enviem.

Tendo tido conhecimento das condições laborais que assistem a muitas/os das/os educadoras/es de infância deste país, venho por este meio demonstrar a minha solidariedade para com estas/es trabalhadoras/es, apelando à necessidade de:

- Eliminar o trabalho precário e a recibos verdes nesta profissão. Esta actividade não pode ser considerada prestação de serviço pois exige a presença diária no infantário, integração numa equipa, utilização de meios da entidade contratante e definição de horário de trabalho para a concretização do mesmo;
- Atribuir responsabilidades laborais efectivas às instituições que recorram aos Programas Ocupacionais de Emprego (POC’s) e Estágios Profissionais, do I.E.F.P., com o intuito de obterem mão de obra gratuita, sem contrapartidas positivas e efectivas para o/a trabalhador/a ocupado;
- Haver um controlo efectivo das condições de trabalho nas instituições privadas, cooperativas, mutualistas e de solidariedade social (em termos de cumprimento de horários de trabalho, tabelas de vencimentos, definição de categorias profissionais, ...).

Com os melhores cumprimentos,
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Por favor, copiem o texto acima e enviem-no para os seguintes endereços:


belem@presidencia.pt, pm@pm.gov.pt, gmtss@mtss.gov.pt, gme@me.gov.pt,mctes@mctes.gov.pt, acandal@ps.parlamento.pt, goncalves@ps.parlamento.pt,albertoantunes@ps.parlamento.pt, arons@ps.parlamento.pt,albertomartins@ps.parlamento.pt, alcidialopes@ps.parlamento.pt,apinho@ps.parlamento.pt, catarina@ps.parlamento.pt, acouto@ps.parlamento.pt,anamariarocha@ps.parlamento.pt, galamba@ps.parlamento.pt,agameiro@ps.parlamento.pt, ajseguro@ps.parlamento.pt,bravonico@ps.parlamento.pt, clopes@ps.parlamento.pt, claudia@ps.parlamento.pt,camorim@ps.parlamento.pt, davidmartins@ps.parlamento.pt, ramires@ps.parlamento.pt, fjesus@ps.parlamento.pt,fernandocabral@ps.parlamento.pt, fernandojesus@ps.parlamento.pt,gloria@ps.parlamento.pt, hugonunes@ps.parlamento.pt,isabelcoutinho@ps.parlamento.pt, isabeljorge@ps.parlamento.pt,isantos@ps.parlamento.pt, isabelvigia@ps.parlamento.pt,jaimegama@ps.parlamento.pt, joanalima@ps.parlamento.pt,jserrano@ps.parlamento.pt, joaosoares@ps.parlamento.pt,jcouto@ps.parlamento.pt, jalmeida@ps.parlamento.pt, jseguro@ps.parlamento.pt,jstrecht@ps.parlamento.pt, jacarvalho@ps.parlamento.pt,josejunqueiro@ps.parlamento.pt, verajardim@ps.parlamento.pt,jovita@ps.parlamento.pt, lcoutinho@ps.parlamento.pt,lucioferreira@ps.parlamento.pt, ameixa@ps.parlamento.pt,luisasalgueiro@ps.parlamento.pt, lfduarte@ps.parlamento.pt,mjrodrigues@ps.parlamento.pt, mmcarrilho@ps.parlamento.pt,manuelmota@ps.parlamento.pt, manuelamelo@ps.parlamento.pt,msa@ps.parlamento.pt, cfaustino@ps.parlamento.pt,mbelemroseira@ps.parlamento.pt, mlruivo@ps.parlamento.pt,mrosario@ps.parlamento.pt, mjgamboa@ps.parlamento.pt,marisa.costa@ps.parlamento.pt, martarebelo@ps.parlamento.pt,maximiano@ps.parlamento.pt, mcoelho@ps.parlamento.pt,ginestal@ps.parlamento.pt, laranjeiro@ps.parlamento.pt,mcalha@ps.parlamento.pt, motaandrade@ps.parlamento.pt,baltazar@ps.parlamento.pt, antao@ps.parlamento.pt, mojoao@ps.parlamento.pt,osvaldocastro@ps.parlamento.pt, cduarte@ps.parlamento.pt,pndeus@ps.parlamento.pt, pjfpedroso@hotmail.com, ramospreto@ps.parlamento.pt,renato@ps.parlamento.pt, rgoncalves@ps.parlamento.pt,rrodrigues@ps.parlamento.pt, rita@ps.parlamento.pt, albernaz@ps.parlamento.pt,rvieira@ps.parlamento.pt, sfertuzinhos@ps.parlamento.pt,ssanfona@ps.parlamento.pt, sonia@ps.parlamento.pt, tvenda@ps.parlamento.pt,teresavenda@ps.parlamento.pt, vitalinocanas@ps.parlamento.pt,bloco.esquerda@bloco.org, mpt@mpt.pt, pctp@pctpmrpp.org, pcp@pcp.pt,osverdes@mail.telepac.pt, gp.pev@ar.parlamento.pt,pev.correio@pev.parlamento.pt, partidohumanista.portugal@gmail.com,psd@psd.pt, gp@ps.parlamento.pt, ms@ps.pt, cds-pp@cds.pt,gp_pp@pp.parlamento.pt, blocoar@ar.parlamento.pt, gp_pcp@pcp.parlamento.pt,gp_psd@psd.parlamento.pt, sedenacional@juventudesocialista.org, jsd@jsd.pt, secretariado@fne.pt, sipe.nacional@gmail.com,fenprof@fenprof.pt, sepleu@sepleu.pt, lisboa@aspl.pt, s.n.p.l@mail.telepac.pt,atendimento@sic.pt, secdir@jn.pt, jn.online@jn.pt, spgl@spgl.pt, geral@spn.pt,

23.2.09

PSP de Braga apreende livros com reprodução de um célebre quadro de Courbet, pintor anarquista do século XIX, ou como o ridículo mata a autoridade!


Quadro de pintor anarquista do século XIX ainda choca os polícias da PSP do século XXI …!!!!


Ou, melhor dito,


Como polícias da PSP do «século XIX» ficam chocados com quadros do pintor anarquista do século XXI…

A «democrática» PSP e alguns dos seus agentes fizeram mais uma das suas!
Os factos merecem ficar nos anais da história para constituírem uma viva ilustração de como a polícia também atenta contra as liberdades fundamentais dos cidadãos.

Esquecendo, ou ignorando, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, agentes da PSP de Braga apreenderam alguns exemplares de um livro cuja capa reproduzia o célebre quadro «A Origem do Mundo» do pintor anarquista do século XIX Gustave Courbet, e que retrata o sexo feminino. O quadro, pintado em 1866, está exposto no Museu d’Orsay, mas foi considerado por aqueles agentes da PSP como contendo imagem pornográfica, pelo que decidiram elaborar um auto de apreensão dos exemplares expostos daqueles livros.

Recorde-se que Courbet, era um pintor anarquista, socialista convicto, eleito pelos revoltosos da Comuna de Paris, pertencente à escola realista, que com o quadro intitulado «A Origem do Mundo» que representava frontalmente as coxas e o sexo de uma mulher abalou profundamente o meio artístico, tendo a sua exposição pública sido proibida na época.


Há poucos dias atrás também uma magistrada do Ministério Público de Torres Vedras mostrara os seus tiques censórios ao proibir imagens de mulheres nuas numa consola do famoso computador Magalhães que os organizadores do Carnaval daquela localidade pretendiam exibir durante o corso carnavalesco. E a sua vontade seria aplicada se não fora o imediato recurso apresentado pelo presidente da autarquia local a denunciar o acto censório e ilegal praticado por aquela magistrada.


Estes actos revelam uma perigosa mentalidade de carácter censório, quer por parte de agentes da PSP quer da magistrada do Ministério Público, mais preocupados em julgar a moralidade dos cidadãos, do que em defender os direitos e as liberdade fundamentais


http://www.gustave-courbet.fr/index.php
http://www.musee-courbet.com/


"Tenho 50 anos e sempre vivi em liberdade; deixem-me terminar a minha vida livre; quando morrer, deixem que se diga de mim: 'Ele não pertencia a qualquer escola, a qualquer igreja, a qualquer instituição, a qualquer academia e muito menos a qualquer regime que não fosse o regime da liberdade.'"
Gustave Courbet



Imagem retirada do excelente blogue Protesto Gráfico:

http://protestografico.wordpress.com/

A dominação das classes dominantes sobre as classes dominadas


«Os ricos fazem tudo pelos pobres, excepto descer das suas costas.» Tolstoi



Festa solidária na Praça do Marquês (Porto) - dia 28 de Fevereiro, a partir das 11h.

No Sábado, 28 de Fevereiro, é dia de mostrar solidariedade. Com os putos que a polícia mata por terem a cor e o saldo bancário errados. Contra liberdade de expressão transformada em processo-crime. Com as vítimas pedonais da violência policial. Com os utentes criminalizados por se manifestarem. Contra o julgamento plenário de quem se atreve a protestar lado a lado com as minorias.

Na praça do Marquês, no Porto, se não chover muito, vai haver festa. Quer-se animação e informação: música, conversas, bancas, flyers, faixas, comida, teatradas, palhaçadas, jogos. A CasaViva vai estar por lá a animar meia dúzia de coisas. Mas só vai ter piada e importância se apareceres também, principalmente se trouxeres a tua cena para juntar à festa. Começa a partir das 11h00.

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*Mordamos-lhes os calcanhares!*

A 6 de Dezembro de 2008, em Atenas, Grécia, um agente da autoridade baleou mortalmente um puto de 15 anos. Alegou auto-defesa. A 20 de Dezembro, como resposta ao apelo duma universidade da capital helénica, colocamos, na fachada da CasaViva, o nº. 167 da Praça da Marquês, uma faixa a dizer “o estado criminaliza, a imprensa aponta, a bófia dispara! Hoje Grécia, amanhã…”. Alegamos solidariedade erepúdio pela violência policial.

No dia 4 de Janeiro deste ano, à noite, um agente da portuguesa PSP matou, na Amadora, também a tiro, um outro puto, este de 14 anos. Alegou que disparou a dois metros em auto-defesa. A primeira alegação parece ter sido desmentida pelas peritagens e, também por isso, são-nos permitidas sérias dúvidas sobre a credibilidade da segunda, levantadas já, aliás, pelos comentários feitos por quem conhecia a vítima do disparo policial.

No dia seguinte, 5 de Janeiro, pelas 15h00, a mesma PSP, que não os mesmos agentes, retirou a faixa do 167 da Praça do Marquês, no Porto. Alegou que incitava à violência. Talvez tenham julgado que o seu colega da Falagueira, o tal que disparou a matar sobre o tal puto de 14 anos, considerou a faixa como uma inspiração e que, depois de ver o Estado a fazer leis que protegem os privilegiados e que criminalizam a pobreza, depois de ver as televisões a apontarem, não aos que têm de mais, mas aos que nada têm,acabou por ver na faixa a luz que iluminava o caminho a seguir.

Não nos parece. Acreditamos, antes, que, por azar, a faixa acabou por se revelar premonitória e colocou o dedo na ferida. Na Grécia, está, ainda neste momento, a acontecer uma revolta popular que junta estudantes, jovens com contratos e vidas precárias, trabalhadores explorados e cidadãos que, por serem doutro país, são considerados de segunda. Nas ruas, nos locais de trabalho e nas escolas, há milhares de pessoas que dizem Basta! a um sistema que se baseia no dinheiro, no lucro e na propriedade e tentam inventar novas formas de organização que lembrem sempre que, no topo das prioridades, têm que estar as pessoas e o planeta que lhes permite viver. No entanto, os jornais e as tvs, que, não por acaso, são propriedade dos mesmos que a revolta grega contesta, limitaram-se a passar notícias e imagens de motins, remetidas para a prateleira da “violência sem justificação”.

Enquanto assim foi, o Estado podia permitir-se respeitar o direito à livre expressão. Até que as coisas descambaram assim que surgiu uma situação em que essa liberdade podia levar alguém a efectivamente pensar e pôr em causa esta merda de mundo em que se diz que todos nascem iguais, quando, na realidade, a maioria vem ao mundo condenada à mais abjecta miséria, para que alguns possam nadar no meio da mais pornográfica opulência.

Os poderosos, nome genérico com que pretendemos representar todos os que são responsáveis e beneficiários da organização económica e social da humanidade, sabem que o seu modelo, ao levar tão longe a exploração, está prestes a atingir um ponto de ruptura. E percebem que, depois de séculos de espezinhamento, uma grande parte da população não é mais do que vapor de água numa panela de pressão. Na tentativa desesperada de conter as águas e manter tudo como está, acham que já não chega manipular as opiniões, através do controlo dos meios de comunicação. É preciso cortar pela raiz qualquer tentativa não institucional de dissidência e resistência.

Este início de 2009, com uma carga repressiva pouco habitual, é sintomático. Para além dos episódios já referidos do assassinato na Falagueira, Amadora, e da censura da faixa na CasaViva, há ainda a acrescentar, pelo menos, mais dois no Porto e um terceiro em Almada.

O primeiro, o julgamento de pessoas envolvidas numa manifestação contra a alteração das carreiras e dos horários dos autocarros da STCP. Quando não se consegue criminalizar o acto de protestar, arranjam-se esquemas para criminalizar as pessoas, alegando-se que a licença para protestar não foi pedida em tempo útil. Demonstrando como, nesta democracia, protestar contra uma decisão da administração da STCP que não tem em conta os utilizadores dos transportes é menos legítimo do que essa própria decisão.

O segundo, a transferência do julgamento de activistas pelos direitos dos migrantes para um tribunal potencialmente mais “duro”, fazendo com que a moldura penal possa ir de 2 a 8 anos de cadeia. Isto, lembremos, por terem decidido que foram os actuais arguidos os responsáveis por um panfleto onde se denunciava a atitude racista do então director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras do Porto. Demonstrando que, nesta democracia, uma denúncia sobre práticas racistas é menos legítima do que essas próprias práticas.

Por fim, quando alguns almadenses decidiram sair para a rua a exigir que um determinado espaço pedonal fosse efectivamente respeitado como tal, a polícia, sem ter havido qualquer tipo de provocação, começou a carregar indiscriminadamente, ferindo pessoas, ameaçando outras, pondo-as em perigo a todas. Demonstrando, enfim, que, nesta democracia, a polícia se parece muito com a de outros tempos, a polícia é quem mais ordena.

A liberdade de expressão, tal como todas as outras liberdades, só é respeitada desde que não ponha em causa a paz dos poderosos, em que andamos todos a tentar comer-nos uns aos outros para ver quem apanha mais migalhas da refeição dos gajos lá de cima. Nesta altura em que até as migalhas já são poucas, está na hora de lhes mordermos os calcanhares, para que percebam que a refeição não é só deles e é para ser bem dividida de forma a dar para todos. Vão mandar a polícia impedir-te de os ferrares. Insiste! Se se sentirem apertados, pode ser que até te ofereçam da sopa. Mas, ainda assim, não vão querer partilhar o conduto. Há que lutar até que o tomemos! Para todos!

http://casa-viva.blogspot.com/

21.2.09

Filme «Lefteria liberdade» de Tiago Afonso, seguido de debate sobre os acontecimentos recentes na Grécia, na Casa de Ló (dia 25 de Fev. às 21h30 )


Passagem do filme Lefteria = Liberdade, e discussão sobre os últimos acontecimentos na Grécia na CASA De LÓ ( Travessa de Cedofeita nº 20 A, no Porto), no próximo dia 25 de Fevereiro às 21.30

Um filme sobre a estadia de 5 dias em Atenas na segunda semana do mês de janeiro do ano de 2009

MySpace do realizador Tiago Afonso do filme Lefteria Liberdade - aqui


lefteria liberdade 01




lefteria liberdade 02



lefteria liberdade 03




lefteria liberdade 04

A pintura e os objectos de design da artista plástica Daniela Carvalho

Consultar:

http://artesdaniela.blogspot.com/

http://beautydani.blogspot.com/

Unicepe, cooperativa livreira de estudantes do Porto, e um dos locais históricos da resistência anti-fascista

A Unicepe já tem um blogue próprio para dar conta das novidades e das suas iniciativas. Há 45 anos, a livraria Unicepe, Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, foi constituída em 1963, sem fins lucrativos, conseguindo ao longo do tempo, atingir alguns dos seus objectivos. Outros permanecem, outros surgirão. Um dos propósitos da sua génese - manter a Unicepe como um LUGAR DE AFECTOS. Nela podem encontrar-se não só livros, como também discos, revistas; há um espaço para exposições.

Praça Carlos Alberto, 128-A
4050-159 Porto
Telefone: 222 056 660
http://www.unicepe.com/
unicepe@net.novis.pt
http://www.unicepe.blogspot.com/


Acerca da Unicepe - O Lugar
(texto de Natália Reis, retirado do blogue da Unicepe,
aqui)

Sabe-se que o silêncio é uma das mais pungentes armas de comunicação. Que do mais acérrimo secretismo, surgem, por vezes, palavras imbuídas do inefável. Sabe-se que as mais intensas sensações são indizíveis. Mas não será, contudo, de excluir a tentativa de expressar-me acerca de algumas, na presença das quais se tem vergado o meu espírito.

Tenho, ao longo dos meus dias, coleccionado frases que me inchem do que de arrebatador delas transpira, folheado livros que espero que se ergam, muito além do que possam alcançar as minhas mãos. Tenho trocado palavras com pessoas a quem posso, por momentos, decifrar o íntimo, atravessando-lhes a crosta, ouvindo o que releva de tudo o que acompanha o que me é dito. E o que o não é.

Em palavras simples, digo, então, porque me é tão necessário integrar esta família: gosto de subir a escadaria, de ouvir os passos na pedra. De entrar com uma saudação de ambas as partes. De ver o que de novo surge num lugar que não era o seu, na visita precedente. Dos sorrisos que se trocam. Do contacto entre as vozes. Do silêncio que transcende o burburinho. E do cheiro, da presença, daquela luminosidade oculta que ganham os sítios que tomamos para nós como uma casa.

Conhecem a sensação?

Natália Reis




Noites de poesia e música

Todas as quartas Quartas-feiras de cada mês, das 21h30 às 23h, lembraremos um dos nossos sempre tão esquecidos poetas, com acompanhamento musical de um dos associados da Cooperativa, e a participação de todos os interessados

Plano para 2009

Janeiro, dia 28 - Miguel Torga - Carlos Andrade
Fevereiro, dia 25 - Sebastião da Gama - Carlos Cunha
Março, dia 25 - Natália Correia - Tino Flores
Abril, dia 22 - Luís Veiga Leitão - José Ramalho
Maio, dia 27 - Agostinho da Silva - João Teixeira
Junho, dia 24 - Jorge de Sena - Agostinho da Silva
Julho, dia 22 - Sofia de Melo Breyner - Jorge e Nuno Gomes da Silva
Setembro, dia 23 - Antero de Quental - Ana Ribeiro
Outubro, dia 21 - Florbela Espanca - Francisco Carvalho
Novembro, dia 25 - Bocage - Fernando Ribeiro

Opiário+Tabacaria & três sonetos.Notas para a recordação do meu mestre Caeiro, de Álvaro de Campos (poesia encenada, hoje, no Contagiarte às 22h45)


“Logo que conheci Caeiro, verifiquei-me.”
Álvaro de Campos


Alberto Caeiro está aqui como o acontecimento-fronteira da biografia de Campos - pois conheceram-se logo após essa viagem ao Oriente em que foi escrito “Opiário”, e os sonetos antes disto - ou seja, muito antes de Campos ser o homem lúcido capaz de escrever “Tabacaria”.

Campos havia de considerar mestre a Caeiro a tal ponto que sobre ele escreveria as "Notas" para que todos soubessem que homem fulcral este tinha sido.

Esta é uma circunscrição desse homem que aí está – Campos – em torno do seu mestre que não está – Caeiro – e sempre na presença do homem em que tudo se deu – Pessoa.

Este é também o momento em que os poemas de Fernando Pessoa, dramáticos por excelência, se tornam o teatro que são.

Encenação/Interpretação: Nuno Meireles
Desenho de Luz: Rui Oliveira e Nuno Meireles

Operação de Luz/Som: Rui Oliveira

Música: Piotr Ilitch Tchaikovski/Serguei Rakhmaninov

Duração aproximada: 55`

http://poesiaemvozalta.blogspot.com/

Local: Contagiarte

Rua Álvares Cabral, 372 - Porto

Simples tributo à vida de Gisberta através de uma sessão de leitura de poesia ( Domingo, dia 22 de Fev.)

Simples tributo à vida de Gisberta
Sessão de Poesia
Leitura de ” Indulgência Plenária”, de Alberto Pimenta
Por Nuno Meireles

Domingo, dia 22 de Fevereiro, às 18h
Gato Vadio, livraria-bar
Rua do rosário, 281 – Porto




(…)

tira-me daqui
tira-me daqui
tira-me daqui não sei se foste tu que disseste
não mexeste os lábios

nem sei se poderás continuar
as tuas trocas os teus desejos
entre os habitantes dos mundos invisíveis

se assim for
nem o Diabo impedirá
que o teu aroma nostálgico
continue a manifestar
a deusa
em todas as suas faces
humanas
(…)
Alberto Pimenta
Indulgência Plenária, Lisboa, &etc, 2007



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esta cidade está moribunda
não foram sete hienas tresmalhadas
clamor da avenida
ninguém pediu pela mulher que engana a carne
por um dia de canto
ouvem-se risos e os cafés estão cheios
gente soçobrada que não pára de beber o galão
de invectivar a tristeza
ou o azedume em fila de espera
na paragem do autocarro, a mulher das varizes
o homem do escarro,
o moço das Belas Artes
as mãos nos bolsos remoem pedras, paus e beatas
as mesmas pedras
os mesmos paus
as mesmas beatas
e o cheiro a kispo molhado não encobre a frialdade
nem a nortada
o pestilento riso da cidade

Júlio do Carmo Gomes

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Nota: Gisberta Salce foi encontrada sem vida no dia 22 de Fevereiro de 2006 num prédio abandonado da cidade do Porto. Foi maltratada, humilhada, violentada até à morte. Alberto Pimenta escreveu “Indulgência Plenária” tendo presente Gisberta, a sua vida, a sua liberdade, a sua morte. A leitura integral do livro é do conhecimento do autor.

Três anos depois, lembrando Gisberta: identidade de género e cidadania ( hoje, às 15h30, realiza-se um colóquio organizado pelo GRIP)


Três anos depois
Lembrando Gisberta: Identidade de Género e Cidadania
Organização:
Grupo de Reflexão e Intervenção do Porto (GRIP)

Dia 21 de Fevereiro, 15:30h, no Clube Literário do Porto, rua Nova da Alfândega, n.º 22, Porto, sala Piano-bar
Entrada livre

Em Fevereiro de 2006, Gisberta Salce Júnior foi encontrada morta numa obra abandonada no coração do Porto. Era mulher, transsexual, e excluída.

Foi insultada, humilhada, agredida e violentada ao longo de vários dias, e finalmente atirada para um poço onde morreu afogada. Os responsáveis foram um grupo de 14 adolescentes entre os 12 e 16 anos de idade. A maioria deles estava ao cuidado da mesma instituição de acolhimento de menores tutelada pela Igreja Católica.

Exposto o caso, os responsáveis pela morte de Gisberta foram julgados no Tribunal de Família do Porto. A sentença considerou que ela não tinha sido vítima de homicídio, antes o seu cadáver – ainda vivo – ocultado; o motivo não foi determinado, mas o tribunal excluiu a possibilidade de se tratar de transfobia. Afirmou também que o que se tinha passado tinha sido 'uma brincadeira de mau-gosto que correu mal'.

Gisberta nunca foi reconhecida como mulher pelo Estado português, e foi essa mesma falta de reconhecimento que não a deixou ser cidadã. A sua morte bárbara foi o ponto final que pôs a descoberto a exclusão sobre a qual foi forçada a construir toda a sua vida.

Três anos depois, nada mudou: o estado português continua a recusar-se a reconhecer a identidade e cidadania das pessoas transsexuais, e nenhum partido apresentou qualquer proposta de Lei de Identidade de Género.
Cabe a nós, aos cidadãos e à sociedade civil, denunciar a mais extrema forma de violação dos direitos humanos – a supressão da própria identidade e cidadania – e exigir a mudança.

Dia 21 de Fevereiro, às 15:30h, juntem-se a nós – para que não nos esqueçamos, e para que nunca mais façam Gisbertas de qualquer um de nós!

Oradores
dr. Nuno Carneiro - psicólogo, investigador, activista LGBT independente
dr. João Tavares - interno de psiquiatria do Hospital de Júlio de Matos
dr. Ricardo F. Diogo – advogado estagiário
GRIP: Luísa Reis
Moderação: dr.ª Salomé Coelho, doutoranda em Estudos Feministas



20.2.09

Comemoram-se hoje no estado espanhol os 20 anos de lutas anti-militaristas de desobediência e de insubmissão ao serviço militar

ABOLIÇÃO DOS EXÉRCITOS

Breve resumo de 20 anos de insubmissão




http://www.antimilitaristas.org/


Acção antimilitarista contra o Governo Militar de Bilbao

(activistas antimilitaristas dão machadadas nos muros no quartel do governo militar de Bilbao no passado dia 14 de Fevereiro de 2009, enquanto pediam a abolição dos exércitos sob o lema «Abaixo os muros dos Quartéis»)





Objecção insubmissão e antimilitarismo no Estado Espanhol

Desde Pepe Beunza, o primeiro objector de consciencia antimilitarista, la trajectória da objecção de consciência, a insubmissão e o antimilitarismo no Estado Espanhol. Desde a abolição do serviço militar até à abolição dos exércitos


















Hacklab na Casa Viva é hoje, sexta-feira, dia 20 de Fev., às 18h.



PORQUE UM ESPAÇO ASSIM FAZ-NOS FALTA

É já hoje, sexta-feira: ali na zona do Marquês nasce um hacklab!


Andámos a recolher computadores velhos e a torná-los livres com sistemas GNU/Linux; anda visitar-nos para nos ajudares a pensar no que podemos fazer com eles!

O espírito hacker está longe das habituais representações dos media mainstream; somos pessoas de todas as áreas e todas as proveniências, com todo o género de interesses, e com a pica comum de ver coisas bonitas acontecer através de experimentações ingénuas e descuidadas. Se no final rebentar, começaremos de novo, sempre a errar, por vezes acertar, e com isso crescer e partilhar os privilégios do livre conhecimento sem complexos.

O Hacklaviva é o ponto de encontro para tudo isso acontecer. É um espaço aberto que dá as boas-vindas a quem tenha a curiosidade suficientemente aberta para nos querer vir bater à porta. Falamos de wikis, python, gráficos livres, drupal, wordpress, streaming, formatos abertos, sistemas operativos, copyleft, peer2peer, áudio livre, pure data, arduino, dyne:bolic, creative commons; e para quem achar estes termos alienígenas, estamos por cá para mostrar que não há nada a temer em procurar formas novas de fazer coisas novas.

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* Sempre DIY! Nunca RTFM! *Por entre biscoitos open-source, café e chá livres, deathmatches ASCII multiplayer, projecções e playlists de sons criativos e comuns, e conspirações à volta de can-tennas e motherboards, dia 20 a Casa Viva abre as suas portas aos espíritos hacker old e nu-skool, low e high tech, experts e newbies, gurus, gnus e curios@s.

E mesmo sendo recente, o Hacklaviva já tem, para mostra pública, a sua primeira peça de museu: um Apple LC III, o primeiro Macintosh a cores, vivo, operacional e acessível a quem queira matar saudades dos ícones a preto e branco e dos velhinhos screensavers das torradeiras voadoras.

A filosofia é sempre DIY (do-it-yourself), sem medo dos resultados e sem paternalismos nerd — nunca diremos RTFM! (read the fucking manual)

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Trilha pedestre à descoberta do Vale do Coronado (Trofa) no próximo Domingo (22 de Fev., com partida às 9h30)

TRILHA PEDESTRE À DESCOBERTA DO VALE DO CORONADO
Domingo, 22 de Fevereiro -2009 – S.Romão do Coronado

Desde há pelo menos dois anos que o Estado tenta impor na zona de reserva agrícola do Vale do Coronado, entre a Maia e a Trofa, um projecto de “Plataforma Logística” – uma espécie de interposto de grandes armazéns e depósitos de contentores para transporte de mercadorias – que a ser feito porá em risco a continuação da actividade agrícola que envolve várias cooperativas agrícolas e famílias de pequenos agricultores daquela região. De momento o atentado contra esta zona agrícola encontra-se suspenso (talvez por ser ano de eleições…) mas poderá a qualquer altura ser levado a efeito - se a resistência das populações e de quem com elas se solidarizar não se tornar efectiva!

Sendo uma zona de amplos prados e alguma floresta, inserida na Área Metropolitana do Porto, a sua “cimentação” constituirá um atentado à já por si débil “qualidade de vida” das populações locais e envolventes. É POR ISSO QUE VAMOS LÁ VER COMO É !

PRÓXIMO DOMINGO DIA 22 DE FEVEREIRO

.ENCONTRO: ÀS 09.30 NA ENTRADA DA ESTAÇÃO DE S.BENTO (vamos de comboio para S.ROMÃO DO CORONADO – viagem de cerca de meia hora)

.REGRESSO AO PORTO CERCA: DAS 18.30 h.

Pf. Trazer (obrigatório):
- 3,50 Eur. Para transportes
- Mochila c./: Farnel para almoço e garrafa de água
– Sapatos fortes ou botas para caminhar
– chapéu ou boné -
- impermeável –no caso de chuva
- autorização de enc,educação se for menor de 16 anos

Facultativo mas aconselhável:
-máquina fotográfica
-bloco de apontamentos e caneta ou lápis
-guia de plantas silvestres e/ou de avifauna
-binóculos
-vara de caminhante



telem.organização: 967694816

19.2.09

Em defesa do património histórico de S. Pedro da Cova (Gondomar) e pela preservação do património mineiro português

Um grupo de operárias britadeiras e separadoras de carvão



Criou-se um movimento cívico em S. Pedro da Cova (Gondomar) para defesa do património industrial, mais particularmente o emblemático cavalete do Poço de S. Vicente, das minas de carvão, o qual há vários anos aguarda o desfecho do processo de classificação.


Petição em defesa do Cavalete de S.Vicente das minas de S.pedro da Cova, em Gondomar:

Considerações Arquitectónicas:
«O Cavalete do Poço de S. Vicente é uma construção digna de classificação não só como edificação industrial de grande interesse, (…) mas como elemento de um conjunto com grande valor paisagístico.»
Prof. Dr. António Madureira


Pela Preservação do Património Mineiro Português

PETIÇÃO

Em Defesa do Cavalete do Poço de S. Vicente S. Pedro da Cova, Gondomar


O Cavalete do Poço de S. Vicente é, não obstante o seu estado de degradação, o Ex-Libris de S. Pedro da Cova e um dos elementos edificados mais relevantes para a conservação da memória histórica das minas de carvão que, durante cerca de 17 décadas, fizeram da freguesia um centro industrial de inquestionável valor para a economia nacional.De acordo com o Plano de Urbanização de S. Pedro da Cova ― ratificado em Conselho de Ministros[1] ― e considerando o processo que decorre no IPPAR com vista à classificação do Cavalete, assim como a urgência na tomada de medidas para a sua recuperação e preservação enquanto testemunho histórico para gerações vindouras, os signatários deste documento decidem:
1º Manifestar a sua preocupação pelo estado de degradação em que se encontra o referido Cavalete do Poço de S. Vicente, reclamando das entidades competentes (autarquia e governo) medidas indispensáveis à sua protecção efectiva;
2º Reclamar do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e do Ministério da Cultura a rápida conclusão do processo de classificação do Cavalete como objecto material com elevado interesse na arquitectura industrial do século XX.

Enviar este abaixo – assinado aos Exmos. Senhores:Presidente da República Presidente da Assembleia da República Presidentes dos Grupos Parlamentares da Assembleia da República Ministro da Cultura Presidente do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) Presidente da Assembleia Municipal de Gondomar Grupos Municipais da Assembleia Municipal de Gondomar Presidente da Câmara Municipal de Gondomar Vereadores da Câmara Municipal de Gondomar Presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro da Cova.

Para assinar esta Petição
www.pnetpeticoes.pt/cavaletesvicente/


Carnaval na aldeia (de 20 a 24 de Fev. em Podence, Matela e Santulhão) para conhecer os caretos e o entrudo de Trás-Os-Montes


Ainda resistem em Portugal algumas celebrações do Entrudo que mantêm a sua singularidade e tradição. Em Trás-os-Montes salientam-se pelo menos duas localidades em que a festa do Entrudo ainda é o que era: Podence e Santulhão.

Em Podence, pequena aldeia situada a poucos quilómetros de Macedo de Cavaleiros, ninguém se atreve a opor às iras dos Caretos. Apenas as Matrafonas (raparigas disfarçadas de homens e vice-versa) são poupadas à sumária justiça carnavalesca, assaz singular no caso da aldeia transmontana: os demónios mascarados lançam-se ao assalto das moças e encostando-se a elas, ensaiam uma dança um tanto erótica, agitando a cintura e fazendo embater os chocalhos que trazem pendurados contra as ancas das vítimas. Na investida bárbara que faz ecoar por toda a aldeia o alarido dos chocalhos e o tropel surdos dos passos, os Caretos levam tudo pela frente, indistintamente. Não conhecem entraves ou proibições: subir às varandas, trepar aos telhados ou correr pelo Largo da Capela. Tudo vale para «chocalhar» e misturar o tilintar dos chocalhos com os risos das raparigas.

Já em Santulhão, aldeia do concelho de Vimioso, a tradição é outra e os mascarados desfilam pelas ruas da aldeia, atirando farinha uns aos outros inclusive aos transeuntes que tentam escapar a tamanha algazarra. A festa espalha-se por toda a localidade, cumprindo-se uma tradição antiga que vai passando de geração em geração. A rebeldia dos mascarados é consumada com um concurso de máscaras e com o julgamento e queima do Entrudo, que encerra as festividades do Carnaval.

Venha conhecer de perto as antigas tradições das aldeias transmontanas, traga consigo uma máquina fotográfica e capte as mais belas paisagens do Rio Sabor nos dias antecedentes aos grandes festejos carnavalescos.


PROGRAMA

Sexta, dia 20 de Fevereiro
Aldeia de Matela, Vimioso

21h30: Recepção dos participantes no Salão do Povo da aldeia de Matela.
Apresentação do programa.

Sábado, dia 21 de Fevereiro
Aldeia de Matela, Vimioso

09h30: Concentração dos participantes no Salão do Povo da aldeia de Matela.

10h00: Mata-bicho

10h30: Inicio da “Expedição Fotográfica: Pelas aldeias do Rio Sabor”

Infelizmente, muito do património natural e cultural do Planalto Mirandês e Vale do Rio Sabor está em perigo devido a uma série de ameaças de diferente tipo e origem. Confrontados com esta realidade óbvia, a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino organiza esta expedição fotográfica, visando a recolha de testemunhos de pessoas que desejam expressar através de fotografias, tanto a sua preocupação sobre o futuro das paisagens desta região, como os impactos e as agressões que sofrem neste momento.

O objectivo é retratar imagens do meio natural (fotografias mostrando locais de grande valor ecológico e paisagístico que estão comportando diferentes impactos), mas também paisagens fortemente influenciadas pela presença humana (fotografias onde está patente o abandono de práticas e construções tradicionais ou o impacto de certas estruturas e edifícios modernos).

13h00: Almoço campestre nas margens do Rio Sabor

14h30: Continuação da Expedição Fotográfica

20h00: Jantar com produtos regionais

21h30: Arraial Tradicional


Domingo, dia 22 de Fevereiro
Aldeia de Matela e Santulhão, Vimioso

09h30: Concentração dos participantes no Salão do Povo da aldeia de Matela.

10h00: Mata-bicho

10h30: Continuação da “Expedição Fotográfica: Pelas aldeias do Rio Sabor”

13h00: Almoço campestre (local a definir)

14h30: Continuação da Expedição Fotográfica

20h00: Jantar com produtos regionais

21h30: Prova de licores caseiros
Projecção das fotografias seleccionadas


Segunda, dia 23 de Fevereiro
ENTRUDO CHOCALHEIRO
Podence, Macedo de Cavaleiros

09h30: Concentração dos participantes na “CASA DO CARETO”

10h00: Passeio com Burro no “Trilho dos Caretos” na Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo

13h00: Almoço

17h00: Prova de Vinhos e Azeites Regionais (org.: Grupo de Caretos de Podence,


20h00: Noite Gastronómica, Restaurantes Locais

21h30: Pregão Casamenteiro (org.: Grupo de Caretos de Podence,



Terça, dia 24 de Fevereiro
CARNAVAL TRADICIONAL DE SANTULHÃO
Santulhão, Vimioso

12h00: Almoço-Convívio

14h00: Carnaval Tradicional na Aldeia de Santulhão

Arruada tradicional com gaita, caixa e bombo em que os mascarados percorrem as ruas da aldeia desafiando tudo e todos para a festa do Carnaval

17h30: Julgamento e queima do entrudo no largo da aldeia

18h30: Lanche regional
Fim dos festejos carnavalescos




Para mais informações, não hesite em contactar-nos quer através do
e-mail
burranco@gmail.com
quer por telefone para 96 6151131/ 96 0050722.


Organização e inscrições em:
http://www.aepga.pt/

Freguesia de Santulhão -
http://www.santulhao.net/




"Os Caretos representam imagens diabólicas e misteriosas que todos os anos desde épocas que se perdem no tempo saem à rua nas festividades carnavalescas de Podence – Macedo de Cavaleiros.
Interrompendo os longos silêncios de cada Inverno, como que saindo secretos e imprevisíveis dos recantos de Podence, surgem silvando os Caretos e seus frenéticos chocalhos bem cruzados nas franjas coloridas de grossas mantas."
Em Podence, nos dias de Carnaval, os Caretos surgem em magotes, de todos os sítios, percorrendo a aldeia em correrias desenfreadas, num clima fantástico e fascinante, pleno de sedução e mistério. Ninguém lhes consegue ficar indiferente, aqueles que não se vestirem de Careto abrem as suas adegas aos passantes.
As crianças de sexo masculino, os Facanitos perseguem os Caretos tentando imitá-los, as raparigas solteiras, são o principal alvo dos mascarados, admiram-nos das janelas ou varandas das suas casas, com um certo receio de que o entusiasmo dos Caretos os leve a trepar para as poderem chocalhar.
Mergulhando na raiz profana e carnal, o verdadeiro motivo que move o Careto é apanhar raparigas para as poder chocalhar. Sempre que se vislumbra um rabo de saia, o Careto é impelido pelo seu vigor.
Ao CARETO tudo se permite nesses dias, pois ele assume uma dupla personalidade. O indivíduo ao vestir o fato torna-se misterioso e o seu comportamento muda completamente, ficado possuindo de uma energia transcendental. Existe algo de mágico e de forças sobrenaturais ocultas em todo este ritual de festa que atribui a estas personagens prerrogativas a imunidade interditas a outros mortais. A antiguidade e originalidade desta tradição, cheia de cor e som e a vontade das gentes de Podence, em preservar estas figuras, fizeram dos Caretos personagens famosas para lá dos limites da aldeia... e são cada vez mais frequentes os convites a este grupo etnográfico para deslocações a vários pontos do país e do estrangeiro.


http://caretosdepodence.no.sapo.pt/