21.1.05

Os microchips subcutâneos ao serviço do Big Brother

O governo norte-americano acabou de autorizar a implantação de chips electrónicos no corpo humano para fins médicos. Tais chips subcutâneos darão acesso directo e imediato aos antecedentes médicos do doente. Esta decisão é vivamente contestada pelas associações de defesa das liberdades que receiam por possíveis manipulações. Um chip que vos é injectado sob a pele tendo na memória os vossos dados pessoais e o vosso dossier médico já não pertence ao mundo da ficção científica, mas é a mais recente invenção de uma empresa de alta tecnologia norte-americana, a Applied Digital Solutions. Mas ainda mais espantoso é que a Food and Drug Administration (FDA), organismo do governo americano encarregado de testar e regulamentar os produtos alimentares, deu o seu aval a esta tecnologia a ser aplicada nos hospitais americanos.
Baptizado por «verichip» este dispositivo do tamanho de um grão de arroz é um micro-chip rádio RF-d (Rádio Frequency Identificator), e funciona como um emissor-receptor microscópico. Quando é activado, graças a um scanner, ele pede um código de identificação, mediante o qual ele permite o acesso a uma base de dados onde estão registadas as informações médicas da pessoa, que podem ser lidas num terminal de computador ou num simples PDA. Segundo os investigadores trata-se de uma promissora tecnologia para o diagnóstico médico. O chip pode realizar igualmente um certo controlemédico sobre certas funções biológicas como o ritmo cardíaco ou ataxa de glicemia. Os «verichips» funcionam tal como os códigos de barras dos produtos de hipermercado. Tais etiquetas electrónicas miniaturas implantadas na derme da pessoa podem ser facilmente usadas para outras finalidades e servirem de autênticas tatuagens electrónicas. Pior que tudo isso é que tais dispositivos conectados a uma rede de satélie do tipo GPS (Global Positioning System) permitirá localizar rapidamente o doente a todo o tempo.
É mesmo para dizer que chegaram os cyborgs.
Blade Runner, Robocop, Darth Vador já não são simples figuras híbridas meio-humanas/meio-máquinas de cinema fantástico. Passamos a conviver com eles lado a lado.

http://www.rfi.fr/actufr/articles/058/article_31122.asp