21.3.05

Armand Gatti, poeta libertário



“Não me bato por nenhum poder, mas por uma tomada de consciência”, afirma Gatti

Gatti, o poeta, cineasta (o filme “Nós éramos todos nomes de árvores”), dramaturgo (“A paixão do general Franco”, “A coluna Durutti”, “L’enclos”, “O Labirinto”), rebelde itinerante, declara ao Le Monde Libertaire: “Não me bato por nenhum poder, mas por uma tomada de consciência. Não estou interessado em entrar nas contradições próprias dos esquerdistas ( “stals” ou estalinistas, nas palavras de Gatti – Nota de tradução) que, depois da derrota, batem em retirada, confessando que a revolução foi mais uma vez adiada. Não tenho problemas com rupturas políticas. Ao lutar por uma tomada de consciência, estou bem comigo mesmo. Aliás, é com a linguagem que eu trabalho. Se se quiser mudar o mundo, o que é necessário é mudar os seus mecanismos, e não apenas a forma económica...Ora, para mim, a linguagem é justamente portadora desses tais mecanismos. Se a linguagem mantiver a antiga forma de pensar, tal significará que todas as revoluções que se faça acabarão por apodrecer interiormente...
(...) a anarquia tal como a vivo, plena de fraternidade e de partilhas, nunca pára..

(excertos de uma entrevista dada ao Le Monde Libertaire de Mai-Juin de 1995.)