11.9.05

11 de Setembro de 1973: o dia em que a CIA derrubou uma democracia


Em Setembro de 1970 Salvador Allende ganha as eleições presidenciais no Chile e, desde então, é desencadeada uma violenta campanha de intoxicação e de agitação contra o governo de Unidade Popular até ao seu derrube por meio do golpe militar de 11 de Setembro de 1973, apoiado pelos Estados Unidos, no qual encontraram a morte milhares de pessoas, entre elas Allende, cujo Palácio presidencial foi bombardeado pelos aviões golpistas, e a partir do qual o Chile viveu o período mais negro da sua história, esmagado sob a ditadura fascista de Pinochet em que milhares de pessoas foram perseguidas, presas, torturadas e mortas, tendo muitas delas desaparecido.

Grande parte da responsabilidade das acções de desestabilização social e política deve ser assacada aos Estados Unidos, e muito particularmente às suas agências de informação, como a CIA, que estiveram muito activas durante todo o período por que durou o governo de Unidade Popular e que não se cansaram até Allende ter sido morto às mãos dos militares golpistas.

Com efeito, desde a eleição de Allende e a entrada em funções do governo de Unidade Popular o Chile tornou-se aos olhos dos norte-americanos um perigo para a «democracia», e a então Administração Nixon empenharam-se diligentemente em desestabilizar a democracia chilena, financiando as forças, as milícias e os partidos da extrema-direita e fomentando o golpe de estado militar

Recorde-se que Allende, logo que assumiu a direcção do governo chileno, tinha nacionalizado as grandes empresas e os bancos, em especial as empresas estrangeiras que exploravam os recursos mineiros do Chile, verdadeiros vampiros do povo chileno.

Allende tentou ainda levar a cabo uma política social a favor das camadas sociais mais pobres e exploradas, ensaiando formas democráticas de gestão.

O 11 de Setembro deve ficar na memória dos povos como uma página negra da luta pela liberdade e pela justiça, a fim de ninguém mais esquecer o que são capazes de fazer as multinacionais e os homens de mão dos Estados ricos aos países do sul que lutam pela salvaguarda das suas riquezas.
O 11 de Setembro é mais uma data em que os Estados Unidos derrubaram uma democracia e um presidente democraticamente eleito

Concerto de Joan Baez, símbolo da protest song, contra a guerra do Iraque


Joan Baez, figura simbólica do movimento anti-guerra do Vietname nos anos 60 e conhecida folk-singer e uma das mais conhecidas cantoras do que se chamou a Protest Song, deu um concerto gratuito contra a guerra do Iraque, vindo expressamente a Crawford (Texas) apoiar Cindy Sheehan, a mãe californiana de 48 anos cujo filho de 24 anos morreu no passado mês de Agosto em Bagdade.
Na ocasião Joan Baez declarou: «Aquando da primeira manifestação (contra a guerra do Vietname) nós eramos 10. Mas agora somos muitos».


http://www.joanbaez.com/latestnews.html

Por um recomeço de aulas sem marcas publicitárias, e contra o chorudo negócio dos manuais escolares


Apela-se aos pais, aos professores e aos jovens para rejeitar o assédio e o autêntico raid de consumismo comercial que os estudantes, as suas famílias e os professores são normalmente vítimas por ocasião do recomeço de aulas em cada ano lectivo.

Não faltam exemplos do assédio por parte dos publicitários e das mais variadas empresas junto da população e das comunidades escolares para a compra e posse de múltiplos objectos e materiais que são apresentados como imprescindíveis para o sucesso escolar, desde o material de informática até a empréstimos bancários, passando pelos mais diversos e imaginativos elementos e acessórios, sem esquecer o autêntico roubo em que se transformou o negócio chorudo dos manuais escolares, verdadeira fraude escolar que as famílias dos alunos são as principais vítimas. A penetração da publicidade e de produtos empresariais dentro das escolas torna-se cada vez mais uma realidade que importa denunciar, e sensibilizar todas as comunidades educativas para a sua completa rejeição.

Recusamos firmemente que os alunos e os jovens em geral sejam presas fáceis de operações de marketing e publicidade encapotada dentro do espaço escolar. Apela-se pois quer às famílias dos alunos, quer aos encarregados educativos de cada escola para boicotarem e não permitirem a entrada de marcas publicitárias dentro do recinto escolar como primeiro passo para uma educação não consumista dos jovens e para a sua descolonização mental, habituando-os e mantendo a sua educação fora da ditadura das marcas e da pressão e assédio da publicidade e do marketing.

A escola é, e deve manter-se, um espaço privilegiado de aprendizagem e autonomia o que pressupõe e exige a salvaguarda das crianças e dos jovens face aos apetites e pressões das firmas e das marcas comerciais, de forma a não serem vítimas de pulsões consumistas nem se tornarem consumidores compulsivos. A monocultura do consumismo dominante veicula padrões e valores que são forçosamente muito distintos da educação pública e da pedagogia escolar.

É preciso não esquecer que os publicitários funcionam como verdadeiros dealers à porta da escola: esperam pelas crianças e jovens, sabendo sobejamente que, quantos mais cedo os conseguirem convencer para o consumismo compulsivo e irreflectido, mais difícil se tornará a desintoxicação no futuro. É esse o objectivo do marketing e dos publicitários: tornarem as crianças e os adolescentes em jovens adictos de marcas e produtos a fim de que outras grandes empresas possam explorar em seu proveito outros jovens no outro extremo do planeta.

É, por exemplo, justamente por efeito da publicidade e de outros factores que lhe estão adjacentes que existe um número cada vez maior de crianças e jovens a sofrer de obesidade e de outras doenças.
Face à crescente agressão e penetração da publicidade junto dos alunos e respectivas famílias é preciso resistir de forma a preservar os valores e os princípios da educação e da autonomia e não permitir que a pedagogia escolar seja pervertida pelo mercado.

É preciso resistir às agressões e ao assédio da publicidade dentro da escola e junto dos alunos e estudantes

Mais info:
http://www.casseursdepub.org/

A Yahoo é informadora da polícia chinesa


A multinacional norte-americana Yahoo forneceu informações à polícia chinesa que levaram à detenção de um jornalista chinês e à sua consequente condenação a 10 anos de prisão, acusado por ter revelado segredos do Estado, informa o The Christian Science Monitor.
O jornalista condenado chama-se Shi Tao e trabalhava na redacção do jornal económico Contemporary Trade News e foi detido no passado mês de Dezembro depois de ter enviado um e-mail a um grupo de defesa dos direitos civis, sediado em Nova Iorque a propósito da comemoração do 15º aniversário da repressão na Praça de Tiananmen

A altura das mulheres-polícias espanholas vai baixar


Segundo foi anunciado pelo jornal El País do passado 9 de Setembro o regulamento do próximo concurso público para o ingresso nos corpos da Polícia do Estado espanhol vai diminuir a altura mínima exigida para os(as) candidatos(as) a serem polícias. Com efeito, a altura mínima para as mulheres-polícias passa a ser 1,60 e para os homens-polícias será de 1,70.
Não foi divulgado se tais requisitos se aplicam também aos agentes informadores do Cesid ( o nosso SIS), mas tudo indica que o tamanho e a altura dos informadores só será relevante para os oficiais-informadores do serviço de informações militares, que continuarão a ter que se submeter às exigências de recrutamento militar, não se aplicando, portanto, para os serviços civis de informações, os quais são indiferentes à estatura e altura dos respectivos elementos, valorizando antes a capacidade pessoal de dissimulação dos aspirantes a oficial de informação.