21.2.08

O corpo não espera (por nós ou pelo amor): café-teatro pelos Bonifrates em Tondela (23 de Fev.)


http://www.bonifrates.com/

Peça a estrear em 21 de Fevereiro na Casa da Cultura em Coimbra:

O Médico à Força
(texto de Molière)


Teatro-Estúdio Bonifrates
Fev: 21 (estreia), 22, 27 e 29
Mar: 5, 6, 12, 14, 19, 20 e 27
na Casa Municipal da Cultura
Rua Pedro Monteiro 3000-329 Coimbra


Sinopse
Uma peça que celebra e denuncia, como só o teatro o sabe fazer, a mentira. "Depois de uma cena doméstica (entre a violência e o jogo de sedução) com a sua esposa, Martinha, Esganarelo é envolvido numa trama urdida por aquela para se vingar, fazendo-o passar por um médico famoso, capaz de curar a mudez da filha do senhor Géronte. Esganarelo não resiste ao apelo do dinheiro, como não resiste aos encantos da criada Jacqueline, o que não agrada nada ao seu marido, Lucas. Mas a filha do velho viúvo não está, de facto, doente; antes procura contrariar a ganância paterna e casar com quem realmente ama, um homem de expedientes duvidosos mas de futuro auspicioso… Todos enganam todos, todos escondem alguma coisa."


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O CORPO NÃO ESPERA (POR NÓS OU PELO AMOR)

Espectáculode café-teatro no dia 23 de Fevereiro em Tondela ( no Acert)

Oito mulheres falam do corpo, recorrendo às linguagens de poesia e do movimento.

O corpo é praia a boca é a nascente
Ter um corpo de mulher às vezes...é mar… é violência
são rugas… são barriguinhas… são borbulhas… são momentos.
O que é um corpo de mulher,
um corpo de mulher sente-se
Memórias, sensações…às vezes doridas, outras vezes…é bom ser mulher.
Quando fala, fala amor
fala desamor
fala paixão
fala raiva
fala ausência
fala sonho
ternura
fala vida.
Eu gosto de ter um corpo de mulher e gosto da forma como o corpo muda, como fica bonito
e sensual…
O corpo cansa-se
aí o corpo adormece e fica uma outra coisa que não é o corpo.
O corpo não espera não por nós ou pelo amor.
A parte do corpo que eu mais gosto
é a boca
eu gosto particularmente do umbigo
e dos lábios…
O corpo é praia…
memórias, sensações… às vezes doridas…às vezes…
Quando fala, fala amor
fala desamor
fala vida
Sobretudo fala vida.
Oito mulheres, através da poesia e do movimento, falam do corpo.
Do corpo na sua relação consigo, com o outro, com o amor.
Do corpo como lugar de encontro e desencontros. Lugar de memórias, de esquecimentos, de mudanças e resistência a mudanças, lugar de desejos, de entrega e (também) de solidão.
É um espectáculo onde pulsa a contradição que percorre a mulher, herdeira de uma tradição judaico-cristã que durante séculos lhe negou o corpo e o prazer, e teima em palpitar no desejo maculado pela noção de pecado.
Mulher cujo despojamento procura na pele as memórias do desejo, no toque a sede dos beijos, o húmido das carícias.
Mulher cujo abandono de si procura na entrega ao outro, o corpo que não espera.



Neste espectáculo encontramo-nos com o sentir de oito mulheres… respiramos com elas mas também com Maria Teresa Horta, Eugénio de Andrade, Carolina Kujawski, Jorge de Sena, Adília Lopes, Sarah Kane, Chico Buarque, David Mourão-Ferreira, Herberto Hélder, Guillaume Apolinaire, António Ramos Rosa, Natália Correia, Conceição da Costa Neves, Astor Piazzolla, Ângelo Badalamenti, Umebayshi Shigeru, Dead Combo e David Sylvian.



Ficha Técnica
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Criação colectiva: Alexandra Mascarenhas, Carla Miguel, Cristina Janicas, Filipa Amorim, Maria Manuel Almeida, Paula Santos, Sílvia Barbeiro, Tânia Almeida

Selecção de textos: Paula Santos


Sábado, 23 Fev'08, às 21.45h

www.acert.pt/programacao/registo.php?id=183